sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 50 - Obrigado por esperar.


Quando o jato em que Kate viajava aterrissou no aeroporto, de volta ao seu país, tudo o que ela queria era voltar a seu novo apartamento, que era bem menor do que o seu antigo, necessitava tomar um bom banho de banheira e dormir por cem anos. Estava voltando de uma longa missão e só queria uma cama, uma de verdade, com um bom colchão.
Tudo o que queria era esquecer e relaxar... Muito.
E foi o que fez por dias. Apenas relaxou, comeu e dormiu. Não saiu de casa, nem viu jornais, nem viu televisão, nem nada. Só dormiu.
Depois que conseguiu colocar sua vida em ordem, decidiu pegar Jumbie que já estava ao seu lado, deixado por tia Abby, que morrendo de saudade da sobrinha, ficou apenas um minuto em seu novo apartamento e saiu correndo para outra longa viagem pelo mundo com Ferrero.
Decidiu dar uma volta despretensiosa no Englischer Garten. A tarde estava gostosa, o parque estava lotado. Ela inspirou e respirou o verde e curtiu o burburinho das pessoas, e no mesmo instante, lembrou da voz autoritária e ao mesmo tempo doce de Ryan:
“Chega Kate, hora de dar um tempo nessas missões, volte para casa, vá encontrar pessoas e nos ajude de lá. O seu tempo aqui acabou.”
A primeira coisa que ela iria fazer era continuar a sua peregrinação atrás de patrocinadores, não queria seu nome, não queria mérito, nem medalha, apenas colocar em prática o que aprendeu durante todos esses anos trabalhando com Ryan Hreljac, queria apenas fazer diferença!

A segunda era...

Dia 27 de Julho às 15 horas. Palestra com Bono Vox e Bill Kaulitz.

O seu pensamento congelou e seus olhos grudaram na placa gigante ao lado de um imenso palco, as letras imensas e não podia estar lendo errado, anunciavam que Bill faria uma palestra junto com Bono Vox.
Leu e releu aquela placa, uma... duas... Cem... Mil vezes.
Palestra? Mas do que?
Vinte e sete de Julho, ela parou e puxou o calendário em sua mentalmente.
– Hoje! - ela disse olhando novamente para a placa – É hoje!
Ela olhou para seu relógio. Faltava uma hora para começar.
Sentou na grama longe do palco com os olhos fixos nele e na placa que anunciava o nome dele, com certeza se ela aproximasse e pedisse para falar com alguém da equipe, talvez pudesse chegar até Bill.
Seu coração apertou dessa possibilidade.
Melhor não.
Achou melhor deixar tudo aquilo como estava, preferiu não mexer e não remoer o passado. Iria embora antes do evento começar, muito tempo havia passado, mas dentro dela, era como se tudo continuasse intacto e preferiu deixar no fundo do baú.
Passou seus olhos novamente pela placa. Só em ler o nome de Bill seu corpo ficava trêmulas, suas mãos frias e suas pernas moles feito gelatina. Tão pouco sabia dele durante o tempo que ficou fora. Sempre se manteve cega, surda e muda quando se tratava de Bill e Tokio Hotel.
As informações que obteve eram tão superficiais, mas a deixaram feliz:

Natalie, ainda ajuda Bill, mas tinha outros clientes famosos, no fundo ela nunca deixaria a banda, aquilo ia além do profissionalismo. Uma linda e sincera amizade.
Gustav estava recém-casado, sua esposa Sabrine estava à espera da primeira filha, ninguém mais sabia muito sobre o casal que se mantinha, como sempre, reservado e muito longe dos holofotes.

Georg finalmente depois de tanto tempo enrolando havia casado com Sofia e morava ainda na Alemanha, com dois filhos, uma menina e um menino, a esposa queria mais um, mais o baixista fugia como o diabo da cruz. O nome do menino: É claro, Tom.

Tom Kaulitz, aquele não tinha jeito, ainda se divertindo com as erradas enquanto não achava a certa. Nunca durava mais que dois ou três meses com a mesma namorada. Não tinha filhos, pelo menos não registrados ou que a mídia soubesse.

