sábado, 17 de setembro de 2011

Things Of Life - Capítulo 2 - Second Chance Lost

" A conversa continuava enquanto eu abocanhava com tranqüilidade um pedaço de waffles e quase morro engasgado com o mesmo ao olhar para a mesa mais a frente."


 -ta morrendo. –disse Humberto levantando as mãos.
-calma Tom, tem mais. –brincou Bill me dando um tapa nas costas.


“Vão se fuder” pensei enquanto pegava um copo de suco pra tentar desengasgar enquanto meus olhos enchiam d’água. Ainda bem que esse ‘Deus nos acuda’ não chamou atenção no resto do restaurante e sim, só na nossa mesa, eu tentei tossir o mais baixo possível, e consegui.


Depois de me recompor os garotos voltaram a conversar e eu...estava tentando digerir a sorte que estava tendo de ver ela de novo. Ela que ontem parecia uma capetinha na pista, hoje parecia um anjo sentada a poucos metros de mim. Ela estava linda, super distraída com seu celular enquanto tomava seu café na mesa a frente da nossa no outro lado do corredor, ela usava um jeans básico, uma sapatilha e uma blusa branca que uma das mangas caia mostrando seu ombro completando o look com um óculos escuros naquele rosto meigo e sereno que pude ver hoje com mais clareza...literalmente. E lá estava eu de novo com cara de retardado contemplando aquela garota linda, mas dessa vez ela não me escaparia. Me preparei pra levantar, mas fui broxado pelo gerente do hotel que foi falar com ela.


“puta que o pariu” pensei arrumando meus óculos e tomando um gole de suco pra acalmar. Bendito sejam os óculos escuros, enquanto eles conversam eu olhava tudo disfarçadamente esperando o momento de atacar

“não tem mais o que fazer não é?!” pensei olhando pro gerente e revoltado com a demora da conversa deles, porém não deixava de babar a cada sorriso que ela dava em meio a conversa. Eu estava já pra chegar lá, bater uma palminha e dizer “éé meeeesmooo?!” me sentar e me envolver na conversa.


“aleluia” pensei ao vê-lo saindo de lá e aparentemente vindo em direção a nossa mesa.


“vou dar um oi e pedir licença”


-ola rapares. –disse o gerente realmente chegando em nossa mesa.

-Oii. –falei ameaçando levantar.

-então queria falar uma coisa com vocês. –disse pegando em meu ombro me impedindo de sair.

“ta de sacanagem” pensei incrédulo.


Enquanto ele falava algo que não consegui prestar atenção, eu murmurava um ‘ahaan’ hora olhando pra ele hora olhando para a Bianca, que para o meu desespero se levantou e foi embora.


“ai se eu tivesse uma arma” pensei dando um sorriso amarelo para o gerente que continuava falando sei lá o que.

Depois de terminarmos de tomar café, todos subiram para seus quartos, já eu. Fui até a recepção pra ver se descobria em qual andar ela estava e quem sabe até o quarto.


“noooossaaaa” pensei ao passar por uma hospede no meio do caminho que usava uma saia mais curta do que a vida. Deu ate calor. Chegando a recepção encontrei apenas uma recepcionista distraída.

-bom dia. –falei me aproximando.

-bom dia senhor Kaulitz. –ela disse dando um sorrisinho.

“senhor?!” ri por dentro ao ouvir isso.

-a senhorita podia me dar uma informação sobre uma hospede q.... –ela tentou me broxar sem ao menos me esperar terminar.

-sinto muito, mas não posso dar informações sobre nenhum hospede. –ela disse fazendo um biquinho de lado.

-aaaah por favor. –implorei com carinha de cachorro sem dono, ela se derreteu, mas se controlou.

-mais senhor...imagine se eu desse informações pra todas as pessoas que vem aqui perguntar de você. –ela falou com cara de ‘ãn? Ãn? E ai?’

“é verdade” pensei comigo mesmo, mas não iria desistir assim.


-aah mais eu sei que você pode dar um jeitinho. –falei me inclinando no balcão com cara de sedução. –não pode?! –completei fingindo olhar pra tela do computador enquanto mexia meu piercing com a língua pra ver se surgia algum efeito. Ela respirou fundo mexendo em seus cabelos, vi os pelinhos de seus braços se arrepiarem e mordi meu lábio tentando não rir da reação que causei nela.

-ok. - ela falou respirando fundo.

-iiiiissoooo, sabia que você era uma boa pessoa. –falei abrindo um largo sorriso.

-qual o nome dela?! –indagou me olhando.

-Bianca. –falei batendo no balcão.

-Bianca de que? –perguntou olhando pra tela.

“boa pergunta” pensei fazendo um bico e arqueando uma sobrancelha. “serve o futuro nome?! Bianca Kaulitz” pensei sorrindo e logo parando ao ver a cara de impaciência da recepcionista.

-procura só Bianca. –pedi fazendo uma caretinha. Ela apenas revirou os olhos e assentiu negativamente com a cabeça voltando seus olhos a tela do computador.

-só Bianca vai ser difícil. –falou olhando pra tela.

-não é possível, só se estiver havendo uma convenção de Biancas nesse hotel. –falei a fazendo rir.

-Bianca. –ela falou olhando pra tela enquanto eu esperava ansioso a continuação. –achei uma aqui, Bianca Müller...

“bonito nome” pensei.

-ela fechou a conta hoje de manha e já foi em... –ela parou bruscamente fechando a pagina. –sujou. –completou vendo o gerente se aproximar enquanto eu desnorteado tentava engolir que mais uma vez perdi minha branquinha.

-brigado. –falei quase que inaudível saindo com uma cara de dar pena até a Hitler.
-de nada. –ela falou com dó.


O que me restava agora era subir para o meu quarto e chorar me entupindo de sorvete de chocolate, vestido em um roupão e pantufas de vaca...isso se eu fosse uma mulher. Então apenas ia subir e falar com o Bill mesmo. Fui lerdamente até que me acordei da fossa e vi a porta do elevador quase fechada.


-segura ai pra mim. –gritei correndo e vendo uma mão barrar a porta. –valeu. –falei entrando no elevador ofegante de correr enquanto a porta do mesmo se fechava.

-magina. –respondeu uma voz doce me fazendo levantar meu olhar antes voltado ao chão.

Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog