sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 38

Quando abri a porta tomei o maior susto da minha vida, quase cai dura pra trás. Eu não podia estar vendo Tom, parado em frente a minha porta olhando pra mim. Ele estava com o casaco de moleton preto cobrindo a cabeça. Eu engoli seco olhando desesperada pra ele. Seu olhar se iluminou ao me ver abrindo a porta, o que fez com que eu me arrepiasse e meu coração pulasse fora de controle dentro do meu peito. Foram longos segundos, que me fizeram esquecer tudo a minha volta, foi o momento mais verdadeiro, havia uma enorme felicidade no olhar dele ao me ver novamente.
Peter: O que ele ta fazendo aqui?
Peter falou do sofá quase gritando, me tirando do transe. Tom tirou a atenção de mim olhando parar Peter, foi quando toda a situação mudou. Tom não podia ter aparecido em hora pior.

Tom: Não aponta o dedo pra mim seu idiota.
Mila: Tom, para, o que você ta fazendo aqui? - Ele voltou a me olhar.
Tom: Falar com você.
Peter: Ha cara, eu não estou acreditando nisso.
Tom: Da pra você calar essa sua boca?
Peter: Vem calar seu babaca.
Peter chegou por trás de mim provocando Tom, que partiu pra cima dele comigo entre os dois.
Mila: PAREM , PAREM VOCÊS DOIS.
Peter puxou Tom pelo casaco e os dois caíram no meio da sala. Tom defendeu o soco que Peter tentou lhe dar depois o empurrou. Tom agora caiu por cima de Peter lhe dando socos na cara.
Mila: Tom sai de cima dele AGORA.
Eu segurei Tom pelo o casaco e o empurrei, ele cai de uma lado e Peter do outro. Puxei Peter do chão e o empurrei pra perto da porta.
Mila: Mas que droga, porque vocês sempre fazem isso?
Peter: Porque ele tinha que aparecer? Não tinha já se cansado, não? Porque sempre aparece quando ta tudo bem? Esse maldito.
Tom: Cala a sua boca, você não tem nada com isso, o que eu tenho com ela não é da sua conta.
Peter: Você se julga algo tão importante, porque não fica com ela então, porque não tava com ela quando ela foi pro hospital depois de abortar?
Mila: PETER CALA ESSA BOCA.
Tom me olhou desnorteado, eu abaixei a cabeça evitando olhar para ele.
Tom: O que? Você abortou? Do que ele ta falando?
Mila: Peter vai embora, eu preciso conversar com o Tom.
Peter: Ham? Eu não vou deixar você sozinha com ele.
Mila: Peter, eu PRECISO falar com ele, agora que você já falou o que não devia. Da pra sair?

Peter encarou Tom, que o encarou de volta mostrando indiferença. Peter mordeu o lábio de ódio e saiu batendo a porta.
Tom: Que história é essa de aborto?
Mila: Foi um acidente...eu cai de patins e senti uma dor muito forte, depois comecei a sangrar, no hospital confirmaram que e havia sofrido um aborto.
Tom: E quando foi isso?
Mila: Faz mais de um mês.
Tom: O que? E porque você não me contou? Você pretendia esconder de mim? É isso?
Mila: Sim, era o que ia fazer, porque eu simplesmente não podia ligar pra você, não depois do que aconteceu. E eu não estou gravida mais, e você não tem nada haver com isso.
Tom: Como eu não tenho haver? - Ele me segurou pelos braços e me olhando no olho. - Você estava gravida de um filho meu, como pode me dizer que eu não tenho nada haver?
Mila: E se não fosse seu?
Tom: O que?
Mila: Sim, e se não fosse seu? E se fosse do Peter.
Tom: Não era do Peter, e NÓS sabemos disso. - Ele falou rindo.
Mila: E que diferença isso faz, você faria o que se eu tivesse um bebê?
Tom: Eu não sei o que faria. Mas definitivamente não pediria para você tirar.
Mila: Mas eu não tirei!
Tom: Você tinha que ter me falado, TINHA. E ainda chego aqui e encontro esse filho da puta.
Ele se afastou andando de um lado para o outro, ele estava agitado, parecendo procurar uma solução para um problema.
Mila: Não importa mais agora, a besteira já foi feita, e ninguem aqui é vitima, eu tinha meus motivos para esconder, como você teve os seus para não querer me ver mais, pra mim continuaria assim.
Tom: O que continuaria? Eu iria saber de qualquer forma, você sab que não esconde nada de mim.
Mila: Ja você esconde muito, não é?

Tom: Mas que droga, eu nunca devia ter deixado isso acontecer, mas que merda, eu não sei o que deu em mim.
Mila: E comigo? Não pensa que seria só difícil pra você, eu tenho 17 anos, não posso ter um filho.
Tom: Eu não disse que seria mais difícil pra mim, Mila.
Mila: Onde eu estava com cabeça pra deixar você tocar em mim. Depois de tudo ainda esperar um filho seu, era o pior que poderia acontecer.
Tom: Como assim? Se arrepende do que fez comigo?
Mila:Sim me arrependo, eu tenho mais motivos pra odiar você do que pra gostar.
Tom: Não era isso que você demonstrava. - Ele falou me atiçando.
Eu o encarei séria, ele desviou o olhar olhando para tv.
Mila: Agora, o que você veio fazer aqui?
Tom: Nada, nem devia ter vindo.

Ele se preparou para sair vindo em direção a porta. Eu me coloquei na frente dele e o empurrei até ele cair no sofá me fazendo cair por cima dele. Nesse mesmo instante sua respiração começou a ofegar, seu corpo ficou tenso ao sentir o meu.
Mila: Porque tenta resistir Tom?
Falei em seu ouvido, depois lhe deu um beijo no pescoço. Ele respirou fundo e fechou os olhos, devagar ele tocou minha cintura, mas apertou depois fazendo eu me aproximar mais.
Eu beijava seu pescoço enquanto ele ficava imóvel no sofá sentindo meu cheiro.
Tom: Oh gott, como eu senti falta de você.
Mila: Mesmo? Fala do que você sentiu falta.
Tom: Da sua boca, da sua pele, do seu corpo, dessa sua bucetinha gostosa. - eu ri no ouvido dele.
Eu voltei meu rosto de frente pro seu, ele me encarou com aquele sorriso no rosto me desejando, e enquanto eu falava ele umidecia os lábios ao olhar pra minha boca perto da sua.
Mila: Porque fez aquilo então?
Tom: Eu precisava.
Mila: Precisava me magoar? É isso?
Tom: Mila, eu não vou ficar aqui dizendo o porque de querer me afastar de você, você sabe porque. Vem ca.
Ele me puxou contra sua boca, mas eu recuei me levantando do sofá. Ele se sentou me olhando e estranhando minha reação.
Mila: O que foi? Não me olha assim, eu quero saber o que você veio fazer aqui? Concerteza não foi pra ver se estou bem de saúde.
Tom: Mila...
Mila: E se foi pra dar uma trepadinha, acho que não valeria a pena, depois do que você fez, afinal vagabunda querendo dar pra você não falta.

Eu falava tentando não olhar pra ele sentando no sofá me encarando enquanto eu despejava meus desabafos. Porque eu estava tendo um controle que me assustava, eu estava a um fio de voar pra cima dele e rasgar sua roupa. A poucos segundos enquanto estive em cima dele, quase enlouqueci com seu cheiro.
Tom: Você ta me provocando.
Mila: Não, não estou.
Tom: Esta sim, quer que eu fale que vim aqui porque gosto de você, que não é só por causa de sexo que vim até aqui.
Mila: E veio porque? Porque veio atrás de mim?
Tom: Você realmente acha que eu não tenho nenhum sentimento por você?
Mila:Paixão?
Tom: Pior.
Eu me encostei na porta um pouco desnorteada, olhando pra ele algumas coisas pareciam ficar mais claras, eu tentava achar um nome ou algo que definisse o que eu sentia por ele, podia ser paixão, misturada com alguma outra coisa, que nós dois não sabíamos lidar.

Ele se levantou, e devagar veio até mim encostada na porta.
Veio decidido a me beijar, e antes de suas mãos tocarem minha cintura, sua boca engoliu a minha, tirando meu fôlego já no primeiro segundo.
Ele me apertou contra porta me fazendo gemer baixinho. Seu toque começou a ficar intenso, e sua respiração que começava a ofegar mostrava bem que ele queria mais, muito mais.
Suas mãos me agarraram por trás, tentando levantar minha saia jeans. Sua boca beijava meu pescoço enlouquecidamente não me deixando pensar em mais em nada. Mas eu tinha que fazer algo, as coisas seriam diferentes agora.

Mila: Tom, me solta, chega, para.
Ele pareceu não dar a mínima para o que dizia.
Mila: Tom, me solta.
Eu o afastei da minha boca, ele me olhou confuso com a minha atitude.
Tom: Você não quer?
Mila: Não.
Tom: Porque ta fazendo isso? É por causa do idiota do Pet..
Mila: Não Tom, o Peter não tem nada haver com isso. As coisas só não podem ser assim. Porque você não volta pra sua Barbie e me esquece como você havia dito que iria fazer?
Tom: Eu não estou com ela, nunca estive. Quer droga, para de falar nessa garota.
Mila: Ok, chega, vai embora.
Ele continuou me encarando com o olhar furioso, eu desviei o olhar olhando em direção a escada esperando ele passar pela porta.

Eu parei de respirar quando ele passou por mim pisando firme, com medo de voltar a atrás. Eu fechei a porta devagar sem olhar para fora.
Eu tinha resistido até onde pude, no meu limite. Ainda era difícil acreditar que depois de tudo, ele ainda tinha vindo atrás de mim. Pior, até a casa da minha tia. Não, pior, era atestar que nada havia mudado, meu desejo por ele, meu coração pulava de nervoso somente ao olhar pra ele. Quando abri a porta e o vi parado olhando pra mim, imaginei que teria coragem de pular no colo dele ali mesmo, sem me importar com Peter nem ninguem. Mas eu ainda tinha um pouco de noção e juízo na minha cabeça. Mas o que dificultava era que a distancia só aumentava toda essa necessidade, só piorava tudo.

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