sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 49



 Quando virei a rua, eu parei me encostando em um carro para tentar me acalmar, eu ria ao mesmo tempo que tentava recuperar o fôlego. Mas entre as minhas pernas ainda queimava, coloquei minha mão entre elas e apertei sentindo minha calcinha umidecida.
Meu telefone que estava no bolso começou a tocar, e claro, era ele.
Mila: Alo! - Atendi rindo.
- Você merecia uma surra, sabia?
Mila: Oooolha a violência!
- Da próxima vez você não vai conseguir fugir.
Mila: Vou me trancar em casa, quero ver o que você faz.
- Você fala assim mas tava gostando que eu sei.
Mila: Aham! - Falei quase gemendo.
- Isso, isso geme que eu to quase gozando.
Mila: O que? Você ta se masturbando no jardim?
- Claro que não, eu já entrei.
Mila: Não acredito nisso.
- Você queria que eu fizesse o que? O bichinho já tava no ponto, se eu não deixar ele sair eu posso ter sérios problemas.
Mila: Hahahaha!
- Para de rir, é sério.
Mila: Ok, eu tenho que ir pra casa, não posso ficar gemendo no meio da rua.
- Volta pra ca.
Mila: De jeito nenhum, você tem o que merece.
- Haha, você que vai ter o que você merece, vai ficar de joelhos, não, de quatro implorando pra eu parar.
Mila: Vai me fazer implorar é?
- Você sabe que, sim.
- Aaahn. - Ele gemeu parecendo estar gozando.
Mila: Tarado.
- A gente se vê!
Mila: Tchau.
- Até!

Eu voltei para casa rindo do estado que eu provavelmente o havia deixado no jardim. Quando entrei em casa minha tia estava na sala, ela me olhou estranho , eu logo achei que era por eu ter feito algo errado , e claro era exatamente o que eu estava fazendo.
Mila: Oi tia. - Falei com cautela.
Angela: Mila , a gente precisa conversar , senta aqui.

Ela me chamou pro sofá , eu fui até la e me sentei com meu coração quase saindo pela boca.
Mila: Fala tia. Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa?
Angela: Não , escuta , seu padrasto me ligou agora a noite...eee , ela esta no hospital com a sua mãe.
Mila: O que aconteceu com ela?
Angela: Ela sofreu um acidente de carro hoje.
Mila: Meu Deus, e como ela ta? Ela ta bem?
Angela: Ela se machucou bastante, mas não correr risco de vida.
eu não sei se me desesperava, ou se ficava aliviada por não ter nada haver com o Tom. Meus Deus como eu conseguia pensar nele agora?
Angela: Ela disse que queria ter ver. Eu falei para o seu padrasto que iria mandar você pra la.
Mila: Sim, eu posso ir, mas você vem comigo, porque eu não posso ficar la tia.
Angela: Mila, eu não vou poder ir com você querida, não tenho dinheiro suficiente para passagens para nós duas agora. E não acho que seja nescessario eu ir, mesmo.

Agora, eu ficava mesmo desesperada, eu morria de medo de ir, porque ela podia usar isso para me manter la, o acidente. Parecia ser de propósito, eu não queria ir pra la de forma alguma na minhas férias, mas agora eu era obrigada. Claro que eu sentia falta dela, e me preocupava, mas eu havia me cansado, de todas as vezes que cuidei dela enquanto ela precisava, mas depois que ela não precisava mais, me tratava como um peso na nova ida dela ao lado do novo marido.
Eu poderia ir, mas teria que me manter firme para enfrenta la.

Mila: Quando eu posso ir?
Angela: Depois de amanha eu consigo as passagens.
Mila: Tudo bem tia, eu vou até la.

No dia seguinte, já acordei ansiosa, pensando em quantos dias eu teria de ficar longe, quanto tempo seria mesmo nescessario eu ficar la, se Tom sentiria minha falta, se eu conseguiria me afastar daqui depois de ter deixado tudo no Brasil.
Ta certo que, ele já havia viajado tantas vezes e ficado longe, mas ele sabia que voltaria, quando voltaria, mas comigo agora era diferente, eu sabia que ela poderia querer me manter la, eu era menor de idade, e ela era minha mãe.

