sábado, 17 de setembro de 2011

Things Of Life 2 - Capítulo 22 - That Idiot

Tom Kaulitz

Hoje faltando exatos 1 semana e 3 dias para o Festival de Banda, nós finalmente nos inscrevemos, e estamos prontos pra vencer. Tokio Hotel...todo mundo que ouve acha o nome da banda um tanto quanto estranho, mas nós adoramos e o escolhemos de uma maneira tão, imprevisível, e é isso que importa. Já a música ainda não sei o que vão achar, as meninas da casa estão putas da vida, pois resolvemos deixar o suspense no ar, elas só saberão no dia. Nossos ensaios são lá na escola de musica, a direção assim que soube que nos inscrevemos, deu o maior apoio e cedeu uma das salas para os nossos ensaios.


I scratched your sweet name
Eu arranhei o seu doce nome
Right into my skin
 Bem no meu braço
You left me bleeding
Você me deixou sangrando
But I couldn't give in
Mas eu não podia desistir



Bill sentado em uma cadeira, cantarolava um trecho da música, batucando em suas pernas enquanto nós arrumávamos os instrumentos “como é bom ser vocalista” resmunguei comigo mesmo enquanto afinava a minha guitarra.


Attention. Bill havia composto essa musica no seu curto tempo de fossa, lá na Alemanha, e se eu não tivesse chegado a tempo, o doido tinha mesmo realizado esse trecho da música. Bom, fora isso, a música é linda, eu adorei a letra assim que a li escrita em um dos vários papeis que estavam jogados no chão de seu apartamento, tratei de pegá-lo e guardá-lo antes que fosse para o lixo, e assim que viemos para a Austrália eu tratei de fazer a parte instrumental da musica...mostrei para Bill e ele a principio quis me matar por ter mexido nas coisas dele, mas assim que ouviu a musica mudou sua cara de poucos amigos e cooperou colocando a voz na música. Eu só não imaginava que iríamos usá-la comercialmente um dia, e nem que esse dia chegaria tão rápido. Confesso que apesar da nossa empolgação de ganhar e ajudar o Georg...lembrar do fato de que vou estar novamente em um palco, me trás muitas lembranças que não gostaria de desenterrá-las, e me da calafrios só de pensar.


Melanie


3 dias pra apresentação dos meninos no festival, e essa casa está a maior correria desde a inscrição. Hoje aproveitando que é sexta-feira, os meninos resolveram descansar...descansar dos ensaios, e ir pra balada. Tomei um bom e quentinho banho, vesti um jeans básico, uma blusinha azul marinho com botões que faziam uma linha vertical em toda a frente da mesma e uma sapatinha simples. Como sempre fomos todos juntos pra balada, só que a ‘balada’ mudou de rumo quando no meio do caminho, todo mundo muito lindo, cheiroso e arrumado, fomos pegos de surpresa por um baita temporal. Ai você pergunta “e daí que choveu? Boates tem teto” e eu respondo, NÓS HAVIAMOS IDO A PÉ! Sim, a pé, porque era perto e assim todos podíamos beber e voltarmos sem representar risco a ninguém na rua, só a nós mesmo haha. Bom a questão é que ficamos encharcados e resolvemos virar para o lado oposto e irmos a praia. Idéia de louco? Eu achei, porque sinceramente eu não ando muito no clima de balada, eu só vim porque insistiram, e ainda me vem e chove?! Puta que o pariu. Pensei enquanto sentava na areia molhada..não mais do que eu.


Fiquei sentada observando a animação de todos rindo, gritando e entrando na água, “corajosos” pensei me encolhendo com a água fria da chuva que batia em meu corpo e em questão de segundos me perdi nos meus pensamento..pensamentos esses que me atormentavam já a um bom tempo, pensamento esse que tinha nome e sobrenome e ridiculamente mexia comigo. Tom Kaulitz. No começo me irritava todo o seu jeito convencido e extremamente cafajeste, mas depois que ele se afastou, senti uma falta patética daquilo, senti falta de sentir raiva de sua presença insistindo em algo que eu não queria..não admitia aceitar que eu QUERIA... queria dizer sim, a cada vez que meu corpo se arrepiava com sua perigosa aproximação, a cada vez que me sentia tonta quando sua respiração junto de suas frases provocantes batiam num sussurro em meu ouvido, sentia falta de tudo aquilo que eu neguei...por medo, e orgulho bobo.



-vai ficar ai congelando? –disse Bill sentando-se ao meu lado e me tirando do transe.

-ãã?..não eu...depois eu vou. –falei abraçando os meus joelhos e lhe oferecendo um sorrisinho fraco.

-você sempre deixa tudo pra depois? –Bill disse me olhando de canto de olho.

-o que? –falei quase que inaudível me virando pra ele.

-você sabe. –falou olhando pra frente e eu acompanhei seu olhar que havia ido em direção a Tom.

Abaixei meu olhar, fitando a areia engolindo minhas malditas escolhas.

-sabe...uma coisa que eu aprendi é pensar menos e agir mais, deixar o medo e as duvidas de lado e encarar de peito aberto..seja lá o que me aguarda, pode valer a pena ou não. –deu de ombros. -mas só vou saber se eu fizer. –Bill completou enquanto eu me martirizava por dentro, pelo fato de não ter agido...enquanto meu olhar se perdia entre todos ali se divertindo na água...e engoli seco, ao ver o braço de Tom envolver Nay em um abraço de lado e um sorriso extremamente lindo estampando seu rosto...depois de recuperar o ar que havia sido cortado de meus pulmões, disse fraco para Bill:


-eu já vou. –me levantei e antes que ele se pronunciasse completei. –não se preocupe, é pertinho. –falei lhe jogando um beijo no ar e corri em direção a rua.



Cheguei em casa em poucos minutos, depois de correr como uma louca na chuva, só me faltava um vestido de noiva e gritar ‘porqueeeeeeeeee?’ pra virar logo um dramalhão mexicano. Eu estava me sentindo uma completa idiota, com raiva de mim e do meu geniozinho difícil. Tirei as sapatilhas na porta de casa e entrei totalmente encharcada, sem ligar para a sujeira que estava deixando no chão, passei pela sala e ao avistar uma garrafa de Whiskey que estava pela metade, a peguei e levei para meu quarto...me sentei na cama ainda molhada e me sentindo no fundo da fossa, tomei tudo da garrafa na tentativa de afastar os pensamentos que me consumiam cada vez mais.


Não sei por quanto tempo fiquei ali sozinha, aérea com pensamentos, só sei que despertei assustada com o modo que Tom surgiu no quarto:



-Mel? –ele disse entrando sem bater na porta e com um semblante um tato quanto assustado, e sem me dar tempo de responder qualquer coisa ele continuou. –tá doida de vir sozinha desse jeito? A praia é perto, mas é perigoso garota...vim assim que o Bill falou, deixei o pessoal vir com mais calma. –disse se aproximando enquanto eu sustentava minha cara de nada.

-e desde quando você se importa? –falei seca.

-Mel, do que vo...você bebeu garota? –disse alternando seu olhar entre mim e a garrafa vazia no chão. –você bebeu. –confirmou pra si mesmo. –que que te deu Mel? Seu parafuso folgado, soltou de vez é? –disse se sentando ao meu lado.


Deve ser o efeito do álcool, mas tudo o que Tom dizia desde que entrou no quarto, não passavam de bla bla bla’s sem importância em minha cabeça...a única coisa que eu conseguia pensar de fato era, em todo esse tempo que eu perdi negando algo que eu sabia que queria, e então após as palavras de Bill soarem em minha mente “seja lá o que me aguarda, pode valer a pena ou não..mas só vou saber se eu fizer”...resolvi agir:


-Tom. –falei com a voz baixa fazendo um bico.

-fala. –ele disse ainda me olhando com cara de pai dando sermão.

-vem cá. –falei com o mesmo tom de voz, lhe estendendo as mãos.

Franzinho levemente a testa sem entender, Tom pegou em minhas mãos e se aproximou mais, ficando sentado quase no meio da cama. –to aqui. –sussurrou sem conseguir segurar um meio sorriso ainda confuso.

-é...aonde eu sempre quis. –falei me levantando sobre os joelhos e soltando suas mãos. –sempre quis, mas nunca admiti. –falei sentando em seu colo o olhando nos olhos.  Tom abria e fechava a boca a procura de palavras..que não vinham, então continuei. –eu tinha raiva de te querer. –sussurrei em seu ouvido o vendo se arrepiar. –raiva de ter você nos meus malditos sonhos. –falei começando a desabotoar os botões de cima de minha blusa, tento meu movimentos das mãos seguidos pelos olhos de Tom que parecia estar com a respiração um tanto falha. –mas raiva ainda por ter perdido tanto tempo. –falava agora o encarado e continuando a abrir os botões da blusa que a esta altura já mostrava meu sutiã.


-Mel, não. –Tom disse segurando meu braço me impedido de continuar. – você está...melhor não, Mel.

-pra que esperar mais. –falei pegando rápido em seu pescoço e o puxando para um beijo. Tom a principio hesitou em se mexer, mas logo seus lábios ainda frios da chuva deram espaço a minha língua de encontro a sua, e seus dedos se entrelaçaram em meus cabelos úmido, agarrei seu pescoço com força o puxando para mais perto...o beijo estava se intensificando cada vez mais, mas de uma outra pra outra, aos poucos senti Tom fraquejando seus movimentos e num súbito desgrudou seus lábios dos meus, grudando nossas testas e mantendo os olhos fechados.


- o que foi? –falei tentando controlar a respiração.

-não é certo, eu sou um idiota. –disse soltando o ar pesadamente.

-porque não? eu não estou bêbada, eu sei que eu quero. –falei indignada com as mãos em seu rosto.

-mas.... –começou segurando em meus braços e ainda com o olhar perdido como se estivesse colocando as idéias no lugar completou. -eu não quero. –disse me deixando totalmente sem reação. –me desculpa. -falou tirando devagar minhas mãos de seu rosto.

-Tom. –falei quase que inaudível o encarando ainda confusa enquanto ele me tirava de seu colo.

-desculpa. –falou me dando um beijo na testa e saindo apressado e atordoado do quarto.

Fiquei ali imóvel e fitando a porta já fechada por um bom tempo, tentando digerir tudo o que havia acabado de acontecer. Idiota, era uma palavra que se encaixava pra ambos no momento. Me pus a chorar..chorar compulsivamente, devido aos sentimentos de ódio, vergonha e tantos outros que não conseguia definir no momento...mas apenas uma conclusão é a que me matava mais. Ele percebeu que não era a mim que ele queria.

Por: Grasiele

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