sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 46



 Na manha seguinte, eu acordei sentindo algo estranho no colchão, pensei seriamente estar sofrendo um aborto como da outra vez, foi a primeira coisa que pensei.
Eu me levantei e me descobrir para olhar o colchão. Logo abaixo da minha virilha o colchão tinha uma mancha não muito grande de sangue. Eu suspirei fundo, mas logo comecei a me desesperar. O sangramento era pequeno, só podia ter sido por causa do remédio que tomei ontem, mas me preocupava.
Eu corri para o banheiro para me lavar. Peguei o chuveirinho e me lavei, conforme o sangue descia fui percebendo que se tratava na verdade da minha menstruação, e não de um sangramento incomum.

Mila: Oh Deus, só pode ser isso, espero.
Depois de colocar um absorvente, eu tirei o lençol da cama e desci com ele para a lavanderia. Minha tia não estava em casa, então rapidamente coloquei ele na maquina e liguei para lavar.

Durante a semana, 3 dias depois da gente ter se visto, enquanto eu passava pela porta do estúdio, ele me ligou. Eu estava de patins andando pelo bairro. Peguei o celular do meu bolso e fiquei olhando o visor com o nome "Tom" piscando. O celular não parava de tocar, mas não atendi, coloquei novamente no bolso e deixei ele vibrando.
Na porta do estúdio, estava o carro dele, de Bill, e uma BMW, que deveria ser de Gustav ou Georg. Menos de um minuto depois de eu ter ignorado a chamada, o telefone voltou a tocar. Eu ignorei, e deixei tocando.
Quando eu chegava no portão de casa, o telefone voltou a tocar, mas agora era uma mensagem, eu peguei e abri, era dele.

- Eu ainda te pego.

Eu fiquei rindo imaginado a hora que ele me pegasse.
Ele não me ligou mais durante essa semana, se tinha desistido de me procurar, eu não sei. Mas se me procurasse, não iria obter nenhum resultado positivo.
No meu quarto, já deitada na cama, eu fiquei lembrando da noite na casa dele. Do momento que cheguei mais próxima de arrancar tudo que eu queria dele. Dizer que eu bato em sei peito no lugar do seu coração, talvez fosse a coisa mais romântica que eu poderia ouvir dele, isso havia ficado na minha cabeça,e ficava martelando la dentro.

Eu poderia dizer agora o que eu realmente sentia por ele? Porque eu nunca havia dito, na verdade eu havia dito muito menos que ele. E talvez como ele mesmo havia dito, como poderia dizer algo se eu sempre o machucava? Mas e eu? Não sofria tambem? Adiantaria mesmo, eu dizer tudo que esta engasgado aqui? O que eu sabia e já havia entendido, era que não importava quantas vezes ele dissesse que era apaixonado por mim, ele não queria isso, não queria sentir o que sente, e faria de tudo para provar pra si mesmo que tem o controle, isso implicava em me magoar, em me mostrar o quanto eu não era importante pra ele.
Por enquato da minha boca, ele só ouviria uma incerteza, como a duvida que ele sempre me deixava quando ia embora.

Sábado a tarde Monica me ligou me chamando para eu ir com ela, o pai e a mãe, até a praia nesse Domingo. Eu fiquei entusiasmada pra ir, desde o Brasil que eu não ia a uma praia, seria divertido ir com Monica. Nós combinamos então, amanha de manha eu iria até a casa dela e depois iríamos no carro dos seus pais.
Falei com minha tia sobre, e ela gostou bastante da ideia. na hora do jantar ficamos conversando sobre. ela havia feito carne de panela com batatas, eu amava quando ela fazia, suas mãos ainda cozinhavam com aquele tempero brasileiro, me sentia melhor ao me lembrar de casa, dos bons momentos, claro, quando meu pai ainda era vivo.

Meu celular que estava em cima da mesa começou a vibrar. Eu pensei logo em atender, mas olhei primeiro o visor, era Peter me ligando. Olhei para minha tia para ver se ela não se importava se eu atendesse na hora do jantar.
Angela: Não tem problema não, pode atender.
Mila: Ta, só um instante.

