sábado, 17 de setembro de 2011

Things Of Life 2 - Capítulo 9 - Painful Memories

Tom Kaulitz
Acordei umas 8:10, estava sozinho no quarto, levantei preguiçosamente e fui ao banheiro...encarei no espelho, por alguns instantes, o reflexo de meu rosto, abatido e inchado, pela péssima noite cheia de lembranças que tive...tomei um banho rápido pra despertar, me vesti e desci apressado, pois já estava meio atrasado pra ir pra reunião que teria hoje na escola de musica, passei rápido na cozinha pra beber pelo menos um suco:


-aai que susto! –disse Nay com a mão no coração ao se virar e me ver.

-desculpa. –falei dando um sorrisinho fraco.

-pensei que estava dormindo.

-e você ia deixar?! –falei arqueando as sobrancelhas.

-o que?..claro que ia, e... –falou com cara de ‘óbvio’ logo mudando pra uma de ‘nossa esqueci’ –aah...pequeno detalhe. –falou soltando um risinho sem graça. –ligaram da escola avisando que a reunião foi cancelada.

-sério?! –perguntei o óbvio e ela assentiu em positivo. –que bom! –falei respirando fundo. –não tava com cabeça pra isso. –falei pra mim mesmo, me sentando na cadeira, mas foi alto o suficiente pra ela ouvir.


Nay se preparou pra dizer algo, mas desistiu, foi em direção a o armário pegou uma xícara e umas torradas pra mim, e eu agradeci mentalmente por isso.


Por mais que ela se preocupasse comigo ou tivesse uma curiosidade comum em saber do porque eu ter ficado naquele estado na ultima noite, ela respeitava o meu espaço e nunca forçou querer saber nada do meu passado.


Logo Gustav e Julinha apareceram e tomaram café com agente, tomei o meu rapidinho, pedi licença e sai, sai a pé mesmo, precisava andar, espairecer, e como de costume quando me sentia assim, fui pra praia, praia está que estava quase vazia, me sentei na areia e olhando o mar me permiti chorar conforme lembranças passavam em minha mente.


[flash back]
-dormiu bem meu lindo? –Bia perguntou com uma voz doce se sentando ao meu lado.
-NÃO. –respondi seco me virando pra frente com cara de poucos amigos.
-humm que lindooo assim braviiiinho. –ela falou mexendo no meu queixo.
“cachorra” pensei tentando não rir.
*********
-.....50 cent…Timbaland…EMINEM. –frisou.  -tem Lose Yourself? –perguntou me olhando rápido.
Mordi meu lábio ficando pensativo. –tem.-falei assentindo em positivo.
-adoro ela! –exclamou.
-eu também. –concordei.
-só tem rap aqui, opaaaaaah  MILEY CYRUS? –falou incrédula me olhando boquiaberta.
-o queeeeeeeee? –falei mais incrédulo ainda arregalando os olhos.
-brincadeira. –falou gargalhando.
-mais nem de brincadeira, ninguém merece uma praga dessas. –falei assentindo negativamente.
-é. –ela concordou fazendo cara de nojo.
[/flash back]


Ri sozinho secando as lagrimas lembrando de como a Bia estava sempre de bom humor, com aquele sorriso enorme estampado no rosto, e de como ela brincava comigo, dizendo que eu ficava quase sem olho quando ria, dizendo que era lindo, me deixando extremamente sem graça.


Nem sei quantas hora se passaram desde que cheguei aqui, muitas provavelmente pois já estava querendo escurecer. Respirei fundo limpando mais uma vez as lagrimas e me arrumando na areia, quando percebi a presença de Nay se sentando ao meu lado.


-já tava ficando preocupada. –disse Nay com uma voz doce, olhando para o mar.

-eu...

-não precisa dizer nada, não, Tom.

Não sei exatamente o porque, mas senti que já estava na hora de me abrir com ela, ela me faia sentir seguro o suficiente pra isso:

-mais eu quero. –falei virando meu rosto pra ela.

-pode falar. –ela disse quase que inaudível.

Respirei fundo e voltando a olhar pra frente, comecei:

–tenho pesadelos constantes, e sempre igual...venho os tendo a 1 ano e 6 meses, mais precisamente. –comecei cruzando os braços em volta das minhas pernas dobradas.

-nunca tinha visto..até ontem.

-é. –falei respirando fundo. –desde que me mudei pra sua casa, não os tinha tido mais.

-e o porque deles? –falou olhando pra mim, logo voltando o olhar pra frente.

-não sei...culpa...inconformismo..injustiça. –falei semicerrando os olhos tentando prender o choro de tristeza e raiva pelo acontecido.

-Tom..é melhor. –Nay dizia passando a mão em meu ombro, procurando palavras. -..não precisa falar.

-ela era tudo pra mim. –falei soltando o choro engasgado junto com um soluço. –eu sentia que com ela, eu poderia passar toda a minha vida, EU PODIA! –falei dando um soco na areia. –eu podia. –sussurrei encostando a cabeça nos meus joelhos.



*******************************************
Nayara
Eu estava em choque com tudo aquilo, com Tom daquele estado, e tentando digerir cada palavra dita até ali..então Tom tinha alguém, Tom já tinha AMADO alguém...esse Tom que pega mais não se apega, que eu conheci era só um escudo, pelo que estou entendendo:


-mais o que ouve? –perguntei meio angustiada tentando entender mais.

-um acidente......... um maldito acidente –Tom falou entre os dentes , ainda virado para a frente com os olhos semicerrados. –acidente esse, que invade os meus malditos sonho desde então. –ele falou respirando fundo.

-e você estava junto?

-não..infelizmente não. –falou respirando fundo novamente, voltando seu olhar para o chão. –era tudo o que eu mais queria...ter morrido junto...fisicamente, claro. –falou soltando um risinho fraco me causando um forte aperto no coração. –desde que ela se foi...Bia, o nome dela era Bia...Bianca! –ele falou olhando pra mim e esboçando um meigo sorriso, me fazendo rir também.

-bonito nome. –falei baixinho.

-assim como ela. –falou assentindo em positivo. –e como nosso amor.

–falou e as lagrimas voltaram a rolar silenciosamente em seu rosto.

-imagino.  –falei olhando o mar.

-foi tudo tão injusto...como aconteceu...tava tudo indo tão bem...nós, a banda.

-banda?

-é..eu tinha uma banda..na Alemanha, com meu irmão e mais dois amigos. –falou assentindo em positivo.

-deixa eu adivinhar, você era o guitarrista?! –falei sorrindo.

-o melhor guitarrista da Alemanha, diga se passagem. –falou finalmente voltando aquele Tom que eu conhecia.

-e agora da Austrália também. –falei puxando o saco, feliz com sua feição mais animada.

-é. –falou dando um sorriso. –mas nada disso importa mais. -falou voltado a se fechar. –e nem deveria ter importado..principalmente naquela noite.

-porque?

-porque...... –começou se arrumando na areia. –-no dia do acidente da Bia, eu estava com a banda em um festival em Berlim, e ela em Frankfurt pra uma reunião da empresa aonde trabalhava...ela me ligou antes de sair de casa, pra desejar boa sorte na apresentação. –falou rindo. –e pra se despedir...pra sempre. –as ultimas palavras saíram quase que inaudível junto com lagrimas, lagrimas que sem pedir licença começaram a sair de meus olhos também, ao vê-lo assim.

A cada palavra misturada com um choro de magoa que eu ouvia, meus pelinhos se arrepiavam, e eu não sabia como agir, a vontade que tinha era de pegá-lo no colo e o fazer dormir para esquecer tudo, como uma criança, mas não...ele nunca iria esquecer, ninguém esqueceria, e tentando conter as lagrimas, Tom continuou:

-faltavam poucos minutos para o show. –falou respirando fundo varias vezes lutando contra as lagrimas, enquanto as minhas já rolavam sem nenhum controle. –ee.....meu celular tocou, era do hospital avisando o que havia acontecido...EU TENTEI, eu entrei em desespero, queria sair dali, ir para o hospital a qualquer custo, mas todos queriam o show..era um show importante eu sei, mas eu não queria, eu não queria mais nada além de ESTAR LÁÁ...COM ELA. –ele falava nervoso gesticulando com as mãos. –mas...- falou assentindo em negativo. –mas ai eu resolvi ficar por eles, não queria me sentir responsável por estragar o sonho de ninguém...também, porque eu não sabia que o meu estava morrendo naquele momento. –completou sem forçar seguido de um soluço angustiante.

-caramba. –falei quase que inaudível levando as mãos na boca, em meio a lagrimas.  


-ai eu fiz a merda do show. –falou chorando com um bico enorme me fazendo automaticamente fazer um bico de dó também. –e fui o mais rápido possível ao hospital..eu tava com medo, tava preocupado, mas não imaginava, NUNCA, que o pior acontecesse...e aconteceu...e sem nem ao menos conseguir me despedir, ela se foi...levando a minha vida junto..porque ELA, ela era a minha vida. –completou caindo em um choro profundo.

-ai Tom. –falei o abraçando e ficamos chorando juntos por um tempo...com a cabeça deitada em meu ombro, ele me abraçava mais forte a cada soluço, enquanto eu acariciava seu rosto.

O sol já havia ido embora, quando Tom ainda em meu colo, voltou a falar:

-desde então a banda acabou, assim como a minha vontade de viver. –ele falava baixo. –passei o resto do ano, e mais o outro...apenas respirando...nada mais me animava, não saia de casa, exceto para ir ao cemitério, lamentar consecutivamente por não ter morrido junto com ela.

-mas Tom. –comecei receosa. –eu sei que deve ter sido muito difícil...horrível...mas a vida continua, mesmo...sem ela. –falei com um certo medo dele explodir, mas só o ouvi respirar fundo, então prossegui. –eu sei que você já deu uma boa melhorada..mas vejo que só exteriormente Tom...mesmo depois de todo esse tempo, você continua se torturando e se culpando por algo que você não tem culpa Tom.

-tenho. –ele finalmente falou. –a gente não se despediu direito por culpa minha. –falou se levantando do meu colo, ficando de frente pra mim.

-mais você não sabia, não podia imaginar. –sussurrei assentindo em negativo.

-mas...

-mas nada Tom. –falei o interrompendo. –eu sei que ela foi...é, muito importante pra você, que jamais vai esquecê-la, claro. –falei respirando fundo. –mais mesmo assim....você tem que seguir enfrente..de verdade, não só aparentar, e sim, SER, feliz de novo Tom, sem precisar, substitui - lá nem nada...apenas dar uma nova chance a você. –falava enquanto Tom apenas me olhava com um semblante sereno, porém cansado. –você ta vivo Tom, e ela também..dentro de você, e pelo que percebi do amor de vocês, ela não ia gostar nem um pouco de te ver sofrendo todo esse tempo. –falei acariciando seu rosto e sem conseguir segurar, ele esboçou um pequeno sorriso.

-vejo que arrumei mesmo, uma psicóloga profissional. –falou e rimos juntos.

-sim senhor calças largas, e nosso Drink de hoje, foi a base de lagrimas né?! –falei limpando seu rosto.

-garçom..eu to carente. –falou com um bico imenso, fiz o mesmo e em meio a lagrimas e risos nos abraçamos novamente. –você não existe Nay.

-existo sim...e vou te ajudar a superar isso. –falei dando um beijinho em sua bochecha.

Ficamos lá por mais um tempinho, fomos andando calmamente pelas areias aproveitando o ventinho agradável que fazia naquela noite, voltamos pra casa, enquanto Tom me contava mais sobre a Bia...ri muito dos desencontros e interrupções que aconteceram antes dos dois se acertarem de vez...foi uma linda história.

Por: Grasiele

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