sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 30



 Eu fiquei encarando visor com o nome de Tom piscando. Peter ficou me olhando sem entender.
Peter: O que foi? Atende logo.
Ele puxou minha mão para olhar o visor e viu que era Tom.
Peter: Haa, eu não acredito.
Sem que eu esperasse ele tomou o celular da minha mão e apertou o botão para atender. Meu reflexo foi tão rápido, que me fez voar pra cima de Peter sem medo nenhum de machuca lo. Ele não podia de maneira alguma atender esse telefone.
Mas ele conseguiu. E enquanto eu tentava, sem gritar seu nome pegar o telefone, ele tentava falar com Tom.
Peter: Alo, alo...aqui é o Pet..
Eu tirei o telefone da mão dele e tentei falar com Tom.

Mila: Alo? Tom?

- O que ta acontecendo? - Ele falou secamente.

Mila: Não foi nada, foi a Monica que atendeu.

Ele fez uma pausa no telefone. Uma pausa que me fez ficar mais tensa que eu já estava. Ela já havia percebido a minha mentira.

- Ok Mila, a gente se fala depois.

Mila: Hey...não, não, espera, espera, porque você me ligou?

Eu tentei falar, mas era tarde, ele havia desligado o telefone. E óbvio que ele entendeu o que estava acontecendo Eu olhei para Peter e quase tive vontade de mata lo com minhas próprias mãos.

Mila: Peter, PORQUE VOCÊ FEZ ISSO?
Peter: Porque eu deveria esconder que estou com você?
Mila: Seu criança, idiota.
Eu passei pro banco da frente e fui pegar minha calcinha que estava no banco. A coloquei e guardei o celular na bolsa.
Mila: Me leva pra casa, AGORA.

Eu ficava impressionada com a capacidade que as pessoas tinham de atrapalhar a minha vida. De me fuder sempre que tinham oportunidade. Peter, era o pior deles.
Quando chegamos na porta da minha casa, ele tentou se desculpar.

Peter: Por favor Mila, me desculpa.
Mila: Já reparou que você esta sempre me pedindo desculpas?

Falei agressivamente com ele, que não respondeu. Sai do carro e entrei em casa. Subindo a escada peguei o celular para olhar a chamada.
Quando entrei no quarto, pense logo em ligar pra ele. Mas fiquei com medo. Imaginei que ele poderia estar me ligando para dizer que já estava voltando, ou dizer algo importante. Tudo que ele dizia era importante. Quando ele parava e queria me dizer algo, significava muito. Por isso essa ligação era importante.
Fiquei com isso na cabeça, a semana inteira. A semana que ele não me ligou nenhuma vez. Não apareceu pelo bairro, nem o vi pelo estudio. Provavelmente não havia voltado.
No final de semana, eu fui para casa de Monica passar a tarde. Nos últimos dias nada vinha me distraindo. Eu nunca conseguia me concentrar em algo quando não sabia o que ele estava pensando de mim, ou fazendo, ainda mais depois do que eu fiz. Melhor, o idiota do Peter fez.

Ficamos no sofá conversando e assistindo tv enquanto a mãe de Monica fazia o almoço.
Monica: Cara, eu não te entendo, sério. Você sai com o Peter pra provocar o Tom, e quando ele descobre e faz isso, você fica se martirizando.
Mila: Ha Monica, mas ele ficava com ódio de mim, mas não parava de me ligar. Ele ultimamente nem se quer faz isso. Ele some, e me deixa nesse estado.
Monica: Ai você acha que ele pode estar com outra garota. ou outras, né?
Mila: E ISSO, é o pior de tudo Monica. Quem ele pensa que é pra achar que pode na boa sair com qualquer garota e eu não? Mas que droga, eu não sou namorada dele.
Monica: Outra coisa que eu não entendo. Ele já provou que tem um sentimento de posse meio doentio em cima de você. Sério, pra mim, é pior que ciumes.
Mila: E porque? Me diga.
Monica: Se você não sabe eu vou saber?

De repente a chamada o jornal da TRL nos chamou atenção. No fundo uma foto do Tom. Eu não consegui compreender muito o que a mulher dizia sobre o Tom ser o garanhão da banda e coisas do tipo. Quando eu ficava nervosa eu não conseguia compreender perfeitamente o alemão. Quando a matéria começou, abriu então uma foto do Tom junto de uma garota loira, e muito bonita nos Estados Unidos.

Aquilo foi pior do que eu poderia imaginar. Meu coração batia tão forte ao ver a imagem, dele sentado e rindo com conversas ao pé do ouvido dela. Parecia um casal de namorados apaixonadinhos. Monica me encarou olhando para tv em estado de choque.
Monica: Mila, Mila? Fala comigo.
Eu abaixei a cabeça apertando os olhos e respirei fundo.
Mila: Eu...eu tenho que ir embora.

Em levantei do sofá e fui em direção a porta. Monica me segurou tentando me dizer algo que eu não compreendia.
Monica: Mila, fica calma, você não sabe o que aconteceu. Calma.
Mila: Como eu não sei? Eu sei EXATAMENTE o que ele esta fazendo.

As lágrimas já rolavam do meu rosto, e eu nem sei o porque. Doía, sim doía muito, e queimava o peito ao mesmo tempo. Eu não deveria me importar tanto. Droga, mas porque eu deixava? Porque?

Eu sai porta a fora da casa de Monica, e ele veio atras de mim.
Monica: Mila, porque isso. Você acha que é pra te provocar?
Mila: Não sei Monica, NÃO SEI. Talvez ele tenha se apaixonado mesmo pela Barbie americana. Porque eu deveria achar que ele apareceu na MERDA DA TV com outra só pra me afrontar. Isso é ridículo.
Monica: Mesmo que não seja, ele conseguiu, não foi? Golpe baixo.
Mila: Eu vou embora. Eu preciso ir.

Monica me deu tchau e ficou do portão me vendo ir pela rua completamente desnorteada. Eu chorava feito uma criança pelo caminho até em casa.
Não sei como consegui pensar em Peter nesse momento. Se ele tivesse visto isso na tv, provavelmente estaria pulando de felicidade.
Chegando em casa, subi logo pro meu quarto e bati a porta. Era ridículo tudo isso. Com tempo eu acreditava mais e mais que ele adora, ama ver eu me corroendo de ciumes dele.
E quem era aquela loira idiota? Alguma famosinha ou outra puta que ele queria esfregar na minha cara. Eu me segurei e não fui pra internet procurar nada sobre.
Depois daquele dia no carro com o Peter, ele não voltou a me ligar. E eu não sei como eu reagiria depois de ter visto ele na tv com aquela garota.

Uma semana depois eu decidi ir procura lo em frente ao estudio.
Cheguei da aula na quinta e fui pegar o patins para rodar pelo bairro. Já na rua do estudio, quando me aproximei da entrada, vi o carro dele e o do Bill estacionados. Ele já havia voltado, sei la quando, e não me procurou. Eu fiquei um pouco desesperada, se é que é possivel. Não sei se continuo andando de patins pelo bairro até ele passar por mim, ou se esperava aqui na frente. Mas pra que eu faria isso? Olha o quanto eu estava sendo ridícula. Ele nem se quer me procurou, não me ligou. Devia estar mesmo envolvido com essa tal Barbie.

Eu me sentia tão idiota por estar sofrendo por isso. Como eu havia sido boba e ridícula. me vinha na cabeça ele rindo na foto que apareceu na tv com ela. Me dava vontade de chorar de ódio.
Mas eu tinha que fazer ele saber que eu era indiferente a isso, pelo menos por fora. Ele tinha de saber que não iria me afetar, de forma alguma. Engoli o orgulho e decidi fazer o que eu raramente fazia, liguei pra ele.

Mila: Oi!
- Oi!
Mila: Eu queria falar com você.
- Fala!
Mila: Não por telefone. Você pode...me encontrar mais tarde?
- Haaam, depois das 8 você pode passar aqui no estudio.
Mila: Ok!

Desliguei sem dizer tchau. Ele havia sido seco e frio ao telefone comigo, assim como eu fui com ele.
Mas ainda mais, depois de tudo, me doía mais a indiferença dele. Por mais que o descontrole dele quando ficava com raiva de mim me assustasse, agora eu via que eu precisava demais daquilo. Era o que me dava segurança de te lo sempre de volta.

Eu voltei pra casa, e esperei ansiosamente o relógio passar das 8 horas. Decidi que deveria esperar alguns minutos depois das 8. Esperei até 8:10, e logo depois de jantar, sai novamente. Minha tia não se importou. Disse que queria dar uma volta antes de ir pra cama me deitar. Ela nem ligava muito ultimamente se eu saísse varias vezes ao dia.

Chegando na rua dele, eu já tinha pronto o que eu deveria falar, antes dele achar que eu estava la suplicando que ele não me esquecesse ou que estivesse la para satisfaze lo.

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