sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 46 - Agora a escolha é sua!


Bill estava na porta do meu apartamento para viajarmos para a Itália, Tokio Hotel se apresentaria no MTV Coca-Cola Festival, depois da pequena apresentação da Nokia, era a segunda apresentação ao vivo, mas dessa vez, para um público bem maior.

A campainha tocou novamente.

–Estou indo! - eu grite da porta do quarto apressando meus passos. - Bill, você tem a chave da porta por que não usa... o... o... o que... – não conseguia formar uma frase diante da imagem parada na minha frente – Oh céus... que diabos fizeram com você?

– Gostou? – ele perguntou vendo meu olhar de surpresa.
–Eu...
–Não gostou? – Bill perguntou franzindo a testa.
–Eu...
–Odiou?
–Bill! - eu gritei - Se você deixasse eu falar diria que nunca esteve tão... LINDO!
O sorriso dele se abriu de orelha a orelha.
–Mesmo?
–Sim, eu...
–Não esta falando isso apenas para me agradar?
–Bill! – eu novamente chamei a sua atenção. – Você ficou realmente muito bem com esse moicano.
–Eu também gostei, aqueles dreads estavam me matando.
–Eu disse para você se livrar deles. – eu andei até e passei as pontas do meus dedos em seu cabelo arrepiado. – eu realmente gostei...muito!
–Me livrei! – ele disse entrando no meu apartamento e seguindo direto para o espelho, olhando de todos os ângulos para o seu novo penteado. - Jumbie como esta? - ele perguntou ainda se admirando.
–Já esta com a ex-governanta da minha tia, eles se deram muito bem.
–Na próxima viagem, o quero conosco. – ele disse ainda olhando-se no espelho - O motorista esta nos esperando, a banda já esta toda no aeroporto.
–Vamos em vôo separados?
–Dessa vez não. – ele sorriu pegou minha mala e me enlaçou pela cintura me dando um beijo delicado e gostoso nos lábios. – Vamos no mesmo vôo, sua poltrona é próxima da minha.
–Isso não é perigoso demais.
–Não, estou pensando seriamente em assumir nosso namoro no inicio de 2010, o que acha?

Não... Não faça isso comigo!– foi o que pensei com meu coração apertado, meus planos eram completamente diferentes para 2010.

–Pensei que fosse... gostar! – ele disse me olhando de forma interrogativa.
–Bill... – eu o olhei sem saber o que dizer - me pegou de surpresa. – eu disfarcei e o beijei – ser oficialmente a namorada de Bill Kaulitz era tudo o que toda garota sonha.
–Não quero qualquer garota. - Ele disse, depois soltou a mala e me enlaçou pela cintura, beijando-me com vontade. – precisamos ir, antes que eu a deite aqui nesse tapete e faça amor com você.
Ele beijou a ponta do meu nariz, voltou a pegar a mala novamente e saímos do apartamento.

...

Roma – Coca Cola Live


A porta do camarim se abriu, e eu me virei sorrindo pensando que fosse Bill, quando vi quem era, parei de sorrir e me virei novamente, ignorando.
–Olha quem esta aqui. – John disse passando seus olhos pelo meu corpo – Faz muito tempo que não nos vemos.
–Pois é – eu sorri apenas por educação – Não trabalho mais para David.
–Se não trabalha mais por que está aqui dentro do camarim do Tokio Hotel em Roma?
Ai... que merda! - pelo menos em pensamento eu podia xingar aquele filho da mãe prepotente e metidinho a galanteador.
–Eu...
–Ela veio comigo. – a voz grossa veio da porta – Kate é minha amiga e esta aqui por que eu a convidei, como minha convidada e de toda a banda.

Era Gustav, sempre pronto a ajudar.

