sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 25 - Muitas surpresas...


Acordei no outro dia já era tarde, com a minha cabeça explodindo, resmunguei ao sentir a luz do sol forte em meus olhos, esfreguei - os e me espreguicei, olhei para o lado e Bill não estava mais na cama, olhei para o travesseiro em que ele havia dormido, ainda estava com a marca de sua cabeça, sorrindo passei a mão sobre ele, suspirei profundamente atirando minhas pernas para fora da cama para levantar-me e começar o meu dia.
Sai da cama, vestindo meu robe e apertei o cinto, abri minha bolsa, peguei uma aspirina e a tomei, uma leve batida na porta me fez parar, me aproximei perguntando:
–Quem é?
–Eu! – era aquela voz inconfundível.
Eu suspirei alto e ajeitando meus cabelos com as pontas dos dedos, abri um pouco a porta vendo Tom parado com uma mão no batente da porta. Ele me olhou e fez uma careta.
–Nossa você esta péssima! - Tom colocou uma mão na porta e a empurrou abrindo-a.
–Obrigada pelo elogio. – eu disse fechando a porta quando ele já estava dentro da suíte.
–Não foi um elogio, você esta realmente horrível. – ele disse colocando uma mão no bolso da calça e na outra segurava uma sacola.
–Você veio aqui para subir meu ego? – eu perguntei cruzando meus braços.
–Preciso falar com você.
–Me dê dois segundos, sente-se. – eu apontei para a cadeira perto da enorme janela, porém Tom pulou se jogando na enorme cama, como se fosse o quarto dele.
Fui ao toalete, escovei meus dentes e penteei meus cabelos, mais uma vez arrumei meu robe e sai para falar com o Tom, abri a porta e ele ainda estava deitado na minha cama, comendo um chocolate que Bill havia me dado no dia anterior.
–Pode comer o chocolate se quiser. – eu disse.
–Hum...valeu – ele disse com a boca cheia.
Eu fui até o frigobar peguei uma garrafa de água, abrindo-a e bebendo um grande gole.
–Bill e você fizeram sexo ontem?
Eu engasguei e cuspi um pouco de água, olhando para Tom sem responder aquela pergunta indiscreta.
–As mulheres bêbadas são bem liberais na cama. – Tom disse sorrindo malicioso.
– E você teve o trabalho de vir aqui só pra dizer isso? - Eu perguntei arqueando uma sobrancelha
–Não. – Tom se levantou da cama e pegou a sacola – Vim para te dar isso.
Tom estendeu o braço em minha direção e me olhou, ainda com o sorriso malicioso nos lábios.
–Feliz Aniversário, Kate
Eu semicerrei os olhos, não acreditando na cena que estava acontecendo diante de meus olhos, depois baixei meus olhos para mão estendida dele, ainda sem me mover.
–Tom!? – eu disse pegando a sacola da mão dele.
–Eu sei, você nunca imaginou que eu fosse dessa forma tão gentil, atencioso e tão cavalheiro?
– Bom, eu ia dizer quase isso... – Eu disse abrindo o pacote. - Uau, isso é...
–Lindo, eu sei! – Tom disse sorrindo, orgulhoso de seu presente.
–Como adivinhou que eu sempre queria um porta retrato com uma foto sua e de Bill, os dois... juntos. – eu disse olhando para ele sem tentar sorrir. – Obrigado mesmo.
–Eu tinha certeza que ia gostar do presente.
–Não, eu realmente amei. – eu disse colocando o grande porta retrato no criado mudo, olhando mais uma vez a foto dos gêmeos juntos. – Obrigado pelo presente e por lembrar do meu aniversário.
Fui até ele e o abracei forte. O abraço durou pouco mais de três segundos, e foi reconfortante. Até haver mais uma batida na porta, eu não me mexi, Tom, como se o quarto fosse dele, foi até a porta e perguntou quem era. Quando a voz anunciou quem era, ele destrancou e a abriu.
– O que você esta fazendo aqui?
–Estou vendo que vocês realmente não fizeram sexo, que mau humor irmãozinho.
–O que você esta fazendo aqui? – Bill repetiu a pergunta subindo o tom de voz.
–Calma, vim só trazer um presente de aniversário para Kate. –Tom respondeu tirando as mãos de Bill do braço dele.
–Já deu? – Bill segurou pelo braço novamente – Agora, tchau. – E Bill o levou em direção à porta.
–Bill?! – Eu o olhei - Pare com isso esta sendo indelicado.
–Deixa, Kate! – Tom disse olhando para Bill – Eu já ia embora mesmo.
Bill levou Tom até a porta e sem que Kate percebesse perguntou baixo ao gêmeo mais velho.
–Você disse algo a ela?
–Você acha se eu tivesse dito algo, ela estaria calma desse jeito? – Tom o olhou – Além de mentiroso você é burro?
Bill olhou para Tom com raiva, abriu mais a porta e esperou que o irmão saísse para depois fechá-la.
–Tudo bem entre vocês dois? – perguntei olhando Bill abaixar os olhos e sorrir dizendo que sim. – Tem certeza?
–Sim...Por que a pergunta? – Reparei que Bill respondia e não me olhava nos olhos.
–Senti algo estranho no ar. – eu insisti
– Ontem a atitude de Tom com aquelas meninas ainda esta atravessado na minha garganta, mas vai passar. –Bill subiu os olhos e me olhou dando um sorriso breve.
–Hum...
Eu balbuciei olhando-o e nossos olhares de prenderam, sabia que havia algo e não era sobre a entrevista no Hotel Liverpool, que não tinha nada a ver pela a noite anterior que eles estavam se estranhando, mas era muito pior, é que eu sabia que não era naquele momento que ele ia se abrir
–Não tente entender Tom e eu, você vai acabar ficando louca! – Bill disse quebrando o nosso silêncio, diminuindo o espaço entre os nossos corpos, me abraçando pela cintura e beijando o topo da minha cabeça. – Agora quero que vá tomar um banho, quero que veja algo.
–O que? – eu perguntei curiosa.
–Rápido não temos tempo, Kate – Bill ordenou sentando na cama olhando-me abrir minha mala e pegar uma calça jeans e uma camiseta, logo em seguida, fui para o banheiro tomei um banho rápido e quando estava pronta, ele pegou minha mão e praticamente me puxou para fora da minha suíte, fechando a porta, me arrastando pelo corredor.
Parando em frente à porta da suíte de Gustav, ele deu uma batida rápida e colocando a mão na maçaneta abriu me puxando para dentro do quarto.
E o coro começou a cantar: Parabéns a você. O coro de vozes era de Georg, Gustav, Tom, David e Natalie que estavam atrás de uma pequena mesa, e no centro dela havia uma pequeno bolo, com uma vela acessa. Bill segurou minha cintura e nos aproximamos da mesa.
Quando o coro terminou, apaguei a vela e agradeci.
–Obrigado pela surpresa. – eu disse tentando conter minhas lágrimas, não pude deixar de pensar no ano interior, eu havia passado o meu aniversário sozinha, poucos dias depois eu havia aceitado o para ir na festa de David e encontrado Bill pela primeira vez.
Recebi um abraço carinhoso de cada um, e pequenos presentes, depois que recebi o último abraço, o de Gustav, Bill enlaçou o braço na minha cintura e me trouxe para perto dele.
–Obrigado por isso. – eu murmurei em seu ouvido
–Não foi nada. – ele disse beijando a ponta do meu nariz – Só queria que ficasse feliz.
–E eu estou. – eu confessei abraçando sua cintura encostando minha cabeça em seu peito.
Abri meus olhos e Natalie me olhava, ela conversava com Georg perto da janela, pensei sobre a noite passada e como eu tinha sido mal educada com ela, baixei meus olhos, me desvencilhei de Bill e me dirigi até ela.
–Natalie posso falar com você um segundo? – perguntei vendo Georg se afastar, nos deixando sozinhas. - eu queria te pedir desculpas – eu murmurei – Eu fui mal educada com você e...
–Não precisa Kate! – Natalie me cortou – Eu adorei a sua atitude ontem, aliás você deveria agir dessa forma mais vezes, não sei como você consegue ver algumas atitudes e não gritar e nem mandar pra´quele lugar. – Ela sorriu
–Eu até gostaria, mas não consigo! – sorri tímida.
–Deveria ficar bêbada mais vezes. – Natalie disse brincou, - Gostei dessa sua versão bêbada.
–Vou me lembrar disso. - eu sorri também, depois aos poucos fui ficando séria, e meu sorriso morreu nos meus lábios – Desculpe-me, você sempre é tão legal comigo, sinto-me tão envergonhada.
