sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 47 - Eu serei sempre sua?


– Eu posso entrar?

– Claro. – eu me virei assustando-me

– Está arrumando suas coisas... – ele disse passando o dedo em minha mala, ainda vazia - Você já tomou uma decisão?


– Sim. – eu apenas disse.


– Sei que não estou em posição de pedir nada a você, mas... – ele fechou os olhos e disse com certa dificuldade - Volte pra ele.


– Bill mandou você aqui?


– Não, eu só... – as palavras não saiam, Tom estava fazendo algo que talvez nunca havia feito na vida, implorar. - Ele não é feliz quando não está com você.


– Acha que fico feliz em deixá-lo? – eu perguntei fechando meus olhos - Acha que não está sendo difícil pra mim também, eu amo o seu irmão e embora duvide disso é a verdade, mas não posso abrir mão dos meus sonhos antes de vivê-los, Tom.

– E ele não abrirá mão dos dele, como viverão assim? – ele me perguntou - Não entendo muito sobre amor, mas acho que sei o que a distância faz.

– A distância aumenta este sentimento desconhecido por você, ela o fortifica do contrário, mesmo juntos ele não valerá de nada. – eu olhei para minha mala, ainda vazia, e coloquei outra peça de roupa dentro dela. - Quero que ele entenda que vou esperar e continuar amando-o mesmo estando longe.

– Acredita que isso é possível, continuar amando alguém mesmo sem poder tocar?

– Sim! – eu acreditava realmente nisso, tinha plena certeza que o nosso amor seguiria, mesmo estando longe. - O amor é mais do que a presença física.

– Que grande bobagem. – ele disse revirando os olhos - Bill esperou demais por você, e eu duvido que ele entenda essa sua necessidade de correr atrás dos próprios sonhos, ele não saberá esperar... Nunca soube.


– Eu sei.


–Volte para ele,Kate!

–Tom, eu não posso simplesmente abandonar minha vida.


– Não mudará de idéia, não é mesmo?


– Você é um bom irmão Tom. – eu acariciei seu rosto com as costas da minha mão - Cuidará bem dele.









...





Poucos minutos depois de Tom ter ido embora, sem conseguir mudar minha decisão, cuidava dos últimos detalhes de minha viajem a campainha tocou e então Jumbie correu até a porta abanando o rabinho. Talvez esperando por Bill.

– Oi. – Disse Dean com um sorriso encantador nos lábios.

– Que bom que veio.

– Está brincando, eu jamais deixaria de vir a sua festa de despedidas. – ele tocou meu nariz com a ponta de seu indicador entrando em meu apartamento. – Que não me parece muito animada.

– Acho que animação ficará por conta dele. – Apontei para o pequeno cão arrastando a cama que Bill havia comprado pra ele.

– Quem vai cuidar desse monstrinho? - Dean perguntou brincando com Jumbie.

– Sofia! - eu respondi - Ele é um amorzinho, mas precisa de...

– Disciplina. – Dean terminou a frase sorrindo - Como ele se chama?

– Humm... Jumbie.

– Desculpe, vou dar um apelido a ele, esse nome é terrível, nem preciso perguntar quem o deu.

– Tudo bem, chame como quiser – Nós rimos.

– É... Gostaria que conhecesse alguém antes de ir.

– Quem? - eu parei de colocar minhas roupas na mala e o olhei.

– É uma pessoa com quem estou saindo. – ele disse baixando os olhos como se estivesse envergonhado.

– Você está namorando? - perguntei feliz por ele.

– Estamos saindo e...Sim estou namorando.

– Meu vôo sai cedo amanhã, porque não a trouxe.

– Na verdade ela está no corredor, esperando um sinal verde.

Pedi a Dean que fosse abrir a porta e a chamasse. Assim que a mesma apareceu em minha frente meu espanto e talvez também o dela fossem evidentes...

Nós duas éramos praticamente iguais.

– Olá sou Georgina. – ela estendeu o braço e nos cumprimentamos - Dean fala muito em você e me desculpe, estou um pouco nervosa.

– Sou Kate.

– É... eu sei! – Ela respondeu como realmente estivesse cansada de ouvir falar em meu nome - Nós três rimos.

Jumbie pulou imediatamente em suas pernas e ela abaixou-se para acariciá-lo.

