sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 28 - Sofia


– Desculpe, eu te conheço e você sabe que sou...
–Sim eu sei quem você é. – A garota ruiva de cabelo curto sorriu - e não se preocupe o seu segredo esta muito bem guardado.
–Sofia! – Outra voz a chamou e ela olhou para trás e se virou abrindo os braços recebendo um abraço carinhoso.
Eu olhei o casal trocar um pequeno selinho, e se virar em minha direção.
–Pode ficar tranqüila – Georg me olhou sério – Sofia jamais contaria a alguém sobre Bill e você.
– Espero. – eu brinquei olhando para os olhos verdes da figura pequena na minha frente – Prazer em conhecê-la.
– Preciso resolver algumas coisas com David. – Georg olhou para Sofia – Quer entrar?
–Não, vou ficar aqui no jardim com Kate. – Sofia me olhou - você se importa?
–Não, claro que não. – eu respondi
Georg aproximou seu rosto do dela e a beijou nos lábios, quando se afastaram se olharam com cumplicidade, eu não pude deixar de sorrir.
– Então, você é a garota que esta fazendo Georg suspirar.
–Sim, essa sou eu! - Sofia sorriu divertido e ao mesmo tempo tímida – Decidimos seguir o exemplo de vocês e não falaremos a ninguém sobre o nosso namoro. – eu baixei meus olhos ao ouvi-la falar – sabemos que o nosso namoro não venderá tanto como o de vocês.
– Entendo – eu apenas disse.
–Não sou famosa e não sei lidar com esse mundo de celebridades, não tenho estilo e nem jeito para isso – Sofia andou até a roseira e tocou as rosas com as pontas dos dedos.
–Não quer que Georg fale sobre você?
–Para mim tanto faz, isso não vai me fazer mais ou menos feliz. – Sofia deu de ombros - Não quero ver minha foto estampada na Bild usando minhas pantufas e meu pijama velho tirada por algum paparazzi escondido no meu jardim.
Eu não pude deixar de sorrir imaginando a foto.
– Não estou com o Georg para ser notícia. – A ruiva abriu um imenso sorriso - estou com ele por que eu o amo, contar ou não sobre nosso namoro, isso fica em segundo plano.
O portão da casa de David abriu, primeiro foi Bill que entrou e seguido por Tom, vieram conversando e Bill franzia a testa enquanto falava baixo com o irmão mais velho. Quando viu Sofia e eu, perto do jardim, estreitou os olhos e no mesmo instante parou de falar.
– David esta em casa? – Foi Tom que fez a primeira pergunta, também com um semblante estranho, parecia que estava nervoso com alguma coisa.
– Essa é Sofia namorada de Georg. – eu apresentei vendo o incomodo dos gêmeos. – lembra aquela que ele ficou correndo atrás, parece que ela ficou com dó e resolveu dar uma chance a ele. – eu brinquei tentando afastar a nuvem tensa que pairava entre nós.
–Você existe mesmo? – Tom olhou para Bill e depois sorriu para a ruiva - pensei que fosse apenas uma criação da cabeça oca do Georg. – ele sorriu e estendeu a mão para Sofia, que sorriu e o cumprimentou.
– Muito engraçado. - Georg disse saindo da casa e vindo em nossa direção, abraçando Sofia pela cintura - Vamos entrar.
– Esta com medo que eu fale da sua vida promiscua? – Tom brincou com Georg.
–Não enche! - Georg disse a Tom - Vamos entrar por que David inventou de comprar um bolo de aniversário para mim.
Tom, Sofia e Georg entraram na casa, Bill ainda permanecia parado no mesmo lugar e nem ao mesmo havia cumprimentado ou falado com Sofia. Na verdade, ele nem havia se aproximado de mim.
–Esta tudo bem? – eu perguntei preocupada.
–Sim. – Ele saiu do transe, deu dois passos e me enlaçou pela cintura unindo nossos lábios num beijo curto. – Você esta bem?
–Eu estou.
–Não sabia que a namorada do Georg apareceria hoje.
–Ninguém sabia. – eu o olhei ainda desconfiada – Também levei um susto quando ela se aproximou, ela sabe sobre nós, Georg garantiu que ela é de confiança.
Bill não disse nada, apenas balançou a cabeça, baixou os olhos e tentou esboçar um sorriso que saiu fraco e falso.
–Bill e Kate venham logo! – Georg apareceu na porta da casa e nos chamou.


...

Após os parabéns, nos sentamos na sala de estar da casa de David e ficamos observando Tom brincar com Sofia e Georg a cada brincadeira ficava vermelho e sem graça. Gustav não dizia nada, apenas sorria. David estava no escritório ao telefone e eu estava sentada no tapete com a cabeça de Bill apoiada em minhas pernas. Ele ainda estava calado e quase não falava e nem sorria. Na verdade eu o sentia triste e incomodado.
–Tudo bem com você? – eu perguntei enquanto passava os dedos entre os cabelos dele.
Bill não teve tempo de responder, a porta do escritório foi aberta e David saiu com o telefone sem fio na mão, com a expressão pesada e preocupada, olhou para Bill e aproximou-se dizendo:
–Era Martin. – David fixou seus olhos em Bill - ele quer que a banda faça uma parceria com a banda Flipsyde.
–Não! – a resposta veio rápida nos lábios de Bill, que ficou em pé e caminhou em direção a David. – Não faremos!
–Ele vai ficar furioso. – David respondeu a Bill
–Problema dele.
– O que diremos a ele? – David voltou a perguntar a banda.
–Não sei, isso é com você! – Bill respondeu grosseiramente.
–Bill, vocês poderiam pensar pelo menos. – O manager tentava convencê-lo.
–Não tem nada para pensar. – Bill disse nervoso. – Tudo o que esta no contrato com a Cherrytree estamos cumprindo, essa parceria não esta, e não vamos fazê-la.
–Poderíamos pensar pelo menos. – Foi a vez de Tom falar com o irmão.
–Eu já pensei e com a cabeça de cima, diferente de você.
–Não misture as coisas. – Tom pediu a Bill.
–Não, quem esta misturando as coisas, é você. – Bill retrucou ao irmão. – Se a banda quiser, faça sem a minha presença.
– Eu estou com Bill. – Todos nos viramos e olhamos para Gustav – Concordo com ele, tudo o que Martin nos propôs no contrato estamos fazendo. – o baterista se levantou do sofá - Estou cansado de ouvi-lo opinar onde não é chamado. Não gosto dele, não gosto do jeito que ele quer mudar a banda, não gosto da forma que ele quer nos manipular e não vou fazer parceria com ninguém, ainda mais com uma banda que não tem nada a ver com o nosso estilo. – Gustav andou até a mesa de centro, pegou a chave do seu carro e antes de sair da casa de David finalizou:
– Se Tom e Georg quiser a parceria, terão que fazer sem vocalista e sem baterista.
E saiu, sem dizer mais nada. Todos ficaram olhando para a porta aberta, por onde Gustav havia saído. Minha boca estava aberta, estava sem reação, ele quase nunca falava, mas quando o fazia, era por que estava no seu limite.
Afinal, depois desse dia... Ninguém mais soube o significado da palavra: Limite



...

Bill depois do incidente na casa de David, ele mudou.
Por diversas vezes deixava o estúdio no fim da tarde, não virava as noites como sempre fazia. Era Tom que ficava no estúdio até mais tarde, lidava com John ou com Martin, dava opiniões em letras, arranjos e finalização das novas músicas.
Bill pouco falava, pouco sorria, pouco comia e cada dia ficava mais trancafiado dentro de um casulo.


–Tom, você vai sair? – Bill perguntou ao irmão, quando ele entrou na cozinha ampla da casa que dividia com o irmão mais velho.
–Vou dar uma volta – Tom parecia cansado - Talvez nem vá em algum lugar, só quero sair e espairecer um pouco. – O mais velho pegou a chave e antes de sair nos perguntou:
–Querem alguma algo da rua?
–Não! – respondemos em uníssono, observamos Tom deixar a cozinha, logo em seguida ligar o carro e sair da garagem.

Voltei meus olhos para Bill e ele estava sentando na cadeira, apoiando um cotovelo na mesa com a mão no queixo com o olhar fixos no vazio.

Abri a porta do microondas pegando o saco da pipoca e duas latas de coca-cola.

– Você não vem? – eu perguntei quando passei por ele seguindo para a sala de televisão, colocando a saco da pipoca na mesa de centro junto com as latas, peguei duas almofadas e as joguei no tapete me sentando. Bill pegou um DVD e o colocou no aparelho.
O DVD começou, e Bill deitou ao meu lado, em absoluto silêncio.

Para minha surpresa, ele não havia colocado um filme e sim o DVD do show Schrei, assistimos a primeira música em silêncio, quer dizer, ele assistiu, pois eu não consegui desviar os meus olhos de seu rosto, Bill olhava fixo para a tela da televisão, quase sem piscar.
Tentei supor ou adivinhar o que passava em sua mente, mas não consegui num movimento brusco ele se levantou pegou o controle desligando a televisão, deitando novamente na almofada.
–O que foi isso? – Eu perguntei surpresa a ele.
–Isso o que?
– O que esta de aborrecendo?
–Por que você acha que tem algo me aborrecendo?
–Quer parar de responder minha pergunta com outra pergunta. - Os olhos de Bill evitavam os meus. -O que esta havendo? – eu disse me aproximando, ele ainda mantinha os olhos baixos – Tenho notado você aborrecido e triste ultimamente.
–Não é nada com você.
–Eu sei. – eu segurei em seu rosto e o virei em minha direção. Bill ergueu seus olhos e nos encaramos por alguns segundos, ele pegou minha mão que segurava seu rosto e a apertou na sua.
– Estou apenas cansado, estou tendo muito trabalho, estamos trabalhando em dois CDs, com dois idiomas. – ele forçou um sorriso - Trabalho duplo.
–Se o mundo conheceu Tokio Hotel cantando em alemão, por que insistir em outro idioma?
– Novos mercados. – ele respondeu rápido.
–Novos mercados? – Eu perguntei – eu estava na turnê nos Estados Unidos, e os fãs na porta de Hotel cantavam em alemão. Não ouvi eles cantando na língua deles uma única música.
–A Universal e a Cherrytree acha necessário.
– E a banda Tokio Hotel acha necessário?
– Se estamos fazendo o cd em dois idiomas é por que achamos.
– Tudo bem, Bill – eu disse – Sei que o inglês é o idioma mundial e que vocês estão se adaptando para alcançar objetivos importantes na carreira da banda, mas apenas tome cuidado.
–Com o que?
– Para não modificarem vocês demais e ficarem tão perdidos a ponto de nem lembrarem mais de qual país vocês pertencem.
–Isso nunca acontecerá com a banda.
–Tomara. – eu disse séria - Não gostaria de ver um show de uma banda alemã que se comunica com seus fãs e canta suas músicas em apenas um idioma, o inglês.

Peguei o controle que estava ao seu lado, apontei para televisão e a liguei.
O DVD Schrei voltou a passar na enorme televisão da sala, a música que passava era Leb die sekunde, peguei o pote de pipoca, coloquei ao lado de Bill e ficamos assistindo ao show.
Eu adorava ver aquele show de 2007, a banda no início de carreira, onde o sorriso sincero, as palavras ditas no calor da emoção emocionavam os fãs. A inocência de quatro rapazes que ainda estavam se acostumando a serem POP STAR.

Quase no fim do DVD percebi que Bill me observava, com um semblante mais calmo, menos tenso e um enorme sorriso brincava em seus lábios.
– O que foi?
Ambos ficaram em silêncio, enquanto nos olhávamos, de certa forma, desconfiados.

– Quando te conheci você não conhecia nenhuma música da banda nem sabia que ela existia. – Bill disse ainda com o sorriso nos lábios.
–É, vamos falar que me tornei uma fã de Tokio Hotel.
–E como toda fã você tem o seu preferido?
–Lógico que eu tenho – Bill segurou meu braço e me trouxe para perto de seu corpo.
– E quem é? – ele me perguntou baixo olhando para os meus lábios.
– Gustav! – eu respondi séria.
Ele fechou o sorriso, e me olhou franzindo a testa.
E assim permanecemos por alguns instantes, apenas nos observando.

Então, eu desci meu rosto em direção ao dele, e toquei o seu nariz com a ponta do meu, nossos olhares permaneciam conectados, sob efeito de hipnose, ele engoliu a seco, percebi seu corpo se enrijecer, mas para me punir pela resposta errada, não se movia.
Deslizei meus dedos para dentro de sua camiseta, seus olhos se fecharam, minhas unhas arranhou sua barriga devagar, abaixei meu corpo e passei minha língua em seu lóbulo, em seguida em seu queixo e por fim beijei o seu pescoço.
–Hum... você é tão cheiroso.
Eu voltei a olhá-lo e abaixei meu rosto contra o seu. Rocei meus lábios nos dele uma, duas, na terceira vez suas mãos agarram meus cabelos com força e com um movimento brusco, virou nossos corpos, fazendo-me ficar por baixo, separando minhas pernas e se acomodando entre elas.
Ele gemeu.
– Farei você mudar de opinião. – ele murmurou em meu ouvido arrepiando meus pêlos.
Bill forçou seu corpo no meu, segurando em minha cintura, beijando meu pescoço, meu queixo e descendo até o meu ombro, onde o mordeu de leve.
Foi a minha vez de gemer.
Meus dedos seguraram na barra de sua camiseta e o ajudei a tirá-la, o enlacei pelo pescoço e cruzei minhas pernas em sua cintura, ele ergueu sua cabeça e voltando a trilha de beijos até alcançar minha boca e me sufocar com um beijo desesperado.
– Filha da puta!
A voz que gritou vinha da sala de estar e nos assustou, logo em seguida ouvimos o barulho estridente da porta batendo fazendo os lustres da casa tremerem como se fossem desabar.

Postado por: Grasiele

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