Me levantei e fui para a porta da cozinha.
Mila: Fala Peter!
- Oi Mila, eu estou aqui no posto de gasolina. Parece que esse mundo é mesmo pequeno não é?
Mila: Porque ta dizendo isso.
Falei indo em direção a sala.
- Eu estou aqui no posto, abastecendo meu carro, e logo do outro lado, vejo o seu querido namorado.
Mila: Ele não é meu namorado.
- Concerteza não, porque se fosse, ele não estaria aos amassos dentro do carro com uma loira peituda. Consigo ver claramente daqui.

Meu primeiro pensamento foi acreditar em Peter, mas eu sei que ele poderia fazer qualquer coisa para me provocar, porque ele sabia que Tom não admitia muita coisa que fazia.
Mila: Você não te o que fazer Peter? Precisa disso pra chamar minha atenção? Só é pior pra você.
- Acha que eu to mentindo? Quer que eu mande a foto que eu acabei de tirar?
Eu gelei, uma foto mudava tudo, comecei a suar e meu coração se apertou quase me derrubando. Não era possível, que ele estava fazendo isso.
Mila: Manda!
Segundos depois o celular recebeu a mensagem. Eu segurei por alguns instantes antes de abrir, com medo do que sentiria ao ver o que ele fazia nesse exato momento.
Clicei em abrir, e apareceu em zoom Tom e a garrota se beijando. Ele no carro segurando ao volante, enquanto ela o segurava pelo pescoço bastante empolgada com o beijo.
Eu suspirei tão fundo que meu pulmão chegou a doer, mas eu não podia chorar, não podia dar esse gostinho ao Peter.
Mila: Feliz?
- Não, eu não fico feliz em te ver magoada por causa dele, queria que fosse por minha causa que você se magoasse. Mas fazendo isso é o único jeito de mostrar pra você que tudo isso que você protege é inútil, ele não liga pra você.
Mila: Quem é você pra dizer algo sobre o que eu tenho com ele? Você não sabe nada. Não pode dizer nada sobre o que ele sente.
- Não, mas posso dizer sobre o que eu vejo, e ele não merece você, você é muito mais forte, e se rebaixa por causa dele.
Mila: Você não entendeu ainda, eu não me rebaixo, porque eu não tenho medo de me apaixonar, porque eu tenho o controle disso, é ele que não tem, é ele que vem atrás de mim.
- Claro, mas mesmo assim ele vive te traindo.
Mila: Não sou namorada dele Peter. E FODA SE o que ele esta fazendo agora.

Desliguei na cara de Peter, e quase joguei o celular longe. Subi correndo por quarto quase enlouquecendo só de imaginar que enquanto eu estava aqui morrendo de ódio, ele estava só no inicio da noite excitante que ele teria com a tal loira peituda.
Coloquei as mãos nos meus seios imaginando se eram maiores que os meus, que não eram enormes, mas que eram um pouco exagerados.
Mas que merda o que eu to fazendo, tentando me comprar a essa vagabunda?

Eu não sabia o que fazer agora, me sentia como a idiota que sempre fui. Dei uma desculpa qualquer pra minha tia e subi mais cedo para dormir. Depois de tomar banho, me deitei e fiquei olhando por visor do telefone, ele geralmente me ligava no Sábado, mas agora estava fazendo coisa melhor.
Será mesmo que era por isso? Como eu não havia respondido a nenhuma de suas ligações, ele foi atrás de quem o quisesse? E que treparia com ele com a maior boa vontade do mundo, e fizesse tudo que ele quisesse.

Mas consegui me acalmar, eu tinha que pensar em algo, algo pra acabar com isso. Eu estava tentada a provoca lo de alguma forma, mas eu não podia fazer isso. Me lembrei do dia eu passei na casa dele, do quanto foi intimo, do quanto foi nosso. Mas ele fazia questão de destruir tudo isso, colocando mais outras 10 garotas entre nós dois. Eu estava cansada, das injustiças, cansada de ter de ignorar o que ele fazia porque não resistia ao seu toque, que sempre parecia o ultimo, como um ultimo gole de whiskey para um viciado, era só mais um pouco antes de dizer Adeus, mas nunca era na verdade.

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