sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 12

 
- É difícil ficar longe de você. 
- É difícil ficar perto de você.

Cheguei em casa exausta, passei pela porta e fui em direção a escada. Minha tia que estava deitada no sofá se levantou rapidamente olhando meu estado.
Angela: Mila? Mila o que aconteceu? Você voltou tão cedo. Você não bebeu não foi?
Mila: Não tinha, não bebi.
Passei direto e subi para o meu quarto. Ela veio atrás de mim tentar conversar mas eu fechei a porta.
Angela: Querida não quer conversar?
Mila: Nãããão tia. Obrigada.
Fui para o banho e depois de uma ducha quente me deitei de calcinha e sutian mesmo, me cobrindo até a cabeça. Passei a noite pensando no corpo dele se esfregando no daquela garota, e depois no meu. Me rasgando pra conseguir o que queria. Ele mentia, seu corpo mentia quando se mostrava não se importar, ele já era uma vitima, minha vitima.

Já na Segunda, na escola. Monica tentou ser mais cautelosa, me perguntando se eu queria falar sobre o que aconteceu.
Mila: Eu ainda to com tanta raiva. Você não faz ideia.
Monica: Não vai mais falar com ele.
Mila: Não sei, agora não quero ver cara dele tão cedo.
Monica: O que aconteceu no carro? - Eu fiz uma pausa e falei mais baixo.
Mila: A gente brigou! Ele não me deixou sair e a gente acabou transando.
Monica colocou a mão na boca e virou para frente.

Na saída da aula, quase as 3 da tarde ele me ligou. Eu olhei no visor e desliguei o celular. Monica parou para falar com algumas garotas do futebol. Uma delas vestia uma camisa do Tokio Hotel, com a cara dos 4 membros estampadas na frente. Eu bufei e me virei.
Mila: Te espero la na frente!

Voltando pra casa, ele me telefonou mais umas duas vezes. E mais duas vezes eu não atendi. E foi assim durante a semana inteira. Não sai para andar de patins, não fui a casa de Monica. Ela veio algumas vezes aqui, porque sabia que eu não deveria encontra lo, ou então a coisa ficaria feia. Vi algumas vezes ele passar com o carro na frente da casa de minha tia. Temi algumas vezes que ele fosse louco o suficiente para bater na porta, mas ele não o fez. Ainda bem.

Na Sexta eu resolvi sair com os patins, me sentei no banco de madeira do jardim para calça los. Peter apareceu para falar comigo no portão.
Peter: Vai dar uma volta?
Mila: Huum, vou!
Peter: Posso ir junto?
Mila: Ham, desculpa, mas eu gostaria de sair sozinha, eu quero dar uma volta sozinha para pensar, não para conversar.
Peter: Haam, ok! - Falou desapontado.
Eu me preparei para me levantar, Peter correu e me segurou pelas mãos para me ajudar com equilíbrio em cima dos patins. Ele intensionalmente se aproveitou disso, chegou mais perto do que deveria da minha boca quase fazendo nossos rostos se tocarem.

Fui patinando calmamente pela rua. Passei pela rua do estudio e o Cadilac estava estacionado na porta. Eu olhei de rabo de olho pela ultima vez antes de passar pela parede de tijolos e segui em frente.
Quando estava no final da rua olhei para trás, e ele vinha devagar com o carro. Deveria já estar la dentro esperando que eu passasse. Eu virei para frente novamente respirando fundo e o deixei se aproximar.
Quando o carro parou do meu lado, ele abriu o vidro.
Tom: Quer dar uma volta?
Mila: Não sei, não acho uma boa ideia. - Falei tentando dar o mínimo de atenção.
Tom: É só uma volta, entra ai! Por favor! - Falou sem jeito.
Eu olhei para os lados e entrei rapidamente.
Tom: Porque não atendeu minhas ligações?
Mila: Porque eu não quis.
Tom: Por causa do que aconteceu no Domingo?
Mila: Você ta mesmo me perguntando isso?
Tom: Claro que estou. A questão aqui é, porque você fez aquilo?
Mila: Pois é Tom, eu não faço a mínima ideia. Eu fui uma idiota. Não deveria ter feito um décimo daquilo. Eu não tenho nada haver com a sua vida. Ou tenho? Você me diz.

Ele me olhou incomodado com a minha pergunta. Foi diminuindo a velocidade até parar perto de um campo cheio de árvores.

Tom: Ta cada vez mais difícil tudo isso. Você ta acabando com o meu juízo. Eu deveria ter te batido naquele dia pelo o que você fez. Admito que o que a gente fez depois fez a minha raiva passar, um pouco. Mas...- Ele fez uma pausa. - Eu gostei de você ter ido la. Só queria que você dissesse a verdade.
Mila: O que? Que eu fui porque eu sabia que você estaria com uma vagabunda la? Sim foi por isso. Porque eu estava queimando de ódio de você desde o dia que vi você no posto de gasolina com aquela vadia.
Ele sorriu ao me ver falar descontroladamente.
Tom: Mila. Eu preciso falar uma coisa.
Mila: Fala! - Falei engolindo seco.
Tom: Amanha eu vou pra Los Angeles. Eu e Bill vamos com alguns produtores para um estudio la.
Mila: Quando você volta? - Falei quase levantando do banco.
Tom: Talvez semana que vem. Final de semana que vem.
Ficamos em silêncio olhando atravez do vidro a rua vazia.

Mila: É difícil ficar longe de você. - Falei sem me virar.
Tom: É difícil ficar perto de você.

Ele se virou pra mim ao dizer. Meu coração disparou com tamanha força que eu pensei que fosse pular do meu peito. Ele começou a ofegar como eu, e de maneira rápida voou pra cima de mim me roubando um beijo e meu fôlego. Eu o joguei para trás me sentando em seu colo e o beijando enlouquecidamente. Suas mãos subiram pelas minhas costas levantando minha blusa, eu segurava suas tranças com força, enquanto ele me segurava pelo cabelo, fazendo minha cabeça se inclinar parar trás para que ele beijasse meu pescoço.
Mila: Meu Deus Tom, a gente não pode ficar aqui, de dia ainda por cima. - Falei tentando tirar a atenção dele.
Tom: Não, não, deixa eu te tocar só mais um pouco.
Ele continuou a tentar me beijar. Estava difícil não ceder a ele. Meu corpo se jogava sem forças no dele. Nós arriscávamos todo tempo, dois pecadores se esfregando em um vilarejo de famílias religiosas.
Eu puxei meu cabelo para trás que cobria meu rosto, Tom se aproveitou levantando minha blusa e puxando meu sutian. Eu me encostei no volante deixando que ele chupasse e beijasse meus seios.
Tom: Mila...Mila. - Ele repetia meu nome entre os gemidos.
Mila: Tom a gente tem de parar. Alguem pode ver.
Eu o segurei pelo rosto. Ele me olhou com os olhos fervendo de desejo.
Mila: Eu tenho que ir.
Tom: Não, não, vamos pra outro lugar. - Ele me segurou em seu colo.
Mila: Eu não posso agora.
Peguei meus patins, que eu havia tirado nem me lembro como. Eu lhe dei um ultimo beijo rápido e desci do carro. Olhei para trás algumas vezes enquanto me afastava correndo, e o carro permanecia parado encostado as árvores.

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