sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 35 - Esse é o meu Bill!


— Você está bem? — A voz soou em meus ouvidos, no mesmo instante que inalei o perfume tão familiar. - Não se mova! - Ele pediu agora num tom mais baixo e terno, e mesmo que eu quisesse, não conseguiria mover nem uma célula do meu corpo.

–Kate, você esta bem? - ele voltou a perguntar.

Tentei pensar em algo para dizer, mas não consegui. Sentia sua respiração descompassada e quente. Mesmo com os olhos fechados, podia sentir ele bem próximo, perto do meu rosto.

Limitei-me apenas a assentir que sim, com a cabeça, sem saber se estava realmente bem. Minha pulsação fervia dentro das minhas veias e minha cabeça doía. Nem tanto pela batida, mas pela sensação de tê-lo, ali... Ao meu lado.

Tentei me mover. Minha cabeça fisgou.

— Fique deitada. — sua voz era macia e tão suave. - Abra os olhos e diga se esta bem, por favor!

Eu não queria. Não podia encará-lo.


Mas, sua voz soava tão desesperada, tão suplicante.



Levantei as pálpebras, abrindo meus olhos lentamente, fixando meus olhos no teto da sala de estar.


– Olhe pra mim. – ele pediu.


Baixei meu olhar, depois meus olhos captaram os seus, seu semblante era de preocupação, e sem que eu esperasse, ele passou um braço por debaixo do meu corpo e me ergueu, colocando uma almofada de baixo da minha cabeça.

–Vai se sentir melhor dessa forma. – ele sorriu. – Que boa pancada foi essa?
–Foi só um tombo, uma pancadinha de leve. – eu o informei - Estou bem, preciso ir embora. - Apoiei meus cotovelos no tapete, tentando levantar, fazendo uma careta de dor.

Não se levante! – Bill tocou em meus ombros e delicadamente voltou meu corpo para o tapete, ajeitando minha cabeça com cuidado na almofada. – Ainda dói?

Dói, mas não minha cabeça!

Não. - eu apenas murmurei, fechando meus olhos.

– É aqui que dói? – Bill tocou minha testa com a ponta do dedo, fazendo-me soltar uma exclamação de dor. - Tem um inchado, aqui. - ele correu seus dedos por cima do machucado. - Acho que vai ficar roxo.
– Que maravilha! - eu disse desanimada, olhando-o. - Vai ficar horrível.

– Hum... acho que sim. - seus olhos desceram para os meus lábios, e ele engoliu com dificuldade. – Mas, não perderá o seu charme. – ele desceu o dedo do machucado, passeando pelo meu nariz e logo depois traçou o contorno dos meus lábios. - continuará linda, como sempre.

Agora, foi a minha vez de olhar para seus lábios e engolir com dificuldade.

–Eu... estou ótima, não tenho dor. – Minha cabeça gritava e latejava ao mesmo tempo, mas eu tinha que sair dali. Tinha que tirar seus dedos, seus olhos, sua voz e seu corpo de perto do meu.

Mas, e a coragem para esse ato heróico?


– Não se levante, vou pegar um pouco de gelo e dar um jeito nesse inchado.

– Não precisa, Bill! – eu me levantei bruscamente e minha cabeça doeu, me segurei ao máximo para não deixá-lo perceber a minha dificuldade em me mover. – Preciso ir, David esta esperando.

–Pare de ser teimosa. - Ele me olhou bravo e como se pudesse ler minha mente, disse:
– Não precisa ter medo. Não vou te morder.
–Não é medo e... lógico que não vai me morder. - eu disse com meu rosto em brasa.
–Então, deite-se e deixe-me cuidar de você.

Oh pai, me ajude!” – eu pedi enquanto deitava novamente na almofada.

–Fique tranquila, não farei nada de mal. – Ele falou com um sorriso de canto de lábios, me fazendo arrepiar. – Ele levantou e foi até a cozinha, ouvi o barulho da porta da geladeira sendo aberta e os gelos sendo jogados na pia, logo em seguida voltou com uma bolsa de gelo em mãos.

– Vai doer um pouco. - Bill sentou ao meu lado sorrindo e colocou a bolsa em minha testa, onde estava o inchado. – se doer segure minha mão. – O gelo não causou tanto arrepio quanto sua mão, que ao segurar a minha, sobre minha barriga, quase congelou meus ossos.

Baixei meus olhos, mordi meus lábios e olhei para nossas mãos, unidas. Aquilo não podia ficar pior.
Mas, ficou.
Seu polegar começou a acariciar minha mão em movimentos circulares e quando seus dedos entrelaçaram nos meus, senti que eu tinha, realmente, que sair daquela sala.
–Bill...
–Esta doendo? – ele inclinou e se aproximou mais do meu corpo, retirando a bolsa do machucado. – Quer que eu pare?

Sim... sim ... sim...

–Não! – eu covardemente disse.



O celular de Bill tocou, e enquanto falava, meu olhar voltou-se para ele, que continuava sentado ao meu lado, com a bolsa de gelo, na minha testa. A conversa foi rápida, e ele voltou a tomar minha mão na sua.
Por mais que eu quisesse, não podia negar. Era gostoso tê-lo ao meu lado mais uma vez. Era bom demais, tê-lo tão perto, com a mão sobre a minha, seu dedo acariciando minha pele, sua respiração soprando em meu rosto.
Meus olhos pararam por um momento em sua boca, depois dos olhos, era a parte de Bill que mais me enlouquecia. Ela estava com um meio sorriso nos lábios, parecendo tão tranquilo.
Aquele era o Bill, o antigo, o anterior a todo aquele pesadelo que havíamos vivido naqueles últimos dias. Esse é o meu Bill.
O Bill que me assustava, fascinava, seduzia e que eu amava.

Fechei meus olhos, não suportando mais tê-lo tão perto. Podia sentir a força dele através da bolsa de gelo, enviando uma espécie de corrente elétrica ao longo do meu corpo. Podia apostar que não existia mais gelo dentro daquela bolsa, pois eu estava tão quente, que sentia a água borbulhar dentro dela.

– O inchado desapareceu. - a sua voz, me trouxe de volta ao tapete da sala. - Acho que o hematoma, nem vai aparecer tanto. – ele disse pas­sando as costas da mão no meu rosto em uma carícia torturante. – E a dor, passou?

– Sim, obrigada. - Eu respondi, sorrindo para disfarçar os calafrios dos seus toques.

– Da última vez que se machucou, não consegui contribuir em nada, me senti péssimo, queria ter ficado ao seu lado 24 horas por dia. – Bill confessou de repente, me pegando de surpresa. - sentia-me tão impotente. – com dois dedos, ele pegou uma mecha do meu cabelo e a prendeu atrás da minha orelha. – Acho que hoje pude compensar, pelo menos um pouco.

Ele abriu um sorriso daqueles que só ele sabia dar, senti uma sensação incômoda e o meu ar faltou de repente.

“Um coração pode parar de bater e a gente continuar respirando?”


–E as cartas? – eu tinha que mudar de assunto antes de enlouquecer.
– Continuam, mas não tão agressivas. – ele ajeitou o corpo, sem tirar sua mão da minha. – Não sei o que a fez mudar de estrategia.
–Talvez, o próximo passado seja, parar.
–Talvez. – ele sussurrou, olhando fixamente para os meus lábios. – Torço muito por isso.
–Ontem, David me mostrou a primeira música de trabalho de vocês. – Bill me olhou surpreso. - Eu adorei.
– Mesmo? – ele sorriu, sem graça. - Eu já gravei quatro versões dela.
– David me contou que ainda não tinha ficado satisfeito com ela. – foi minha vez de sorrir - Vai ser um sucesso. – pela primeira vez, acariciei também a sua mão - Automatisch esta perfeita.
–Já que gostou, prometo não mexer em mais nada. - Um sorriso delicioso enfeitou a boca bem desenhada dele. – Posso te mostrar outras se você quiser.
– Eu adoraria. – O que eu estava fazendo, rendendo-me?
–Kate...
–Bill...
Começamos ao mesmo tempo. Com gentileza, Bill passou o dedo sobre o meu lábio inferior, minhas pálpebras ficaram pesadas, ele inclinou seu corpo, descendo seu rosto para perto do meu.
– Kate eu queria...

O barulho irritante do meu celular, o interrompeu. Com as mãos trêmulas, o peguei no bolso esquerdo de minha jaqueta, olhei para o visor e fechando os olhos, atendi.
– Oi. – disse baixo - Desculpe, é ...que..que houve um imprevisto. – eu gaguejei e mesmo com os olhos fechados, soube que Bill estava me encarando. - Em poucos minutos chego até o aeroporto. Tchau.

– Desculpa, você estava dizendo... – ele ainda estava sentado ao meu lado, calmo.
–Não lembro. – pude notar a força que ele fazia para não perder o controle.
–Você queria algo... De mim! – nossos olhos se encontraram, e percebi que a confissão estava próxima.
–Kate, eu queria que você...

O meu celular tocou novamente e numa fração de segundo, Bill pegou-o do meu bolso e leu o visor.
–Que filho da puta! - ele bufou, deu-me o aparelho com raiva e se levantou, se afastando.

Oi! - eu atendi - Não, não tenho o telefone desse hotel, mas posso passar em frente e deixar reservado para você. – houve um silêncio, Bill estava em pé, virado, com as mãos na nuca. Um gesto claro, que o ciúme estava preste a se manifestar. - Estou saindo daqui. – finalizei a ligação.

– Não o deixe esperando. – Bill disse sério – Já esta bem melhor, pode ir.

Eu me levantei, com dificuldade e segui até o banheiro. Fechei a porta e olhei para o espelho. Minha testa tinha uma pequena mancha roxa, joguei um pouco de água no rosto e com as mãos penteei os cabelos. Olhei mais uma vez para minha imagem e fui encarar a fera.

Ele estava parado, em pé, perto da porta da sala de estar, com os braços e as pernas cruzadas. Eu me abaixei para pegar a pasta e andei até a saída, antes de deixá-lo, eu o olhei pela última vez.

– Obrigada por tudo. – e me virei para ir embora.

– Vocês estão namorando? - A pergunta dele me fez estancar no batente da porta - Tenho certeza que já terminou o que interrompi no estúdio, naquele dia. – ele sorriu sem vontade - Na minha opinião...
–Ainda bem que não ligo para sua opinião. Ou ficaria muito magoada. - Eu o interrompi antes que ele falasse alguma bobagem e nos magoassem mais. - Deve ser duro ser um santo entre todos nós, os pobres pecadores mortais. - eu terminei, sem me dar o trabalho de me virar para responder.
– Por que você não o hospeda em seu apartamento?
– Por que você não para de bancar o juiz e o júri? – eu devolvi a pergunta, agora o encarando.
– Eu só queria saber a verdade. – ele sorriu cínico - Você teria coragem de me contar a verdade?
– A verdade? - eu retribui o sorriso cínico - Você não enxergaria a verdade nem que ela o mordesse. - eu respirei alto, tentando, ainda, permanecer calma. - Dean é apenas um grande amigo.
–Sim, você já disse isso milhões de vezes. – ele sorriu alto, debochado. - Esta ficando repetitiva.
–E você esta ficando cínico e sarcástico. Defeitos que no Tom fica muito sexy, mas em você... - eu fechei os olhos e tentei me tranquilizar, estava cansada, daquela mesma discussão. Em uma atitude desesperada, fui até ele e toquei em seu braço. – Bill, por que não esquecemos isso e não tentamos ser pelo menos...
– Amigos?ele concluiu a frase – Você acredita mesmo nisso? - ele tirou minha mão do seu braço - Depois de tudo o que fez?
– Deus, como é difícil! - naquele momento eu tive vontade de seguir o conselho de Gustav e lhe dar um tapa, forte e dolorido.
E ainda, para pior, meu celular voltou a tocar.
–Você não vai atender! - Bill voou em minha direção e arrancou o aparelho da minha mão, jogando-o longe.
–Seu idiota ciumento! – eu andei até onde ele havia se espatifado, não consegui dar mais do que dois passos. Bill colocou seu corpo na minha frente, me impedindo de passar. – Sai da frente!
Eu o empurrei com força. Mas não o bastante para fazê-lo recuar um centímetro. Ele permanecia na minha frente.
– É incrível como uma pessoa tão maravilhosa possa ter se transformado num... num...
– Vamos deixar as coisas bem claras por aqui. – ele deu um passo, quase colando nossos corpos. - Quem me transformou no que sou hoje foi a sua traição.
– Não houve traição. – eu disse com a voz embargada. - Agora, saia da minha frente, por favor!
Eu tornei a empurrá-lo, agora com mais força. Seus braços tentaram me segurar. Lutei para me soltar, derrubando-o no sofá, quando estava chegando perto da porta, senti seus braços agarrarem minha cintura.

– Me larga!

Bill segurou minhas mãos, prendendo-as junto ao seu peito. Em seguida, jogou-me contra a parede, erguendo meus braços, segurando minhas mãos acima da minha cabeça. Colocando seu corpo contra o meu, com violência, me imobilizando.

– Ele finalmente conseguiu o que queria. – Bill manteve a voz baixa ao olhar para os meus lábios e depois me encarou. - Vocês estão namorando?
–Não é da sua conta? – eu quase não consegui responder, minha respiração estava ofegante.
–Vocês já foram para cama?
–Não.é.da.sua.conta. – eu gritei soletrando as palavras, uma a uma. - A minha vida não é mais da sua conta.

Outra vez, tentei soltar minhas mãos. Bill apertou-as mais, chegando a machucá-las. Era como enfrentar uma tempestade. Um choque de alta voltagem, meu corpo inteiro gritava e implorava... E para o meu desespero. Não era para que ele me soltasse e sim, para que me apertasse e me beijasse mais.
Aquilo era pura loucura, e fugia completamente do meu controle.

–Você é meu pesadelo. – Bill prendeu meu corpo junto ao seu, esmagando meus seios contra o seu peito. – Meu pior pesadelo.

–Não fale assim. – eu choraminguei.

–Meu corpo, minha mente e meu coração são movidos por você. – ele se moveu, encaixando-se entre minhas pernas. – Eu tenho que te deixar ir. – sua boca mordeu de leve meu pescoço, raspando seus dentes na minha pele, me arrepiando inteira. – Mas, não posso... Não posso... Meu Deus... Eu te quero demais, Kate! - delineando o meu decote V com a língua, lambendo meu colo.


Bill prendeu meus pulsos com apenas uma mão, e com a outra, traçou um caminho de carícias, até chegar a meu seio, apertando-o com força e soltando um gemido, em meu ouvido.

– Por mais que eu tente, não consigo te imaginar nos braços de nenhum outro homem. – ele mordeu o lóbulo da minha orelha. – Ele já fez isso com você?

– Porque você faz todo o possível para me obrigar a detestá-lo? – eu disse me afastando para poder olhar em seus olhos. - eu não quero te odiar.

– E eu não posso te amar. - Ele sussurrou com a voz rouca, levantando as mãos em meu rosto. Não consegui formar uma frase decente para responder, não houve tempo para procurar as palavras certas porque, as mãos dele envolveram minha nuca e seus lábios roçaram nos meus.

Um forte calor percorreu pela minha espinha. Bill me abraçou com mais força, percorrendo levemente meu corpo com as pontas dos dedos até chegar aos meus quadris. Eu gemi quando ele esfregou-se inteiro em mim, fazendo-me sentir sua excitação, dentro do jeans apertado.

No fundo, sabia que nunca seria assim com nenhum outro homem. Nem mesmo com Dean.

Bill soltou a respiração através dos lábios entreabertos em um suave suspiro, percebeu que eu estava rendida e que o beijo entre nós, seria inevitável.

– Kate...

Ele estava fazendo aquilo de novo, fazendo meu nome soar como algo que estivesse saboreando devagar e deliciosamente. Era quase uma carícia incrivelmente irresistível.



– Não faça isso! - ele esfregou seus lábios nos meus, quando eu pedi. – Eu disse não!

Seus dedos forçaram em meus braços.

– Bill!

O meu grito o despertou do transe. Mas, seus dedos não me soltaram e suas mãos ainda me mantinham perto de seu corpo.

– Será que você ficou surdo depois de muito tempo ouvindo apenas a sua própria voz?

– Por que não? – ele soltou minhas mãos, como se elas dessem choque. - por causa dos seus amiguinhos?

– Você terminou comigo. – apontei o dedo para ele – Você!

– Você deu motivo, me traindo.

– Quem esta ficando repetitivo agora, é você. – eu disse soltando um profundo suspiro - Esse seu ciúme estúpido.

– Isso não é ciúme. – e com a voz baixa rebateu com tanta amargura que precisou lutar para esconder a tristeza e as lágrimas que surgiram em seus olhos. - é um sentimento muito mais destruidor e mais dolorido.
– Que sentimentos são esses? – eu perguntei aflita em vê-lo tão vulnerável e confuso - Diga-me e quem sabe poderei ajudá-lo.
– Não sei se alguém pode me ajudar. – Bill piscou deixando as lágrimas virem intensamente. – Na verdade, tudo é tão confuso que... esqueça! - ele se afastou secando o rosto, tentando esconder seus sentimentos e sua fraqueza. - Peço desculpas se te machuquei. - virou-se e colocou as mãos dentro dos bolsos da calça jeans - Melhor ir embora, Dean deve estar te esperando. - então, encerrou a nossa conversa, colocando a mão no bolso, pegando seu celular e estendendo o braço em minha direção. – Pegue o meu celular e amanhã envio um novo celular.
Com a cabeça erguida andei até onde Bill estava parado, colocando-me poucos centímetros longe do seu corpo, deixando-nos fren­te a frente, cara a cara, olho no olho.

– Envie para o inferno esse celular. - eu peguei o celular de sua mão e o atirei na mesma direção que ele havia atirado o meu, espatifando-o. - Achei que você era suficientemente inteligente para compreender o que você significava para mim... Mas infelizmente, eu estava errada.

Eu me movi rapidamente, peguei a pasta, caída no chão e como um furação, corri para fora do estúdio, batendo a porta do carro e dando partida bruscamente.


...


Cheguei ao aeroporto, com uma hora de atraso, Dean estava na lanchonete, tomando um suco e quando me viu, levantou preocupado.
–Eu te liguei – ele se apressou a falar - esta tudo bem?
–Sim. – eu respondi com um sorriso falso – meu celular eu perdi em algum lugar nessa correria.
– Eu podia ter tomado um táxi.
–Já foi. Eu o encontro depois em algum lugar. Não se preocupe.
–Pegou o telefone do hotel? – Dean perguntou.
– Você não vai precisar de nenhum telefone de hotel. – eu disse o abraçando pela cintura. - Quero que fique comigo, no meu apartamento.

Postado por: Grasiele

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