quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Almost Unreal - Capítulo 6


Depois de algum tempo, Tom simplesmente sumiu de minhas vistas, de uma maneira que eu não consegui encontrá-lo em canto algum do salão de festas. Isso me deixou estranhamente preocupada e, essa preocupação fez com que eu odiasse a mim mesma. Eu só poderia estar ficando louca, com certeza o idiota do Tom deveria estar ciscando por ai, e eu me preocupando com ele...
Fui ao banheiro desistindo de procurar por Tom. Lavei meu rosto tentando afastar o sono e tédio que estavam tomando conta de mim por inteira, logo depois eu fui até um dos compartimentos do banheiro e acendi um cigarro. Quando meu cigarro já estava quase no fim eu escutei um barulho estranho vindo de fora do compartimento, um barulho parecido com tosses fortes de alguém que estaria vomitando.
Abri a porta e avistei Tom com a cara enfiada na pia do banheiro vomitando enquanto a torneira ligada jorrava água que lhe escorria pelo rosto.
– Rose... – ele murmurou levantando a cabeça para me olhar – Eu tava te procurando, daí eu senti o cheiro do seu cigarro...
Ele voltou a pia vomitando mais uma vez.
– Affs, em tudo o que você faz você tem que extravasar? – indaguei indo ajudá-lo – Alias isso daqui é o banheiro feminino, não sei se você reparou.
– É claro que eu vi. – ele falou colocando o braço em volta do meu pescoço me fazendo praticamente carregá-lo – Mas o que eu posso fazer se você estava justamente aqui?
– É melhor você ir pra casa. – declarei enquanto levava Tom para fora do banheiro – Onde está seu irmão?
– Ele já foi. – Tom respondeu como se isso fosse obvio.
– Como assim “ele já foi”? – eu perguntei num grito.
– Não grita. – ele levou a mão até a cabeça – Ele tava cansado e foi embora faz tempo.
– Era só o que me faltava. – respirei fundo – Não tem ninguém mais pra te levar pra casa?
– Tem sim.
– Graças a Deus. – revirei os olhos – Quem?
– Você. – ele disse sorrindo.
– Tá louco? – indaguei surpresa me pondo de frente para Tom fazendo com que ele cambaleasse por perder o apoio dos meus ombros.
– Não. – ele riu – Eu tô bêbado.
– Isso é notável. – falei o apoiando novamente em meu pescoço.
– É intrigante como tudo para a senhorita Rose é notável. – ele ironizou.
Eu revirei meus olhos enquanto carregava o enorme “fardo” até o carro do mesmo.

– Me dá a chave. – pedi assim que paramos ao lado do Cadillac preto.
– Hm... – ele pensou um pouco – Tá no meu bolso, pega ai.
– O que? – eu perguntei boquiaberta.
– Vai logo. – ele disse rindo.
Eu tomei coragem e enviei minha mão no bolso da frente da calça de Tom. O pior era que as calças dele são enormes – acho que todos sabem disso –, por isso, eu demorei um século pra encontrar as chaves enquanto ele ria da minha cara.
– Ufa... – me recompus assim que encontrei a chave.
Abri porta do carona empurrando Tom, que ainda ria, para dentro do carro.

– Hm, você se aproveitou da situação pra passar a mão em mim, assuma Rose. – Tom disse rindo enquanto eu ligava o carro.
– Se você não calar a boca, eu te largo no meu da rua sem me importar nem um pouco. – falei irritada com o carro já em movimento.
– Você não faria uma coisa dessas comigo: um pobre bêbado desprotegido. – ele me olhou fazendo um bico ridículo.
– Primeiro: você não é pobre, muito menos desprotegido. Segundo: você duvida? Experimenta... – o desafiei.
– Não tá mais aqui que falou. – ele se endireitou no banco do carona ficando sério – E vê se toma cuidado com o meu carro. Se você dirigir como você trata um homem... Tenho até medo.
– Vou tratar o seu carro como você me trata. – argumentei.
– Hm... Se você quisesse fazer com o meu carro, o que eu quero fazer com você... – ele suspirou.
Eu ignorei o comentário infeliz e continuei prestando atenção na estrada e seguindo as coordenadas de Tom para chegar até o hotel onde ele estava hospedado.

Chegamos ao hotel e eu carreguei Tom até a entrada. Ninguém no hotel teve a coragem de ajudá-lo a subir, sobrando assim pra mim.
Entramos no elevado e eu apertei o botão do andar 11, como Tom me indicou.

– Eu estava enganado sobre você Rose. – Tom sussurrou quase em meu ouvido enquanto me olhava sério – Você não é uma princesa, e sim uma flor, uma verdadeira rosa. E como toda rosa você tem espinhos, e não me intimidarei em passar por todos esses espinhos, contanto que, no fim, eu consiga chegar até suas macias pétalas...
Eu me arrepiei por inteira e senti meu rosto corar enquanto Tom levava os lábios carnudos e sedutores de encontro aos meus que tremiam pelo receio de não conseguir resistir ao irresistível...

Postado por: Grasiele

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