sábado, 17 de setembro de 2011

Things Of Life - Capítulo 12 - My Love, My Life, My Beautiful… Nightmare

Minutos depois havíamos chegado ao hospital, entrei feito louco na recepção, a procura de informação, não vi os pais da Bia, nem nenhum conhecido.


“acho que já está recebendo visita” pensei de imediato.

-por favor eu preciso de informações sobre a paciente Bianca Nietzsche. –falei pra recepcionista tentando manter a calma.

-Bianca...? –ela falou com uma pausa querendo saber o sobrenome novamente.

- Nietzs.... –falei sendo interrompido pela voz de um homem.

-Tom? –perguntou me fazendo virar.

-eu. –falei de imediato vendo que se tratava de um médico.

-sou o Doutor Sebastian Kerwald, falei com você pelo celular. –disse o senhor alto, de cabelos grisalhos e olhos azuis estendendo a mão para me cumprimentar.

-e como ela está? –falei esfregando as mãos impaciente depois de cumprimentá-lo.

-err...você veio sozinho? –ele perguntou e Bill se aproximou em seguida.

-não..eu vim com El..

-como ela estáá??? Eu quero ver ela logo –falei interrompendo Bill.

-olha rapaz, você terá que ser forte. –começou o médico respirando fundo, me fazendo gelar. –Bianca deu entrada aqui com um traumatismo craniano muito forte, fizemos uma bateria de exames e a cirurgia seria inevitável...pedimos a autorização da família para a cirurgia, o que logo foi concebida porém... –ele disse engolindo seco. –não ouve tempo e...ela veio a falecer a 7 minutos atrás. –concluiu a frase que jamais pensei ouvir. Meu coração perdeu totalmente o ritmo e minha respiração falhou ao ouvir tais palavras, ele só podia estar brincando com a minha cara.

-que? –falei praticamente inaudível já com os olhos lacrimejados.

-meu Deus. –sussurrou Bill levando as mãos até a boca.

-eu sinto muito. –o médico disse colocando a mão em meu ombro.

-SENTE MUITO???????? –gritei tirando seu braço de mim.

-calma Tom. –disse Bill ao meu lado.

-VOCÊ SENTE ÉÉÉ? SENTE NAAAAAAAAAADAA! –falei e todos os olhares se voltaram pra mim.  -VOCÊ É UM INCOPETENTEEEE! –falei respirando fundo com ódio no olhar, ódio de todos..mais principalmente ódio de mim que não vim assim que recebi o telefonema. -VOCÊ DEIXOU ELA MORRER, DEIXOU MINHA MENINA MORRER. –berrei avançando em cima do médico mais sendo segurado por Bill enquanto eu respirava ofegante. –ela....eu não acredito nisso. –falava tremulo olhando pra baixo com um choro engasgado. –cadê ela? CADE ELA? EU QUERO VER ELA AGORAAAAA. –gritei arrancando a prancheta das mãos do médico.

Minhas mãos tremulas e meus olhos embaçados de nervoso não me deixavam achar o numero da sala na fixa.

-3° andar, sala 176. –disse o médico num tom de pena.

Joguei a prancheta no chão e sai correndo, não agüentei esperar o elevador e subi as escadas correndo, passei pelos enormes corredores, esbarrando em médicos e outras pessoas, talvez pacientes...tanto faz, só sei que travei ao parar em frente a sala 176, minhas mãos suavam frio e meu corpo foi perdendo a força, escorei minhas mãos na porta e de cabeça baixa respirava fundo tentando ter forças pra entrar...até que agarrei a maçaneta com força e avirei abrindo a porta lentamente.

-o senhor, quem é? –falou uma enfermeira lá dentro, indo de encontro a porta.

-s..so...o namorado... –falei apontando para a cama ainda sem conseguir olhar direito.

-aah ok...err..vou sair preciso falar com os pais dela, sinto muito. –falou pegado em meu ombro antes de sair, nada respondi.

Ainda parado no meio daquele quarto contraia meus lábios olhando para o corpo coberto, fui em passos lentos até a cama e depois de respirar fundo puxei o lençol enquanto um arrepio percorria minha espinha, parecia que meu coração sairia a qualquer momento pela minha garganta e minhas mãos tremiam descontroladamente ao ver seus cabelos negros sujos de sangue, descobri finalmente todo seu rosto e metade do corpo, sentindo como se facadas atravessassem meu coração naquele momento, e eu preferia que estivessem atravessando mesmo, preferia estar morto também, do que sentir tanta dor..do que viver sem ela.


Passei minha mão sobre seu rosto delicado e extremamente pálido enquanto assentia com a cabeça em negativo.


Passei a ponta de meu dedo tremulo contornando as borboletinhas negras tatuadas em sua mão totalmente gélida e pálida, ainda sentindo um forte e agonizante nó em minha garganta, apertei forte sua mão levando meu rosto até a mesma.


-Bia. –falei sem forças finalmente caindo em um choro profundo, me debrucei sobre seu corpo e o abraçava com força, como uma criança machucada que se agarra a mãe.

Sentia minha garganta doer conforme o choro aumentava junto com os soluços e a dor que sentia dentro de mim.

–ôôô Biiiaa porque meu amor, porque?? –falava baixo totalmente incrédulo tocando seu rosto.

