Ela esperou o médico sair da sala pra falar alguma coisa. Eu estava pronta pra ouvir qualquer recriminação, eu havia sido intransigente e inrresponsável. Meus Deus eu estava gravida a quase dois meses, isso me assustava.
Angela: Mila como isso foi acontecer? Minha filha, eu pedi tantas vezes, você conversou comigo e disse..
Mila: Eu sei tia, eu sei o que eu disse, mas aconteceu.
Peter: Mas eu sei como isso aconteceu.
Monica: Peter. - Monica tentou fazer ele ficar quieto.
Peter: Porque você não fala a verdade? Que transava sem camisinha com seu namoradinho.
Angela: Peter, achei que você tivesse algo haver com isso.
Peter: Eu não me chamo TOM KAULITZ.
Mila: Cala boca Peter.
Angela: Foi esse garoto Mila? Era com ele que você mantia relações?
Monica me olhava desesperada, ela sabia o quanto estava sendo difícil falar sobre ele agora e ainda por cima com toda essa situação..
Mila: Sim tia.
Angela: Mas você não estava namorando o Peter?
Peter: Nós nunca tivemos nada. - Ele falou me encarando.
Angela: Ai meu Deus. Mila você sabia que estava gravida?
Mila: Não, eu não sabia tia. - Falei com o rosto ensopado de lágrimas.
Monica: Gente vamos parar de discutir a Mila acaba de acordar da anestesia.
Minha tia concordou pedindo para Peter se acalmar. Depois se dirigiu a porta com ele.
Angela: Vamos, deixem a Mila descansar, depois nós conversamos.
Mila: Monica, espera, fica um pouco.
Monica fechou a porta, depois se dirigiu até a mim, e se sentou na cama.
Monica: Mila, cara vocês podiam ter evitado isso, caramba você com 17 anos gravida, como foi acontecer?
Mila: Como assim como foi acontecer Monica? Você sabe como. Droga, na maioria das vezes acontecia rápido demais sabe, quando a gente via já estávamos nos beijando e enfim, dentro do carro muitas vezes.
Monica: Meu Deus. E agora? Vai contar pra ele?
Mila: Ham? Pro Tom? Claro que não. Ela não vai ficar sabendo disso, de forma alguma.
Monica: Mila, ele te engravidou, você não vai contar?
Mila: Não, a gente não tem mais nada um com outro.
Monica: Mesmo? Quantas vezes ele sumia ou vocês tiveram uma briga e depois ele vinha correndo atrás de você?
Mila: Agora é diferente Monica, foi ele quem disse com todas as letras que não queria mais. E mesmo que mude de ideia, o que eu acho que não vai acontecer, ele não encosta mais em mim, porque eu não quero.
Monica: Tem certeza?
Mila: Caramba Monica, para de colocar duvidas na cabeça, é isso e pronto. E o jeito como ele falou comigo foi diferente das outras vezes, ela estava certo do que queria.
Monica: Mas você falou que ele admitiu estar apaixonado por você.
Mila: Não com todas as letras.
Monica: Ai meu Deus, como ele é complicado. Sério, ele demonstra de todas as formas estar louco por você, mas não consegue dizer.
Mila:E eu não vou dizer.
Monica: Ta, mas agora você tem esse problema, que envolve ele.
Mila: Que problema? Eu não vou ter mais um bebê, ele não vai ser pai, por isso não precisa saber de nada.
Eu só pude sair do hospital no dia seguinte. Minha tia foi com Monica me buscar a tarde. E em casa não pude evitar conversar com minha tia. Me sentei na cama para descansar e logo depois ela veio até meu quarto.
Eu sabia que ela não se sentia confortável em ter de me por contra parede ou brigar comigo, ela preferia conversar como amiga. Mas o pior de tudo que era extremamente desconfortável falar do Tom com qualquer pessoa, ele era como um segredo pra mim, nossa relação, parecia ser uma coisa só nossa, que só nós dois poderíamos entender.