E Bill, nunca, desde sempre, jamais se ouvia nada em relação a ele, apenas vivia com o irmão, que era solteiro e que ninguém sabia por que dele sempre se esquivar quando o assunto era o seu coração.
A banda Tokio Hotel, fazia muitos shows pelo mundo e em meios a inúmeros rumores de todo ano que acabaria. Nunca acabou. Muito pelo contrário, beirando os vinte anos de estrada, a banda ainda se mantinha viva, não com aquela febre de adolescente e gritos histéricos, os ALIENS ainda existiam e aos montes, mas agora eles haviam conquistado um lugar permanente e estável.
Soube disso tudo por que Dean, junto com Georgina, que a cada ano se parecia mais com ela, e Tia Abby com Ferrero, participaram do último show da banda, há um mês na Alemanha. Agora, todos os integrantes da banda moravam na Alemanha.
Voltamos às nossas origens!” – Não era essa a frase da tatuagem de Bill?
Estava na hora, mais do que na hora, de colocá-la em prática.


***

Longe em seus devaneios, Kate não percebeu que o lugar onde estava montado o palco, estava ficando cheio. E aos poucos, o parque esvaziando e as pessoas se concentravam apenas na região que aconteceria a palestra.
O microfone deu um zumbido alto e dolorido, logo em seguida a voz rouca que o testava anunciou que dali alguns minutos o evento começaria.
As luzes começaram a diminuir num aviso de que a palestra se iniciaria. Houve gritos e aplausos do público. Quem entrou primeiro foi Bono Vox, vocalista da banda U2, sempre muito simpático e carismático, cumprimentou o público, disse algumas palavras e em meio a gritos e mais aplausos chamou pelo nome do palestrante da noite.
Bill Kaulitz.
No momento em o canhão de luz foi jogado em sua direção, e Bill entrou no palco, o coração de Kate disparou. Sem perceber, apertou firme as mãos, estalando os dedos de nervoso. Voltou seus olhos para o palco, sorriu e respirou profundamente, sentindo-se carregada por um vendaval, um tsunami ou por algo que a elevou para fora de seu corpo.
Cinco anos!” - pensou Kate, enquanto olhava intensamente para o homem que ele aparecia no telão.
Sabia quantos dias, quantas horas, quantos minutos e segundos tinham passado desde que tinham se visto pela última vez. Em Camarões no ano de 2013.
Bill se dirigiu ao centro do palco e pegou o microfone em mãos. O parque ficou num enorme silêncio. E quando ele falou, o peito de Kate apertou e o ar ficou rarefeito, não somente pela intensidade da sua voz, mas ouvir aquela voz suave e aveludada trouxe várias lembranças, principalmente quando sussurrava declarações de amor no seu ouvido.
Ele continuava encantador como sempre e mesmo longe, pelo telão conseguia enxergar, os detalhes de que jamais havia se esquecido: as feições delicadas, a pele clara em contraste dos cabelos, agora ainda mais negro e muito curto, seu nariz perfeito e seu olhar irradiava a mesma luminosidade de sempre.
Kate voltou a terra e prestou atenção em suas palavras, no que ele dizia. Ele falava sobre como a vida de ativista humanitário havia acrescentado em sua vida. Como ele se transformou em uma pessoa mais humana, mais justa e mais feliz depois que passou a dividir, não só o seu dinheiro, mas também a sua atenção.
Citava as mudanças de estar voltado não somente para o seu umbigo ou do irmão mais velho, todos caíram na gargalhada, Tom como sempre abaixou a cabeça envergonhado, o gêmeo de Bill com quase trinta tinha se transformado num pedaço de bom caminho e ainda causava suspiros desavergonhados em mulheres de doze a oitenta anos.
A mente de Kate focou em Tom e no que ele vestia, era uma camiseta de Camarões, sua mente foi transportada para o dia em que Bill e ela se viram pela última vez.
Fechou os olhos e lembrou-se do toque em sua pele que ainda a fazia se arrepiar só de lembrar. O seu sorriso de menino tímido ainda era capaz de lhe derreter o coração. A mente de Kate se dividia entre as lembranças do passado e a atenção ao discurso que fluía pelo palco montado no parque.
Bill estava ali, o primeiro amor de Kate, seu primeiro homem, que o destino havia separados, se encarregado de colocá-los em caminhos distantes e diferentes.
A palestra terminou com uma frase no telão, o nome da nova instituição que a banda estava abrindo para pessoas sem abrigo, sem alimentos e sem esperança. O nome que aparecia era ”Alien to love. Alien to save” e quando o telão apagou, o forte aplauso explodiu no parque. Ele acenou, agradeceu a plateia com uma reverência e um adorável sorriso, retirando-se então do palco.
As luzes se apagaram.
Kate ficou tensa. Pensava se deveria ou não ir até o palco para falar com ele, somente para cumprimentá-lo e mais nada. Como uma antiga amiga. Sem esperar nada, afinal, ele poderia estar envolvido com alguém.
“E daí, se ele estiver não vai ser mal educado por isso”
”Não!” - gritou uma voz interna. - ”Vá vê-lo agora!”
Ela descruzou as pernas devagar, levantou, limpou as folhas da roupa, pegou a coleira de Jumbie e sem olhar para trás, saiu do parque.
Deixando-o para trás, de novo.


