sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 26



 Eu vim o caminho todo pensando no que fazer. Se chamar Peter era uma boa ideia ou não. Se ele iria mesmo se importar com isso, já que a gente nem se via mais. Era ridículo eu ainda me importar com isso. Nossa, como eu era ridícula. Ele la fudendo com cada puta que da mole pra ele e eu aqui preocupada se ele vai se "magoar" se eu levar Peter comigo ou não.
Quando cheguei na minha rua me lembrei do carro dele, mas de longe vi que não estava mais la. Eu ia entrar em casa, quando resolvi ir logo falar com Peter. Fui até a porta dele e bati. Ele atendeu.

Mila: Oi! - Falei sorrindo, e ele sorrindo mais ainda.
Peter: Oi, você por aqui?
Mila: Éééé..quanto tempo né! Huum, eu e Monica vamos até uma boate hoje a noite, ela me chamou porque ela vai cantar la, e é quando eu posso entrar já que o pai dela ta la enfim..ééé, quer vir com a gente?
Peter: Ta me chamando pra sair?
Mila: Éééé..acho que sim. Em grupo claro.
Peter: Que horas?
Mila: As oito!
Peter: Ok, eu vou com meu carro.
Mila: Peter, vamos, eu, você, Monica e o pai dela.
Peter: Eu queria te levar!
Caramba, ele sempre fazia isso. Como era teimoso.
Mila: Ok, Peter. Vamos no seu carro.

Eu não inventei nenhuma desculpa para minha tia dessa vez. Disse o que realmente iria fazer, ir com Peter, Monica e o pai dela até a boate onde ela cantaria.
Tomei banho e coloquei a melhor roupa que eu tinha. Um vestido justo preto com detalhes de paetes nas mangas, minha única meia calça restante, a outra foi destruída. Minha bota, e meu casaco. Eu queria ficar linda para que ele me visse. Joguei o cabelo de lado e então estava pronta.
Liguei para Monica dizendo que eu iria no carro de Peter. Ela riu debochando de mim. Disse que sabia que eu mudaria de idea.
Quando eu desci, Peter já me esperava la fora. Me despedi de minha tia, que agora toda vez que eu saia me olhava preocupada e me fazia milhares de recomendações.
Peter ao me ver toda arrumada se animou.
Peter: Nossa. Eu não mereço tanto.
Eu sorri sem graça. Coloquei o sinto e esperei ele dar partida. Não demorou muito e ele voltou com as conversas que me irritavam. Mais pela teimosia do que pelo o desconforto de dizer não.

Peter: Você sempre foge quando eu toco no assunto. Você disse que não esta saindo mais com...
Ele exitou em dizer o nome de Tom.
Mila: Eu sei Peter. eu só quero que você de um tempo pra mim, ok?
Eu gostava de Peter. Ele tinha um certo charme infantil. O que estragava talvez era a existência de outra pessoa, talvez não, concerteza o que estaria sempre no meio de qualquer que tentasse se aproximar de mim, era Tom.
Peter: Mas você quer tentar? Digo ficar junto?
Mila: A gente pode tentar Peter.
Acho que falei demais. Mas e dai? Que diferença faria Peter na minha vida agora? Não atrapalharia, e talvez poderia me fazer esquece lo mais rápido.

Nos encontramos com Monica e o pai dela na frente do club. Ela olhou para detrás de mim e me fez um sinal. Eu olhei e vi que era o carro de Tom estacionado que ela apontava. Ele estava com o Cadilac. Eu me virei fazendo cara feia para ela, pedindo para disfarçar. Peter não notou o carro.
Peter: E ai Monica, o que você vai cantar hoje?
Monica: Haaaaaaaaa não sei, segredo. De repente eu faço um cover do TH, ou canto o meu trechinho de Geistefahrer. - Ela falou empolgada e eu quase cai de cara no chão. Peter fechou a cara e não falou nada.
Mila: Ai Monica. - Falei entre os dentes.

Nos entramos no lugar, que já estava bastante cheio. Monica tremia por causa do nervosismo, eu tremia ao pensar nele ali. E Peter tentava todo tempo me segurar pela mão para passarmos pelas pessoas, e acabava ficando de mãos dadas comigo. O homem no bar, acho que um dos donos viu Monica e a chamou com a mão. Ela correu até la.
Monica: Gente eu vou la pra trás me preparar. Depois a gente se ve.

Eu me sentei no banco auto que ficava no bar e comecei a procurar Tom perto das mesas. Não muito depois o encontrei junto de Andreas e Bill em um canto. Ele estava de pé fumando feito uma chaminé. Tive a impressão dele estar procurando algo, pois olhava para todos os lados, mas ainda não havia me visto.
Mas vê lo ali, já era o suficiente para eu começar a ficar perturbada e tirar minha atenção. Eu não conseguia olhar para outro lugar. Ele estava lindo, todo de preto com uma faixa na cabeça. Estava sério tambem, acendia um cigarro atrás do outro.

Ja era hora de Monica subir. Eu puxei Peter um pouco mais pra frente onde havia pessoas sentadas em mesas.
Quando olhei para ele novamente ele já havia me visto. Eu o encarei séria e ele riu. Ele não havia visto Peter ainda. Quando Peter se aproximou de mim saindo de onde algumas pessoas estavam atrapalhando a visão, ele mudou a cara no mesmo instante.
Monica subiu ao palco e as luzes abaixaram um pouco, mas ele não parou de olhar na nossa direção.
Ele acendeu outro cigarro e se virou para o palco. Olhando as vezes pra mim quando tragava. Eu tentava disfarçar, mas era impossível. Tinha vontade de ir até la e leva lo para qualquer outro lugar que pudéssemos ficar sozinhos.
Quando nossos olhares se encontravam, eu via o quanto ele estava ardendo de raiva. Ele fazia um bico e apertava os olhos me encarando. Ele queria que Peter o visse ali.

Eu tentei prestar atenção em Monica que começou cantando uma musica do Green Day em uma versão mais acustica.
Uma hora um garota passou por ele em direção ao banheiro eu acho, ele ainda olhando pra mim a segurou pela mão e falou alguma coisa no ouvido dela. Minha visão começou a ficar turva. Sabe o que é você sentir que pode desmaiar a qualquer momento por sentir tanto ciumes de alguem que a sua alma doí?
Ela sorriu pra e ele, e ele pra ela. Ela falou alguma coisa no ouvido dele tambem e saiu. Ele concordou com a cabeça, como se tivesse combinado alguma coisa, mas continuou la. Antes mesmo dela se afastar ele continuava a me olhar. Eu pensava em fazer mil coisas, beijar Peter na frente dele ou qualquer outra coisa, mas eu fiquei paralisada.
Mila: Eu preciso de ar? Peter, eu preciso respirar, vou sair um pouco.
Peter: Espera, eu vou com você!
Mila: Não, não, fica, Monica vai ficar chateada.
Antes mesmo dele responder eu já estava a alguns metros me afastando. Abri a porta da boate com toda força e quase derrubei o segurança.
Eu fui andando em direção ao estacionamento que ficava ao lado. Fui decidida até o carro de Peter para esperar até a apresentação de Monica terminar.
Meu coração disparou sem controle quando escutei ele chamando meu nome a distância.

Tom: Hey Mila! Mila espera.
Não respondi e continuei andando fazendo de tudo para não olhar para trás.
Tom: Mila para de rebolar, ta me deixando excitado.
Mila: Eu to de salto ta bom. O que você quer? - Falei me virando e parando no meio do estacionamento.
Tom: Porque trouxe esse cara? Pra me provocar?
Mila: Não enche Tom, eu não tenho mais nada com você. Haha, que ridículo, como se a gente tivesse tido alguma coisa.
O segurança vinha andando atrás de Tom.
Tom: Marcus me espera la na frente.
O segurança voltou de onde estava.
Tom: Hey hey!
Ele correu e me pegou pelo braço me arrastando até um carro, e me encostou.
Mila: Me solta, me solta agora.
Tom: Porque você veio? Porque veio com ele?
Mila: Eu vim por causa da minha amiga. E você veio porque?
Tom: Eu tambem!
Mila: Tambem o que?
Tom: Vim pela sua amiga. Não é ela quem esta cantando la dentro agora?
Mila: Sim e porque não ta la? Melhor, acho que você tem um pequeno encontro marcado com aquela loira la dentro.
Tom: Escuta aqui. Não se faça de espertinha. Você trouxe aquele babaca aqui pra me provocar. Acha que pode falar alguma coisa?
Mila: O que? A gente nem deveria estar tendo essa conversa. A gente concordou em não se encontrar mais.
Tom: Eu não concordei com nada.
Mila: Para de me confundir, ta bom.
Tom: Mas eu não concordei. Você falou o que queria, e eu disse "Você quem sabe", não falei que iria fazer o que você queria. Era isso que você queria ouvir?
Ele me encostou contra o carro sem me deixar saída. Eu quase implorei pra que ele me beijasse agora mesmo.
Mila: Tom, eu não posso ficar aqui com você..eu..
E como sempre ele me beijou na hora certa, não me deixando terminar de falar. Seus lábios sentiam a minha falta, pela forma que me beijava, fazendo meu corpo se inclinar para trás, ele ansiava por aquilo.
Eu o abracei pela cintura me deixando envolver.
Tom: Vamos sair daqui, por favor.
Mila: Eu não posso Tom, eu vim com Monica e Peter. Não posso sair com você daqui.
Tom: Eu preciso de você agora.
Ele roçava o rosto no meu enquanto falava, me fazendo ceder ao que ele queria a cada segundo. Seu perfume ia me envenenando aos poucos.
Mila: Porque não me procurou durante essas duas semanas?
Tom: Mila, eu não podia, eu tinha de dar um tempo. Bill estava me enchendo o saco. Eu..eu..não tava conseguindo.
Mila: Porque foi na porta da minha casa ficar me vigiando?
Tom: Você viu não é? - Ele riu.
Mila: Sim eu vi. O que você tava fazendo la?
Tom: Fui ver se você estava se comportando.
Mila: Eu não gosto disso.
Tom: E o que o Bill foi fazer na sua casa? Você pode me dizer?
Ham? Ele ficou sabendo disso?
Mila: Como você soube?
Tom: Acha mesmo que eu não saberia?
Mila: Ele foi perguntar sobre o que tinha acontecido no outro dia, o lance da garota no posto.
Ele ficou me olhando desconfiado. Nem sobre tortura eu falaria o que Bill disse. Ok, ele me olhando assim já era uma tortura a altura de um torturador de guerra.
Tom: Miiiila!
Mila: O que? Eu to falando a verdade.

Ouvimos de repente Peter gritando meu nome do outro lado do estacionamento. Ele havia nos visto de longe. Tom ainda me imprensava contra o carro de uma forma que não deixava duvidas que já tínhamos nos beijado. Não precisei pensar muito no que veria a seguir. Peter nem Tom deixariam essa passar.

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