sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 27 - Preconceitos e Segredos.


No outro dia de manhã, foi David que ligou em meu celular, dizendo que passaria em meu prédio e me daria uma carona, Bill havia falado com ele sobre a vaga de assistente e ele decidiu aproveitar a com a carona para acertar alguns detalhes.
– Gostaria muito que você me ajudasse dentro do estúdio com os emails e telefonemas. – David havia falado – Vamos devagar. – ele explicou – Seria um grande aprendizado para você.
–Obrigado, David! - eu o olhei – Estou aceitando pela experiência.
Descemos juntos do carro, pela parte dos fundos do estúdio. Entramos na casa, David seguiu para dentro da sala de instrumento, e eu fui para cozinha pegar uma xícara com café.
–Bom dia.
–Bom dia. – eu me virei assustada. – Não vi que estava ai.
–Dormiu bem? – John perguntou atencioso sobre o episódio de ontem.
–Sim, muito bem. – eu respondi sorrindo - aquilo foi apenas um acidente e nunca pensaria em algo mais.
–É, você tem razão. Eu fui exagerado. – ele confessou.
–Peço que não comente com os meninos e nem com David, eles são super protetores comigo, não quero preocupá-los. - Na verdade não queria que aquela história caísse no ouvido de Bill.
–Sem problemas. – ele disse abrindo um sorriso e saindo da cozinha, mas antes virou e finalizando. -Afinal, que motivo alguém teria para te machucar.


....


O resto do mês de Janeiro passou voando, a prioridade para a banda foi apenas criar músicas, melodias e arranjos. David uma ou duas horas por dia, sentava perto de mim, no escritório e trabalhávamos em cima de emails, contratos e agendas da banda com a Universal, Cherrytree e outros colaboradores do novo cd.
Eu falava com Bill apenas a noite ou em alguns pequenos intervalos que ele tinha entre uma reunião e outra, mas os raros momentos que tínhamos aproveitávamos para conversar e ficar juntos. Como nosso tempo ficou escasso, nossas brigas diminuíram bastante e por um instante o nosso namoro passou a ser quase normal.


No meio de Março as primeiras músicas começavam a se formar. Bill, Tom, David e Dave e Pat já haviam escrito mais de vinte músicas e foi idéia de Tom, em uma reunião tensa, preferiu colocar arranjo em todas e só depois quando todas tivessem prontas, finalmente escolher o repertório que usariam no cd.

– Tom gostei muito de Automatisch.
–É, eu também. – Tom disse entrando na pequena cozinha do estúdio com John - Pra dizer a verdade, depois das mudanças sugeridas por você, creio que finalizamos.
Os dois sorriram pra mim, que continuei bebendo o meu café ao lado de Natalie, os dois seguiram para a cafeteira e se serviram cada um com uma xícara com café, puxaram cada um uma cadeira e juntaram-se a nós.
–Tom, uma garota chamada Chantelle te ligou. – Eu o informei - ela ligou para o celular do David e como sou autorizada a atender, ela pediu para você ligar.
–Hum... – Foi o único som que saiu da boca de Tom.
–Nova conquista? – Natalie perguntou para Tom sorrindo.
– Ela é de uma banda... Contratada pela Cherrytree - Tom olhou para John e sorriu.
– Chantelle Paige. – John olhou para Tom - Eu teria cuidado com ela se fosse você. – ele sorriu levemente irônico e com a xícara na mão saiu da cozinha.
– Martin nos apresentou da última vez que fomos para Los Angeles. – Tom explicou
–Não precisa dar satisfação. – Natalie disse a Tom.
– Vou ligar para ela. – Tom disse com um sorriso malicioso exibido nos lábios, saindo da cozinha.
–Tenho dó dessa garota. – Natalie confidenciou a mim – Não sabe onde esta se metendo.
–Talvez saiba. – eu respondi a Natalie – Dúvido que Martin ou ela mesma não tenha lido algo sobre a reputação de Tom.
–Martin! – Natalie disse se levantando pegando a travessa de sanduíches que havíamos feito. – Eu sei o que esse cidadão quer?
–O que ele querer? – eu perguntei curiosa.
– Usar o Tokio Hotel como um cabide de ouro. - Natalie disse áspera – Não gosto do que a Cherrytree esta tentando fazer. – por fim ela saiu com a travessa nas mãos. Trombando em John e não pedindo desculpas.


– O que deu nela? - John perguntou entrando na cozinha. - David saiu?
– Sim. – eu respondi a John – Mas, não demora.
Nesse momento a porta do estúdio foi aberta e ouvimos as risadas estridentes dos meninos, e em seguida, logo que a porta se fechou os risos também foram abafados. Deixando a cozinha novamente em silêncio.
– Gosto do clima daqui. – John disse – Eu quase me arrependo das minhas primeiras impressões que tive da banda.
–Não se sinta culpado – Eu sorri para John – Você não é o único!
–Sinto-me mal por julgá-los – John sorriu – Além de talentosos, o grupo é entrosado e existe um respeito entre eles. Gosto do que vejo cada dia trancado aqui com eles.
– Bem vindo ao mundo de Tokio Hotel. – eu brinquei.
–Ouvimos tantos boatos e depois percebemos como somos tolos em acreditar em tudo o que lemos ou vemos nessa porcaria de mídia. – John baixou os olhos ao falar – Uns tão sem fundamento.
–Tais como? – eu perguntei já sabendo dos principais que ele citaria.
– Que a maquiadora tem um caso com o vocalista. – John citou - Ou a homossexualidade de Bill. – ele me olhou curioso – Isso é boato não é?
–Nada a declarar – eu disse com cautela, tentando não prolongar o assunto, não queria discutir a sexualidade de Bill, com um estranho, mesmo os boatos sendo mentirosos.
– Gosto do jeito que a equipe se fecha em torno da banda. – John ergueu os olhos, fixando-os nos meus.
–Não nos fechamos, apenas não cuidamos um da vida do outro e tentamos não dar continuidade a esses boatos sem fundamento, como você mesmo os chamou. – eu disse sincera.
John sorriu sem jeito.
–Não quis ser indelicado. – ele falou – Eu sempre me perguntei se ele se incomodava com os boatos sobre suas roupas, seu estilo e sobre...
–Você acha mesmo que Bill se importa com toda essa droga que falam ou pensam dele? – Eu perguntei – Se ele se importasse, ele estaria escondido embaixo da saia de Simone naquela pequena vila que moravam.
Foi a minha vez de levantar e me dirigir para fora da cozinha.
–Eu não quis ofendê-lo. – John levantou e entrou na minha frente. – Eu realmente me arrependi em ter sido preconceituoso com a banda.
–Bom, pra você – eu disse, dando um passo para o lado tentando sair da cozinha.
– Olha... podemos comer um bolo naquela doceria. - ele mudou de assunto rapidamente, dando um passo para o lado, me impedindo de passar.
– Não. Obrigada.
– Eu pago.
–Não. Agradeço novamente. – eu disse num tom ríspido.

–É apenas um doce, só isso que estou te oferecendo.
– Sim, e é apenas isso que estou recusando. – eu respondi ainda tentando não ser rude – Não posso sair agora, talvez outro dia.
– Não sou o tipo “Tom Kaulitz” – ele disse fazendo aspas no ar quando citou o nome de Tom.
– Eu não disse nada.
– Mas aposto que pensou.
– Eu não te conheço – eu o olhei friamente – E quando não conheço alguém, não costumo dizer ou pensar algo sobre ela.
– Kate? – David entrou na cozinha com algumas folhas em mãos – Preciso de você no escritório, Por Favor!
Eu peguei as folhas da mão de David, e o segui para fora da cozinha, sem pelo menos olhar para a expressão que John havia feito, após minha resposta.

Segui David até o escritório, e nos trancamos, onde permanecemos por muitas horas. E quando mandei o último email que ele havia pedido, coloquei a mão na boca e bocejei.
–Chega! - David me olhou.
–Não... Tudo bem podemos terminar.
–Chega por hoje Kate! – David olhou no relógio – Já é uma da manhã. – Ele se levantou. – Vá deitar na suíte superior, aviso Bill, que vai dormir aqui essa noite.
–Obrigada. - eu me levantei e estiquei meu corpo que doía. - Boa noite David.
Subi as escadas do estúdio que levava para o quarto do andar superior e segui direto para o banheiro, tirei minha roupa, liguei o pequeno aparelho de som, coloquei uma musica instrumental, em volume baixo ligando o chuveiro, tomei um banho rápido, e olhando para minha bolsa, fui até ela abrindo-a e pegando um frasco de hidratante.
Sentei na tampa do vaso sanitário e colocando um pouco de creme na mão, comecei a espalhá-lo pelo meu corpo. Minhas costas gritavam de dor, e demorei os dedos em meus ombros, massageando-os.
Fechei meus olhos e continuei apertando minha nuca com as pontas dos meus dedos. Ficar sentada na frente do computador por horas estavam me matando.

–Bill! - Eu disse assustada, quando abri os olhos e o vi estancando com ombro encostado na porta, me olhando, com um sorriso malicioso nos lábios. – Você me assustou. – eu andei até o rádio para desligá-lo.
–Não desligue... – ele murmurou – ... e continue passando o hidratante.
Eu o olhei por uns instantes e então coloquei um pouco mais de creme na mão e passei a esfregá-la por todo meu corpo. Deslizando minha mão pelos ombros, braços, barriga e por fim, nos seios.
Bill acompanhava com os olhos a cada movimento que minha mão fazia.

O tempo perdeu todo o significado enquanto Bill permanecia parado encostado na porta me observando.

Observando o modo que seus olhos me devoravam, não pude deixar de ficar envergonhada, tínhamos intimidade, mas ele nunca me olhou com tanta intensidade, me sentindo exposta demais, minha mão parou de se mover, seus olhos passaram dos meus seios para o meu rosto, eu o olhava, não sabendo o que fazer dali pra frente.

Bill percebeu meu olhar confuso e diminuindo o espaço entre nós, alcançou-me segurando minha mão levando-me para o quarto.


Guiou-me até a cama, deitando-me de bruços, apagou todas as luzes, e acendeu apenas o abajur no canto, no criado mudo, senti seu peso fazendo o colchão ceder, com suas mãos fechou minhas pernas e sentou-se nas minhas coxas devagar. Tendo o cuidado de não colocar todo seu peso nelas.

– Hum... – eu sussurrei quando senti o líquido gelado em minhas costas, e quando suas mãos deslizaram por ela e pelos meus ombros, seus dedos demoraram em minha nuca, massageando-a, eu não consegui conter um leve gemido.

– Bill...

–O que? – ele disse forçando seus dedos em meus ombros, debruçando seu corpo para falar perto do meu ouvido – Esta bom? – ele perguntou beijando meu lóbulo e depois meu rosto.

–Hum Hum – eu murmurei totalmente sem força. Meu corpo vibrava a cada toque de seus dedos.

Ele continuou a deslizar as mãos sobre meu corpo, agora descendo para a minha cintura, fincando todos os dedos, apertando-me. Meus dedos seguraram o travesseiro para livrar da dor suportável que senti.

Seus dedos soltaram minha cintura. Abri um pouco os olhos e pude ver a camiseta dele caindo ao lado da cama. Ele estava se despindo, meu estômago revirou somente em imaginar o que aquela noite prometia.


Suas mãos voltaram a se mover pelas minhas coxas, atrás dos meus joelhos, panturrilhas, tornozelos, quando seus dedos chegaram aos meus pés, eu apertei o travesseiro e fechei meus olhos. Mordendo meus lábios para não gemer alto o seu nome.


Depois de uma massagem breve pelos meus pés, suas mãos abandonaram-os e ouvi o zíper da calça descendo e logo em seguida, o barulho dela chegando ao chão, ele voltou a massagem aos pés, aquilo era uma viagem quase que deliciosamente insuportável.

Seus dedos deslizaram em meus tornozelos, panturrilhas, e quando chegou aos joelhos, ele os segurou com delicadeza, abrindo-os e separando-os, se acomodando no meio deles, suas mãos subiram para minhas coxas, demorando nas caricias, seu polegar roçava pretensiosamente em minha virilha.


–Bill... Pare... Não posso mais...

Eu não vi, mas tive certeza que ele sorriu, ele se moveu na cama, entre minhas pernas, suas mãos seguraram meu quadril, suspendeu meu corpo, afastando-o da cama.

E ele me preencheu em um único movimento.

Virei minha cabeça, enfiando meu rosto no travesseiro, para sufocar meu grito.

Meu corpo enrijeceu. E meus sentidos se perderam.


Quando voltei a respirar, Bill voltou a se mover dentro do meu corpo, devagar, sutilmente, entrando e saindo, lentamente. Como se quisesse que aquele momento durante por horas a fio...

– Queria ficar aqui pra sempre... - Ele soprou no meu ouvido percebi o quanto ele lutava para não perder o controle e não chegar tão rápido ao seu limite.


Bill envolveu seus braços na minha cintura, erguendo-me um pouco mais do colchão, obrigando-me a ficar de joelhos na cama, a posição aumentou a nossa sensibilidade, pois Bill gemeu rouco mudando o ritmo, acelerando-o.

–Não vou aguentar...
Minha frase entrecortada o estimulou, acabando com o pouco de controle que lhe restava. Segurando em meus ombros com força, ele se moveu depressa e profundamente, fazendo-me fechar os olhos e morder meus lábios para não sair gritar e acordar todos no estúdio.

– Oh... – Eu segurei no lençol e mordi a palma de minha mão, e então não podendo suportar mais, me deixei levar pela sensação de liberdade e leveza que atingiu meu corpo e minha mente.


Cansado, não houve mais resistência e Bill jogou a cabeça para trás gemendo baixo, chegou ao ponto máximo, seus dedos apertaram meus ombros, mas depois de alguns seus dedos afrouxaram-se soltando-os e encostando a testa suada em minhas costas.



Com a respiração descompassada, ele empurrou nossos corpos, fazendo-os cair pesadamente sobre o colchão, Bill beijou meu ombro e me abraçou com um dos braços, como não tínhamos condições de falar, em questão de segundos já estávamos adormecidos.








...


Nos fins de semanas, dificilmente a banda trabalhava, naquele sábado, eles se reuniriam na casa de David para jogar conversa fora e claro para falar do novo cd.
Toquei a campainha da casa e foi o próprio David que abriu o portão pra que eu entrasse.
–Como sempre os Kaulitz ainda não chegaram. – David sorriu fechando o portão – entre, daqui a pouco ele deve estar chegando.
–Sim, eles foram ver a mãe, que ligou brigando que não apareciam há dias.
Eu sorri e quando ele entrava na casa eu parei na porta e perguntei.
–Posso esperar no jardim?
–Sem problema. – David respondeu sorrindo e entrou na casa.

O sol naquela manhã de sábado estava agradável. Caminhei pelo caminho de grandes pedras que davam para o enorme jardim, me sentei no sofisticado banco de ferro branco perto da enorme e florida roseira, a olhei e não pude deixar de sorrir ao lembrar da primeira vez que estive na casa de David, com Bill.

Mais de um ano havia se passado.

Tanta coisa havia mudado, muitos fatos haviam acontecido, muitas palavras foram ditas, outras ocultadas, era nítido que não éramos mais os mesmos, não tínhamos mais os mesmos pensamentos, nada era igual.

Quase nada... Afinal, eu ainda era o grande segredo de Bill.

–Então... – eu voltei a realidade ao ouvir alguém se aproximando - você deve ser Kate... Namorada de Bill?

Eu levantei a cabeça assustada, colocando uma mão no rosto, tentando fugir dos raios do sol que me impediam de ver de quem era aquela voz.

Postado por: Grasiele

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