-me desculpa. –falava próximo ao seu rosto o lavando de lagrimas. –desculpa por não ter vindo antes, desculpa, desculpa. –dizia em meio a um choro descontrolado. –eu sou um idiota...um idiota. –falava quase que inaudível agarrado em sua roupa. –me perdoa meu amor, me perdoa. –falava baixo debruçado sobre ela e tendo meus olhos totalmente embaçados pelas lagrimas. Fiquei assim por longos minutos.

Não podia acreditar, não podia aceitar o que estava acontecendo, era tão injusto, tão cruel, quando eu finalmente encontrei o amor da minha vida, ele é tirado de mim assim, sem permissão.


Dei um pequeno selinho em seus lábios arroxeados.

-o que vai ser de mim sem você? –falei ainda soluçando e acariciando seus cabelos.

Lagrimas rolavam a cada traço de seu rosto que eu acariciava, rosto esse totalmente pálido e gélido, rosto esse que nunca mais sorrira pra mim e me fazer feliz a cada palavra dita, o rosto de menina que me fazia ficar totalmente abobado e derretido com tamanha perfeição, agora não tem mais vida.


Fiquei agarrado a ela,lembrando de cada momento bom vivenciado por nós, que nunca mais voltara, mais nunca sairá de minha memória, chorei até não poder mais ali, até que Bill apareceu e contra minha vontade me tirou do quarto.

Já na recepção vi os pais da Bia, não fui falar com eles, os vi de longe apenas, não queria falar com eles agora, então fiquei sentado num sofá, totalmente desolado fitando o nada, junto de Bill.

Naquele transe em que estava, ouvia vozes no ambiente, mas não entendia nada, não enxergava nada, nem queria estar ali...eu queria morrer, morrer literalmente, porque ali eu já me sentia morto, Bianca se foi levando minha alma junto, minha alegria...minha alegria era ela.

-oo Tom. –Bill falou colocando a mão no meu ombro, o suficiente pra mim desmoronar de novo, abaixei a cabeça deixando o choro sair silenciosamente, Bill me abraçou de lado e eu virei o abraçando forte e lá ficamos chorando junto por mais um tempo.

-porque Bill? Porque comigo? –falava abafado em seu pescoço.

-eu...não sei o que dizer. –Bill disse me abraçando mais forte.

-seu eu tivesse vindo antes, se eu tivesse vindo na hora que ligaram...eu ia vim..eu queria ter vindo. –falava entre soluços limpando as lagrimas.

-eu sei Tom, mais....você não ia poder fazer nada mano....

-EU IA VER ELA BILL....EU IA VER ELA VIVA. –falei alterado. –eu ia me despedir. –falei tremendo o queixo ameaçando voltar a chorar.

-eu sei. –Bill falou quase que inaudível.

Me afundei no sofá com as mãos no rosto, o fato da existência da banda ter me impedido de vir na mesma hora que fiquei sabendo, martelava na minha cabeça, uma  raiva disso misturada com remorso e a raiva de mim mesmo por não ter mandado a todos se foder, e ter feito o que eu queria, me consumia  a cada minuto.


-eu devia ter vindo..eu nunca vou me perdoar por isso. –falava fitando o nada.

-não fala isso Tom,a culpa não é sua. –Bill disse colocando a mão em meu ombro.

-é sim. –falei voltando a chorar Bill me puxou me fazendo deitar a cabeça em seu colo.

-não é Tom..não fica assim...isso me mata. –Bill dizia limpando minhas lagrimas silenciosas.

-e eu morri...junto com ela. –falei sem forças.

[flashback]
-ai Deus, eu tenho claustrofobia. –ela disse colocando a mão no coração me assustando. –brincadeira. –ela disse rindo.
“doida” pensei rindo aliviado.

*****************

-dormiu bem meu lindo? –perguntou com uma voz doce se sentando ao meu lado.

*****************

-me laaaarga seu safado. –ela falou ainda rindo e forçando os braços que eu segurava forte.
-beijinho. –falei fazendo bico.
-prefiro brigadeiro. –falou arqueando uma sobrancelha me fazendo rir.

*****************



-não cara, o show. –disse Humberto.

*****************

-te amo muito viu?!
-muito tipo quanto? –falei zoando e ela riu.
-muito tipo, mais do que a mim mesma.

*****************

-ta nas suas mãos. –disse Humberto passando a mão em meu ombro.

*****************

tchau meu amor. –falou e ouvi um beijo no telefone.

*****************

-não cara, o show

(nas suas mão...suas mãos) 




[/flashback]


-essa porcaria de banda. – falei me levantando do colo de Bill. –tudo culpa dela..tudo....eu vou sair da banda. –falei semicerrando os olhos.

-para com isso Tom..você ta de cabeça quente.

-EU VOU SAIR! –falei convicto. –vocês que continuem, porque pra mim não faz mais sentido.

-Tom..eu não fico sem você, sem você não tem banda.

-então a banda acabou! –falei seco.

FIM!


A vida nos prega peças que ninguém pode explicar, e nem todos conseguem aceitar. Quando tudo parece perfeito, e mais feliz não pode ficar, como num grande pesadelo, algo acontece pra estragar, alguns perdem o rumo, a sua razão de viver, outros seguem em frente, fazendo a vida acontecer.Nem sempre é fácil, muitas vezes cruel, mais pode melhorar, pode tudo mudar, afinal tudo passa, uma grande alegria ou profunda tristeza.
São coisas da vida.


E o que acontecera daqui pra frente com eles? A banda não tem mais volta? Como Tom vai agir daqui pra frente? saberemos em breve com Things Of Life 2

Por: Grasiele | Fonte: x

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog