quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Como - Capítulo 1


Sentei-me na cama jogando o cabelo para trás e observei o meu reflexo no espelho. Eu estava nervosa, muito nervosa. Suspirei pesadamente e olhei para o vestido ao meu lado estendido na cama. Chegava a ser angelical, mas nunca que eu iria colocar aquele vermelho lindo que a minha mãe falara que eu deveria vestir, não para sair com ele. Olhei novamente para o meu reflexo no espelho. Ia sair com Tom Kaulitz.
Você deve estar se perguntando com eu cheguei a isso. Bem, vou lhe contar bem resumidamente o que aconteceu.
Eu dei um fora em Tom Kaulitz. Sim, eu disse um não para ele. Disse que não queria sair com ele e, depois disso, Tom começou a me perseguir, mandar presentes, flores e chocolates. Não que eu o achasse feio. Ele era lindo de morrer, super sedutor, mas eu não queria sair com ele. Não queria me enganar por uma noite apenas. Minha casa lotou-se de chocolate e presentes, sempre eu me via comendo um daqueles chocolates caros e deliciosos – na verdade, estava comendo um até há pouco... Então, eu, Kylie Nausch, disse um não para ele, que não sossegou até conseguir um sim, que eu dei naquela semana. Tinha aceitado ir com ele a uma festa de um amigo da banda. Tom ficou radiante com aquilo e prometeu fazer tudo certinho, coisa que eu duvidava muito que o fizesse.
Puxei o vestido rosa e retirei o roupão, vestindo-o em seguida. Procurei as sandálias prateadas pelo meu quarto, que se encontrava uma bagunça, peguei uma bolsa preta onde coloquei meus documentos, chaves e celular. Coloquei as bijus que estavam em cima da cômoda e ajeitei melhor o meu cabelo. Fiz uma maquiagem leve e passei um perfume suave. Quando estava colocando as pulseiras, meu celular começou a tocar. Achar a bolsa foi fácil, atender a ligação é que não foi...
– Alô? – falei meio receosa.
Oi! – ele estava animado – Já está pronta? – perguntou.
– Quase. – respondi colocando a pulseira que faltava.
Eu já estou chegando. – informou-me – Pode me esperar lá fora?
– Claro. – atrapalhei-me com uma bolsa que estava jogada no chão quando tentava sair do quarto – Já estou indo para a porta. – e, nesse momento, a campainha tocou.
Desliguei o celular e fechei a porta do meu quarto. Apressei-me em descer a escada estranhando o fato. Não podia ser o Tom, ele disse que estava chegando... E a minha avó? Mamãe tinha ido buscá-la no aeroporto... Teriam elas se desencontrado?
Ao abrir a porta, me surpreendi ao encontrar Tom parado lá. Ele sorriu ao me ver e me estendeu uma única rosa vermelha.
– Boa noite. – falou num tom gentil enquanto eu o olhava com cara de boba.
– Ah, boa noite. – apressei em falar pegando a rosa.
Não estava acostumada com galanteios e com sair acompanhada de homens. Só estava saindo com aquele deus grego porque ele tinha insistido demais e eu tinha esperança de que ele estragasse tudo, assim eu poderia ir embora mais cedo. Estava tão acostumada em dar foras... todos os homens eram iguais e, com certeza, Tom Kaulitz não seria a exceção. Assim como meu pai traiu a minha mãe, todos os outros me trairiam também, era tão óbvio isso. Não podia confiar neles, em nenhum deles.
– Já podemos ir? – ele me perguntou num tom gentil, ainda sorrindo para mim.
– Claro... É, só tenho que trancar a porta. – virei-me nervosa para trás, fechei e tranquei-a.
Tom esperou o tempo todo ao meu lado, quando me virei, ele sorriu abertamente e caminhou em direção ao Audi preto parado na entrada da minha casa. Eu o segui, mas ele parou na porta do passageiro, abriu-a para mim... Só então que eu fui prestar atenção no que ele vestia. Uma faixa preta, blusa de moleton enorme preta, uma camiseta grande também preta com uns escritos em rosa, calça jeans desbotada e relógio Rolex. Ele sorriu para mim, me fazendo uma pequena reverência indicando o banco do carro. Eu ri do gesto dele e entrei lá. Sentei-me comportada no banco puxando o cinto de segurança. Observei-o dar a volta no carro e sentar-se no banco do motorista.
O caminho para a festa foi silencioso, não falamos nada e ficamos apenas ouvindo o rap de Samy Deluxe de que ambos gostávamos. Ao chegarmos à festa, descemos do carro e entramos na casa. Tom, todo empolgado, cumprimentava a todos. Sorria, acenava e fazia gestos com as mãos. Senti-me uma pouco deixada de lado, mas logo ele me fez ficar parada num canto e prometeu que logo voltava com as bebidas. Pedi que ele não me trouxesse nada alcoólico.
