sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 36



 Durante toda semana na escola, Monica não tocou no nome de Tom a pedido meu. Dando espaço pra ela encher meus ouvidos de perguntas sobre o Peter. Mas admito que ajudava um pouco, pelo menos tirar da minha cabeça e existência de Tom. A conversa no intervalo ficou até um pouco animada.

Monica: Mas o Peter tem um charme vai, eu sempre achei ele bonitinho, aquele cabelo bagunçado no olho.
Mila: Eu nunca disse que ele não era bonito.
Monica: Mas o Tom é mais? - Eu olhei pra cara dela incomodada.
Monica: Aaaai desculpa, eu não queria dizer isso, escapou.
Mila: Ta, tudo bem. Como eu ia dizendo, eu sempre achei o Peter bonito, o único problema é a teimosia dele, mas na verdade todos os problemas que eu tive com o Peter foi por causa de outra pessoa, se não fosse isso, ele na maior parte do tempo foi carinhoso comigo.
Monica:Então, você acha que gosta dele pra namorar mesmo? Porque antes você não tinha assumido meesmo nada com ele.
Mila: É pois é, eu vou esperar ele me perguntar novamente se eu quero namorar com ele, ai eu aceito.
Monica: Haaaa, vamos sair hoje a tarde depois da aula? A gente podia dar uma volta pelo bairro.
Mila: Desde que você não me apronte uma de querer passar pelo estúdio.
Monica: Que estúdio?
Mila: Haha!
Monica: Viu, nem sei do que você ta falando.

Quando voltei para casa já havia combinado com Monica de chamar Peter mais tarde para darmos uma volta. No caminho Monica veio me pentelhando para que eu fosse sozinha com Peter, mas eu não queria que as coisas acontecessem assim, como eu me jogando em Peter, queria que fosse aos poucos.
Depois de tomar um banho e tirar esse cheiro de escola de cima de mim, peguei meus patins e fui bater na porta de Peter. Ele abriu,e ao me ver se espantou um pouco.

Mila: Oi!
Peter: Oi.
Mila: Quer da uma volta comigo..e a Monica?
Peter: Agora?
Mila: Você não pode ir?
Peter: Posso, claro, vou pegar minha bicicleta.

Eu e Peter fomos até a lateral de sua casa pelo lado de fora, ele peguou a bicicleta e veio logo atras de mim pela rua. Monica logo apareceu no final da rua e veio ao nosso encontro.
Monica:Ooooi Peter!

Eu olhei estranho pra ela, como eu esperava, ela iria me jogar de todas as formas pra cima de Peter.
Começamos andando pela nossa rua até o final. Monica se afastava de nós sempre que podia, e Peter estava adorando isso, toda vez que eu olhava pra ele, ele sorria pra mim.
Eu passava a gostar disso mais e mais. Ele se aproximava ainda mais de mim conforme eu sorria pra ele tambem, deixando ele até segurar minha mão enquanto andávamos lado a lado, eu no patins e ele na bicicleta.
E incrivelmente por alguns minutos parei de pensar no Tom. Se ele estava sentindo minha falta ou não, se estava saciando seu desejo com outra qualquer. Mas ainda doía muito pensar que sim, que pra se afastar de mim ele dormiria com cada garota de corpo e pernas a mostra que vivia na Alemanha. Eu não faria o mesmo com Peter, não era somente do meu corpo que eu queria me livrar do Tom, era do coração tambem, por isso não dormiria com Peter pra tentar esquece lo, ou por vingança, porque assim eu provavelmente só faria Peter sofrer ainda mais.

Peter: Hey. - Peter falou de trás de mim.
Mila: Oi!
Peter: Você ta tão bonita hoje, mais corada.
Mila: Haha, deve ser o sol que ta me torrando a pele.
Monica: Aaaai ta tão bonita torrada pelo sol.
Mila: Você tambem, sua bochecha ta parecendo um pimentão.
Peter: Hahahaha.

Eu ria de Monica enfezada, quando ao olhar pra frente novamente não vi que estava com os patins perto da calçada, tentei desviar mas meu patins derrapou e então cai de bunda no chão. Na mesma hora senti minha coluna dar um estalo, uma dor vindo das costas até a frente da minha barriga. Algo não estava bem.

