sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 42 - Na África.


Não demorou muito para que eu chegasse ao lugar onde a equipe estava montando o cenário para a gravação do vídeo, estavam fazendo barulho ensurdecedor, pessoas correndo de um lado para o outro. David quando me viu, correu e lhe entreguei os documentos que havia me pedido e indicou o lugar onde encontrar Bill. Pedindo sempre discrição.
Andei no meio de sucatas, pedaços de todo tipo de metais e passei por quatro carros que seriam utilizados para a gravação do vídeo. Andei mais uns cinco minutos e quando me aproximei da tenda que foi montada, eu parei.

Foi como se o tempo parasse, aquela voz entrou primeiro em meus ouvidos e depois em minha corrente sanguinea. Ele cantava uma versão de Automatisch, só que mais lento, em acústico.
Eu entrei e ele continuou a cantar, estava de olhos fechados e sua voz era como um sussurro, uma voz melódica e viciante. Quando ele seguiu para a terceira estrofe, ele abriu os olhos e me viu, parando de cantar.

– Não pare. – eu pedi a ele. - Não pare de cantar - sabia que suas faces estavam coradas. - Eu... Eu gosto da forma com que faz isso. Como se significasse tudo pra você.
Os olhos dele escureceram.
– E significa tudo para mim - Bill confessou em um tom baixo de voz. – estou feliz que esteja aqui.
– Eu também. – eu continuava parada no mesmo lugar.
Foi Bill que se aproximou e, repousou o dedo indicador em meus lábios, contornando-os.
– A música significa tudo para mim, assim como você. – foi ele que me fez corar dessa vez – Agora que chegou posso voltar a respirar, agora sim, meu coração esta em paz.

Suspirei feliz em ouvir aquela confissão, Bill afastou uma mecha dos meus cabelos que caíam em meu rosto.
– Vou beijá-la. - Bill confessou num sussurro rouco. - Oh, Kate, eu vou beijá-la muito, até não poder mais respirar. – seus dedos entraram nos meus cabelos - Quase morri esses dois dias que ficamos separados. – ele me puxou com força para unir nossos corpos.
Soltei um gemido baixo, inclinei-me para frente e aproximei meus lábios dos dele. Por um longo tempo, Bill não se moveu apenas nos olhamos.

O mundo parou. A Terra não girava mais.

Então ele suspirou, colocou os braços ao meu redor, ergueu- me do chão. Enlacei seu pescoço com os braços e deixei que Bill me beijasse... Loucamente... Apaixonadamente.

Um beijo quente, molhado, exigente e demorado, que terminou com nossa respiração ofegante e nossos corações batendo em um ritmo frenético.
– Kate... - Bill encostou sua testa na minha. - eu quero fazer amor com você... faz tanto tempo que... eu preciso tanto estar em você.
–Eu sei...
Sua virilidade rígida estava pressionando minha essência feminina. E quanto mais seu corpo encostava ao meu, mais eu sentia a sua urgência e o seu desespero.
–Estou enlouquecendo... - eu podia sentir as batidas descompassadas de seu coração contra meu peito.

–Tem um... lugar para nós? - perguntei a ele, quase morrendo de vergonha. – Um quarto?
–Desocupado? – ele voltou à pergunta.
–De preferência ao menos que você queira alguém assistindo – não pude evitar e sorrir.
–Hum... Aqui nas gravações não. Estamos os quatro em um quarto no hotel e o resto da equipe divide dois quartos.
–Então, eu acho melhor a gente se acalmar e conversar. – eu disse beijando seu queixo e me afastando dele.
Mas não por muito tempo.
– Droga! - Bill resmungou algo que não entendi e com urgência e passos rápidos me alcançou beijando-me intensamente, colocando uma das mãos sobre minha nuca, segurando-me firmemente contra o seu corpo, depois de alguns minutos, como se tivesse tomado um choque, se afastou. – Se esse monte de gente não tivesse ai fora, juro que eu faria uma grande loucura.

– Bill, vamos nos acalmar - eu disse mais uma vez me afastando, dessa vez sorrindo.

–E as visitas nas vilas? -Bill perguntou pegando uma xícara de café e colocando uma boa quantidade de líquido nela.
–Difícil - eu disse lembrando-se das cenas de crianças magras, desnutridas e implorando por comida. – Tudo muito triste. Mas o pouco que estamos fazendo a essas pessoas carentes, já é de grande valia. – lágrimas surgiram em meus olhos e tentei mudar de assunto para não cair mais fundo nas lembranças daquelas pobres crianças. - Falou com a polícia sobre Jill?
– Sim. – Bill respondeu. – Não vejo a hora que tudo isso termine. – ele disse tenso – Essa garota é perigosa e a quero na cadeia.
–Eu também, e pensar o risco que eu corri. - Eu disse pegando a xícara de sua mão e tomando um grande gole de café olhando para o relógio no alto da tenda. - preciso ir, vou terminar algumas cestas de mantimentos com Ryan. Amanhã temos mais algumas visitas.
–Gostaria de ajudar todas essas crianças. Esse garoto é um exemplo de humanidade. Não o conheço, mas já gosto dele.
–Vou apresenta-lo um dia a Ryan. - eu falei - E você ajudou, o Audi foi uma doação e tanto. – eu sorri e ele me enlaçou pela cintura, abraçando-me com carinho.
–Por que não dormi no hotel? - Bill convidou – O hotel é pequeno, mas é ótimo.
–Os meninos vão achar ruim, com essa super população.
–Eles não têm que achar nada. – Bill disse dando de ombros.
–Depois que te chamam de mandão você acha que eles falam demais.
–E eles falam demais. – Bill sorriu saindo da tenda chamando por David, quando o manager chegou, avisou que seguiríamos para o hotel, além de estar ficando tarde, as tomadas de Bill haviam sido finalizadas.

Bill, David e eu seguimos para o hotel onde a banda e a equipe estava hospeda, ficava mais ou menos meia hora do local que escolheram para filmar o vídeo de Automatisch.
Entramos no hotel, Kate deixou seu documento como membro da equipe e seguiu junto com os dois para dentro do estabelecimento.
Quando entramos no quarto, Tom, Gustav e Georg estavam jogando banco imobiliário. Seus rostos viraram e sorriram com alegria, fui recebida com um beijo de cada um, juntei-me a eles apenas para observar o jogo, Bill deitou a cabeça em meu colo enquanto víamos Gustav empobrecer Georg e Tom.
–Vai dormir aqui? – Tom perguntou quando mais tarde eu deixei o pequeno toalete, vestida com uma camiseta e um short de Bill.
–Ela vai! - Bill se apressou e respondeu em meu lugar - Comigo na minha cama.
–Vai submeter à pobre moça a sinfonia da dupla: Gregor e Günther– Tom sorriu divertido - você não a ama mesmo.
–Bill, eu posso dormir na cidade com o pessoal do Rick
– Vai dormir aqui!! – ele deitou na cama e estendeu a mão, eu a segurei e ele me deitou ao seu lado.

Bill, eu e uma cama. Alguém sonharia mais alto?
Sim... Que estivéssemos sozinhos, que Gustav, Tom e Georg desaparecem da face da terra, por meia horinha já ajudaria e muito.

...

No outro dia, despertei nos braços de Bill. Com meu corpo dolorido, duas pessoas altas, numa cama de solteiro. Eu tentei me mexer devagar para esticar meus ossos, tentei levantar com muito cuidado para não acordá-lo.

Ele já estava acordado e me olhava.

Seus lábios se curvaram em um sorriso lindo e mágico. Por alguns momentos, apenas fixei meus olhos em sua boca e depois nossos olhos voltaram a se contemplarem.
E então eu soube, fazia muito tempo que eu não me sentia tão feliz... Tão segura e completa. Era como se pertencesse aquele lugar, se fosse feita simplesmente para ficar entre seus braços. Era como se tivesse sido feita para somente ele.
E na verdade, no fundo de minha alma, eu sabia. Eu era dele.

Nós tínhamos sido feito um para o outro. E naquele instante, tudo estava voltando ao normal, estávamos juntos e felizes como deveria ter sido desde sempre, desde o início.
Tudo estava perfeito. Perfeito. Perfeito até demais.
Será que isso estava perfeito demais e algo terrível aconteceria novamente? - O sorriso que mantinha em meu rosto desapareceu com meus pensamentos.
– Ei. - Bill brincou percebendo a minha mudança.
Pisque por duas vezes, acordando dos meus pensamentos, ergui minha cabeça e forcei um sorriso.
– Ei. - eu respondi a ele. Mesmo com o quarto escuro, conseguia ver seu rosto.
– Você está bem, amor? - Bill sorriu e depositou um beijo gentil em meus lábios.
– Tirando a dor na coluna? - eu balancei a cabeça em positivo - Mas mesmo assim obrigada por isso.
– Pelo que? - Bill estreitou os olhos.
– Por me deixar dormir aqui com você, nessa minúscula cama, seu corpo deve estar dolorido, você é enorme para essa cama pequena e...
–Sou enorme? - Bill sorriu com malicia, deitando-se sobre meu corpo, aprisionou-me contra o colchão com o próprio corpo e segurou-me os pulsos. – Hum?
–Sim...sim... – eu respondi sorrindo deixando que ele inclinasse seu rosto e me beijasse, afastei minhas pernas e Bill se encaixou entre elas, roçando sua intimidade na minha.

Queria que Bill me beijasse com força. Nada de suavidade e gentileza. Queria algo brutal, várias vezes, até que ela soluçasse o nome dele e... Oh... o que era aquilo?

O estou pensando? - Eu sempre ouvi que a falta do ato sexual subisse a cabeça, nunca acreditei nessa lenda, como também nunca pensei que fosse precisar tanto... do ato.

– Dá pra parar de fazer essa cama ranger - Era Tom reclamando, a menos de um metro da gente. – Esta incomodando meu sono de beleza.
–Como se tivesse uma. – Bill disse jogando o travesseiro nele.
–Olha, eu não queria falar nada, mas como Tom começou. – Esse era Gustav – esta incomodando mesmo.
–Precisam de um banho gelado, os dois! – Georg se intrometeu.
–Calem a boca, os três! – Bill disse levantando da cama e pegando minha mão e puxando para fora dela em direção ao toalete.
–Bill – eu o chamei vendo o que ele pretendia fazer - Eu espero na sala ao lado, enquanto você usa o toalete.
Bill me olhou sem entender. Eu não usaria o toalete junto com ele, sendo que todos saberiam o que estaríamos fazendo lá dentro. Por mais vontade que eu estava de fazer amor, não poderia.
Ou poderia?

Nossa mãe! , o que estava acontecendo comigo? Ela, a decência em pessoa, uma garota tão impregnada das regras de etiqueta. Pensando tão pecaminosamente. Minha sanidade estava por um fio.

Era o calor da África, só podia ser!

Meu cérebro estava parando de funcionar era tudo culpa do calor.

Só que lá fora, na África, estava chovendo e não estava tão quente assim.

O barulho da porta abrindo me trouxe a realidade. Bill saiu do toalete e eu levantei rapidamente e entrei, abrindo o chuveiro no máximo em água gelada, enfiei meu rosto na água e ali permaneci por alguns minutos. Então tomei uma ducha interminável, ficando dessa forma até conseguir raciocinar direito.

Natalie entrou no quarto, no momento que eu deixava o toalete e Georg entrava esbarrando em mim, como se fosse tirar o pai da forca. Fazendo a maquiadora sorrir.

–Meninos, daqui a pouco o pessoal da reportagem e da fotografia estarão por aqui. – Natalie disse olhando para Bill e depois em minha direção. – Bill nós temos que fazer a maquiagem e o cabelo.
–Tudo bem. Eu preciso ir, Ryan esta a minha espera, temos duas vilas para visitar e levar alimentos e remédios ainda hoje. – eu disse olhando para Bill, entendendo a mensagem de Nathy.
– Tem certeza que já vai? - Bill perguntou puxando minha cintura e colocando-me em seu colo.
– Sei que hoje o dia será corrido pra vocês, muitos fotógrafos, filmagens e tudo mais. – eu disse encostando nossas testas. - tenho meus compromissos, também volto amanhã para Alemanha e nos vemos lá. Não quero complicar sua vida, agora que estamos acertando tudo.

– Fico triste que vai embora, mas feliz que esteja realizando seu grande sonho. – Bill me abraçou e beijou o topo da minha cabeça – Estou tão orgulhoso de você.

–Vamos Bill – Natalie disse - Esse cabelo dá um trabalho.
–Estou pensando em cortá-lo. – ele disse fazendo uma careta, tirando-me de seu colo e sentando na cadeira em frente ao espelho.
–Por que não tira esses dreads? – eu disse segurando um dread branco.
–Você não gosta?
–Amo. – eu respondi olhando-o através do espelho – Mas, se dá muito trabalho, pra que ficar com ele? E sei que não curtiu muito.

Antes de Bill responder, David entrou na tenda me chamando, o rapaz que me levaria até o outro lado das montanhas, no hotel de Ryan, havia chegado.

Despedimo-nos com dificuldades, sempre era difícil e triste deixá-lo, mas voltaríamos a nos ver em três dias, o que fez meu coração ficar vazio, sai da tenda rapidamente, antes que eu desistisse de tudo e ficasse com ele.



Estava carregando algumas cestas de alimentos no jipe que Ryan havia alugado, quando meu celular tocou, olhei para o visor e sorri dizendo ao atender.

–Quem é vivo sempre aparece.
Oi! – Dean disse do outro lado da linha – Estou na Alemanha, especificamente na porta de seu prédio e Klaus me disse que não esta.
–Não estou.
Vai demorar, posso te esperar.
–Hum... se quiser esperar, terá que sentar, na verdade deitar - eu respondi sorrindo - estou na África.
África?– Dean perguntou com um grito que me obrigou a afastar o aparelho da orelha – Que diabos esta fazendo ai?
– Um projeto com o Ryan Hreljac. – eu expliquei a Dean - e também por causa de Bill que esta gravando um vídeo.
E o trabalho no escritório de David?
–Pedi uma dispensa.
É bom ser namorada do chefe!
–Nem tanto - eu mudei o aparelho de orelha - Mas estou pensando em pedir dispensa do escritório por tempo definitivo
Por quê?
–Estou com umas idéias, eu recebi um convite e...
Um convite? Para ser esposa do Bill? - Dean disse afobado.
–Não! - foi a minha vez de gritar na orelha dele - Não vou dizer ainda. Falamos-nos quando eu chegar na Alemanha.
Quantos mistérios.
Não são mistérios, apenas preciso analisar o que isso vai mudar na minha vida.
Bill sabe dessas mudanças?
–Ainda não!
–E pelo tom da sua voz, ele não vai gostar nada, estou errado?
–Você, meu amigo, sempre certo.

Postado por: Grasiele

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