Tom voltou com as bebidas e, animado, me puxou para um sofá vazio. Conversamos por um tempo sobre as coisas da festa. Ele me falava banalidades, me fazia rir e tocava delicadamente meu queixo horas e outras. Quando estava prestes a rolar um clima, coisa que eu não ia resistir com ele todo atencioso comigo, algo aconteceu.
Ele me deu toda a atenção dele, que nem um bobo da corte tentando conquistar a alegria do rei, mas eu tinha me esquecido que havia competição pelo guitarrista do Tokio Hotel. Uma garota sentou-se ao lado dele e começou a se insinuar. Como nenhum homem resiste a pernas bonitas, principalmente se ele for Tom Kaulitz, ele começou a dar atenção para ela e me deixou de lado.
Desculpe querida, não vou insinuar como você, fique com o prêmio. Sim, eu quase falei aquilo, mas bati em retirada. Como pensava, ele não ia jamais ficar comigo a noite inteira. Levantei do sofá e fui para o meio da tal festa. Droga, por que fui me deixar levar sabendo que ia dar nisso?
Fiquei um bom tempo sentada num banquinho observando a festa. Vou aproveitar um pouco também, deve ter algum garoto dando bandeira, querendo apenas uma ficada... Passei meus olhos pela festa em busca de alguém interessante. Encontrei então o ‘alguém interessante’, mas ele estava ocupado demais rodeado de garotas. Aproveite, garanhão. Joguei a toalha. Divirta-se com as suas meretrizes.
Revirei os olhos. Tão comum isso. Fui idiota de pensar que poderia ser diferente. Mas, para a minha surpresa, ele se livrou das garotas e caminhou decidido na minha direção.
– Ei. – falou sentando-se no banquinho ao meu lado – Eu não quero a companhia de nenhuma daquelas garotas. Essa noite, eu quero apenas me divertir com você. – segurou meu queixo me fazendo encara-lo.
Não consegui não sorrir para ele depois do que me disse. Deixei meu copo no balcão e Tom me puxou para a pista, fomos dançar. Dançamos por vários minutos. Nada de tentativas de beijos, mãos bobas... Eu estranhei mesmo! E, depois, todo cavalheiro, ele me puxou para fora da casa.
A área da piscina estava cheia de pessoas. Alguns tinham invadido a piscina e outros apenas estavam sentados na beirada dela, assim como nós fizemos, conversando. Surpreendi-me ao perceber que Tom não olhou para as garotas de biquíni que passaram por nós, ele apenas continuou a contar sobre a gravação do DVD Humanoid City Tour. Todo fofo, ele não tirou os olhos de mim e prestou atenção em tudo que eu falava. Estava demais de surpresa com as atitudes dele.
Um tempo depois, voltamos para a pista. Dessa vez dançamos mais colados e com toques mais ousados. Tinha hora que quase nos beijávamos, mas ele sorria e desviava o rosto, como se quisesse me deixar com vontade e estava conseguindo.
Teve uma hora que o DJ mexeu errado nos discos, foram só reclamações. Tom mesmo reclamou e eu ri do jeito dele. Depois que tudo se normalizou, dançamos mais um pouco e eu fui para o banheiro. Nós nos perdemos e, quando o encontrei, ele conversava com uma garota e estavam perto demais... Eu senti ciúmes. Ele estava comigo, pelo menos por aquela noite estava. Dei as costas e decidi ir embora de vez, ele que ficasse com a garota.
Quando fui para a saída da festa, ele veio atrás de mim. Puxou-me num meio abraço e deu um demorado beijo na minha bochecha, o que me fez sorrir e corar ao mesmo tempo, ele estava comigo novamente.
– Vou te levar para casa. – ele falou suavemente antes de me guiar para o carro.
Novamente, abriu a porta do passageiro para mim e me levou embora. Fizemos o caminho em silêncio, mas toda hora que nossos olhares se encontravam, sorriamos um para o outro meio sem jeito. Tom me entregou em casa, sem agarros, ataques, me trouxe completamente intacta e sem tentar nada de desrespeitoso comigo.
Fiquei tão surpresa com aquilo que até dei um adeuzinho para ele, o primeiro de vários. Tom me esperou entrar em casa e só depois, quando eu já estava em segurança dentro dela, ele subiu os vidros escuros do Audi e partiu para o apartamento dele.
Depois daquela noite, não pude negar outras saídas com ele. Eu queria sair acompanhada dele e de todas aquelas gentilezas! Começamos a sair mais e mais vezes, nosso caso ficou conhecido na Alemanha, no mundo...
Teria eu conseguido conquistar o coração de Tom Kaulitz?
Não.

Postado por: Grasiele

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