Angela: Mila, o Tom ta sabendo de alguma coisa?
Mila: Não tia.
Angela: Você tem que avisar a ele.
Eu olhei para ela sem saber o que dizer, mas era bom não contrariar, eu não podia dizer a ela que não tinha intenção alguma de dizer a ele.
Mila: Ok!
Angela: E por favor, se você tiver alguma coisa com esse garoto, se cuide. Eu não vou dizer a você para se afastar dele, por que a culpa não é somente dele. E até onde eu sei ele é maior de idade, você não, isso poderia ter dados alguns problemas, pra ele principalmente.
Mila: O Peter tambem é maior de idade.
Angela: Mas não engravidou você. Isso fugiu do controle, eu não posso controlar você, nem te proibir de nada, eu não sou sua mãe, mas Mila o que você anda fazendo com esse garoto?
Eu abaixei a cabeça, tentando parecer mais culpada do que eu era na verdade.
Mila: Tia, eu não tenho mais nada com ele, nós "terminamos".
Angela: Ok meu bem. Só se cuide.
Mila: E tia, por favor não fale nada pra minha mãe.
Ela me olhou preocupada.
Angela: Mila, um dia você vai ter de dizer.
Mila: Eu só não acho que ela tenha que ter uma participação nisso, sendo que ela nunca teve em todo o resto.
Angela: Você quem sabe.
Passando quase um mês depois de toda essa confusão, e como ele havia dito, nós não nos vimos mais. Nem o carro dele eu vi mais pelo bairro. Me arrisquei a passar algumas vezes na frente do estúdio mas tambem não o vi la.
Peter, depois do acontecido tentou conversar comigo sobre o assunto, mas eu supliquei pra que esquecesse, já que Tom não fazia mais parte da minha vida. Ele concordou.
Quase dois meses na verdade, era o tempo que eu não o via, por fora eu parecia tranquila, mas por dentro estava quase enlouquecendo. Hoje pela amanha ao acordar, de repente me peguei me tocando como se fosse ele, imaginando suas mãos pelo meu corpo, sua boca me beijando daquele jeito que somente ele sabia, pulsando dentro de mim como um animal.
Mas era pior quando pensava no jeito carinhoso dele, no sorriso, nas suas mãos no meu cabelo, quando me tocava delicadamente não querendo me machucar, quando riamos juntos de alguma coisa.
Era melhor para de pensar em tudo isso, não me ajudava em nada, só piorava meu estado.
As férias começavam essa semana, e eu ficaria mesmo por aqui, não pensei em ir pra nenhum lugar.
Minha tia iria sair hoje a noite com o namorado, então perguntei se Peter poderia vir hoje aqui. Ela não se importou.
La pelas 8 ele bateu na porta. Quando abri ele sorriu pra mim e depois levantou a sobrancelha. Eu o convidei para entrar, ele ficou de pé perto do sofá até eu me virar para me sentar.
Mila: O que foi? A gente vai ficar na sala Peter, nem começa.
Peter: O que? Eu não falei nada.
Mila: Engraçadinho.
Ele se sentou no sofá e abriu o braço para que eu me sentasse ao seu lado, me sentei, e ele envolveu o braço em volta do meu pescoço e assim ficamos assistindo um filme que passava na tv.
Peter: Você parece mais animada ultimamente.
Mila: Mesmo? Hum.
Peter: Posso te beijar? To loco pra fazer isso.
Mila: Hahaha!
Eu olhei para ele e não respondi, mas o provoquei com o olhar, ele sorriu e então de pressa me beijou. Tentei não pensar em outra pessoa me beijando e me concentrei em Peter. Ele me puxava contra o peito dele, e quase me engolia com a intensidade do beijo.
Mila: Peter, calma.
Ele me deu um ultimo beijo e parou para respirar. Ele ainda sorria envergonhado pra mim quando alguem bateu na porta nos assustando.
Mila: Ué, quem será?
Peter: Pode ser a minha mãe.
Me levantei para atender enquanto Peter olhava do sofá.
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