Sua namorada? – John perguntou com um sorriso malicioso nos lábios.
–Esta ai uma coisa que não é da sua conta. – Gustav respondeu seco.
–Estou feliz em vê-la. – John desviou os olhos do baterista e continuou a falar como se Gustav nem estivesse no camarim. Era tão seguro de si, tão certo que todas as mulheres o queriam que chegasse a embrulhar o estomago. - Vou dar uma reuniãozinha hoje à noite na minha suíte de hotel. — A voz soou suave demais.
– E? - eu perguntei - O que quer dizer com uma reuniãozinha? — eu percebi que ele me encarava descaradamente.
– Uma reunião bem pequena, só você e eu. – ele sorriu sem vergonha – Hoje é meu último dia na Cherrytree records estou seguindo para outros caminhos, muito mais lucrativos e que você poderia ganhar muito também. – ele deu um passo e seu corpo quase tocou o meu. - É minha noite aqui em Roma e queria terminá-la com você.
–De preferência na sua cama? – eu perguntei.
Ele sorriu sem esconder que era isso mesmo que ele queria.
–Hum... Seria maravilhoso. – ele passou a ponta de seu dedo em meu ombro – Poderíamos nos divertir muito.

Eu olhei seu dedo deslizando pelo meu ombro e levantei meus olhos para ele sorrindo.
–Eu preferia fazer sexo com o Bob esponja, do que com alguém tão nojento como você! – falei com desdém - Nada em você me agrada. Aliás nem de você eu gosto. Na verdade tenho um pouco de nojo de você do modo que acha que é irresistível, eu nunca me envolveria com alguém do seu tipo... Eu fui clara?
Ele ficou sério e olhou para Gustav, que tinha um sorriso divertido nos lábios, sem graça.
–Você é uma criança que não sabe o que quer. – ele atirou a ofensa em mim.
–Pode ser. – dei de ombros sem dar muita importância - Mas, sei muito bem o que eu quero. E não é você!
– Garotinha Insolente! - ele me mediu dos pés a cabeça com desprezo.

Revirei os olhos irônica e ele saiu batendo a porta do camarim.

– Pena que não tinha uma câmera, queria ter gravado a cara de idiota dele. – Gustav sorriu – Você nem parece aquele Kate tímida e sem boca para nada, que eu conheci há dois anos. Você mudou muito.
–Isso é um elogio?
–Com certeza! - ele disse - Essa sua vida amorosa com Bill fez você mudar muito.
–Gustav eu aprendi muito com Bill, tanto para o lado ruim, quanto para o bom. Pode dizer sim, que sou outra Kate. – minha voz estava embargada, de emoção - E você? Como vai sua vida amorosa?
Ele desviou o olhar timidamente.
– Não é uma prioridade. Estou ocupado demais com a banda para pensar nisso.
– Essa é a sua resposta clichê, Gustav? - Ela não pode resistir em provocá-lo. - Porque desde que te co­nheço você dá sempre essa resposta.
Ele voltou a olhar me olhar e balançou a cabeça, dando um rápido gole de água.
–E aquela garota você já esqueceu? – eu perguntei vendo–o ficar vermelho.
–Completamente.
–Sempre pensei que você fosse o primeiro a se apaixonar e arrumar uma namorada
–Garotas é o que não falta.
– Você é mesmo muito metido. Só porque você é montado no dinheiro e lindo de morrer, não quer di­zer que é o rei do pedaço.
–Não, não é nada disso. – ele sorriu divertido – o que eu quis dizer, é que mulher nunca falta, mas quero a que me faça ser diferente, que me faça perder a cabeça, que me faça chorar de amor, que me faça ficar louco para vê-la, pode ser feio dizer isso: mas quero algo parecido com que você faz Bill sentir.

Aquilo me deixou sem palavras.

–Você é maravilhoso e tenho certeza que vai encontrar.
–Já tive meus casos.
–Quantos?
– Não muitos.
– "Não muitos" não é um número.
– Dois. – ele disse.
– Feliz da sortuda que tiver o seu amor. – caminhei até ele e segurei suas mãos - um garoto que não perde o controle, não esquece a hora, não faz nada ultrajante e ainda é romântico.
– Esse sou eu! – ele levantou o queixo, imitando o jeito insolente de John.
Não consegui conter o riso.
–Você é incrivel, Gustav. – Eu segurei seu rosto com carinho e beijei as duas faces rosa. – Amo você!
–É recíproco e você sabe disso.
–Sei e também sei que venho te observando um tempo e confesso que não gosto do que vejo.
–Não faço a mínima idéia do que esta falando.
–Por que não diz a eles que não esta de acordo com algumas mudanças? – eu falei a ele.
–Estou de acordo com as mudanças. – ele disse seguro.
–Está?
–Sim. A nossa mudança de estilo musical não me desagrada. – ele disse balançando a cabeça – a única coisa que não estou de acordo é que querem todo o show em inglês. Não somos americanos, chegamos aos outros países cantando em nossa língua, por que devemos mudar?