Eu liguei para Monica mais a noite para contar sobre ter de ir para o Brasil, ela ficou triste em pensar que eu talvez não voltaria.

Monica: Ha Mila, agora eu fiquei com medo porque você acha que pode não conseguir voltar?
Mila: Monica, a minha mãe, praticamente me expulsou de casa me mandando vir passar algum tempo por causa do marido, ela acabou de se casar. Eu fiquei muito chateada com isso. Ela sempre foi meio bipolar sabe? Ela faz as coisas impulsivamente, e depois quer fazer o papel de boa mãe, como se esquecesse o que fez comigo. Eu tenho certeza que agora ela já se arrependeu de ter me mandado pra ca, fica dizendo que é uma péssima mãe. Quando eu chegar la ela vai vir chorando dizendo isso, e que quer que eu fique com ela, e que vai ser diferente, mas EU SEI que quando ela estiver bem, ela vai voltar a me por em segundo plano, e eu não vou ficar indo de um lado pro outro que nem um brinquedinho na mão dela.

Monica: Nossa Mila, isso deve ser tão difícil, indiferença de mãe é a pior coisa que existe.
Mila: Você não faz ideia, eu não tenho a intenção de voltar pro Brasil, não pra viver com ela, por isso me cansou. Quando meu pai era vivo, ela raramente me tratava assim, porque ele era muito presente e a influenciava de alguma forma, mas depois que ele morreu, ela não liga mais. Mas eu sabia que ela se importava comigo para somente parecer boa mãe, ela é egoísta, sempre só pensou nela.

Monica: E a sua tia? Ela pode fazer alguma coisa? Caso sua mãe não deixe você voltar?
Mila: Não né, eu sou menor de idade, faço 18 só em Dezembro.
Monica: Pelo menos falta pouco, 5 meses. Depois disso ela não pode fazer nada.
Mila: Eu sei, mas você sabe o que me deixa mais agoniada não é? Ter de ficar longe dele.
Monica: Eu sei, vai falar pra ele sobre a viagem.
Mila: Vou, eu estava pensando em ligar pra ele daqui a pouco e perguntar se ele esta no estúdio. Mas na verdade nem sei se ele vai se importar.
Monica: De você ir para o Brasil? Claro que vai. Vai falar com ele.
Mila: Ta! Te ligo mais tarde.

Eu pensei que seria melhor passar pelo estúdio primeiro para ver se ele estava la, antes de ligar pra ele. A noite eu fui.
Quando saia pelo portão, vi Peter vindo la embaixo na rua, ele passava a mão na boca enxugando algo. Eu fui me aproximando e logo ficou claro que ele sangrava. Ao me ver ele não fez nada, já ia passando direto, mas eu o segurei.
Mila: Peter, Peter, o que aconteceu? Como você se machucou?
Peter: Não foi nada.
Mila: Claro que foi, você ta com a boca sangrando. Fala o que aconteceu.
Ele parou impaciente no portão da casa dele e me olhou irritado.
Peter: Foi ele, eu estava voltando agora do parque, ele parou com o carro ao me ver e já veio me dando um soco.
Mila: O QUE? O Tom? Mas porque?
Peter: Ha você não sabe? Foi correndo contar pra ele que eu vi ele no posto.
Mila: Ai não, eu não estou acreditando nisso.

Apesar de não estar acreditando, eu imaginava que Tom não iria deixar barato.
Peter: Ele falou "Isso é pra você aprender a não se meter na minha vida". Mas eu bati nele tambem, naquele merda.
Mila: É o que você deveria fazer, se meter menos.
Peter: Faça o que você quiser Mila, foda se, vai la cuidar dele.
Mila: Ve se cresce Peter.

Ele entrou me deixando no portão, sem dar a mínima. Eu então fui em direção ao estúdio para tentar falar com ele. Quando cheguei la, o carro dele estava estacionado na porta, o de Bill tambem. Eu me respirei fundo e peguei o celular.

- Alo!
Mila: Eu preciso falar com você, ééé, um pouco urgente.
- Eu não estou sozinho agora, mas a gente pode conversar na varanda. O que aconteceu?
Mila: Eu falo ai, tchau.
- Ok, tchau.

Eu então, fui passei em frente do estúdio pela calçada e fui pelo os fundos.

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