–Esta desculpada. - Natalie colocou a mão em meu braço e me deu um beijo rápido no rosto, afastando-se, deixando-me sozinha por alguns segundos olhando pela janela enquanto tentava controlar o grande sorriso que iluminava o meu rosto, eu depois de tempos, eu tinha que reconhecer, que mesmo com algumas dificuldades, eu estava feliz.
...
Duas horas mais tarde, depois de uma ligação, David informou que a última entrevista da banda na Inglaterra tinha sido cancelada, que só aconteceria no começo de 2009, e que a banda estava oficialmente de férias, até fevereiro de 2009, quando se encontraria novamente, já no estúdio, na Alemanha.
Cada integrante da banda e da equipe teria as suas férias merecidas, um brinde foi feito, eu apenas brindei, não bebi, na verdade nunca mais beberia mais nada enquanto eu respirasse.
Bill segurou minha cintura, e murmurou algo no meu ouvido, educadamente eu me despedi de cada um, e deixamos a suíte de Gustav , seguimos para a minha suíte, assim que entrei meu celular estava tocando, eu apressei meus passos e o peguei em cima da cama.
– Alô – eu atendi quase sem fôlego
Feliz aniversário. – A voz disse do outro lado da linha.
–Dean, você lembrou? –eu disse sentando na cama, vendo Bill torcer os lábios e revirando os olhos, não aprovando a ligação.
Nunca esqueceria uma data tão importante.
–Obrigada. – eu respondi a Dean
Fiquei no telefone com Dean mais alguns minutos, logo em seguida minha tia Abby ligou, e fiquei mais cinco minutos com ela no telefone. Bill estava deitado na cama, com os braços atrás da cabeça, me olhando sem nenhum um pingo de paciência.
Finalizei a ligação, desliguei meu celular e andei até a cama onde ele estava deitado, juntei-me a ele, deitando-me ao seu lado, com a cabeça em seu peito.
–Adorei a surpresa. – eu o olhei e elevei meu corpo e o beijei nos lábios.
–Ótimo... Ainda não terminei. – Bill sorriu e erguendo-se na cama, sentando colocou a mão no bolso da jaqueta tirando um envelope. - Esse é o meu presente oficial para você.
Estendi meu braço, peguei o envelope e abri o envelope e quando tirei o conteúdo, eu fechei meus olhos.
–Bill, eu não posso aceitar. – eu abri meus olhos, olhando-o.
–Como assim, Kate? –Bill perguntou franzindo a testa.
–Acha mesmo que lá não terá nenhum paparazzi? – Não me diga que não pensou nisso?
– Apenas queria que você estivesse ao meu lado.
– Eu também - eu disse - Mas o que você ia fazer para nos escondermos, ficar oito dias dentro do bangalô
–Isso seria ótimo. – Bill sorriu de leve.
–Não quero isso para você, quero que saia, se divirta, tome sol e tenha uma vida nas suas férias.
–Eu planejei essa viagem para nós dois. – ele disse.
–Sinto muito, Bill. – eu mordi meu lábio inferior, ao ver seu rosto triste – Sinto muito mesmo.
–Você esta recusando o meu presente? – Bill pegou a passagem da minha mão – Esta sendo mal agradecida.
–Não estou.
–Se não esta, venha comigo. – ele disse bravo.
–Tudo bem. – eu falei, também brava - mas não ficaremos mofando dentro de um bangalô, faremos passeios de pessoas normais e se acharmos um paparazzi sorriremos para ele e assumiremos publicamente nosso namoro para o mundo.
–Não haverá paparazzi!
–Se você tem tanta certeza... partiremos amanhã de manhã; - Ergui o rosto, e deparei com um olhar duro e frio, que me atravessou como uma lâmina de gelo. Mas, se ele pensou em algo a dizer, não disse.
Bill baixou a cabeça e olhou para a passagem em sua mão, essa era uma ótima oportunidade para contar toda a verdade para Kate, mas um medo tomou conta de Bill. Ele sabia que devia contar, mas as palavras vieram até a sua boca e ele fechou os olhos engolindo novamente. Jogando a passagem em cima da cama.
–Kate, preciso te dizer algo! – Bill começou a falar
Bill me olhou e segurou minha mão.
–O que foi Bill?
–Sentirei saudades. – ele apenas disse, logo após alguns segundos.
– Eu também, mas entende que falo isso para o seu bem? – Eu fui andei até ele e o enlacei pelo pescoço. - Não ficarei na Alemanha, tenho que assinar alguns contratos e desfazer outros, assunto de herança. – eu forcei um sorriso – Viajarei para o Canadá com Tia Abby – eu encostei meu nariz no dele – Mas, passaremos o Natal e o ano novo juntos. – eu disse olhando-o vendo balançar a cabeça em afirmativo. – Agora preciso pegar meu avião.
–Não vai não... Já que não nos veremos mais, não deixarei você ir embora hoje e talvez nem amanhã. — ele disse brincando me pegando no colo me jogando na cama, fazendo-me gargalhar ao cair nela.
x.x
A separação foi difícil, mas depois de alguns dias percebi que foi necessária. Bill me ligava todos os dias, mais de uma vez ao dia, dizia que estava se divertindo muito, que estava descansando, nadando e tomando muito sol, que ele e Tom estavam relaxando.
Meus dias, no Canadá eram corridos também, divididos entre advogados, reuniões em família, da qual não via há anos e visitas a orfanatos, dois que meu pai ajudava quando era vivo.
Aquilo me fez muito bem, visitar aqueles orfanatos, me fez querer mais pra minha vida, me fez ver que eu poderia fazer mais pela minha vida e pela vida de algumas pessoas.
–Terceira vez! – minha tia gritou do banheiro, me trazendo de volta a realidade, quando ouviu meu celular tocar mais uma vez naquela tarde... pela terceira vez.
Eu balancei a cabeça, peguei meu celular e fui para a varanda falar com ele.
Estou ligando para desejar boa noite.
–Boa noite. – eu murmurei
Nem acredito que minhas férias acabaram.
–Fique mais uma semana.
Não seria nada mal.– ele disse com bom humor.
–Se dê esse presente, mais uma semana.
Vou pensar e falar com Tom.
– Ele esta se divertindo? – eu perguntei.
Somente ontem não dormiu no bangalô, ele tem sido uma companhia muito agradável. – ouvi Bill sorrir do outro lado da linha.
Depois de conversar por mais alguns minutos, Bill e eu nos despedimos. Desliguei o telefone e recostei-me nos travesseiros, com um longo suspiro peguei a foto que Tom havia me dado, dos gêmeos sorrindo, lado a lado.
–Tão iguais...Tão diferentes. – Passei o dedo de leve na foto de Bill e a coloquei novamente na pequena mesinha ao lado da cama.
...
Dormi a noite inteira, num sono profundo e relaxante, talvez como há muito tempo eu não dormia, só acordei no outro dia a tarde, por que meu celular tocava alto, fazendo-me pular com o som, arrastando-me o peguei e olhei para o visor, era uma mensagem de texto.
Eu li e reli a mensagem, não acreditando no que lia.
Tomei banho, me troquei e encontrei minha tia sentada lendo o jornal tomando seu café na varanda do hotel, avisei rapidamente aonde eu ia e deixei a suíte.
Peguei o elevador, apertando o botão de número 5, desci andei pelo corredor procurando a suíte de número 53 e toquei a campainha, quando a porta abriu eu coloquei a mão na boca, incrédula.
– Bill?
–O que acha?
–O que... O que ... – eu tentava formar uma frase - O que aconteceu com seu cabelo?
O cabelo negro e liso de Bill estava agora com dreads falsos brancos. Eu fiquei ainda parada e estática sem me mexer fora do quarto.
–Ficou tão ruim assim? – ele disse entrando dando passagem para eu entrar na suíte.
–Não. – Eu disse ainda surpresa – Ficou... Diferente!
–Eu queria fazer surpresa!
–É, e realmente o fez! – eu respondi.
–Estava com saudades. – ele disse encurtando nossa distância e pegando minha mão me abraçando.
O beijo foi lento e fez minhas pernas amolecerem, meu gemido foi curto e abafado e meus sentidos se perderam quando o senti me pressionando contra a parede, o enlacei no pescoço e esfreguei meu corpo no dele.
–Ai! –Bill gemeu e se afastou colocando a mão nas costelas.
–O que foi? – perguntei assustada me afastando.
Bill tirou a camiseta e mais uma vez eu fiquei sem palavras.
–O que...o que... – Eu apontei para o tórax dele. – Isso é...
Bill olhou para seu próprio corpo e sorriu.
