sábado, 9 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 16

Eu sei do risco que eu corri. Eu sei dos riscos que eu corro por sua causa.

Eu entrei batendo a porta e deixei Peter me gritando la fora. Minha tia se levantou assustada do sofa e me olhou preocupada.
Angela: Mila, o que aconteceu? Porque o Peter ta gritando la fora?
Mila: Nada tia, deixa ele gritar até perder a voz.

Eu subi pro meu quarto e bati a porta. Fiquei andando de um lado por outro até conseguir me sentar na cama e me acalmar. Minha tia veio bater na porta perguntando mais uma vez o que tinha acontecido.
Mila: Não foi nada tia, eu e Peter discutimos só isso.
Ela não insistiu mais e desceu. Eu fiquei imaginando no que Tom poderia estar pensando agora. Droga porque o Peter foi aparecer naquela hora?
Eu não aguentei de nervosismo, uma hora depois, liguei para Tom. Ele atendeu nervoso.

Mila: Porque você foi bater nele? Não podia ter feito isso.

- O que? Você acha que eu sou idiota? Aquele babaca veio pra cima de mim achando que tinha alguma autoridade. Primeiro ele vai até a sua casa com você sozinha la, e diz que tem permissão pra isso, e agora vem tirar satisfação comigo?

Mila: Mas você tem noção do risco que você correu? Você tirou sangue de um garoto de 18 anos no meio da rua.

- Eu sei do risco que eu corri. Eu sei dos riscos que eu corro por sua causa.

Mila: O que? A culpa é minha agora?

Ele ja estava em casa com certeza, eu conseguia escutar Bill ao fundo reclamando de algo.

- Porra Bill, não enche o saco.

Mila: Escuta, eu não pedi pra você correr riscos por mim.

- Você ta transando com esse garoto? - Ele falou ignorando o que eu havia dito antes.

Mila: Não!

- E que direito ele acha que tem sobre você? Ta subestimando a minha inteligencia?

Mila: Sério, não da pra conversar com você agora. Nem sei porque liguei.

Desliguei na cara dele e joguei o telefone em cima da cama. Voltei a andar pelo quarto morrendo de ódio. Toda essa manifestação ridícula não poderia ser ciumes, ele gostava de bancar o bonzão, e ter batido em Peter era somente para provar algo pra si mesmo.
Eu não queria que tivesse chegado a esse ponto. Ninguem precisava saber que a gente se encontrava, alem da Monica, agora o Peter sabia. Só espero que ninguem da rua tenha reconhecido o Tom.

Agora, lembrando da reação de Tom depois de ver a forma que Peter falou comigo, eu ficava um pouco assustada. Eu jamais imaginei aquela cena na minha vida. As coisas aconteciam rápido demais. Tom parecia ser outra pessoa quando estava comigo, muito mais sem controle e enfurecida. Não era possível ser eu quem causava isso.

A explicação que eu dei para minha tia depois, só piorou as coisas, ela passou a achar que eu estava namorando o Peter. Se ele, Peter, soubesse disso iria se aproveitar mais ainda.

No Domingo, eu fiquei em casa tentando estudar. Fiquei pensando em varias desculpas e explicações para dar ao Tom. Mas que idiota eu estava sendo. Ele não havia me dado nenhuma explicação de coisa alguma. Deixava eu esquecer e fingia que nada havia acontecido. Foi assim com a garota do posto de gasolina, com a garota na boate. E foi assim ontem. Quando eu tentei conversar sobre a viagem, o ponto que eu queria chegar era esse naquele dia, e o que ele havia feito em Los Angeles, ele mudou de assunto. Eu tinha certeza absoluta que ele não ficou sem uma garota por la. Absoluta.
Eu chamei Monica para vir até aqui. Depois do almoço ela apareceu aqui em casa para conversarmos. Contei sobre a briga e sobre o comportamento de Tom.

Monica: Meu Deus Mila. Foi quase na porta da sua casa? Ele ficou maluco?
Mila: Claro que ficou maluco. Eu quase surtei quando vi ele dando um soco na cara do Peter. Eu não pude falar com ele ainda. O Peter, porque ele ta se achando o meu namorado, só por causa daquele beijo.
Monica: E o Tom? Você já falou com ele?
Mila: Falei ontem pelo telefone, mas ele tava nervoso ainda, não deu pra gente conversar.
Monica: E o que você vai dizer a ele? Já contou do beijo?
Mila: Na hora certa eu conto.
Monica: Na hora certa?
Mila: Sim, quando eu estiver com ódio dele, quando ele me der motivo pra lembrar que ele me usa, e mais nada.
Monica: Te usa? Posso mandar a real? Ele não usa você, nem você usa ele. Vocês dois usam outras pessoas para provocarem ciumes. Ele usa outras garotas e você usa o Peter.
Mila: E porque nós dois faríamos isso?
Monica: Porque vocês estão apaixonados. Serve? E saber o pior, ele ta mais apaixonado por você. Ele ta loco por você. E não, você não esta sendo mais uma groupzinha, acho que ele ja deixou isso bem claro.
Mila: Não Monica..
Monica: Sim, e isso é o pior. Porque ele ta perdendo a cabeça. Sério, ele te leva pro estudio da banda dele pra vocês transarem. E não é qualquer banda, é Tokio Hotel filha, la vive cheio de fans doidas tirando foto, e você poderia ser umas delas, mas ele te deu chave desse lugar secreto para entra la quando quiser. Ele é louco? Ele voltou de Los Angeles, e antes de ir ver a mãe dele, ele foi te ver. Caramba, você é menor de idade, ta vendo o risco que ele ta correndo? Agora me diz você. Só por sexo?
Mila: Você não sabe o que ta falando.
Monica: Ok, você quem sabe. Só toma cuidado.

Eu sabia o que eu sentia por ele. E sim, eu estava loucamente e pertubadoramente apaixonada por ele. Respirar o perfume que vinha da pele dele era como uma droga. Eu não conseguia pensar em mais nada nem ninguem, eu era egoísta até o ultimo fio de cabelo. Não me interessava o coração do Peter, nem a minha reputação. E mesmo o odiando tanto quando ele gemia de prazer ao usar o meu corpo, eu dava tudo que eu podia a ele.

As 8 da noite, ele me ligou. Eu estava na sala ao lado de minha tia e atendi sem pensar, sem sair do lado dela. Foi pior, eu não pude argumentar com a ordem que ele me dava.

- Daqui a 5 minutos eu estou passando na sua esquina. Me encontra la.

Sem responder, eu desliguei o telefone, e olhei para minha tia que me olhava querendo saber quem era.
Mila: Tia, Monica quer conversar comigo. Posso sair?
Angela: De novo?
Mila: Haaaam.
Angela: Não demora.

Só peguei correndo meu casaco em cima da poltrona e sai pra rua. Cobri minha cabeça com o capuz e fui para a esquina. Quando eu ainda me aproximava o carro dele dobrou a esquina e parou do meu lado. Eu entrei rapidamente, e ele sem dizer nada arrancou com o carro.
Mila: Pra onde você esta indo?
Tom: Pro estudio. Pra onde mais iria?
Claro, pra onde mais ele iria? Era para la que ele me levava quando queria matar a fome.
Mila: O que você quer?
Tom: O que eu quero? Eu quero que você fale a verdade. Ta trepando com aquele idiota?
Mila: Não, não estou. A gente se beijou somente.
Ele se virou pra mim incrédulo, acho que ele não acreditou que eu havia falado aquilo.
Tom: Você ta falando sério? - Ele ria de nervoso, não acreditando.
Mila: E você fez o que com aquela garota na boate? Você pensa que é melhor que eu? Concerteza transa com varias outras por ai, e eu não fico sabendo.
Tom: Mas que merda, e porque isso seria da sua conta. - Ele falou como se falasse pra si mesmo.
Mila: Eu não tenho ciumes de você, se acha que é algo parecido com ciumes o que eu estou sentindo.
Tom: Eu não falei nada, você é maluca.
Mila: E eu não cheguei a espancar ninguem tambem.
Ele deu uma porrada no volante e não respondeu.
Parando em frente a porta do estudio, ele desceu, eu abri a porta devagar e depois que ele entrou, eu entrei tambem.

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