quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Almost Unreal - Capítulo 3


– Tenho que admitir que você foi muito esperta modificando seu nome Rose, não foi assim que ela te chamou? – sua voz tinha tons fortes de vitória, ele entrou sem ser convidado no meu apartamento – Mas o nome da sua amiga era verdadeiro. É claro que foi um pouco trabalhoso encontrar a senhorita Barbie Shaw, mas nada que eu não pudesse resolver.
– Eu não me lembro de ter convidado você pra entrar.  Não tenho nada pra falar com alguém como você. – falei nervosa pelo sorriso sínico que ele embolsava no rosto.
– Ai é que você se engana. Temos muito para conversa. Até por que eu perdi duas semanas e muito, muito dinheiro pra te achar senhorita...
– Sartre – respirei fundo – Rose Sartre.
– Agora sim. Estamos começando a nos entender. – ele falou antes de se voltar para Barbie – A senhorita Shaw pode ir pra festinha dela agora.
– Eu não vou a lugar nenhum. – Barbie disse o encarando com coragem.
– Está tudo bem, Barbie. – eu assegurei sabendo que seria pior ter a histérica da Barbie por perto.
– Fala serio, Rose. – ela disse em tom de irritação – Esse moleque tá fazendo um show só por causa de uma brincadeirinha boba...
– Brincadeirinha boba? – ele pareceu decepcionado – E eu aqui acreditando que meu charme fatal tivesse funcionado mais uma fez. Principalmente depois daquele bilhetinho no espelho...
– Hã? – indaguei me fazendo de desinformada.
– “Adeusinho, paixão. Quem sabe um dia, não voltemos a nos encontrar para matar as saudades. De sua apaixonada...” – ele falou em um tom zombeteiro – Já ouviu uma mensagem mais reveladora que está? Pois, digamos, que eu vim matar as saudades.
Meu sangue corria numa velocidade imensa. Pelo jeito ele tem uma memória ótima.
– Como você parecia estar louquinha pra me ver de novo Rose, ou devo dizer Caroline... Isso me confundi um pouco... O importante é que aqui estou eu.
– Mas como é ridículo... – eu disse o olhando incrédula.
– Eu não acredito que você esteja em posição moral para dizer o que é ou não ridículo. – ele me lembrou – E agora, faça o favor de pedir para sua amiga se retirar, temos um probleminha a ser solucionado.
– Pode ir Barbie. Eu resolvo isso sozinha. – pedi.
– Rá! Tudo bem... Se é isso que você quer... – ela falou já saindo do apartamento.
Assim que fiquei sozinha com Tom respirei fundo, tomando coragem.
– Fala logo o que você quer, e me esquece de uma vez.
– Tudo o que eu quero, “paixão” – ele falou enquanto se aproximava de mim – É matar as saudades que você deixou explícita no bilhete de despedidas. Não se lembra?
Ele se aproximou mais, e quando seus lábios estavam prontos para tocar os meus eu protestei.
– Hey! Pode ir parando por aqui!
– Parar? – ele se mostrou surpreso – Nunca! Foi você quem começou com a brincadeira, agora é só aproveitar.
Sem que eu pudesse impedi-lo, Tom me beijou a força. Logo vi que nada adiantaria eu protestar.
– Muito bem. – ele disse levantando a cabeça assim que eu fiquei imóvel – Vejo que apreende muito rápido.
– Você me dá nojo! – falei sem nenhuma certeza na voz.
– Você deve ter se achado muito esperta depois daquela brincadeira idiota, não é mesmo? – ele disse sem me soltar.
– Nem tanto.
– Pois devia. Se estivesse concorrendo ao Oscar, com certeza, teria ganhado. – ele me soltou por fim – Mas eu não estou aqui para falar de cinema, e sim de negócios.
– Negócios? – perguntei surpresa.
– Sim. – ele confirmou – Quero que seja minha namorada.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog