sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 21 - Dezenove em L.A. no VMA


Cheguei a Los Angeles no penúltimo dia de agosto. Hollywood estava no seu auge. Há poucos dias antes do Video Music Awards, os hotéis perto dos estúdios Paramount Pictures, onde aconteceria à cerimônia, estavam todos movimentados e lotados, Bill não havia chegado, mas havia ligado e já estava desembarcando.
–O seu sorvete senhorita! – O atendente me trouxe de volta a terra.
Eu peguei meu sorvete e me sentei em uma pequena mesa na calçada, levei a colher na grande bola e quando coloquei a primeira colherada na boca, foquei na pequena figura que falava com alguns seguranças na porta do Hotel que eu estava e que a banda iria se hospedar.
Tirei meus óculos e tive a certeza que era ela. Mas, o que ela fazia ali?

Levantei da cadeira e esperei um carro atravessar a pista, quando dei outro passo para seguir uma buzina forte ecoou me assustando, dei um pulo para trás e o motorista me xingou, eu não prestei muita atenção, eu ainda estava focada na figura que estava na frente do hotel.
Eu voltei meus olhos para os seguranças na porta e ela havia desaparecido, chegando à calçada olhei para os dois lados e não havia mais ninguém, além dos seguranças.
– Acho que vi demais. – pensei alto entrando no saguão do hotel seguindo para o restaurante do hotel que estava vazio sentei-me perto da janela que dava visão para a piscina, o maitre trouxe o cardápio e fiz o pedido e no momento que ele se afastou o meu celular tocou, olhei para o visor e sorrindo atendi:
Kate. – Ele disse com a voz terna. –Finalmente estou em Los Angeles.
Eu olhei para trás e não vi movimentação tão frequente no saguão.
– Onde você esta? – eu perguntei
Na minha suíte. – ele disse – Hoje foi tudo mais tranquilo e rápido, ainda bem.
–Já almoçou?
Não, queria almoçar com você.
–Hum... Eu estou aqui no restaurante almoçando, se soubesse que chegaria agora teria esperado.
Então venha almoçar comigo. – Disse ele em um tom sério.
–Eu já fiz o pedido.
Não importa. – Ele sorriu do outro lado da linha - Mande a conta que eu pago!
–Você não esta falando sério?
O que você acha? - sim, ele falava sério – Vou esperar você no seu quarto em 10 minutos.
Desliguei o celular, olhei ao redor, o restaurante estava vazio, seria menos vergonhoso, levantei da mesa e andei em passos firmes me aproximei do maitrê e falando baixo disse:
–Não estou me sentindo bem, por favor, vou para o meu quarto, se puder cancelar o pedido, pode cobrar pelo almoço e desculpas pelo transtorno.
– Sem problemas, senhorita - Ele apenas sorriu.
Eu agradeci e atravessei o saguão, chamei o elevador e entrei olhando para o visor que mostrava os números dos andares, suspirei, querendo mudar do primeiro andar para o décimo num piscar de olhos.
Chegando ao andar da minha suíte, entrei fechando a porta, porem não a tranquei. Andava de um lado para o outro, fui até a janela, fechei a cortina branca, depois fui até o espelho arrumei meus cabelos e passei um leve gloss nos lábios.
Ouvi a campainha tocar e caminhei até a porta, e sem tocá-la disse:
–Esta aberta!
Estávamos juntos há quase um ano e ainda meu coração acelerava todas as vezes que ele surgia, meus lábios se curvavam em um pequeno sorriso, involuntariamente, quando meus olhos encontravam os dele, era inevitável.
Ele como sempre, estava lindo, com uma calça jeans e uma jaqueta de couro preta, com o cabelo baixo e sem muita maquiagem, eu o vi morder o lábio inferior me olhando com um sorriso no olhar. Eu retribuí.
Bill entrou no quarto e fechou a porta, trancando-a.
– Eu realmente estava com saudades. – Disse ele ainda perto da porta.
–Mesmo? –Perguntei também sem me mover.
–Sim, muitas.
–Está esperando que eu dê o primeiro passo hoje?
–Hum... Não! - Ele sorriu e se aproximou me abraçando pela cintura – Perderíamos tempo demais.
Bill aproximou seu rosto do meu e tocando meus lábios com os seus, abriu-os com sua língua encontrando a minha e sugando-a com vontade, suas mãos apertaram minha cintura e trouxe meu corpo próximo ao dele, eu envolvi meus braços ao redor do seu pescoço e me deixei ser beijada.
O beijo durou o suficiente para remover todo o ar do meu corpo, quando não consegui mais respirar, ele deu dois pequenos beijos nos meus lábios e se afastou, abrindo os olhos, sorrindo uniu nossas testas, respirando com dificuldade.
– O que mais gosto dessa parte de ficarmos separados, é do nosso reencontro.
– São especiais... Eles são sempre especiais.
Bill sorriu dando um passo para trás, colocou a mão no bolso e estendeu o braço em minha direção, uma caixa pequena estava na palma de sua mão.
–O que é isso? – eu perguntei
–Pegue, abra e veja. – Ele permanecia com o braço esticado.
Eu a peguei desfiz o pequeno laço e a abri.
– Eles são lindos. - Era um par de brincos de pérolas em ouro. – Delicados!
– Como você, que bom que você gostou!
– Por quê? - Foi à única pergunta que consegui fazer.
– Porque você merece. – ele respondeu, sorrindo.
–Porque eu mereço? – eu precisava entender.
– Você merece ser mimada. - Ele deu de ombros. – Por mim.
–Bill... Nunca te dou nada. – eu suspirei, e falei triste.
–Não, você sempre me dá tudo.
Ele pegou os brincos dentro da caixa e se aproximou colocando-os em minhas orelhas.

