sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 40 - In Your Shadow... I Can Shine!


– O que foi Bill? - Ele virou-se para se deparar com Tom, de pé, no vão da porta, observando-o atentamente.
–Nada.
–Tudo bem, vou perguntar novamente. – Tom sentou ao seu lado e voltou a perguntar – O que foi?
– Estou tentando falar com a Kate, desde Los Angeles, e ela não responde. – Bill respondeu sem olhar para Tom, com seus olhos fixos em seus dedos magros entrelaçados. – Agora, quero dizer que cheguei na Alemanha e... nada.
–Eu disse que ela ia ficar puta com o carro. – mesmo com um tom de deboche, Tom fitou Bill com preocupação.
–É, você disse. – Ele deu de ombros com aparente mal humor.
–Parece que conheço mais sua namorada que você.
–Ex. – Bill sorriu fraco.
–Que?
–Ex-namorada. - O sorriso desapareceu dos lábios de Bill, deixando-os som­brios, sérios e intensos.
–Graças a sua burrice.
–Eu só queria a sua segurança, quantas malditas vezes terei que repetir isso?
–Nenhuma. – Tom tirou um cigarro o acendeu e jogou o maço para Bill - Mas, foi uma idiotice, comprar um carro para uma garota milionária, que presentes caros fez parte do seu dia a dia desde que ainda falava GU-GU. – o gêmeo tragou e apontou para o irmão - Se me ouvisse, não teria comprado o Audi e sim um cachorro, seria muito mais barato e faria mais efeito.

– Que bom que posso contar com o seu apoio. - Bill acendeu um cigarro e ficou olhando para o irmão, calado, que tinha toda razão. Cada passo que dava, pensando estar avançado, era um soco em seu estômago. Um erro atrás do outro.

–Bill? – O irmão se aproximou e falou – Não tente pressioná-la, tente apenas amá-la, da forma que você fazia no início.

Bill abriu os lábios para responder quando Georg e Gustav apareceram na sala de instrumentos, falantes como sempre, percebendo a tristeza do vocalista, pararam de sorrir e sentaram-se também em volta do amigo.
–A música ficou muito bem feita. – Gustav disse tocando o braço de Bill em forma de incentivo.
– Vamos repassar uma última vez. - Tom disse levantando do sofá pegando sua guitarra, os dois sorriram, também se levantaram e ocuparam os seus lugares.
Bill com a aparência cansada, parecia exausto, colocou o fone de ouvido, pegando o copo com café virando o pouco do líquido, num gole apenas e jogando-o no lixo no canto da sala.

E pela última vez repassaram à nova e última canção do álbum HUMANOID.


–Tudo bem? — Tom apoiou a mão no ombro do irmão, apertando-o de leve, quando terminaram de repassar a música.
– Sim. - Bill sorriu, passou as pontas dos dedos no cantinho dos olhos, tentando enxugar as lágrimas que teimavam em cair - Acho que me envolvi demais nessa canção.
– Ficou realmente muito bonita. - Tom deu um tapa de leve nos ombros do gêmeo, soltando a guitarra e colocando-a no suporte.
–Acho que os fãs vão gostar. – Bill falou.
–Os fãs ou “a fã”? - Gustav perguntou levantando do banco, deixando a bateria.
– Os dois. - Bill pela primeira vez sorriu com vontade, ao lembrar da “fã” em especial.
– Preciso ir embora. – Georg colocou seu baixo no suporte. – Tenho um jantar com os pais de Sofia.
– Aproveita que minha casa é caminho e me dá uma carona. - Gustav não pediu, simplesmente ordenou.
–Não vai atrás da sua carta de motorista? – Georg olhou feio para o baterista.
–Pra que, se eu tenho você. - A resposta fez os Kaulitz sorrirem ao mesmo tempo.
–Uhuu Georg! – Tom zombou do baixista – Aproveito e me despeço. Preciso dormir, Bill me fez ficar arrumando o arranjo dessa música incansavelmente durante vinte e quatro horas. – O guitarrista coçou os olhos cansado. - Vamos pedir algo em casa para o jantar?
–Não, eu vou ficar mais um pouco. – Bill informou, colocando as mãos na jaqueta vermelha.
–Sozinho? – Tom perguntou
–Sim e não, não quero que você fique. – Bill respondeu ao irmão. – depois pego um táxi, se precisar.

Os três se olharam e juntos saíram do estúdio, deixando a porta da sala de instrumentos aberta.
Quando Bill ouviu a porta da sala de estar bater e o barulho dos carros se afastarem, ele foi até a mesa de som, programou a nova música para tocar mais dez vezes, ininterruptas, voltou para dentro do estúdio, onde sentou no pequeno sofá, encostou a cabeça e fechou seus olhos para ouvi-la novamente.
Quando a música soou no estúdio, Bill começou a sussurrar cada frase, num tom baixo, prestando atenção em cada estrofe, em cada palavra que ele cantava. Só não se deu conta, que no meio da música, sua voz já era muito mais alta que o playback que soava na sala.

You see my soul,
I'm a nightmare,
Out of control,
I'm crashing
Into the dark,
Back to the blue,
Into the world of our cocoon
You're the sun and I'm the moon,

In your shadow I can shine
In your shadow I can shine
In your shadow I can shine
Shine

Don't let go, oh oh oh no
Don't you know

In your shadow I can shine…


Quando a música terminou, e a segunda se iniciou, Bill abriu os olhos, olhando para o teto do estúdio, lembrando de cada instante da música, quando Kate havia dito que ele vivia em um casulo, no momento que ele disse que ela era o seu pior pesadelo e na última vez que haviam se visto, quando ela disse:

–Somos muito diferentes, Bill! – eu choraminguei, ainda com minha cabeça encostada em seu peito. - Como o sol e a lua.


– E quem disse que existe uma diferença entre o sol e a lua? - ele se afastou e seus olhos fixaram nos meus, tentei desviar meu olhar, seu indicador tocou em meu queixo, me obrigando a permanecer em seu olhar. - Pode ser partes diferentes, mas que permanecem apenas incompletas se tocadas sozinhas. Juntos, sol e a lua se completam.


– Você me completa, Kate - sua voz mudou, ficou profunda e rouca.




– Kate. – ele chamou por ela, como se ela pudesse ouvir.

–Oi, Bill!

Seus olhos arregalaram, o sangue sumiu completamente do rosto e de seu corpo. Seu coração deu um solavanco, em pé, ela o observava do lado de fora do vidro do estúdio, sorrindo e com os olhos brilhantes em lágrimas.

Seus olhos presos aos dela, e a música tocando alto.


In your shadow I can shine
In your shadow I can shine
In your shadow I can shine
Shine Shine Shine Shine


– Essa música... é...

Lágrimas rolaram quando ela piscou. As palavras morreram em seus lábios.

–Kate. – Bill sussurrou. Tudo era um sonho. Ela não poderia estar ali, a poucos metros de distância,seus olhos fixos sobre ela, teve certeza de que tudo era real. – Oi! – ele apenas disse.
– Essa música... – Droga! Ela pensou, Kate queria dizer muitas coisas, que a música era linda, maravilhosa, que havia amado a letra, a voz dele... mas não conseguia. Estava tudo grudado em sua garganta e quanto mais tentava falar, mais ela chorava.
– Ela é sua. – Bill sorriu - Fiz para você.
– Linda. – ela disse por fim em um soluço – Ela é simplesmente linda!
–Fico feliz que tenha gostado. – Bill disse, ainda em pé, sem se mover - Terminamos hoje e ela entra no CD Deluxe.
–Eu...
Ela ainda não tinha palavras. Essa era a verdade, de todos os presentes, aquele era o mais valioso para ela. Kate estava realmente emocionada, sem saber como expressar tamanha surpresa.

“Uma música... Bill havia feito uma música... pra mim!“

O Audi ficou minúsculo, tudo o que ele tinha feito até agora, ficou inexistente, diante da música.
–E-eu...
– Como soube que estava aqui? – Bill perguntou, vendo o estado que Kate estava. Nas nuvens.
– David. – ela informou a Bill, com a respiração falha. - Você disse que seria a primeira a saber, quando chegasse na Alemanha.
–Sim, eu disse.
–E por que não o fez?
– Confesso que tentei, mas ninguém atendia minhas ligações, dessa maneira fica muito difícil a comunicação. Podia tentar um pássaro ou com fumaça. – Bill tentou brincar com a situação.
–Desculpe, seria mais interessante receber um pássaro do que um Audi. – ela disse sorrindo, limpando as lágrimas com os dois dedos indicadores.

O silêncio tomou conta do estúdio.

– Kate, eu realmente aprendi com todos os meus erros. – ele começou a falar - Lógico que ainda vou errar no decorrer da minha vida, mas confesso que antes de abrir a boca e dizer algo, pensarei duas vezes. Eu não quero mais magoar pessoas, principalmente as que eu amo e acho fundamental em minha vida, como você.

Bill falava com a voz firme e os olhos fixos em Kate.

– Mas, não consigo mais. Vamos parar com esses jogos, concorda? - Bill se aproximou da porta onde Kate estava.

Kate ergueu uma das mãos a fim de pará-lo. Ele parou, mas continuou a falar:

–Chega, a vida... – ele parou para se corrigir - a nossa vida esta passando e ficar longe de você esta me matando: fisicamente, mentalmente e profissionalmente. - Bill deu mais um passo ao encontro de Kate - Não posso mais!

– Concordo. - ela disse com firme­za, interrompendo-o - Você esta certo.

–Estou? - Fitou-a com uma das sobrancelhas arqueadas, a resposta rápida de Kate lhe pegou de surpresa.

–Completamente.

Por vários segundos, nada rompeu o silêncio. Apenas a música soava entre eles.

Don't let go, oh oh oh no
Don't you know

In your shadow I can shine…



...


Sim, ele tinha razão. Aquilo tinha que acabar.


– Você sempre perturbou meu sossego, Bill. – eu comecei e falar, reunindo toda a coragem que existia dentro do meu peito. - Toda vez que nos aproximamos um do outro, uma legião de demônios escapa do inferno, me deixando... Deixando sem saber o que falar, pensar ou agir. – eu disse sorrindo olhando-o sem graça. – Acho que já posso confiar em você novamente.

–Você vai voltar pra mim?

–E-eu... – eu o havia perdoado. - Podemos ir devagar? - eu perguntei, dando um passo ao seu encontro, tocando seu peito com os meus dedos. – Quando começamos foi tudo muito rápido demais, quero fazer certo dessa vez, ir com calma, dar um passo de cada vez, sem tropeçar...
–Shhh – Bill colocou um dedo em meus lábios, impedindo-me de falar – Quero você ao meu lado, não vamos classificar nada nesse momento, isso não importa. – o pedido veio num soluço abafado - Importa que você esta aqui... no meu casulo.

Bill se aproximou, passando um dedo de leve em meu braço, desceu até minha mão e enlaçou meus dedos, apertando-os forte. Seu rosto se curvou, e sua respiração soprou no meu rosto ao sussurrar:
– Estava com saudade, morrendo na verdade. – acariciou a lateral do meu pescoço com a ponta de seu nariz.
–Eu também - eu suspirei, confessando por fim.
–Por que não atendeu meus telefonemas.
– Medo de não resistir e mandar você enfiar o Audi num lugar feio. – A confissão baixa fez Bill sorrir.
–Você nunca seria tão mal educada.
–Eu mudei Bill - Franzindo a testa, olhei para baixo fixei meu olhar em nossas mãos, agora unidas. – Amadureci.
–Não. – ele se aproximou soprando em meu pescoço - você continua doce, meiga, amável e cheirando muito bem, morango, seu gosto é delicioso. – ele murmurou passando a ponta da língua no meu queixo.
–Bill.... – O meu coração batia com força. Uma excitação quente percorria o meu corpo, fazendo me tremer de desejo.
–Tão linda e humana. – Bill esfregou seu nariz no meu, ainda com os olhos fechados - Hoje recebi uma placa de um tal de Ryan agradecendo pela minha doação. – ele abriu os olhos e me encarou.
–Recebeu? - Fiquei séria esperando a fúria de Bill, celulares jogados aos ares.
– Bela atitude. – ele sorriu – Espero que ele faça bom proveito do Audi.
– Tenho certeza que fará. – retribuí o sorriso, ainda confusa da sua reação.


Devagar e com muito cuidado, Bill levantou minha mão e a trouxe para junto de seu peito, em seguida levou-a aos seus lábios e a beijou. Não tirando os olhos dos meus, mordi meu lábio inferior e então, ele abriu um sorriso imenso, lindo e intenso que só ele sabia dar e pediu:
– Pare de morder esse lábio... - ele sorriu - ... ou me deixe mordê-lo por você, meu amor.
Seu dedo se moveu para baixo de minha bochecha, correndo ao longo da veia que pulsava em meu pescoço, meus olhos ficaram pesados, e os fechei, seus dedos passaram sobre minha clavícula e depois massagearam meu pescoço.

Um gemido foi inevitável. Dos dois.

Seus dedos deslizaram com delicadeza para o meu decote, desabotoando o primeiro botão da minha camisa com lentidão, os outros voaram pelo estúdio, assim como o meu sutiã. Eu estava completamente nua da cintura pra cima, com os olhos cor de mel de Bill, adorando e admirando meus seios.
– Perfeitos – ele murmurou tocando-os lentamente.
Choraminguei quando ele apertou um dos meus seios com desejo, cobrindo-o depois com seus lábios molhados e quentes. Meu corpo estremeceu e meus joelhos enfraqueceram diante de sua língua.
–Bill...
Ao ouvir seu nome, ele sugou mais forte. Gemi mais alto, contorci em seus braços e pressionei minha mão em sua nuca, enfiando meus dedos em seus cabelos, puxando-o, apertando-o, mordendo-o e o arranhando.

Minha respiração estava quase nula. Quando as mãos de Bill correram para debaixo da minha saia, meus joelhos não respondiam mais aos meus comandos. Minhas pernas estavam que nem gelatina e quando o calor de sua palma queimou a minha coxa e seus dedos escorregaram sobre minha pele, eu tive a nítida sensação que ia morrer... Morrer de tanta felicidade.

Seus dedos subiram exigentes até chegarem à borda sedosa da minha calcinha. Um dedo forçou o tecido, por instinto afastei minhas pernas, Bill sentiu minha entrega e com dois dedos colocou o pequeno pedaço de pano de lado.

–Oh Bill ... não vou aguentar... não por muito tempo...

–Fale. – ele beijou minha boca enquanto explorava minha intimidade - O que você quer?
– Quero você. – a confissão veio seguido de um gemido rouco e longo.
– Eu quero você mais do que você possa imaginar ou sonhar. – ele respirou em minha boca, deslizando o dedo profundamente, duro e quente. - Você é tão linda... O cheiro da sua pele, o som da sua respiração... Quero você toda... Inteira... não me faça esperar mais... Por favor.

As paredes a prova de som absorvia os nossos pedidos entre os gemidos.

– Acabou a espera. – a última lágrima se foi e em seu lugar um enorme sorriso surgiu entre meus lábios e então sentindo-me viva novamente, disse:

– Na minha sombra, você pode brilhar.

Bill segurou minha cintura e me levantou do chão, colocando-me sentada no grande piano branco, tirou a jaqueta e segurando minhas pernas, me trouxe sem nenhuma delicadeza para perto de seu corpo. Ele se movimentou, roçando sua excitação na minha. Tomando minha boca em um beijo.
Um beijo que foi ficando profundo, duro, possessivo e exigente. Trazendo uma corrente elétrica para os nossos corpos. Bill apertou-se mais entre minhas pernas, querendo tirar todas e quaisquer barreiras existentes em nosso caminho.
Sua língua entrava e saia da minha boca, seus dedos apertavam minha cintura, eu ia ficar com marcas, mas naquele instante, nada importava.

– Preciso tanto de você... — sussurrou urgente, enquanto com um movimento, sua mão voltou a me torturar.

Seu coração pressionou no meu, batendo com o mesmo ritmo insano, a dor lhe dizendo que não podíamos mais esperar, nem mais um segundo.

Sem parar de beijar meus lábios, Bill tirou minha calcinha, acariciando minha pele úmida e quente, sua respiração estava descompassada, ele estava sem controle, pegou minha mão com força e a pressionou sobre sua calça, mostrando sua excitação, completamente fora de mim, comecei a massageá-lo sobre o tecido jeans.

– Preciso estar dentro de você... - Ele gemeu alto, não suportando mais - ... Agora, amor!


Abaixei as mãos para o seu cinto e quando estava abrindo-o, minhas unhas contornaram o volume entre suas pernas e quando ele se afastou para tirar o jeans, a música parou de repente e a voz grossa veio em alto bom som das caixas acústicas do estúdio, nos assustando:

– Saia de cima do meu piano!

Bill cobriu meu corpo nu com o seu.

–Tom, saia daqui! – Bill gritou quase me deixando surda.

–Nem pensar. – Tom gritou no microfone fora do estúdio – Não quero ninguém esfregando a bunda suada no meu piano novo.

–Tom! – Bill me cobria para que me vestisse rapidamente – Dá pra sair, pelo menos para Kate se vestir?

–Tudo bem. – Tom disse um pouco mais calmo – Mas venha rápido, quero te mostrar algo.

Quando Tom saiu da janela de vidro do estúdio, eu me levantei do piano e me arrumei. Bill colocou apenas a camiseta e xingou o irmão, quando o zíper quase fechou entre suas pernas.
–Eu vou matar esse filho da puta.
–Que vergonha. – Eu disse, com os olhos fechados.
–Ele não viu nada, eu estava na sua frente – Bill beijou minha testa, tentando me confortar. – Vamos ver o que esse idiota quer e depois podemos passar a noite no seu apartamento.

Confirmei com a cabeça. Bill pegou minha mão e saímos juntos do estúdio, seguimos para a sala de estar, onde Tom estava sentado no sofá, fumando.

– Puta que pariu, o que tem pra falar que não podia esperar? – Bill perguntou com raiva para o irmão.
–Oi, Kate! – Tom ergueu os olhos ignorando a pergunta de Bill e me cumprimentado.
–Oi,Tom! – eu respondi tímida escondendo-me atrás de Bill.
–Tom? – Bill chamou o irmão impaciente.
–Isso estava no vidro do seu carro, na garagem de casa. – Tom pegou o envelope rosa e sacudiu no ar, entre seus dedos. – É da sua fã e o que mais me chamou atenção, foi o que ela escreveu fora do envelope.

Bill andou até Tom e tirou o envelope do irmão, voltou para o meu lado e só então leu o que estava escrito fora do envelope.

Postado por: Grasiele

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