***


Kate por mais que tentou, não conseguiu voltar para o apartamento, sua mente fervilhava, suas mãos suavam e seu corpo ainda estava dormente, preferiu dar uma volta por Munique. Comprou alguns utensílios para seu novo apartamento, quando estava exausta e finalmente percebeu que jamais tiraria Bill de seus pensamentos, voltou para casa.

Era quase sete horas da noite, quando abriu a porta, andou até a cozinha, abrindo as portas dos armários, não quis esperar para dormir, achou dois compridos, acomodou Jumbie na sua casinha e se jogou na cama, caindo no sono profundo.

No outro dia acordou um pouco mais disposta, sim ainda com Bill em seus pensamentos, mas não foi assim durante todos esses anos?
O dia estava cinza e fazia um vento fraco, Kate tomou um banho rápido, se agasalhou, colocou seu bracelete, pegou uma barra de cereal, sua bolsa e colocou Jumbie na coleira e correu até o seu carro seguindo para o seu compromisso inadiável.

Chegou ao seu destino depois de longas horas, saiu do carro espreguiçando o seu corpo correndo os olhos pela imensa casa, tinha mudado muito. Não era a mesma e nem esperava que fosse. Tirou o molho de chave da bolsa, enfiou a na fechadura, abriu o portão e entrou.

Fechou os olhos. Sentiu uma avalanche de lembranças invadirem o seu corpo e depois uma sensação de paz e de plenitude tomou conta de sua alma. Seu coração apertou. Estava de volta. Era tão bom estar de volta aquele pedaço do seu passado.

Abriu os olhos. Caminhou pela grama, passou os olhos mais uma vez pela casa, agora com a tinta das paredes descascada e os vidros quebrados e imundos, andou pelo jardim, seus olhos marejaram, olhou para o céu para afastar as lágrimas.
Suspirou profundamente. Respirou aquele ar, tentou puxar algo familiar, não conseguiu, tirando suas memórias, não havia mais nada. Olhou para o lugar onde ficava o bem tratado jardim de inverno, onde tudo havia começado entre Bill e ela, seus olhos fixaram no vazio que ali existia agora.

Seus lábios tremeram. Emocionada, conhecia cada centímetro daquela casa. Nela passara uma das fases mais importante de sua vida. Seu olhar mudou de direção, fixou na roseira, aquela que brotavam as famosas rosas amarelas com as pontas alaranjadas, a única coisa que ficou viva naquele lugar, depois que David se aposentou e deixou o Tokio Hotel mudando-se de vez para Los Angeles.

Andou até a roseira, as pontas dos seus dedos tocaram uma rosa e não conseguiu conter o pranto, uma lágrima caiu sobre uma pétala, fechou os olhos e trouxe de volta em sua mente aquela primeira noite, a primeira vez que tocou e beijou Bill.

– Queria que você me visse como sou. – se aproximou e eu me afastei instintivamente. – Isso... Isso é pra você. - aproximou à rosa de minhas mãos e eu a abri para recebê-la.
Olhei para ela durante um longo minuto, procurando palavras que não encontrei, ele continuou sorrindo embora parecesse nervoso. Levantei minha cabeça e o encarei sorrindo de volta.
– Eu esperei por isso durante dias... – Digo finalmente com a voz embargada.
– Eu esperei por isso toda a minha vida. – E ele responde, me fazendo sorrir.
E então diminuímos o espaço que restava entre nós, abraçando-nos enfim. Quebrando aquilo que teimou em nos separar até aquele momento... A espera.

Tudo passou em sua mente como um trailer, rápido e resumido.

Tão vivo. Tão real. Tudo tão presente.

Até o seu cheiro, o aroma de Bill, invadiu suas narinas como naquela primeira noite, respirou profundamente, tentou tragar todo ar, buscou toda a fragrância, aquele cheiro que jamais sentiria novamente.

– Sabe, eu nunca entendi sobre esse lance de espera. - a voz suave e grossa surgiu atrás de Kate – Lembro você falando sobre o fim da espera naquele dia e por muito tempo fiquei pensando, que diabo é essa tal de espera.

O estômago de Kate deu um nó, sua boca secou.

Kate levantou os olhos devagar e encararam-se, um vendaval invadiu o seu corpo e parou em sua garganta, tudo evaporou ao nosso redor, o ar ficou rarefeito e ainda hipnotizada, teve certeza que aquilo ainda eram apenas lembranças, piscou várias vezes.

–Hoje eu entendo o significado.
–Bill! - Seus olhos correram por ele, inteiro. Ainda com os pés cravados no chão, não ousou dar um passo, não suportaria. – Por que sempre chega de mansinho?

Ele sorriu, daquela forma, como se tivesse dezessete anos ainda.

O sorriso era o mesmo, mas estava com a aparência mais madura e nos seus olhos faltava o brilho da inocência daquela época. Porém, ela tinha que reconhecer que Bill parecia mais fascinante do que nunca. Estava mais velho, o tempo parecia ter tornado muito melhor o que já era muito bom.

Ela se aproximou um pouco mais e esperou que ele falasse ou se movesse. Isso não aconteceu, Bill apenas permaneceu quieto e parado.
– Você é real? - As palavras quase ficaram presas na garganta dela. – É uma miragem?
–Belisque-me e veja. – ele brincou com ela com a mesma dificuldade na voz.

Bill se aproximou ainda com os olhos vidrados nela, não foi em sua direção e sim da roseira, onde baixou os olhos, ela seguiu o seu olhar.

– Nós éramos muito jovens, não éramos? – ele comentou fazendo uma careta linda, pegando uma rosa na mão, não arrancando.

–Ainda somos... ou não?
–Não. – ele passou a ponta do dedo por todas as pétalas da rosa. - Não sabia que estava na Alemanha.
–Cheguei alguns dias. – ela respondeu com os olhos fixos nele. - Também não sabia que estava na Alemanha.
–Voltei o ano passado, quando fui convidado para alguns projetos em Berlin. Parei um pouco com as turnês. – ele levantou seu olhar e sorriu, parecia certo e feliz por ter tomado aquela atitude, não havia arrependimento. - eu trabalhava demais e aprendi que muito trabalho e pouco divertimento faziam de mim um homem muito tolo... E solitário.

Eles sorriram, depois se olharam, foi ele que desviou os olhos primeiro, colocando as mãos nos bolsos e andando até o banco, sentando embaixo de uma árvore recém plantada.

–Eu te vi no parque ontem. Muito nobre o que faz agora. – Kate disse, o imitando sentando ao seu lado no banco.

–Tive uma excelente professora. – Bill sorriu, baixou a cabeça e olhou para o bracelete em seu pulso, com a ponta do dedo contornou as letras BK, em seguida voltou seus olhos para a roseira. – soube que o dono dessa instituição não deixou retirar a roseira, por isso tive a curiosidade de visitá-lo, soube da venda da casa e do que viraria. David me ligou ontem avisando que seria um orfanato.

–É minha.
–O que? – ele perguntou subindo uma sobrancelha.
–A roseira, a casa, a instituição... Tudo. – Kate sorriu ao vê-lo arregalar os olhos. – São minhas.
– N-não sabia, perguntei para David o nome do dono, ele não sabia. – ele gaguejou surpreso.
–Ninguém sabe. – ela torceu a boca elevando os ombros – como deve se lembrar não gosto muito de estar na frente dos palcos, fico muito bem no backstage.
–Eu nunca quis te esconder. – ele se defendeu. – Se eu a tratei como um segredo foi por que era necessário.
–Não estou me queixando.

O silêncio pairou entre eles novamente.

–Preciso ir, tenho uma reunião importante – ela olhou no relógio- e já estou atrasadíssima. – ela disse sem jeito – Jumbie venha! - ela o chamou e o cachorro andou até ela. – ele não corre mais, esta quase um velhinho.
–E ai meninão? – Bill se ajoelhou, brincou com o cachorro e depois o abraçou carinhosamente. – Ele nem me conhece mais, não é?
–Foram cinco anos! - ela disse quando ele a olhou, seus olhos cor de mel estavam cheios de lágrimas, ela mordeu os lábios diante daquela cena inesperada, não podia mais ficar ali, puxou a coleira do cachorro e com um fio de voz, murmurou - preciso realmente ir - sua voz falhou - foi bom te ver.

Ela se virou e começou a andar para fora da casa.

– Nunca é fácil desistir de algo que significa muito em nossa vida. - ele gritou fazendo-a estancar no portão. – Você significou muito para mim e ainda significa. - ela baixou a cabeça, mas não se virou - Muitas coisas aconteceram em nossas vidas, é impossível voltar a ser o que éramos no passado. Jamais consegui apagar da minha mente, todas as malditas noites eu sofri de saudades de você, de como você era quieta, tímida, inacreditavelmente sensível e incrivelmente linda. – os ombros de Kate balançaram, ele sabia que ela estava aos prantos. - Acreditaria se eu dissesse que te vi no parque, mesmo longe, sabia que estava ali, eu senti e quando meus olhos te encontraram, tive vontade de falar seu nome no microfone e dizer do vazio que foram todos esses anos sem você. – ele soluçou - Kate, eu ainda te amo e não tem mais jeito, vou levar isso até o último dia, até o meu último suspiro, eu nunca serei mais de nenhuma mulher, se não me quiser mais em sua vida.

– Deus, não existe mais nada no mundo que eu queira mais. - ela se virou soltando a coleira, andando até ele, ficando frente a frente. - Tantos anos já se foram, Bill… - ela tentava montar uma frase, falar algo que representasse essa lacuna de cinco anos entre eles.

– Esqueça! - ele disse segurando seus ombros com força - Isso foi um enorme aprendizado. – com o polegar limpou uma lágrima no rosto de Kate. - Chorar pelo que perdemos pode estragar o que virá... Esqueça e enterre o passado! - ele a trouxe para mais perto e a fez deitar a cabeça em seu ombro - Tivemos fracassos para chorar e sucesso para nos alegrar, no final triunfou nossos sonhos e isso é o que realmente importa... Não vamos chorar mais por aquilo que passou, pois jamais poderemos mudar.

– Sim. - Ela riu, e o enlaçou pela cintura eufórica pela primeira vez em todo esse tempo – Vamos falar do futuro?
– Não, não mesmo! - ele suspirou beijando o topo da cabeça dela. – Agora, apenas o presente é o suficiente.
– Eu concordo. – ela se afastou, sem sair do seu abraço e o olhou profundamente. - Venha para a pré-inauguração da instituição amanhã à tarde na cada do prefeito.
–Só vou com uma condição. – ele tocou a ponta do seu nariz no dela.
–Qual?
–Que na semana que vem vá à inauguração do meu novo centro de recuperação de animais vítimas de maus tratos.

Ela olhou para o céu, fez uma careta, fingindo que pensava.

– Ok... Temos um trato! - Ela o olhou com adoração pelo homem que ele havia se tornado.
–Podemos selar? – ele perguntou apertou-a mais contra seu corpo.
–Apertando nossas mãos? - ela disse, com a voz fraca fechando os olhos encostando-se ao peito de Bill, novamente.

Kate ergueu sua mão no ar, ele ergueu a dele e tocou a dela, entrelaçaram seus dedos e apertando fortes as mãos.

– Mãos? - ele suspirou com certa malícia. - Quero apertar muito mais que as suas mãos, meu amor. - Sem conseguir se conter, Bill a pegou pela cintura e a abraçou com carinho, levanto-a do chão, fazendo com que os corpos se fundissem em apenas um, uniu seus lábios e a beijou com amor, paixão, desejo e saudade.

Gemeram, aprofundando um beijo que durou por segundos sem fim, depois sem fôlego, ele roçou os lábios no pescoço dela, beijando-lhe a pele macia e inalando aquele perfume que pensou jamais fosse sentir novamente.

– Esqueça tudo e venha comigo. – Bill murmurou fitando-a com ternura. – Pelo menos hoje.

– Hoje... Vou com você pra onde quiser. – Kate respondeu ainda atordoada pela força da paixão, continuava agarrada a ele. Estava em seus braços, e nada mais importava. – Serei toda sua.


Ele sorriu realizado, sussurrando as palavras que estavam guardadas dentro do seu peito por muito tempo, há exatos cinco anos:

– Doeu, mas valeu à pena esperar por você!

“Se a vida é uma longa espera
Então ensina-me a te esperar
Vida longa espera
Breve primavera
Uma vida tecendo o tempo, amor e a paixão...”


**************** Fim****************

Postado por: Grasiele | Fonte: x 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog