sábado, 29 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 29 - Perrine


– O que foi, Tom? – Bill gritou entrando na sala de estar vestindo a camiseta apressadamente.
–Aquela filha da puta me fez perder o controle – Tom andava de um lado para outro, com os olhos arregalados e estalava os dedos freneticamente – ela conseguiu...Droga!
Tom chutou a porta e bufou, totalmente fora de si.
– Quem? - Bill perguntou sem entender nada – Tom pare de andar de um lado para outro e fale o que aconteceu?
–Eu acabei de agredir uma garota no posto de gasolina!
–Você o que? – Bill perguntou franzinho a testa. – Você só pode estar brincando?
–Eu-bati-numa-garota! –Tom parou de andar e disse pausadamente olhando para Bill parecendo não acreditar em seus próprios atos.
–Você ficou louco? – Bill perguntou ao irmão – Você bateu numa mulher?
–Bati... - Tom olhou para mim e seus olhos estavam com lágrimas - eu bati numa garota... Mas ela me provocou! - Tom tirou o maço de cigarro do bolso e acendeu tragando antes de falar - Tenho certeza que é uma das garotas que estavam nos perceguindo e nos pertubando aquele fim de semana na porta do estúdio.
Foi a vez de Bill arregalar os olhos e olhar para Tom assustado. Olhando para o meu lado em seguida.
Perceguindo? Pertubando ? – Minha mente só conseguia processar essas palavras. – “Aquele fim de semana na porta do estúdio.” – David havia pedido para eu trabalhar em seu escritório no centro por alguns dias, fazia alguns dias, que eu não aparecia no estúdio.

–Elas disseram alguma coisa? – Bill perguntou ao irmão me trazendo de volta a realidade.

– Eu parei na bomba de gasolina, aquela garota mais cheinha veio falar comigo, dizer um monte de merda, disse um monte de disaforo, não aguentei e joguei o meu cigarro nela, ela voltou a nos ofender, pegou o cigarro no chão e a apagou o cigarro no capô do meu carro... depois... perdi o controle.
– Você devia ter fechado a merda do vidro e vindo embora. – Bill disse a ele – devia ter ignorado e deixado ela falar sozinha, como fizemos no sábado. – Bill olhou para Tom passando as mãos nos cabelos negros - Tomara que isso não chegue na midia.
–Dúvido, quando estava saindo, ela gritou para chamarem a policia. – Tom disse. – Não ficaria indignado se ela chamar a Bild.
–Puta que pariu. – Bill fechou os olhos e balançou a cabeça. – Que burrice... Que merda!
–Ela me tirou do sério. – Tom tentou explicar a Bill - Ela vem nos pertubando desde...
Tom olhou para mim e parou de falar, depois sentou no enorme sofá e passou as mãos pelos olhos.
–Se ela for até a midia, não será a verdadeira história que vai contar e sabemos disso.
– Eu quero que a midia se foda, Bill! - Tom gritou nervoso – eu só não suporto mais essa... Essa droga toda.
–Acho melhor você subir e calar essa boca, já fez merda demais por uma noite. - Bill olhou para irmão com raiva não conseguindo mais esconder o nervosismo - Vou ligar para David.
– Eu mantive minha calma até onde eu suportei! – ele gritou para o irmão, enquanto ele pegava o telefone e ligava para David.
Tom me olhou e subiu as escadas, para o quarto, pulando os degraus dois em dois, batendo a porta com força.

....

–Posso entrar? – eu bati na porta do quarto de Tom
–Sim! – ele apenas respondeu com um tom baixo.
Eu entrei no quarto, ele estava deitado no quarto, apenas com o abajur ligado, perto da cama.
–Trouxe algo para você beber. – eu estendi o copo e Tom o pegou.
–Obrigada.
–Fique calmo, Tom!
–Eu cheguei no meu limite! - Tom bebeu o liquido do copo e voltou a meolhar – nunca pensei que fosse capaz de fazer algo desse... desse nivel.
–Era uma fã?
–Não!
–Você a conhece?
Tom baixou os olhos, eu alisei o braço dele em forma de consolo, eu queria entender o que estava acontecendo.
–Prefiro não tocar mais nesse assunto.
–Tudo bem. – eu disse sorrindo para ele, ainda o acariciando com carinho.
–Só quero que saiba que não sou desse jeito.
–Eu não achei legal o que você fez, seja lá o que essa garota tenha feito. – eu o olhei – Mas, o que esta feito esta feito e agora é só esperar pelas consequências.
– A única coisa que me arrependo é que minha atitude pode respingar em outras pessoas.
–Em quem? – eu questionei
–Estou com dor de cabeça, preciso dormir um pouco. –Tom fechou os olhos e mudou de assunto.

“Lógico que estavão escondendo algo.”

Eu o beijei, e levantei-me da cama, quando estava perto da porta, ele disse:
–Alguém já te disse que Bill tem muita sorte em ter você ao lado dele?
–Ouço muito isso! – Eu me virei e sorri a ele.
–Tem uma gêmea perdida por ai? – Ele sorriu divertido
–Não que eu saiba!
–Ele o ama demais – Tom disse fechando o sorriso – E tudo o que ele faz é pensando em seu bem estar.
–Sinto que essa noite já começou a respingar. – eu disse olhando séria para Tom.
–Eu sinto muito. – Tom disse por fim muito triste.
Eu baixei os olhos e abri a porta, e a fechei atras de mim, andando pelo corredor chegando a ponta da escada.
Bill ergueu a cabeça e fixamos nossos olhos.
Meus pêlos se arrepiaram, meu corpo começou a tremer, seus olhos estavam amendrontados, como se quisesse me contar algo, como se esse segredo nos quebrariam em mil pedaços, impossivel de juntar os cacos.
Eu ainda sustentava o olhar, enquanto descia as escadas e quando parei no último degrau, ele se ergueu do sofa vindo em minha direção.
– Qual é o seu segredo? – eu perguntei, ele baixou os olhos. – Olhe pra mim, Bill!
Bill não me olhou.
–É tão terrivel assim? – eu voltei a questionar. E ele voltou a me olhar.
O portão da casa dos Kaulitz se abriu, e um carro entrou, era David.

Quando David abriu a porta e entrou na sala, o primeiro olhar que ele encontrou foi o meu. Mas, como Bill o desviou.
–Cadê o Tom? – David perguntou.
–Tom esta dormindo. – eu respondi – deixe ele dormir.
–A policia e o canal de televisão estavam no posto de gasolina. – David avisou - Precisamos conversar para saber como vamos contornar essa situação.
Bill apenas balançou a cabeça.
–Eu vou embora para vocês conversarem melhor. – eu disse indo até o escritório pegando minha bolsa.
– David pode levar Kate para casa? – Bill se dirigiu ao manager.
–Não! – Eu disse olhando para ele - Eu vou chamar um taxi.
– É perigoso sair a essa...
–Vou chamar um táxi. – eu o cortei, curta e grossa.
Bill me olhou e andou em minha direção, pegando em minha cintura e se aproximando para beijar meus lábios.
–Nos vemos amanhã. – eu disse secamente, virando a cabeça e me desvincilhando de seus braços, discando o número do táxi.
Nem dei tchau para David, andei até a porta, abrindo-a e quando a fechei, não me movi escutando David falar com Bill.
– A verdade tem que ser dita a ela antes que alguém o faça da maneira mais cruel possível.
Fechei os olhos e andei até o portão, poderia ter ficado e escutado o que ele precisava ter me contado, mas não consegui, eu senti que precisava estar preparada para a verdade.
De qualquer forma, eu não estava naquela noite, pois no minuto em que o táxi seguiu o caminho para o meu apartamento, qualquer resquício de calma evaporou e meu estômago embrulhou.
Eu estava em pânico, o que a briga naquele posto de gasolina, tinha a ver comigo? O que Bill escondia atrás daqueles olhos de dor? E qual era a verdade que eu precisava saber?
Eram tantas perguntas e nenhuma resposta.
Eu precisava de alguém, mesmo que esse alguém fosse me deixar pior do que eu estava, mas era a única pessoa que eu tinha por perto.