–É uma tatuagem! – ele disse em tom divertido.
–Por favor me diga que é de mentira? –Eu disse séria, me afastando mais, virando a cabeça para tentar ler a frase que a tatuagem formava.
–Hum...acho que não é de mentira!
–Tem alguma coisa a mais que você queira me mostrar? – que modificou em seu corpo? Fale logo e já aproveita que estou perplexa!
–Pensei que tivesse visto as fotos que os paparazzis tiraram de Tom e eu nas Maldivas.
–Não vi, não liguei meu computador esses dias e você sabe que não gosto de ver fotos ou fofocas suas na internet. – eu o olhei e cruzei os braços – Havia paparazzi nas Maldivas?
–Sim, você tinha razão. – ele abriu um enorme sorriso.
–Sim, eu sempre tenho. – eu disse sorrindo com um leve ar de superioridade. – E quando chegou ao Canadá?
–Acabei de chegar. – Bill pegou minha mão. Sentou-se na cama e me colocou no colo dele. – Gostou da surpresa?
–Você sabe que sim. – eu murmurei já com a boca dele perto da minha, seus dedos entraram dentro do meu cabelo e forçaram minha nuca, aprofundando o nosso beijo. Devagar ele me deitou na cama e se levantou assustado com o barulho da campainha.
A campainha tocou novamente e então eu perguntei:
–Tom veio junto com você?
–Não! – ele disse dirigindo até a porta. Quando abriu ouvi a sua exclamação.
–Não acredito! - Ele virou e me olhou com o semblante fechado, eu me levantei da cama e me dirigi a porta.
–Bill quem é... Dean? - Dean estava parado com os olhos arregalados pra Bill - O que faz aqui Dean?
– Tia Abby disse que estava hospedada nessa suíte. E pediu para eu descer para vê-la. – Dean explicou.
–Não, eu estou hospedada com ela no décimo andar, quem esta hospedado aqui é o Bill.
–Bem típico da sua tia. – Bill disse me olhando, entrando para o quarto. - Sempre jogando ele pra cima de você
–Ninguém esta jogando ninguém pra cima de ninguém – Dean disse, sabendo que Bill dizia a verdade.
–Não, ninguém esta! – Bill gritou, já dentro da suíte.
–Ainda não superou que eu sou a primeira opção de Tia Abby para a Kate. – Dean alfinetou.
–Você é a primeira de Tia Abby e eu sou da Kate, quem importa mais? - Bill devolveu.
–Parem! – eu disse tentando acalmar os ânimos.
– Você já viu Kate? – Bill se aproximou ficando atrás de mim – Agora pode ir.
–Não vou a lugar nenhum, vim ver e falar com Kate e é isso que vou fazer.
–Parem vocês dois, por favor! - eu tentei mais uma vez.
–Ele que esta me provocando. – Bill o fuzilou com os olhos.
–Para de ser infantil, não estou provocando ninguém. – Dean devolveu o olhar.
Eu fechei meus olhos e bufei, eu não ficaria ali no meio daquela discussão sem fundamento e ridícula. Passei por Dean e sem esperar pelo elevador, abri a porta de incêndio e segui para o andar da minha suíte, com os dois parados na porta da suíte de Bill, gritando meu nome.
Subi cinco lances de escadas, furiosa.
Cheguei à suíte e tia Abby ainda estava na varanda, quando me viu ela abriu um enorme sorriso, que eu não retribui.
–Encontrou com Dean? – ela perguntou cinicamente.
–Tia Abby o que acontecer naquele quarto, fique certa que será responsabilidade sua. – eu me virei e fui para o meu quarto.
.....
– Olha só... Sabemos por que ela fez isso, Abby quer te empurrar para Kate. – Bill disse entrando na sua suíte.
–Não acho que isso seja verdade. – Dean o seguiu fechando a porta.
–Olha Bill vamos aproveitar que estamos aqui sozinhos e dizer tudo o que tem que ser dito. – Dean começou - Eu só quero me desculpar por algumas coisas.
– Hum...sei – Bill arqueou uma sobrancelha, desdenhoso.
–Não sabe!
– Quer se desculpar por ter dito aquilo no telefone da casa dela, a noite enquanto ela estava no banho? – Bill perguntou.
– Não foi de propósito, como eu iria saber sobre você, que era você.
– Ahh claro você não fazia idéia. – Bill disse com desprezo.
– Como iria saber já que o namorado dela havia largado a mesma uma semana inteira sozinha.
– Eu não fiz isso, nós... estávamos brigados. – Bill respondeu rude.
– Ahh é? Aposto que a culpa foi sua. – Dean o acusou.
–Não, a culpa foi sua. – Bill o advertiu.
– Minha? - Dean perguntou. – Você esta brincando.
– Se não tivesse aparecido, não teríamos brigado. – Bill apontou o dedo indicador para Dean, acusando-o.
–Então acho melhor acostumar porque não pretendo mais sair de perto dela.
– O que quer dizer com isso? – Bill perguntou
– Você é muito idiota se acha que vou me afastar dela por você. – Dean disse a Bill - Deixa eu explicar uma coisinha: Kate é minha amiga e...
– Você não gosta dela como amiga. – Bill retrucou para Dean, olhando com raiva.
– Da pra calar a boca? Não vou sair de perto dela porque você não pode controlar seus ciúmes bobos.
– Ciúmes bobos? Como se sentiria se fosse ao contrário? Se eu atendesse seu telefonema da casa dela, no meio da noite e ela estivesse no banho, o que pensaria? - Bill olhou para Dean – E não me mande calar a boca.
– Isso nunca iria acontecer, porque eu jamais deixaria Kate sozinha. – Dean alfinetou Bill.
– Fica quieto, você não sabe nada da minha vida. – Bill ordenou a Dean.
– Realmente eu não sei, mas eu sei sobre ela, e ela não é feliz.
– Ela é feliz comigo. – Bill respondeu, impaciente com as acusações de Dean.
– Com as migalhas que você atira pra ela? Me diz uma coisa quanto tempo ela perde da vida dela trancada em um hotel esperando você.
– Eu não a obriguei.
– Claro que não... Deve ter feito chantagem.
– Eu nunca faria algo... Olha eu não vejo futuro para esta conversa então... – Bill foi até a porta e a abriu - por favor pode sair?
– Vou subir e falar com Kate. – Dean disse, sorrindo.
–Você poderia voltar para Los Angeles, faria um bem para nós.
– Depois que falar com a Kate. – Dean perguntou sem se mover - você vai aceitar minhas desculpas ou não?
– Me dê um bom motivo? - Bill o desafiou.
– Não sou tão ruim quanto pareço, quero que ela seja feliz, e ... Não acho você um idiota completo. – Dean confessou.
– Há muito obrigado, agora vamos ser melhores amigos por isso? – Bill ironizou
– Ela ensinou você a ser irônico? – Dean abriu um sorriso cheio de sarcasmo.
– É como sabe? - Bill perguntou arqueando uma sobrancelha.
– Sei tudo sobre ela e eu posso contar tudo que sei a você.
– Porque faria isso? - Bill perguntou desconfiado da bondade de Dean.
– Porque eu acho você um idiota completo e acho que vai levar muito tempo pra descobrir tudo sobre ela, você vai querer aprender ou não? – Dean cruzou os braços na altura do tórax, perguntando sério.
– Então, já que estou perdendo meu dia com você e não com minha namorada. – Bill o encarou e também cruzou os braços e ergueu o queixo o máximo que pode antes de pedir a Dean:
- Comece a falar!
....
Aquela não era a coisa mais sensata que já fizera na vida, deixar Bill e Dean sozinhos num mesmo quarto, mas eles precisavam se entender, e não havia outro momento. Aos poucos, fui ficando mais tranquila, olhei no relógio e já estava na hora, decidi descer até o quinto andar e ver como andava a conversa entre os dois.
Peguei o elevador, com medo.
Quando me aproximei da porta da suíte, fechei os olhos e com passos suaves coloquei meu ouvido na porta do quarto de Bill, as risadas eram altas e não conseguia ouvir o que diziam, apenas que falavam sem parar, quer dizer, Bill falava sem parar.
De repente a porta abriu e os dois pararam de rir ao mesmo tempo e me olharam sério.
–Você vem com a gente, Kate? – Bill disse.
–Com a gente? – eu perguntei confusa – Com a gente... Quem e aonde?
–Sim, estou indo para a Alemanha amanhã, com você, e Dean vem para passar o Natal conosco, na minha casa. – Bill olhou para Dean e os dois sorriram um para o outro.
O silêncio foi profundo e total.

Postado por: Grasiele

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