Peter: Mila, mila?
Monica: Haha, ri de mim agora.
Peter veio correndo me levantar percebendo que algo não estava bem, pois eu não consegui me levantar.
Peter: Espera Monica, ela não esta bem. Mila o que foi? Mila.
Mila: Minhas costas e minha barriga, ta doendo muito.
Monica: Ai meu Deus, você consegue se levantar?
Mila: Não sei, acho que sim.
Peter: Espera eu te ajudo.
Peter me pegou pelos braços me levantando do chão, quando eu já havia quase me levantado senti uma pontada da barriga.
Mila: Ai ai ai, espera.
Monica: A gente tem de te levar pra casa agora.
Eu me segurei em Peter e em Monica que foram me levando até em casa. No meio da caminho a dor só piorava, de repente comecei a sentir algo molhado nas minhas pernas.
Monica: Peter, espera. Mila, ai meu Deus, você ta sangrando. Peter a gente tem de levar ela AGORA pra um hospital.

Agora eu comecei a me desesperar de verdade, da onde vinha toda esse sangue? Monica falava sem parar enquanto Peter se mantia calado, ele havia mudado de repente o comportamento.
Ele me levou no colo correndo para seu carro, enquanto Monica ia chamar minha tia.
Ela apareceu correndo no jardim de Peter enquanto nós já nos preparávamos para sair.
Angela: Mila, Mila, pelo amor de Deus o que aconteceu?
Mila: Eu não sei tia..aaaai!
Angela: Peter o que fo....
Peter: Não sei dona Angela.
Ele falou antes mesmo dela terminar. Ela olhou o sangue que escorria do meio das minhas pernas desesperada.
Fomos no carro do Peter e chegando no hospital eu fui logo para emergência ser atendida.
Me levaram para uma sala com minha tia me acompanhando. La dentro já deitada em uma maca e morrendo de dor, uma enfermeira e um medico apareceram para me atender. A enfermeira rapidamente abriu minha pernas para limpar o sangramento, logo depois ela colocou uma agulha no meu braço ligada a uma bolsa de sangue. O medico verificou se meu sangramento continuava, depois deu algumas instruções rapidamente para enfermeira.

- Ela perdeu bastante sangue, vamos leva la para fazer alguns exames de toque agora mesmo.
A enfermeira falou para minha tia, que estava muito preocupada.


Exame de toque? Fui levada logo em seguida na maca mesmo para outra sala cheia de aparelhos, e uma mesa daquelas que se tem nos ginecologistas. Isso tudo me parecia muito estranho e a cada etapa desde que eu cheguei no hospital, as coisas ficavam ainda mais confusas pra mim.
Depois de me deitar, o médico me aplicou uma anestesia. Eu apaguei completamente na mesa, ele ainda conversava com minha mão quando fechei os olhos, ela saiu da sala.

Quando acordei, já estava em um quarto com minha tia, Monica e Peter. Peter estava em pé perto da porta e minha tia sentada com Monica em um sofá.
Minha tia ao me ver acordando se levantou.
Mila: Ta tudo bem? - Falei ainda sonolenta.
Angela: Ta sim querida, ta tudo bem com você? Ta se sentindo melhor?
Mila: Sim, um pouco.
Uma enfermeira entrou na sala e ao me ver acordada disse que chamaria o médico. Depois daquela conversa besta de todo médico, que até me fez me sentir um pouco melhor, ele veio explicar a mim e a minha tia o que havia acontecido. Quando ele começou a falar eu fiquei tensa, depois de falar das dores e do estalo na minha coluna ele chegou na parte que havia me feito sentir tantas dores. Não podia ser pior.

- Por isso todo o sangramento, Mila sofreu um aborto espontâneo, 7 semanas de gestação.

Eu fechei os olhos apertando com toda força, não acreditando no que escutava, quando abri novamente já estava chorando. Olhei para Peter que me olhava nem um pouco surpreso, ele já devia saber o que era desde da hora que comecei a sangrar, e sua expressão era de tristeza. Minha tia me olhou com pesar nos olhos, não me recriminando, mas muito preocupada. Monica mantia a mão na boca não acreditando assim como eu, e ao olhar pra ela eu soube exatamente em quem ela estava pensando. Tom.

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