–Tia posso ficar aqui só por essa noite? – Eu perguntei quando toquei a campainha e a porta se abriu.
–Aconteceu alguma coisa? – Minha tia perguntou preocupada.
–Ainda não
– Quer um café? Um chá? Um porrete para você dar na ca­beça de alguém?
Eu dei um sorriso triste.
– Não sei, me ofereça isso amanhã quem sabe eu possa precisar. – eu respondi
–Foi o cantorzinho de novo?
Tia... Eu só quero um abraço. – eu disse tentando conter minha lágrimas.
–Quando você vai dar uma chance para Dean? - ela disse vindo em minha direção e me abraçando com força - Quando vai perceber que essa vida não é para você - Ela passava as mãos nas minhas costas. - você não precisa passar por isso.
Meu celular tocou, não atendi, apenas continuei nos braços da minha tia, em total silêncio. O celular tocou por mais duas vezes até eu me soltar e tirá-lo da bolsa e ler a pequena mensagem que Bill havia mandando.
Te amo!

Se ele achou que aquilo fosse me confortar, sem eu saber o que estava acontecendo minha raiva dobrou, por que tive certeza, que aquele segredo era pior que eu imaginava, e que todos sabiam a minha volta... menos eu.

...



– Belo papel seu cunhado se prontificou a fazer. – Minha tia disse sem me olhar quando eu desci para a sala de TV na manhã seguinte - ele nunca me enganou
Olhei para a televisão, e o repórter entrevistava a garota que Tom havia agredido. O seu nome era Perrine, ela era cheinha como Tom descrevera, ela mostrava o rosto no lado que havia levado o soco.
–Sim, ele errou mas ele não é agressivo.
–Não, não é. – minha tia foi sarcástica - A garota se equivocou, ele apenas acariciou a sua face com o punho fechado.
–Tia, obrigado pelo abraço, mas preciso trabalhar.
– Apareça mais vezes sinto sua falta.
– Eu também – eu respondi lhe dando um beijo saindo da casa, peguei eu celular na bolsa e o liguei, havia nove chamadas do seu celular.
Disquei para o mesmo número de táxi que eu sempre utilizava e enquanto eu esperava pela sua chegada meu celular tocou novamente.
Olhei para o visor, era Simone.

– Gostaria de viesse até minha casa para conversarmos – ela disse assim que atendi a ligação.
–Claro – Foi à única coisa que consegui responder a ela.

O táxi me deixou no meu apartamento, apenas peguei meu carro e segui para a casa da mãe de Bill, quando me aproximei o portão da garagem coberta foi acionado e estacionei.
“Chegou a hora” – pensei tentando controlar minha angustia.
Quando o portão foi fechado ela me olhou triste, dando um leve beijo na face, estava sozinha na casa.
– Não fui trabalhar hoje, estou sem cabeça. – Ela explicou – Não é fácil uma mãe ver seu filho ser manchete de jornal por que agrediu uma garota. – Simone cruzou os braços sobre o peito – Essa garota não é exatamente uma fã, ela é uma psicopata. – eu apenas a observava falar, ela estava visivelmente nervosa. – Elas não querem o bem da banda, esse grupo vem ligando para a casa da minha mãe, elas ligam para o meu serviço e ...
– Há quanto tempo isso vem acontecendo?
– De esse grupo perseguir minha mãe, meus filhos e eu, alguns meses. – Simone parou de falar
– Simone... isso não é tudo?
–Não, tem a parte pior disso tudo.
–Que Deus me perdoe, mas tenho que perguntar – eu fechei os olhos e tomei coragem – E qual é a pior parte?

Postado por: Grasiele

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