–Jumbie já aprovou o namoro. – eu brinquei com Georgina, deixando-a menos nervosa.

–Estávamos indo almoçar, quer ir? - Dean perguntou passando o braço nos ombros da namorada.

–Hum... preciso terminar algumas coisas e tem Jumbie?

–Tem certeza? - Dean me perguntou.

Confirmei com a cabeça. Georgina sentiu algo no ar e sentindo que nós precisávamos de um tempo sozinha, se despediu e avisou a Dean que estava esperando na sala.




– Ela é legal. – eu disse quando ficamos sozinhos - Estou tão feliz que finalmente tenha encontrado alguém.

– Eu não posso ter você, mas posso chegar perto.

– Eu quero que seja realmente feliz. – eu disse passando minha mão em seu rosto.

– Vou sentir sua falta. – ele disse com os olhos azuis marejados.

– Não estou morrendo, logo estaremos juntos de novo.

– O tempo que ficará longe... Já contou a ele?

– Já.

– E?

– Acabou. – minha voz quase não saiu, estava embargada de emoção. –Prefiro não falar sobre isso, nossas decisões estão tomadas e nada mais pode ser feito.

Dean! - Georgina o chamou da sala.

–Vá... Vá viver a sua vida! – eu o abracei por alguns minutos e ele saiu do quarto, sem olhar para trás, rumo a sua nova vida.








....



No inicio da noite, foi à vez de Sofia tocar a campainha do meu apartamento. Não podia mentir, toda vez que tocava, pensava que fosse Bill.


–Tudo pronto? – Sofia perguntou entrando na ampla sala.

–Sim.

–Sinto muito! – a ruiva disse vendo meus olhos inchados. – Não sei se isso é um consolo.

– Obrigada, amiga! – eu olhei para ela e sorri triste – vou sentir saudades das nossas conversas e suas dicas sexuais malucas, confesso que usei algumas e amei... de verdade.

–Vocês mereciam ser felizes, forma um par lindo, tudo era encantado e mágico e... É triste ver tudo isso acabar assim...


Antes de ela terminar a frase, eu já cobri o rosto com minhas mãos, incapaz de controlar o pranto que ardia em minha garganta e fazia meu corpo estremecer em soluços convulsivos.
Sofia levantou-se, aproximou-se e tentou conforta-me com um abraço cheio de afeto e carinho. Depois de acariciar meus cabelos, disse:

– Não vou ficar lhe dando conselhos inúteis, pois sei que, se estivesse na sua situação, eu reagiria da mesma maneira. Tudo o que eu queria era que vocês, por enquanto, finalizassem sem brigas.

– Foi com brigas e não adianta chorar pelo leite derramado.


– Kate, você vai deixar isso terminar assim? Com esse rancor, com você em lágrimas e ele com aquela cara de morte que temos até medo de chegar perto e levar um coice?

– Não posso fazer nada!

–Pode e deve!

–Sofia eu não...

–Você tem que falar com ele! – ela segurou meus ombros e me sacudiu. – Tem que falar!

– Mas e se ele me ignorar?

–Pelo menos vai ter dito o que está preso em sua garganta.

–Não sei, Sofia, e se...

– Cale a boca, Kate! – ela me interrompeu com um grito ardido - Chega de "se", hipóteses não consertam o passado e nem os erros do presente. Não podemos passar o resto de nossas vidas fazendo suposições a respeito do que poderia ter acontecido. – ela segurou minhas mãos na dela firmes. – Ninguém muda o passado, Kate! - ela apertou mais minhas mãos - Tudo o que podemos fazer é tentar mudar o nosso futuro. – ela me puxou com força para a porta - Vá e tente. Vocês não precisam finalizar uma história tão linda dessa forma tão amarga.

Olhei-a e agora quem estava com os olhos rasos d água era Sofia.

Aproximei-me e a abracei com carinho, enxuguei seu rosto e agradeci tudo o que havia feito por mim, agradeci por ter sido a confidente, a amiga, a irmã que eu sempre quis ter.

E me empurrando para o elevador, desceu comigo até o subsolo e me esperou seguir a minha última chance em mudar a decisão de Bill.



















....








– Kate? - ele disse assustado quando levantou os olhos de uma foto que estava a tempo olhando, perdido em pensamentos - Veio aqui se despedir. Perdeu seu tempo.

– Não sinta raiva de mim, por favor. – eu disse me aproximando da cama e vendo centenas de fotos nossa jogada por ela - Eu posso suportar qualquer coisa, menos isso.

– O que quer eu faça? – ele me perguntou juntando as nossas fotos rapidamente - Quer que esboce um sorriso enorme e diga que está tudo bem, que você pode ir e que esse tempo separado não vai significar nada pra mim? – ele jogou-as numa caixa grande de qualquer jeito - Eu não posso e não vou mentir, eu sou egoísta sim e quero você perto de mim todos os dias, não quero que vá e não me importo com os seus sonhos, isso é horrível, mas é o que eu sinto.

– Você pode me esperar...

– Esperar?! – sua voz saiu alta - Não me peça para fazer isso, eu passei anos esperando o dia em que eu conheceria você, não me peça para esperar. – Ele gritou dessa vez.

– O que quer eu faça? Que anule minha vida para esperar você trancada em um quarto de hotel, mudando de cidade em cidade, me escondendo de pessoas que eu nem mesmo conheço.

– Algumas horas, apenas algumas horas de espera tornam-se insuportáveis. – sua voz continuava alta - O que são algumas horas perto de um ano?


Minha garganta estava fechada, se eu falasse algo, desabaria. Esperei um instante antes de continuar:


– O que estamos fazendo? – eu mordi meu lábio inferior que tremia incontrolavelmente - Nós já sabemos onde isso vai dar então, vamos parar por aqui, eu não quero brigar com você, não quero magoar você então...

– Você vai me deixar, já está me magoando. – ele jogou em mim, como se aquela separação só doesse nele. – Que merda!

– Eu não estou deixando você, eu vou voltar, eu ainda vou querer você, ainda vou querer... Nos dois.


Eu não queria chorar. Mas estava muito difícil.


– Mas eu não, não quero que se guarde pra mim, não quero que espere me encontrar aqui quando voltar. – sua voz era baixa, mas firme, e pior de tudo, decidida. - Eu não sei esperar, nada. Nem mesmo você.

– Você não está falando sério. – eu disse dando um passo em sua direção e dei um leve beijo sem seus lábios.

– Vai embora Kate, acho que já falamos tudo. – ele disse dando dois passos para trás de afastando de meu toque, dos meus lábios e da minha vida.


– Essas são suas últimas palavras? – eu perguntei quase que sem ouvir minha própria voz.


–Não! – ele olhou dentro dos meus olhos e segurou nossos olhares, as lágrimas grossas inundaram seu rosto pálido e sem maquiagem. - as minhas últimas palavras são: siga os seus sonhos e seja muito feliz.



Virou e saiu do quarto.

Fim.

Tudo estava realmente acabado.



“Siga os seus sonhos e seja muito feliz.” – ele havia dito.



E foi exatamente o que eu fiz na manhã do dia seguinte. Segui o meu sonho. Fiz meu check in e sentei com minha mala na área de embarque para esperar por Ryan, que já havia avisado por sms que iria atrasar.


Depois de vinte minutos ele chegou sorrindo e se desculpando:


– Kate desculpe o atraso, algo aconteceu na portaria do aeroporto, lá fora esta um caos, você não sabe, descobriram o vocalista daquela banda que doou o carro, ele estava disfarçado e quando alguns fãs o viram começaram a ...


–Bill... Bill esta aqui... – eu gaguejava e minha voz travou.


–Parece que sim, disfarçado e...


–Onde? Onde ele esta? - eu perguntei olhando para fora da sala vip.


O tumulto se aproximou e ouvi os gritos de algumas fãs, os seguranças chegaram primeiro na sala de embargue abrindo caminho e quando ele entrou, seus olhos se fixaram imediatamente nos meus e um sorriso surgiu em seu rosto e todo resto pareceu perder toda a importância.


Bill disse algo para o segurança e sorrindo abertamente seguiu em nossa direção.



Minhas pernas amoleceram e meu sorriso chegou de orelha a orelha. Meu coração estava em minha garganta me sufocando, minhas pernas fracas não permitiram que eu desse um único passo.



Oh, céus... Ele havia mudado de idéia.

Postado por: Grasiele

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