–Também sou contra. – eu respondi – Bill não vai aceitar um show todo em inglês.
–Não sei. – ele deu de ombros – se fosse o Bill de um ano atrás diria que você esta com a razão.

Eu o olhei, com muitos pontos de interrogação, já havia sentido algumas mudanças em Bill, mas como a banda crescia a cada dia, ele não podia pensar como em 2007 ou 2008, porem o que Gustav me dizia fazia algum sentido, e essa mudança da mania dele em falar com todo mundo, inclusive comigo em inglês, me incomodava.

–Esta pensando na nova mania de Bill em falar inglês?
Eu apenas o olhei e soltei o ar, sorrindo sem vontade.

–Fale com eles. – eu andei até Gustav e o abracei com força. – Agora preciso ir.
–Nossa, que abraço foi esse... Parece um adeus?
–É quase um...

Bill entrou no camarim de repente me interrompendo.

– Algum problema? – ele perguntou olhando meu rosto.
–Não. – eu respondi logo.
–Não, estava fazendo companhia para Kate enquanto você se arrumava. – Gustav respondeu.
–David pediu para lhe chamar, para dar os últimos detalhes dessa noite e sobre o evento. – Bill avisou ao baterista.

Gustav abriu um sorriso gigante e eu retribui, dando uma piscadela carinhosa a ele.

– Teremos um belo show hoje. – Bill disse, em inglês, quando Gustav deixou o camarim.
–Ouvi o público gritar por Tokio Hotel. – eu respondi em alemão.
–David trouxe uma champagne, podemos comemorar. – ele sorriu e voltou a falar em alemão.

Eu andei até a garrafa, a tirei de balde de gelo e com o polegar a abri.

–Você pode beber? – perguntei a ele

–Uma taça não atrapalhará, talvez tire um pouco do meu nervosismo.

–Não fique nervoso.

– Eles criam muitas expectativas em cima da gente. – Bill semicerrou os olhos mostrando o tamanho de seu nervosismo.

–Tudo ficara bem.
–Preciso me acalmar. – ele disse fechando os olhos e respirando com dificuldade.
–Vou ajudá-lo. – eu me aproximei e levei minha mão a sua nunca massageando.
–Boa menina. – ele gemeu, baixando a cabeça e fechando os olhos. –Venha aqui.

Senti meus pulmões se esvaziando. Ele me beijou sem pressa, acariciando-me com a boca quente, explorando cada centímetro dos meus lábios molhados.

A língua de Bill me fez abrir minha boca.

Ele ofegou e me derreti toda, ficando úmida imediatamente.

– Tome um pouco do champanhe. – ele sussurrou em meu ouvido. - Quero provar da sua boca.

Levei a taça até a boca e dei um grande gole.

Ele pegou pelo meu queixo e voltou saborear meus lábios, usando a língua para sentir os meus lábios e a minha língua. Raspou seus dentes em minha boca, meus pêlos se arrepiaram.

O beijo se estendeu por um tempo e ninguém se preocupou em contar. Sentia-me como se estivesse dopada por alguma droga que me fazia mover-me em câmera lenta. Nada se movia em ritmo acelerado, a não ser meu coração.

Senti a taça ser retirada da minha mão.

Sem parar de me beijar, Bill agarrou-me, sentou no grande sofá e me colocou em seu colo.

– Acha mesmo que é uma boa idéia? – eu disse olhando para a porta do camarim.

– A gente só está se beijando. – ele disse sorrindo malicioso - Esta ajudando a me acalmar.

Meu corpo queria mais, não queria parar. Então, levantei e fechei a porta do camarim.

Sentei novamente em seu colo.

Ele levou as mãos à minha nuca e me beijou de uma forma ainda mais excitante.

Bill respirava ofegante e, quando me dei conta, as mãos dele já estavam rentes aos meus seios. Meus mamilos ficaram duros, na mes­ma hora. Eu gemi e senti sua excitação esfregando em meu corpo.

Minhas pernas ficaram bambas e entre elas ha­via um rio de desejo. Por mais louca que fosse o nosso ato. Eu não queria parar, muito menos Bill.

– Quer parar? - ele sussurrou em meu ouvido.
– Não consigo raciocinar com você me tocando desse jeito.
– Isso é bom ou ruim?
– Hum... Os dois — murmurei, mordendo os lábios, enquanto ele massageava meus mamilos com o polegar. – isso é loucura, nunca fizemos isso, nunca em um camarim.
– Nunca é tarde. - ele me provocou parando o que estava fazendo.

Nunca.

Eu queria senti-lo, de todas as formas, em todas as partes. Fechei os olhos e me deixei ser levada.

Bill tomou os meus lábios novamente e me beijou como se tomasse uma bebida proibida. Num passe de mágicas, ele desabotoou minha blusa e tirou meu sutiã. Com mãos vorazes, arranquei sua corrente e depois sua blusa.

Ele mergulhou o rosto em meus seios, tomando um deles com a boca. A língua atiçando e acariciando os mamilos causaram em meu corpo uma febre que me deixou queimando. Não conseguia fi­car quieta, mexendo-me sensualmente no colo de Bill, roçando no sexo rijo, que pedia para ser li­bertado.

Ele soltou um gemido que mais parecia um rugido.

– Você me deixa tão... - Ele se levantou e me pôs de pé, puxando minha meia-calça e depois a saia.
Sem tirar os olhos famintos de cima de mim. Desceu a calça e a cueca. Voltou a se sentar na ca­deira e me acomodou em seu colo.

Beijou-me, enquanto os dedos encontravam o local mais quente e úmido do meu corpo.

– Molhadinha e gostosa - murmurou em estado de êxtase. Com a língua fazia o mesmo movimento que os dedos que acariciavam minha parte mais íntima.
–Você está tão perverso ultimamente. – eu sorri.
–Estou... Graças a você.

Estava tão excitada que mal conseguia respi­rar. Estava ansiosa para ser possuída por ele.

– Quero você dentro de mim - sussurrei, com a voz embargada.
–Agora quem é o pervertido? – ele perguntou com a voz rouca.
–Graças a você. – eu repeti a brincadeira.

Bill me levantou pela cintura, encaixando-se onde queria, penetrando-me.

Ele estremeceu quando estava inteiro dentro do meu corpo.

– Não tem idéia de como é maravilhosa.

Levantei meu corpo e voltei a descê-lo, deslizando para baixo e para cima, sentindo os nervos à flor da pele.

Quando fiz o movimento para baixo, Bill fez um movimento contrário, entrando fundo com força. Alternava os beijos e a língua de um seio para o outro, beijando-os com desejo, mordiscando-os, fazendo-me quase enlouquecer.

Com uma das mãos, tocou o meu seio e com a outra desceu por entre minhas pernas acariciando meu ponto mais sensível. Sentiu uma ex­plosão por dentro. Continuei movendo até não suportar mais, chegando a um clímax delicioso.

–Bill...

Escutei ao longe, Bill murmurar alguma coi­sa, porém não soube identificar se era um palavrão ou um carinho. Ou os dois. Ele subiu a cintura, penetran­do fundo, louco e descontrolado, até que desabou, rela­xando completamente.

–Meu amor... oh Kate...

Agarrou com força minhas nádegas e soltou um palavrão abafado.

– Nossa... Isso foi realmente incrível. - O olhar dele era de satisfação e desejo. - Você é demais. De­mais... Estou muito mais calmo e com certeza subirei ao palco muito mais animado.

–Fico feliz que tenha ajudado.

– Muito... A cada dia eu te amo. – ele arrumou uma mecha da minha franja atrás de minha orelha.

–Bill? – A voz o chamou atrás da porta.

– Ai, não...

Ele tapou minha boca com sua mão. David bateu mais uma vez na porta, chamando por ele.

– Me dê 15 minutos, por favor. Já estou saindo.

–Olha seu cabelo, sua maquiagem... Desculpa, acho que perdi a razão.

–Gosto de ser o cara que te derrete toda e faz você perder a razão. – ele sorriu levantando comigo no colo, me colocando no chão. – Preciso ir, vou tentar falar com a Natalie antes de subir no palco para me recompor novamente.

Ele colocou as roupas, me deu um beijo rápido e saiu à procura de Natalie.


O show foi maravilhoso, as fãs italianas são as mais eufóricas da Europa, receberam a banda e o novo cd com uma empolgação imensa, um enorme sucesso, os meninos estavam felizes, satisfeitos e muito mais calmos, Bill principalmente.

Aquela apresentação foi umas das muitas que eles fizeram no último trimestre de 2009.


No início de Novembro, a banda começou os ensaios e a montagem para a turnê de 2010, que foi chamada de Welcome Humanoid City Tour. Uma estrutura imensa e grandiosa se formava a cada dia, que a banda escolhia a dedo. A cada novidade apresentada, Bill se realizava mais e mais, uma dupla de estilistas foi chamada para ajudar no figurino, Dean e Dan, da famosa grife DSquared2 e as músicas começaram a ser escolhidas para a turnê que se iniciaria em Fevereiro, em Luxemburgo.

Nesse mesmo tempo, a banda levou mais um EMA, de melhor grupo e ainda muito diferente de 2007, da apresentação tão comentada na chuva, a banda usou muito fogo e Georg finalizou tocando piano divinamente!

Fim de 2009, um ano fechado muito bem!


No início de 2010, confesso que não agüentava mais ouvir falar da “bola de metal do Gustav”, da moto e do piano pegaria fogo, fora as novidades de Georg tocar teclado, assim como Tom.

Era contagiante ouvi-los falar sobre o ano de 2010. Esse ano seria um ano cheio de novidades, mudanças e surpresas.

Principalmente da minha parte para Bill.


Os primeiros dias do ano de 2010 foram corridos, tomados por ensaios tanto do show quanto da novidade de Bill. Ele iria se aventurar na passarela da moda.
Tom e eu seguimos, junto para Milão, onde ele desfilou para a Dsquared2 Moda Masculina.


Outro sucesso do vocalista da banda de maior êxito em vinte anos da Alemanha.



O desfile havia acabado. Os Kaulitz estavam se aprontando para um jantar com os gêmeos, Dean e Dan , como eu não participaria, decidi seguir para a Alemanha naquela tarde eu iria arrumar minha mala e me preparar, psicologicamente, para contar a Bill sobre meus planos.


Nossa despedida foi rápida, até por que os fotógrafos não o deixaram tranquilo, nem por um segundo. Estava no elevador, descendo para o hall do hotel para pegar o táxi que me levaria ao aeroporto, abri minha bolsa para pegar meu passaporte, quando senti falta do meu celular.

–Droga! - eu pedi gentilmente que o taxista aguardasse, corri para o elevador e segui para a suíte de Bill.

Bati na porta e Tom que abriu.

–Tom, esqueci meu...

–Sim, eu sei! – ele respondeu com um semblante estranho.

Eu entrei e Bill estava sentando na cama com a cabeça baixa e com o meu celular em mãos.

–Esqueci meu celular - eu disse sorrindo e estendendo meu braço para pegar o aparelho.

–Sim e parece que esqueceu também de me contar sobre sua nova missão com Ryan.

Tudo parou!

Parou e rodou, as batidas do meu coração se apressaram e o olhei.

Seus olhos prenderam aos meus.

–Ele deu um sinal de mensagem e li. Fiz mal? – ele disse cínico quebrando o silêncio da suíte.

Nada respondi.

– Ele quer que responda que dia podem seguir para a missão na África? – ele se levantou e aproximou – Sabe, também estou curioso para saber o dia que você vai iniciar a sua missão.

Eu olhei para Tom e ele sem graça saiu da suíte, nos deixando sozinhos, quase gritei para ele, para não ir, mas aquela conversa tinha que acontecer, cedo ou tarde.

–Quando você vai? – Bill perguntou.
–Logo.
– Logo quando?
– Daqui cinco dias. – eu informei, fechando os olhos esperando a explosão.

O rosto de Bill ficou vermelho e senti a mudança no ritmo de sua respiração.

– Não queria ter descoberto dessa forma, você poderia ter me dito.

–Eu também não gostaria que soubesse dessa forma.

–Tudo bem, acho que é por uma causa nobre, vou esquecer e te perdoar por isso. – ele andou a te a janela. Você vai faz o que tem que fazer e me encontra em no primeiro show da turnê em Luxemburgo, não vai?

–Não vou poder.
–Não... e por que?
–Vou ficar dezoito meses nessa missão no continente Africano.
– Um ano e seis meses? – ele perguntou arregalando os olhos cor de mel.
–Sim, vamos visitar e ajudar mais de 30 países.
–Dezoito meses? – ele não parava de repetir aquelas duas palavras – Seria inútil eu pedir para não ir?

– Entende que não posso – eu disse tentando conter as lágrimas - todos os patrocinadores e colaboradores investiram alto por que eu vou liderar essas visitas pessoalmente. Só aceitaram ajudar em consideração ao meu pai e tudo o que eles fizeram pelas crianças enquanto estavam vivos. – os olhos de Bill brilharam enchendo-se de água. - Estamos falando de Bilhões e mais de 30 países, como vou jogar tudo para alto, essas pessoas estão morrendo por falta de água, comida, por falta de saneamento e você quer que eu simplesmente desista?

– Acho que estou com algum problema auditivo. — Bill incli­nou o corpo para frente, estarrecido. — Ouço as palavras, mas elas não fazem nenhum sentido. - ele fechou os olhos e as lágrimas correram pelo seu rosto - Pra que dezoito meses? Não pode ficar menos tempo? Ou mesmo...


–Não! – eu o cortei - Não é tão simples assim, não posso modificar as visitas planejadas, são países pequenos e muito pobres, não será fácil pegar um avião e vir te visitar seja lá onde o senhor esteja. Tem países que são horas de jipe até chegar ao nosso destino, sem energia elétrica, quanto mais sinal para celular. – eu tentei explicar – Lugares isolados do mundo. Tem noção como vou ajudar? Ser útil para muitas crianças que nesse momento estão morrendo de fome, sede e que nem sabe o dia de amanhã?

–Acha que vai acabar com a fome ou a sede dessas pessoas?

– Vou descartar esse comentário, pois está nervoso e sei que não pensa dessa forma tão egoísta. – ele baixou os olhos como se estivesse envergonhado. – Não vou acabar com nada, mas vou tentar levar um pouco de dignidade a elas.

– Você esta decidida mesmo?

–Bill, escuta por favor! – eu segurei seu braço.

–Escutar o que? – ele gritou e de desvencilhou do meu toque.

–Esse é o meu sonho, como você tem o seu. - eu disse a ele elevando o meu tom de voz - Eu desisto do meu e você do seu.

–Mas o meu não sacrifica ninguém. – ele gritou mais uma vez.

–Tem certeza disso? – eu perguntei a ele, sem gritar dessa vez, tentando manter a calma - O que eu fiz esse tempo todo da minha vida?

–Quero que fique. – ele ordenou, sem me ouvir.

–Quero que me espere. – eu pedi a ele.


O telefone da suíte tocou, Bill atendeu e quando desligou, murmurou:


– O taxi esta esperando.


–Preciso ir. – eu o olhei, vendo Bill se virar e andar em direção a porta. – Bill! - eu o chamei e corri e bloqueei a passagem. - Não faça isso!

– Saia de minha frente. - Havia uma forte determinação na ordem dele, mas não me movi, recusei vê-lo partir sem terminar aquela conversa, mesmo sabendo que ela não terminaria bem.


– Se você me amasse, esperaria por mim. – eu joguei minha última carta, certa ou errada, não sabia mais o que fazer. - Isso não pode acabar assim! - eu disse amargurada com as lágrimas prontas a desabar e por um momento pensei em desistir.



Bill deu mais um passo e girou a maçaneta, tirando-me de seu caminho, me encarando, com o rosto molhado em lágrimas:


–Kate, se você for não serei mais nada seu. Agora a escolha é sua!

Postado por: Grasiele

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