sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 33



 Mais a noite, eu ajudava minha tia na cozinha. Ela cozinhava e eu ia lavando a louça que ela havia usado. Conversávamos, quando eu escutei meu celular tocar da sala.
Eu olhei para minha tia e depois sorri sem graça largando a louça na pia.
Quando cheguei na sala, o celular vibrava e tocava em cima do sofá. No visor mostrava o nome de Tom.

Mila: Alo
- Você quer mesmo brincar comigo, não é?

Mila: Quem ta brincando com quem aqui Tom? Me diz você.
- Eu levo você muito a sério, muito. - Ele falou rindo.

Mila: Assim como eu te levo.
- Então, vamos brincar um pouquinho? Aonde você esta?

Mila: Brincar?
- Sim, me diz onde esta sua mão que eu digo onde esta a minha.

Mila: Haha! A minha esta na minha perna.
- Huuuuum, coloca ela no meio das suas pernas.

Eu olhei em direção a cozinha para ver se minha tia não estava no campo de visão, ela não estava. Eu então fiz o que ele pediu.

Mila: Pronto. - Eu escutei a respiração dele um pouco ofegante. - O que você ta fazendo?
- Me masturbando.

Eu comecei a ficar tensa, demais. A gente havia transado a algumas horas atrás,e agora eu o desejava como se fizesse um mês que não trepava com ele.

Mila: Você esta aonde?
- To no meu quarto.

Mila: É eu estou na sala, minha tia ta na cozinha, e eu estava ajudando ela antes de você ligar.
- Vai pro seu quarto então.

Mila: Ai meus Deus.
Eu subi pro meu quarto de mancinho fugindo da cozinha. Entrei no quarto e fui pra minha cama.
- Qual calcinha você esta usando?

Mila: Haaaam, deixa eu ver. É uma rosa, que tem um coração atrás.
- Huum, eu sei qual é.
Mila: Você ta sem roupa?
- Eu estava de toalha, acabei de sair do banho.
Mila: Huuum, interessante.
- Geme pra mim, geme, daquele jeito.
Mila:Haha, que geito?
- De putinha envergonhada.
Mila: Hahaha, é isso que eu sou?
- Éééé, você é sim.

Eu dei uma pausa, e comecei a gemer baixinho no telefone. Eu só conseguia ouvir a respiração dele acelerar aos poucos. Fiquei imaginando o que ele estava fazendo, e fazendo comigo.
- Isso, isso, mais um pouco.

Meu Deus, eu estava quase tendo um colapso com a intensidade da voz dele no telefone. Eu gemia de verdade ao ouvi lo.
Ele soltou um gemido, parecendo ser de dor e ficou em silêncio.
- Espera um pouco.
Eu fiquei rindo esperando ele voltar. Escutei ele pegar novamente o telefone.
- Caramba, meu cachorro subiu em cima de mim.
Mila: Haha, qual nome dele?
- Chippu..hey hey hey, eu to pelado, aqui não, aqui não.
Mila: Hahaha, o que ele ta fazendo?
- Me lambendo. Pronto ele já desceu da cama.
Mila: Gemi como você queria?
- Melhor.

Foram raras as vezes em que nós ficamos tanto tempo no telefone. Tom sempre evitava conversas longas ao telefone, e não sei porque. E quando estávamos juntos e a conversa começava a ficar séria, e ainda mais quando era sobre nós dois, ele mudava de assunto.

Mila: Escuta, quando você vai voltar a fazer shows?
- Haaam, eu não sei ainda, concerteza depois que o CD for lançado nós vamos fazer uma turnê, mas até la vamos tocar ao vivo concerteza, não sei quando ainda. Porque?
Mila: Queria ver você tocando ao vivo um dia.
- Quem sabe.
Mila: E depois que o Cd for finalizado, você não vai precisar tanto vir para o estúdio.
Ele ficou alguns segundos em silêncio antes de responder.
- É, as viagens vão voltar, e eu vou passar mais tempo fora do que na Alemanha.
Mila: Isso é legal, né? Viajar o mundo inteiro.
- Sim, é o melhor de tudo.
Mila: Ai me esquece de uma vez.
- To tentando.

A conversa estava indo para aquele caminho que ele sempre evitava.
Mila: O que foi que a gente fez até agora?
- Se divertiu?
Mila: Não existe diversão em ser machucada.
- Por isso eu te perguntei.
Mila: Foi só o que a gente fez.
- Ok, vamos parar com essa conversa que não vai dar em lugar nenhum.
Mila: Lugar nenhum?
- Eu preciso dormir. Beijo, tchau.

Eu desliguei sem responder. Durante todo o tempo, eu queria mesmo, levar como uma diversão, brincar com ele era o que me mantia sã. Mas eu vezes eu pensava que se entregar a uma possível paixão, como poderia ser a nossa, seria destrutiva. Tanto pra mim quanto pra ele. Juntos parecia que acabaríamos machucando mais ainda um ao outro. Mas ainda, eu não conseguia me imaginar sem ele me tocando, me beijando. Eu preferiria deixa lo antes de ele se cansar de mim. Era o que eu faria.

Durante a semana, eu não falei com ele. Nem o vi pelo bairro. Eu e Monica saímos algumas vezes para passear. Eu dava mais ouvidos as histórias dela do que falava das minhas.
Peter, me procurou algumas vezes em casa para sairmos. E em todas eu arrumei uma desculpa para não sair depois da aula. E ele até se convenceu bem. Ja era época de provas, e eu aproveitei para me focar nisso. Depois vinha as férias. Férias, o que eu faria com elas?

Sábado a noite eu me sentei no sofá para assistir um pouco de tv. Minha tia foi dormir mais cedo, e como eu já estava cansada de ficar no quarto estudando, peguei meu travesseiro e deitei no sofá.
Eu estava deitada no sofá, quase dormindo, quando entrou o programa Taff 7.
Quando surgiu a foto do Tom junto da tal loira americana no fundo, senti aquela pontada que sempre acabava comigo.
E eu jurando estar tendo um deja vu de outro dia, aparece a imagem deles juntos no carro se beijando. Eu nem poderia dizer que fiquei em choque, acho que foi pior. Senti como se tudo tivesse se virado contra mim.
Ela fechando os olhos enquanto ele a beijava e ria dentro no carro. Havia fotos de tudo, deles entrando e saindo de um restaurante, no porto, saindo do carro. Eu não achava possível que isso fosse um novo encontro deles dois. Achei que o telejornal estava se enganando publicando outras fotos do encontro deles nos Estados Unidos. Mas não, isso havia acontecido essa semana, na Alemanha.

Eu abaixei a cabeça evitando olhar para tv, apertei o braço do sofá desejando esfacelar cada pedaço da madeira, e fechei os olhos querendo morrer, pois nunca havia sentido tanto ódio de mim mesma. Pra mim já tinha chegado ao limite.

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