quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Almost Unreal - Capítulo 7


O elevador abriu. Eu empurrei Tom pra longe de mim e sai do elevador sem disser nada.
– Qual o numero do seu quarto? – perguntei friamente.
– Hm... Difícil... É o 53. – ele respondeu irritado indo até o quarto de número correspondente.
– Consegue abrir a porta? – indaguei vendo a dificuldade dele.
– Claro. – ele respondeu meio incerto.
– Sei. Me dá isso daqui logo. – eu o empurrei e tomei a chave abrindo a porta em seguida.

Nós entramos no quarto. Eu joguei Tom debaixo de uma ducha fria – congelante, aliás – e fiquei na sala esperando ele se arrumar. O quarto de hotel era bem luxuoso, isso não me surpreendeu, Tom deveria estar acostumado com tudo do bom e do melhor, ele era definitivamente e totalmente o oposto de mim.
Fui até o quarto de Tom e ele já estava deito na cama.
– Deita aqui comigo Rose. – ele pediu com cara de santo, só cara mesmo.
– Ah, se pensa que eu sou louca? O bêbado aqui é você. Ainda estou normal. – falei rindo.
– Por favor... – foi a primeira vez que eu o ouvi dizendo essas duas palavras de uma maneira absolutamente sincera.
– Está bem. Mas não me venha com gracinha, se não eu vou embora. – alertei.
– Pode deixar. – ele sorriu enquanto eu me deitava ao lado dele.
Ficamos um olhando pro outro até que Tom decidiu quebrar o silêncio.
– Eu devo ser um monstro mesmo pra você me odiar tanto. – ele fez uma careta.
– Eu não te odeio. – respondi rapidamente.
– Não? Então você senti o que por mim?
– Eu... – gaguejei – Eu não sei... – admiti.
Tom passou a mão em meu rosto e me beijou. Eu não resisti, nem ao menos tentei.
– Eu também não sei o que sinto por você... – ele murmurou antes de se virar e dormir.
Eu acabei pegando no sono ali mesmo.

Na manhã seguinte eu acordei com Tom me olhando assustado.
– Bom dia. – eu falei estranhando a careta que ele fazia.
– Rose posso te fazer uma pergunta? – ele falou cauteloso.
– Mais uma? – eu ri – Vai em frente. Se vir com pornografia, vou meter a mão na sua cara.
– Errr... A gente... Por acaso...
– Se a gente transou? – eu comecei a rir.
– É.
– Você não se lembra? – desconfiei.
– Mais ou menos. Minha cabeça tá meio confusa. – ele respondeu.
– Nossa Tom, não acredito que você esqueceu. Foi tão bom. Principalmente aquela parte... – brinquei.
– Qual parte? – ele perguntou animado.
– A parte que você virou pro lado e dormiu feito uma mula. – respondi ainda rindo.
– Então agente não fez? – ele se mostrou decepcionado.
– Não mesmo. – me levantei e me preparei para ir embora.

– Não quer que eu te leve pra casa? – Tom sugeriu quando me viu quase saindo do quarto.
– Não. Eu pego um taxi. – respondi.
– Rose. – ele me chamou antes de eu fechar a porta atrás de mim.
– O que?
– Ah... Sobre o que eu disse ontem, eu acho que eu sei sim o que eu sinto por você. – ele falou um pouco sem graça.
– Então você está se lembrando? – zombei – Eu também sei o que eu sinto por você Tom.
Sorri e recebi um sorriso em troca, logo depois fui embora.

Passaram-se várias semanas sem que eu visse Tom. Ele me ligou uma vez apena para disser que o suposto namoro estaria sendo terminado naquele dia.
Eu não sabia o que sentir. Se devia sentir alivio por tudo ter acabado, ou tristeza por tudo ter terminado.

Depois de alguns dias do fim do namoro. Eu liguei a TV por acaso em uma entrevista com meu “ex”.
– Então Tom, - o entrevistado começou com um tom de voz indicando que lá vinha pomba – você estava namorando, mas pelo que parece o namoro acabou. Isso é verdade?
Tom mudou de expressão imediatamente e respirou fundo demonstrando desconforto.
– Bem... – ele começou – Não devemos acreditar em tudo que se ouve. – ele sorriu – Meu namoro está ótimo, se é isso que vocês querem saber.
– Então ainda está namorando? – o entrevistado insistiu.
– Sem dúvida. – ele confirmou.

Meu chão pareceu sumir. O que tinha dado na cabeça daquele garoto pra mentir daquela maneira.
Foi então que eu decidi agir.

Fui até o hotel onde Tom estava hospedado e falei com a recepção que concordaram em me ajudar na minha “surpresa para meu namorado”.

– Rose? - Tom entrou na própria sala de estar chamando por mim.
– Surpreso? – perguntei assim que ele ligou a luz da sala e meus olhos verdes se chocaram com os olhos cor de mel.
– Obvio. – ele com certeza estava surpreso – A recepção disse que a minha namo...
– É, eu entrei no seu jogo mais uma vez. – sorri – Por que você mentiu?
– Sobre? – ele se fez de desentendido.
– Sobre nós dois. Sobre o suposto namoro. – me levantei para encará-lo.
Tom ficou em silêncio, um silêncio que estava acabando com meu coração.

Postado por: Grasiele

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