– Perfeito, do jeito que eu imaginei que ficaria em você. – disse beijando de leve a ponta do meu nariz – Agora você pode tirar.
–Os brincos?
Bill me enlaçando pela cintura colocou sua boca no meu ouvido e sussurrando baixo disse:
– Não... Quero que fique apenas com eles.

...


–No que esta pensando? – Eu perguntei a Bill enquanto massageava suas costas dentro da hidromassagem.
– Que eu quero ficar aqui com você pelo resto da minha vida! – ele confessou suspirando, cansado.
– E infelizmente isso é impossível... Você sabe. – eu respondi sorrindo beijando a tatuagem em seu pescoço.
– A única coisa que eu sei, nesse momento, é que eu não consigo parar de beijar você.
–Você poderia agradar qualquer garota, apenas com palavras. – eu passei a ponta de meu nariz por todo pescoço dele, cheirando-o, depois finquei meu queixo em seu ombro, encostando meu rosto no dele.
–Não quero agradar qualquer garota. – Bill murmurou – Quero agradar você.
–E você o faz, sempre! – eu disse beijando seu ombro nu.
– Não o tanto que eu gostaria.

Ele entrelaçou seus dedos nos meus, suas costas pesou sobre meus seios deitando sua cabeça em meu ombro, eu beijei seu rosto. Bill sorriu fechando seus olhos, suspirou se rendendo ao cansaço, dormindo dentro da banheira de hidromassagem da minha suíte, em meus braços.

...


O sol já havia nascido quando Bill acordou assustado dando um salto na cama me abraçando forte. Eu o aninhei em meus braços e analisando sua expressão preocupada perguntei:
–O que foi?
–Nada, apenas tive um pesadelo. – ele respondeu ainda assustado.
–Tudo bem?
–Não sei.
–Você esta me assustando. – Eu disse franzindo a testa – O que houve?
–Nada, esta tudo bem! - Bill acariciou minhas costas nuas e beijou minha têmpora levantando saindo da cama, puxando minha mão para acompanhá-lo.
– Venha, precisamos de um banho.
– Está sugerindo o que eu estou imaginando? – eu brinquei levantando e saindo da cama.

Bill não respondeu nada, apenas abriu um largo sorriso me agarrando pela cintura levando-me para o banheiro e entrando comigo dentro do boxe, girou a torneira, abraçando-me embaixo da ducha.


...

Deixei primeiro o boxe, enrolando-me na toalha branca felpuda e sentei-me na cama, logo depois ele entrou no quarto com uma toalha enrolada na cintura, sentando ao meu lado.
Nossos olhares se encontraram, sustentamos por alguns segundos, então eu me inclinei e o beijei nos lábios. Ele abriu sua boca e enfiou seus dedos dentro do meu cabelo, apertando-o levemente.
–Feliz aniversário! - Eu o olhei e disse após separarmos nossos lábios. – Tenho um presente para você, mas gostaria de lhe dar apenas à noite.
Bill tocou meu rosto com as duas mãos e me beijou rapidamente.
–Vou esperar ansioso.
– Espero poder corresponder a isso. – eu baixei meus olhos. - Você tem algum compromisso hoje?
–Sim – ele respondeu semicerrando os olhos, parecendo cansado – Tenho que gravar um THTV especial do nosso aniversário e depois temos que ver o carro que usaremos na entrada do VMA.
–Tem alguma ideia? – Eu perguntei
–Nenhuma. — Ele levantou-se e começou a se vestir – Por que a pergunta?
– Hum... Ontem passei pela Boulevard e vi um big foot truck, a primeira pessoa que eu lembrei foi de você.
– De mim?! – ele parou e me olhou, sem entender - Por quê?
– Imaginei vocês em cima deles, todos poderosos, passando por cima da Miley Cyrus ou talvez da Katy Perry.
–Juro que eu não consigo enxergar esse lado mal e perverso seu! - Bill sorriu e me olhou fingindo indignação.
–Meu lado mal e perverso eu só libero com você! - Eu não pude deixar de sorrir
–Se não precisasse gravar esse THTV eu pediria para ver mais esse seu lado, mas já estou muito atrasado. – ele disse virando-se para pegar sua camiseta que estava jogada no canto do quarto, ele a pegou do chão, sacudiu no ar e quando estava colocando-a, me olhou.
–Por que esta rindo? – ele perguntou vestindo a camiseta.
–Nada! – Eu apenas disse, rindo mais alto.
–Por que você esta rindo, Kate? – Ele fez novamente a pergunta.
–Você devia tomar um solzinho. – Eu respondi – Esta quase transparente - ele sentou na cama ao meu lado.
– Sim, e você é muito bronzeada. – ele disse mordendo meu ombro
– É sério! – eu disse dando um leve empurrão em seu ombro - por que não aproveita que vai escolher o carro, dá uma passada na praia e tenta relaxar mais um pouco?
–E você? – ele passou seus dedos entre meus cabelos descendo sua mão pelo meu braço, segurando minha mão com força.
–Vou estar aqui, como sempre!
Bill me olhou, acariciou meu rosto com as costas de sua mão e aproximou seu rosto do meu e me beijou se afastando olhando dentro dos meus olhos com um brilho cristalino e depois de alguns segundos e sorriu - Obrigado! – ele levantou-se e colocou a jaqueta – Gosto de sol – colocou os óculos escuros – Talvez eu tente e vá com os meninos - Ele beijou de leve minha boca e em passos apressados, saiu do quarto.
Eu deitei na cama e senti seu cheiro vindo do travesseiro, levantei minha cabeça, e me deitei nele. Pensando o quanto eu estava preocupada com Bill. Seu rosto estava cansado, sua pele num tom pálido de dar medo, ele apenas fumava e tomava café de dois em dois segundos, e ainda tinha dois meses até a banda dar uma parada para férias.

x.x


A tarde estava caindo em Los Angeles, eu me encontrava deitava em uma espreguiçadeira na borda da piscina do hotel, havia apenas algumas pessoas, umas nadando e outras, como eu, tomando sol.
Estava terminando de ler um livro e tomava o sol quase fraco que me aquecia naquele finzinho de tarde, quando meu celular tocou.
Oi, Kate – Ele disse do outro lado da linha, com uma voz ótima – Estou no hotel, estou apenas analisando alguns contratos com David e em meia hora estou subindo para seu quarto.
–Tudo bem. – eu respondi, ele se despediu com pressa, mergulhei e atravessei a grande piscina a longas braçadas, alcancei a escada, sai da piscina, coloquei meu roupão, peguei meu livro e me dirigi para o saguão do hotel pegando o elevador até minha suíte.

...

A campainha tocou pontualmente depois de meia hora, eu já havia tomado banho e vestia um vestido com flores azul turquesa, pouco maquiada e com os brincos de pérola que havia ganhado de presente dele.
Abri a porta rapidamente para que Bill entrasse, ele me deu um rápido beijo, sorrindo parecendo mais leve e mais tranqüilo, me olhou com um sorriso divertido nos lábios.
–Te vi na piscina, quase desci e me juntei a você – ele disse passando os olhos pelo meu corpo – Você estava linda deitada naquela espreguiçadeira.
–Pare. – eu disse aproximando meu corpo do dele, abraçando-o pela cintura – Ultimamente você tem falado coisas tão...
–Verdadeiras? – ele disse, sorrindo de canto de boca.
–Você foi à praia? - Eu mudei o assunto, ainda de olhos fechados sentindo seu carinho – Seu rosto esta mais corado, esta mais animado e parece mais descansado.
–É eu tentei. – ele fez uma careta – Tom concordou com você disse que até o Gasparzinho esta mais bronzeado que eu, me senti péssimo e fui.
–Fez bem. – eu disse o olhando com as bochechas e o nariz levemente corados do sol – Tem que relaxar mais.
– Não sei este negócio de re­laxar não passa de desculpa supervalorizada dos pregui­çosos. – Bill disse franzindo o cenho - Se fosse um garoto relaxado, não estaria onde estou hoje.
– Está exagerando um pouco no melodrama. – eu brinquei – Ninguém vai morrer ou se machucar se você fizer isso mais vezes. Desacelere!
–Esta tentando me dizer algo? – ele questionou
–Não – eu o olhei agora séria – Só acho que esta cansado demais e isso esta me preocupando.
–Não se preocupe daqui dois meses estamos de férias e nós vamos para as Maldivas.
–Nós vamos? – eu perguntei arqueando uma sobrancelha
–Nós vamos! – Bill repetiu – Já disse que não vamos nos separar mais. – Ele disse me envolvendo pela cintura e erguendo-me do chão dando um beijo suave soltando-me em seguida e sentando na beirada da cama - Agora quero saber onde esta o meu presente de aniversário.
–Meu Deus! – eu disse colocando a mão na boca – Eu já estava esquecendo. – peguei sua mão e o levantei da cama, em um puxão - Venha quero lhe dar o meu presente de aniversário, aqui na varanda.
–Na varanda? – Bill perguntou com um sorriso largo nos lábios – Não sei, não acho legal nos exibirmos dessa forma, alguém pode nos ver.
– Engraçadinho. – Eu sorri - Pare de dizer essas coisas.
– Não, você me faz dizer coisas, pensar em coisas que eu nunca admitiria em voz alta para mais ninguém.
Abri a porta da varanda, a brisa tocou meu cabelo, Bill me seguiu para fora do quarto.
– Sente-se, tenho algo a lhe mostrar. – Eu o fiz sentar numa poltrona branca grande.
– Esta me assustando. – Bill murmurou me olhando com um olhar desconfiado.
Eu olhei para o lado sorrindo e a figura saiu da parte escura da varanda sendo iluminado pela luz central.
– Oi, filho!
–Pai? – A voz de Bill se arrastou quase não saindo.
–Faz muito tempo...
Bill voltou o olhar para mim com os olhos arregalados, e sem falar absolutamente nada ele simplesmente se levantou passou por mim esbarrando fortemente em meu ombro, fazendo-me cambalear, abrindo a porta da varanda e entrando no quarto, pude vê-lo pegar sua jaqueta e sair do quarto batendo a porta forte fazendo com que os vidros da porta da varanda sacudissem.
–Eu... Juro que não pensei que ele fosse reagir dessa forma. – Olhei para Jörg sem saber o que dizer.
– Isso não me assusta. – O pai de Bill deu de ombros - Ele sempre foi um garoto difícil
Quando aquele homem disse aquela frase, eu me dei conta do erro que havia. Da grandiosidade da minha tolice em pensar que eu podia unir pai e filho. Bill não era um garoto difícil, não quando você o conquistava com carinho e gentileza. Coisas que nem de perto parecia ter recebido do pai, e nem sabia se um dia isso seria possível.
– Kate, você viu o Bi... Pai?
Eu ergui meus olhos para Tom que estava em pé na minha frente com os mesmos olhos arregalados e a mesma expressão incrédula do irmão mais novo.
–O que você esta fazendo aqui? – Tom perguntou com raiva
–Olha. – Jörg começou – Vou embora. – ele parou ao lado de Tom – Vou voltar pro meu lugar da onde nem deveria ter saído. – e antes de partir, disse por fim – Você tentou, sinto muito que não tenha funcionado.
–O que você fez? – Tom perguntou quando o homem saiu da varanda e do quarto.
– Tom eu... Desculpe-me. – eu disse bufando, nervosa – Preciso achar o seu irmão.
–Não! – Tom segurou meu braço – Kate é melhor deixá-lo sozinho. – Me olhou largando meu braço. – No que estava pensando quando decidiu fazer isso?
– Eu queria que... Eu pensei que... – tentei continuar, mas sem sucesso.
– Tudo bem. – Tom disse se aproximando. – Só o deixe sozinho um pouco...
– Não posso. –Tom me olhou, fez uma careta tirando a mão de meu rosto, eu a segurei e levando-a aos lábios a beijei – Feliz aniversário.
Tom sorriu, daquele jeito que só ele sabia, e que as mulheres nunca resistiam.

Deixei a varanda pegando meu casaco saindo da minha suíte, tentando chamar menos atenção possível, se isso era possível.
–Gustav, você viu o Bill? – perguntei baixo quando o vi saindo de sua suíte.
Ele apenas maneou a cabeça abrindo a porta da sua suíte.
Eu o olhei, entrei tendo a porta fechada atrás de mim. Andei até perto da porta da varanda e o observei, Bill estava em pé apoiado no parapeito, fumando.
Abri a porta da sacada e entrei, sem saber o que esperar, não disse absolutamente nada de imediato. Bill me olhou sob os ombros, voltou o olhar para o céu de Hollywood e deu outra tragada.
– Eu sinto muito. – Eu disse sincera, depois de minutos de silêncio – Eu só queria...
– Nunca mais tente fazer isso. – ele disse bravo, mas num tom de voz baixo.
– Me desculpe.
Bill deu uma última tragada, apagou o cigarro e o colocou no cinzeiro do seu lado. Eu não me mexi, apenas cruzei os braços e o olhava, depois desviei meus olhos para a noite estrelada de Los Angeles, eu seria paciente, esperaria o quanto fosse preciso para falar e me explicar.
– Vá dormir Kate!
–Não, não enquanto estiver bravo comigo... Eu preciso me desculpar. – eu disse impaciente, vendo que ele permanecia emburrado.
–E eu já ouvi. – ele disse me olhando, também emburrado.
Nossos olhares se cruzaram e ele manteve seus olhos fixos nos meus, até não conseguir mais sustentá-los, baixando os meus.
– Eu só queria ajudar – eu por fim disse - Eu sinto falta do meu pai. – minha voz ficou embargada – Ele era tudo pra mim e acho que eu daria tudo por uma oportunidade igual a essa...
Bill fechou os olhos e soltou o ar, num sinal de rendição a me ver falar do meu pai.
– Não compare seu pai com o meu. – Bill disse, com a voz mais calma.
– Tudo bem. – eu tentei controlar o meu choro – Eu só achei que vocês mereciam outra chance.
Eu disse fechando os olhos deixando minhas lágrimas caírem. Virei-me e tentei segurar as mesmas, secando meu rosto molhado.
– Não queria ter te magoado no dia do seu aniversário – eu solucei
–Kate!
Ouvi Bill dizer perto, sua mão tocou meu ombro e o massageou, então me virou de frente me abraçando, encostei minha testa em seu peito e ele afagou meus cabelos. Meus braços enlaçaram sua cintura e deitei minha cabeça em seu peito.
– Sei que não fez por mal. – Bill disse fazendo carinho em meus cabelos. - Chega desse assunto – ele beijou o topo da minha cabeça – Vamos esquecê-lo – ele colocou o braço no meu ombro – Agora vamos dormir... Na minha suíte.


x.x


Na manhã do dia sete de setembro, o dia da premiação, todos estavam nervosos, mas Bill aparentava tranquilidade, e antes de ir para o estúdio da Paramount onde aconteceria a entrega, ele entrou na minha suíte.
–Você esta lindo! – Eu disse fechando a porta.
–Não tenho muito tempo –Ele disse me abraçando - Só vim lhe dar um beijo e dizer que não nos vemos mais hoje.
–Eu sei – Eu respirei alto – Vocês terão a after party!
–Sim, Jost faz questão! - ele me olhou – Tem certeza que não quer ir?
–Sim, sei que essa noite é muito importante para vocês e que muita gente bacana vai querer falar com vocês, não quero que se prenda a mim, quero que aproveite muito.
– Nem acredito que chegamos até aqui. – ele abriu um imenso sorriso.
– Eu sei que esse VMA é muito importante para vocês, sei que estão batalhando cada dia para alcançar mais países e mais fãs, e sei também que ganhar esse prêmio de revelação do ano alavancaria a carreira da banda em um nível que você sempre sonhou. – eu disse - Eu sei que esse prêmio já é de vocês. Afinal, vocês têm o melhor baterista, o melhor guitarrista, o melhor baixista e com certeza o melhor vocalista. – Os olhos dele brilharam – Vou ficar torcendo por vocês.
Bill me abraçou com força, não tentou segurar as lágrimas, deixou-as cair sem vergonha e sem medo, apertou-me mais sem seus braços e murmurou:
–Você realmente existe?
Eu passei os braços ao redor dele e descan­sei a cabeça no ombro dele, suspirando.
–Só pra você...


...


Tokio Hotel foi nomeado a banda revelação de 2008.
Eu não podia acreditar, quando os quatro subiram no palco e receberam a estatueta das mãos de Lauren Conrad e de Chace Crawford, o sorriso de todos eles, os abraços entre eles felizes, foram como se o mundo rodasse apenas em nossa volta, a nosso favor apenas.
Nunca na história do Video Music Awards uma banda, fora dos Estados Unidos, havia vencido. Era um prêmio inédito para a premiação e também para os meninos.
Desliguei a televisão, estava eufórica demais para dormir, peguei meu celular e desci até o restaurante para tomar um suco.

Peguei o copo com o suco e me dirigi para a piscina onde tinha algumas pessoas bebendo e conversando, eu me sentei e tomei o meu suco de laranja, meu celular tocou e olhei para o visor, era Bill.
Não queria atender na frente de ninguém, então me levantei rapidamente, o meu bracelete com as iniciais BK enganchou na cadeira, meu celular com o movimento brusco voou longe, andei até ele e o peguei. Depois parei e olhei para o chão, para procurar meu bracelete, sem sucesso, dobrei meus joelhos estava com os olhos baixos, quando o bracelete balançou na minha frente.
Ergui os olhos, para o bracelete e seguindo a mão que o balançava quando olhei para a imagem na minha frente não acreditei quando a voz perguntou curiosa:

– Você estava aqui todo este tempo?

Postado por: Grasiele

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