sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 34 - Nunca se apaixone por um POP STAR!


– Espere-me a tarde para terminarmos a sua agenda. – eu mantinha minha voz firme - você viu minha bolsa? – eu olhei em volta e percebi que ela estava em cima da pequena mesa que Bill estava encostado.
David olhou para bolsa ao lado de Bill, eu me dirigi até a mesa para pegá-la, mas antes que eu chegasse até ela, ele a pegou na mão e a estendeu em minha direção, abrindo um leve sorriso.
Estendi meu braço e peguei-a. E sem olhar para Bill e sem agradecer, segui em passos firmes até a porta, saindo da sala deixando-os sozinhos.

Meu auto-controle estava de volta.

Bom... eu acreditava realmente nisso, até dez dias depois, quando voltamos a ficar frente a frente novamente.

...


– Gustav?
–Kate! - Gustav levantou ao me ver, dando-me um abraço gostoso, daqueles de urso, que somente ele sabia dar – Esqueceu dos amigos?
–De você, jamais! – Eu respondi quando me soltou, passei os olhos pelo ambiente. A casa de David na Alemanha, sempre era o lugar de encontros da banda, já que quase ninguém sabia, onde ele se escondia.
–Ele não esta aqui. - Gustav percebendo meu desconforto, me acalmou.
–Eu sei, foi por isso mesmo que aceitei o convite de David.
–Kate!
–Sofia! – eu me virei e recebi o abraço carinhoso da ruiva, que depois abriu espaço para Georg me abraçar também – Georg, seu cabelo esta cada dia mais sedoso.
Ele riu, o baixista tinha um cuidado mais do que especial com aquele cabelo, acho que mais com que a namorada. Andreas estava na casa de David também e a me ver, sorriu e se aproximou com um homem.
–Oi, Kate - ele me deu um beijo no rosto - Você se lembra de John, trabalha na Cherry, junto com Martin.
– Sim, nos vimos algumas vezes no estúdio. – eu disse sorrindo para Andreas.
– Você esta cada dia mais linda. – John estendeu a mão e a segurou, beijando-a.
–Obrigada. – eu apenas respondi, puxando minha mão, voltando a conversar com Gustav, que para o meu azar, não demorou muito, se levantou e foi sentar ao lado do computador com Georg e Sofia, deixando John e eu, sozinhos.

–Quer beber algo? – John perguntou educado
– Um suco de laranja.

John levantou, foi até a mesa e encheu um copo grande de suco, sentou ao meu lado, estendeu o braço, entregando o suco. Ele sorriu e acomodou-se no enorme sofá branco, começamos a conversar sobre música.
Depois de alguns minutos, e alguns copos de vinho, John começou a se insinuar, sempre que tinha oportunidade tocava em minhas pernas ou em meus braços. Não conseguia prestar mais atenção no que ele dizia, aqueles toques, passaram a me incomodar.
Não entendia bem o que ele estava pretendendo. Segurei o copo com as duas mãos na frente do corpo, num gesto inconsciente de proteção. Numa maneira dele parar de me tocar.

Olhei para o meu relógio, depois girei os olhos ao redor, procurando por alguém que estivesse próximo, para incluir na conversa. Não havia ninguém. Minha esperança era que ele se afastasse ao notar o meu desinteresse. Eu sabia que estava lidando com um homem chato e persistente.
E ele falava e me tocava.
–John, desculpa... – eu tinha que pará-lo antes que me irritasse e jogasse todo meu suco de laranja em seu rosto. – Olha, eu sai de um relacionamento há poucos dias e...
– Posso me aproximar mais de você?
“Mais? Meu Deus, se ele se aproximasse mais, sentaria no meu colo.”
–Jonh, sinto muito, mas... – eu me levantei do sofá.
Para minha surpresa, John também se ergueu, dando um passo a frente, quase tocando seu corpo no meu, num gesto ousado, segurou minha cintura.

–Boa noite a todos!

Meus pêlos da nuca eriçaram, quando ouvi aquela voz.

Bill!“ – Pensei aos fechar meus olhos, sentindo ainda a mão de John, na minha cintura. Era tudo o que precisava.

– Boa noite, Bill! – John respondeu retirando a mão da minha cintura para cumprimentá-lo.
–Olá, John. – Bill retribuiu, sem ser gentil – Kate! – ele apenas balançou a cabeça e manteve um sorriso forçado para disfarçar a tensão.

Eu apenas balancei a cabeça, em um curto aceno.

Quando ele virou para cumprimentar Georg, Sofia e Andreas, eu me virei e caminhei para a cozinha, rezando para aquele insuportável do John não me seguir.

– Essa voz que ouvi...
–Sim! – respondi para Gustav que estava sentado a mesa com uma sanduíche na mão.
–Você vai embora? – o baterista perguntou.
–Não! - eu disse – Vim comer algo com você. – peguei o sanduíche da sua mão e o mordi sentando ao seu lado.
–Se eu contasse isso às fãs de Tokio Hotel, com certeza, elas te chamariam de louca.
–O que? – eu perguntei mordendo o sanduíche.
– Que você esta correndo e se escondendo do sensual, Bill Kaulitz.

Eu olhei para o lanche em minhas mãos, por alguns segundos.
– Eu sei. – eu suspirei, desencantada. - Eu também pensei que tudo fosse um conto de fadas. Até aparecer: Fã louca, stalkers e minha tia Abby.
– Não dá para dar uma maça envenenada para cada uma e viver feliz para sempre?
–Tínhamos que dar um jeito no ciúme de Bill. – Eu sorri triste, ainda focando o lanche em minhas mãos.
–Impossível! - Gustav respondeu tirando o lanche da minha mão, mordendo-o. - Pensei que John fosse te monopolizar a noite inteira.
–Prometa que nunca mais me deixará sozinha com ele.
–As mulheres o acham charmoso.
–Que fiquem com ele. – fiz uma careta.

Gustav deu um sorriso amplo. Ao mesmo tempo: infantil, divertido e contagioso. Que por alguns minutos me fizeram esquecer a tensão na sala. Era tão bom tê-lo por perto, sua simplicidade extraia de mim, tudo o que me perturbava e me fazia mal. Ficamos ali, na cozinha, conversando e sorrindo por minutos a fio.

Até ele aparecer.

– David quer saber se todos querem comida chinesa? – Aquela voz me assustou pela segunda vez na noite.
– Sim! - Gustav respondeu. Mesmo tendo acabado de comer um enorme sanduíche.
– O de sempre? – ele voltou a perguntar, sempre me encarando
–Sim! – Gustav mais uma vez respondeu. – Deixa! Vocês sempre pedem o meu errado, eu mesmo faço o pedido.
Gustav levantou e com pressa saiu da cozinha.
–Desculpe, se atrapalhei alguma coisa. – ele se apoiou na porta e cruzou os braços. - Afinal, o sortudo da noite é o John ou o Gustav? - Seus olhos brilharam de raiva . - Quem será que vai levar o grande prêmio da noite.

Meus olhos reluziram com lágrimas.
Eu não ia chorar.
Não agora.
Não na frente dele...Não!

– O grande prêmio é SEU! - eu disse sorrindo, com um tom amargo. - O babaca da noite.
– Aleluia, ela fala! – Bill disse cínico - pensei que estivesse com algum problema nas cordas vocais.
–Gustav e Dean são meus amigos, não transforme isso em algo sórdido. – eu o fulminei com um olhar
– Ultimamente você vive tão rodeada de amigos. – ele foi sarcástico.
– Pelo menos eu não vivo em um casulo onde me escondo com medo do mundo.
Bill fechou o sorriso. E seus olhos arderam em fúria.
– John é seu novo amigo? - Bill perguntou com desprezo – Vocês não combinam, ele é muito velho e você é muito alta para ele.
– Não dizem que os melhores perfumes vêm em pequenos fracos. – eu disse num tom confiante, tentando controlar minha voz e meu corpo.

Bill abriu um largo sorriso.

– Nem sempre. – ele arqueou a sobrancelha direita - Às vezes, tamanho é documento sim.

Sem saber por que, o meu olhar desceu pelo corpo dele até chegar ao volume em sua calça jeans. Meu rosto ferveu. Desviei os olhos para os dele. Sustentamos nossos olhares até que Bill, com um passo amplo, se aproximou.

O ar começou a faltar na cozinha, ela parecia ter ficado menor e a temperatura... Estava calor ali!

–Essa conversa é inútil e não vai levar a lugar algum. – eu falei, me afastando dele enquanto minha dignidade ainda estava intacta - Vou para casa - circulei a mesa da cozinha seguindo para a porta, quando senti meu braço sendo apertado e puxado.

– Já vai para o casulo se esconder? – ele disse tão perto de meu rosto que senti seu hálito quente. Meu olhar correu para seus lábios, sua boca entreaberta, vermelha e bem desenhada, tão próxima da minha.

"Resista, Kate!"

– Odeio quando as pessoas não têm originalidade e repetem o que eu digo.
Empurrei o corpo de Bill, com meu ombro e em passos largos deixei a cozinha, dando um breve tchau a todos e saindo da casa, antes que eu voltasse para cozinha e fizesse uma loucura.


...


– Já vai? – Gustav perguntou, quando viu que eu saia pela porta da sala apressadamente – depois que eu deixei vocês sozinhos percebi a burrada que havia feito.
–Tudo bem. – dei de ombros – eu sobrevivi.
–Por que estão fazendo isso?
Mordi o lábio inferior por um momento antes de perguntar:
–Isso o que?
–Por favor, Kate. – eu me sentei ao lado dele, no banco, embaixo de uma árvore no jardim – eu ouvi a conversa de vocês dois na cozinha.
–Então, você ouviu e viu que foi ele que começou. – eu disse com raiva.
–Ele é um idiota que esta morrendo de ciúmes.
–Eu devia ter lido o livro: “ Nunca se apaixone por um pop star” - eu suspirei alto, frustrada.
–Existe esse livro? – Gustav perguntou curioso.
–Não, mas talvez eu o escreva futuramente.
Gustav sorriu, depois contraiu as sobrancelhas, ficou sério, estudou meu rosto um instante e com um semblante preocupado, perguntou:
– Já não é hora de vocês darem uma trégua?
– Foi ele que me acusou de traidora e me afastou da vida dele.
– Vocês estão se definhando. Bill esta fino feito um palito e você...
– Poxa, Gustav! – eu o cortei, tinha espelho em casa, sabia que estava péssima. – Eu pensei que pudéssemos voltar a conversar. Talvez, sermos amigos. Mas, vejo que não será possível. Tentei um diálogo a pouco, mas é impossível.
– Conte até dez antes de falar com ele. Talvez ajude no futuro. – Gustav brincou.
– É uma contagem muito longa, não sei se consigo.
– Tente. – Gustav sorriu e passou seu braço pelo meu ombro.
– As vezes acho que tudo é um sonho ruim. – fechei meus olhos e me aconcheguei em seus braços.
–Bill sofreu demais, esta sofrendo ainda. Só Georg ,Tom e eu sabemos o que ele passou nesses dias sem você. Ele te ama, ele toca em seu nome sempre: Kate gostava disso, Kate sempre fazia isso. – Gustav tirou o braço do meu ombro e me olhou - Esta agindo feito um boboca por que esta com ciúmes.
– De que lado você está? – eu perguntei - Pensei que tivesse parado com essa mania de defendê-lo.
– Não tomei partido de ninguém. Você é minha amiga, ele é um dos meus amigos mais antigos e trabalhamos juntos. Portanto, isso me transforma em opção nula, eu sou totalmente neutro.
– Ele me julgou e ainda continua julgando.
– Kate vocês são tão parecidos. – O baterista sorriu ao ver minha testa franzir – Sim, vocês são tímidos, discretos, ciumentos ao extremo, vivem quase sozinhos em um mundo paralelo. – Gustav tinha razão - E sobre o casulo que o acusou de viver, você também vive em um. - meus olhos baixaram e mordi meu lábio inferior - Bill e você possuem apenas 2 ou 3 amigos leais, nada além disso.
– Eu... – meus olhos se encheram d´agua. – ... sinto muito a falta dele – minha voz falhou – Sinto-me vazia, sem ele. – tentei segura-las, mas minhas lágrimas rolaram. – Estou tentando seguir... Mas, é dolorido. - Gustav apertou a mão em meus ombros e me abraçou novamente.

O barulho da porta batendo, o fez erguer a cabeça e se afastar.

– Não vire agora. –Gustav me advertiu - Ele esta nos olhando pela janela.
– Já deve ter tirado conclusões erradas.
– Sei que o que vou falar agora vai parecer clichê, mas dê tempo ao tempo. É o melhor a fazer. Ou entre na casa, vá até ele, dê um grande tapa no rosto dele e fale tudo que esta preso em sua garganta.
–Gustav! - disse abismada.
–Sei que não faria isso. - ele estreitou os olhos, travesso. – mas, seria bem divertido.
–Sabe, eu devia ter me apaixonado por você. – eu o olhei com carinho, deixando-o passar os dedos em meu rosto para secá-lo.
–Sim, você sairia ganhando! – ele disse com falsa modéstia.
– Melhor eu ir. – sorri de leve, respirando fundo, tentando me recompor e depois lhe dei um beijo na bochecha. - Você é um amor, obrigado.
– De nada. – ele retribuiu o beijo - A conta vai pelo correio.


...


Depois que Kate foi embora, Gustav entrou na casa, passou pela sala onde a pequena festa continuava, tomou mais um copo de vinho, logo em seguida, entrou no escritório de David, sentou na cadeira de couro e ligou o computador.
–Kate já foi embora?
–Que susto! – Gustav o olhou, ele estava deitado no sofá com um cigarro entre os dedos. – Eu não te vi.
– Pois é, mas eu te vi.

Aquilo tinha um duplo sentido.

– Ela esta dando em cima de você também? – Bill perguntou com os olhos fixos no teto do escritório dando um trago longo no cigarro.
– Se Kate chegar perto de um elefante, vai dizer que esta dando em cima dele também? - Gustav disse ríspido encarando Bill com um olhar severo - Se não tem o que falar, fique quieto!
– Eu a vi se insinuando para o John.
– Acho que esta vendo demais ultimamente.
– Não sou bobo, Gustav! – o moreno esbravejou.
– Não, você é um idiota cego. – Gustav encarou o vocalista - Kate, não tem nada nem comigo, nem com John e muito menos com Dean.
–Não quero mais falar sobre Kate. – Bill suspirou alto – Quero esquecê-la.
Gustav viu Bill apagar o cigarro, virar a cabeça e cobrir os olhos com a mão, como se estivesse lutando contra uma enxaqueca muito forte.
– Sabe, para entendê-lo é preciso de um doutorado em psicologia e como sou um simples baterista, fica difícil pra mim.
– Eu quero que ela tenha uma vida normal. – Bill sussurrou, arrumando seu corpo no sofá de couro branco.
– Eu sei, por isso se apegou nessa cena fictícia, da traição com Dean e a mandou passear.

Bill olhou surpreso para Gustav.

–Eu só tenho cara de bobo, Bill – O baterista desligou o computador e levantou da mesa.

– Droga! Ela precisa ter alguém real ao seu lado. – Bill sentou no sofá, abaixou a cabeça passando as mãos nos cabelos negros, lágrimas começaram a arder em seus olhos. - Um dia ela me agradecerá – A expressão dele endureceu e secou as lágrimas com as pontas dos dedos, sem deixar que o baterista as vissem.

– Com certeza. - Gustav usou toda sua ironia - quem sabe, em forma de eterna gratidão, ela te convide para ser padrinho do primeiro filho com Dean. – ele abriu a porta e antes de sair, finalizou:
– Ou até mesmo, o batize com o seu lindo nome.

...


–David, onde esta a pasta dos contratos? - Eu gritei da minha sala para David, que estava na sala dele.
Minha cabeça estava explodindo, meus olhos com olheiras gigantescas e meu peso diminuindo. Não dormia fazia quatro dias, depois da festa da casa de David, tudo o que eu fazia da minha vida, era pensar, muito mais, em Bill.
–Não esta na primeira gaveta? – David gritou da sala dele.
–Não! – eu respondi, abrindo minha bolsa e engolindo um pequeno analgésico.
–Hum.... Deixei no estúdio.
–Preciso dela hoje!
–Não vou ao estúdio hoje. – David fez uma careta, aparecendo na minha sala – Você pode pegar?
– David é que...
–Esta vazio. - David respondeu sabendo o que eu ia dizer - A banda ficou até tarde e hoje decidiram não trabalhar.
– Estou sem carro. – Não queria entrar naquele lugar que me trazia tantas lembranças boas. Boas até demais.
–Toma! - ele jogou a chave no ar em minha direção – Vá com o meu!
“Ai, Droga!” – Não tinha outra saída, peguei a chave do carro de David e com um aperto no coração, segui para o estúdio.
Em vinte minutos cheguei, estacionei na garagem, no fundo da casa e desci. Eu ia entrar pegar a pasta e sair rapidamente. Em um segundo.

Desci do carro, entrei correndo no estúdio, passei pela sala de estar, depois abri a porta do escritório, abri a gaveta da mesa e peguei a maldita pasta.

Rápido...rápido...rápido” - Eu repetia em minha mente, talvez para não ter tempo de pensar em mais nada. No quarto, na cama, no sofá ou no banheiro. Lugares que estive e me deitei com Bill.

Tranquei a gaveta novamente, apaguei a luz e com a pasta embaixo do braço, corri para a garagem.

–Aíííí! – eu gritei de dor quando bruscamente esbarrei em algo que estava parado a minha frente, fazendo-me perder o equilíbrio e bater a cabeça com força na mesa de centro da sala de estar.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog