terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 20 - Entregue a Bill.


–Incomodo?
–Nunca! – Eu sorri surpresa – Entre Gustav!
–Sei que não sou a pessoa que você deseja ver mas...
– Eu nem o esperava – eu disse abrindo a porta e deixando-o entrar.
– Trouxe um carteado! – Gustav entrou sorrindo na minha suíte, fechei a porta. – O que sabe jogar?
– Hum... nada – Eu disse fazendo uma careta – Mas posso ler a sua sorte!
–Não me diga que você é uma cigana?
– Fiz um curso! – Eu disse tomando a caixa de carteado das mãos dele – Leio sua sorte e depois jogamos “rouba montes” é o único jogo que posso tentar jogar.
Sentamos na pequena mesa no canto do quarto, dobrei minhas pernas colocando-as no estofado do acento e comecei a embaralhar as cartas.
–Posso beber algo? – Gustav pediu
–Claro!
Ele foi até o frigobar e pegou uma pequena garrafa de whisky, trazendo uma garrafa de água com gás para mim.
–Corta, tira três cartas e coloque-as viradas na mesa. – Eu expliquei a Gustav abrindo a minha água.
Ele colocou as três cartas na mesa e as olhei.
– A carta da direita representa o seu futuro, a do meio, seu presente e a última é a sua vida amorosa. – Eu olhei para as cartas e depois para ele, e antes de começar a falar ele se moveu e retirou as três cartas da mesa, juntando-as ao restante do baralho, no canto.
–Por que fez isso? – eu franzi a testa e perguntei.
–Não quero ninguém vendo minha vida amorosa. – ele disse sério.
–Tudo isso é medo? – eu bebi um gole de água – Medo deu descobrir o que se passa dentro do seu coração.
–Não! – ele tentou sorrir – Talvez.
–Quem é ela? – eu perguntei – Você está apaixonado Gustav?
–Não! - ele respondeu – Nem sei se é realmente amor!
– É a Natalie?
–Não! – ele quase gritou - Passou longe! – ele me olhou, diminuindo o tom de voz – não é ninguém que você conheça.
–Somos amigos, pode confiar em mim.
–Não! – ele pegou o copo da mesa levando-a a boca, depois volto-o na mesa e falou – Você já tem outro melhor amigo.
– Você também esta com ciúmes do Dean? – Eu perguntei sorrindo – Você também é meu melhor amigo.
– Não pode ter dois melhores amigos. – ele brincou – E, além disso, você gosta mais dele.
–Pare de andar com o Bill esta ficando ciumento igual.
Nos dois sorrimos.
–Quem é a garota? – eu insisti pela última vez
– Kate eu...
A batida na porta o interrompeu, desci minhas pernas da cadeira andando até a porta, abrindo-a devagar.
–Tom?
–Bill esta aqui? – Tom perguntou, com a mão nos bolsos da enorme calça.
–Não!
–Hum... Ele dever estar com o David então. –Tom colocou a cabeça para dentro do quarto como se quisesse espionar algo.
–Quer entrar e espiar embaixo da cama? – Gustav perguntou olhando para o guitarrista.
–Você esta ai? – Tom entrou no quarto, sem que eu o convidasse – Pensei que estivesse no restaurante, comendo.
– É, pensei a mesma coisa sobre você... Mas não no restaurante!
Tom se aproximou e sentou na cadeira ao lado de Gustav.
–Estão jogando o que? – Tom perguntou
–Até agora nada. – Eu respondi sentando-me na cadeira ao lado de Gustav.
–Podemos jogar stripe poker?
–Sim, por que não? – eu disse a ele, séria – Acho ótimo!
–Ela foi sarcástica, Tom! - Gustav disse sorrindo ao ver a cara de espanto de Tom.
Outra forte batida na porta, levantei-me e fui abrir, o sorriso calmo de Georg se iluminou quando me viu.
–Oi? – eu disse
–Oi, Saki disse que o Tom entrou aqui!
–Estou aqui! – Tom gritou dentro do quarto – Não vou dar dicas de namoro pra ninguém a essa hora da noite.
–Não preciso mais delas... Hoje acho que consegui!
–Conseguiu o que? – Gustav perguntou embaralhando as cartas.
–Ge estava atrás de uma ruiva e parece que hoje ele se deu bem?
– Cala a boca Tom! – Georg entrou e eu fechei a porta vendo-o sentar ao lado de Tom, envolta da mesa.
–Você disse que ia pedir ela em namoro.
–Tom? – Georg olhou feio para Tom.
–Estamos todos em amigos, Ge!
Georg me olhou e corando dos pés a cabeça, disse:
– Quero ir devagar! – ele disse tímido – Com ela eu quero ter muito cuidado.
–Você esta apaixonado! – Tom falou debochado – Que idiota!
–Idiota por quê? – Eu perguntei
– Só os tolos se apaixonam, o amor nos torna vulneráveis. - o sorriso dele tinha um quê definitivo de provocação.
– Da onde você tirou isso? - Gustav perguntou a Tom – Leu num biscoito da sorte?
–Eu entendo as mulheres.
Todos nos olhamos e o acesso de riso foi inevitável. Por incrível que pareça até Tom sorriu. Uma nova batida na porta nos fez olhar ao mesmo tempo para ela e Tom que se levantou para abrir como se o quarto fosse dele. Ele abriu e ouvi a pergunta do lado de fora.
–Tom? O que faz aqui?
– Estamos jogando!.
–Jogando o que? – Bill o olhou fazendo uma careta.
–Nada por enquanto – eu entrei na frente dele antes que Tom falasse alguma besteira – pensei que não viesse hoje – eu o abracei e beijei.
–Pensei em fazer uma surpresa – ele entrou e olhou para Gustav e Georg – mas quem foi pego de surpresa foi eu. – Bill disse - O que vocês estão fazendo aqui no quarto da minha namorada?
–Jogando! – Georg disse embaralhando as cartas.
– Jogando o que? – Bill olhou para Georg - Se vocês não prestam nem pra jogar pedrinha no lago.
Bill andou até a enorme cama da suíte e se jogou na cama, eu sentei ao seu lado e Tom se juntou a Gustav e Georg ao redor da mesa
– Estava com David ele acabou de enviar a confirmação da nossa participação na premiação VMA em Los Angeles.
– Vocês têm que estar presente afinal... Vocês precisarão subir ao palco. – eu disse a Bill
Os meninos abriram uns sorrisos imenso felizes, afinal chegar a América era tudo o que eles mais queriam.
– Vocês estão chegando onde sempre sonharam. Tenho certeza que vão ganhar!
Eu me debrucei e beijei Bill nos lábios.
– Eu estou com muita fome! – Tom disse deitando na minha cama ao lado de Bill –Aquele camarim só tinha jujuba.
–Podemos pedir Mc ou mesmo costeletas – Gustav disse fechando os olhos, com certeza, imaginando suculentas costeletas a sua frente.
Bill olhou para Gustav correndo seus olhos pra mim sorrindo.
– Não irão comer isso no meu quarto. – Eu disse levantando da cama - Me desculpe, mas a idéia de ter um animal morto no meu prato não me agrada em nada.
–A Kate é vegetariana desde os dez anos de idade. – Bill explicou.
– Você deve estar brincando? – Georg franziu o cenho.
– Eu estou com cara de quem esta brincando? – eu respondi ainda de bom humor.
– Como você consegue? – Foi a vez de Gustav perguntar.
– Não é como eu consigo? E sim como vocês conseguem comer a carne de um animal. – eu disse a Gustav.
O quarto ficou em silêncio, todos olhando para baixo, como se fossem culpados de um crime sem harbeas corpus.
– Eu não me importo que comam, mas por favor não façam isso perto de mim. – eu completei
Fui até a cômoda ao lado da cama, abri a gaveta pegando um pequeno cardápio, olhando com atenção escolhendo o que íamos comer.
– Vamos comer Antepasto de legumes – Eu olhei para o rosto dos meninos que arregalaram os olhos indignados – Todos!
Mais silêncio.
– É...Kate...eu preciso conversar com David sobre algumas coisas e tenho que ir embora. – Georg disse sorrindo, fugindo descaradamente, do nosso jantar.
– Georg eu vou com você, acho que vou beber apenas um leite e vou dormir. – Gustav me deu um beijo sem me olhar nos olhos.
Os dois saíram da suíte quase que praticamente correndo.
Eu cruzei os braços sobre o peito e olhei para Tom e Bill que se entreolharam e ao me olhar novamente desviaram os olhos, e não falaram nada.
Ainda com o cardápio na mão, fui até o telefone, disquei o número do restaurante do hotel e pedi antepasto de legumes para mim e para Tom e Bill lasanha a quatro queijos, já que Bill odiava legumes.
Tom olhou para porta e depois voltou seus olhos para Bill, conversando com os olhos, o mais velho entendeu o recado do mais novo e sem muito que fazer sentou na grande poltrona ao lado da cama, Bill continuou deitado e eu sentei ao seu lado.
Liguei a TV em um canal a cabo alemão RTL já que ninguém falava italiano no quarto.
– Adoro esse programa! – Tom disse empolgado.
–Eu também! – Eu confessei.
Olhei para Tom e sorri, ele tirou o tênis e se acomodou na poltrona esperando a nossa comida. Bill se acomodou no travesseiro abraçando minha cintura dizendo baixo e cansado:
–Quando a comida chegar me chama, por favor.
Desliguei a luz do abajur para ele descansar e fiquei assistindo o programa com Tom, demos risadas com os convidados bizarros que se apresentavam.
–Eu nunca iria a um programa desse nível – Tom disse
– Um dia eu assisti um que a fã brigava com a mãe por que não queria ir para a escola para seguir vocês em todas as turnês.
–Fiquei sabendo. – ele disse sorrindo pra mim – Bill queria ligar para a menina não fazer mais isso.
–Ele fez?
–Não!
–Deveria! – eu falei.
–Por quê?
–Por que sim, ajudaria. – eu dei de ombros
–Você se parece muito com ele. – Tom ficou sério ao dizer aquilo.
Eu baixei meus olhos e o vi dormindo tranqüilo, afaguei seus cabelos negros.
–Ele esta bem melhor depois que você voltou. – ouvi Tom dizer.
–Nunca fui embora. – eu disse sorrindo
–Você entendeu o que eu disse. - Tom disse olhando para Bill dormindo ao meu lado - Ele ficou mal.
Eu apenas olhava para Bill dormindo ao meu lado, depois de tantas brigas, estamos realmente bem.
– Você faz muito bem a ele. – Tom virou para a televisão – Você o faz feliz –Tom baixou os olhos e em seguida voltou seus olhos pra mim.
–Fico feliz em ouvir isso de você!
–Eu só quero protegê-lo – Tom disse com a voz embargada.
–Eu sei, gosto disso!
–Na escola ele sempre foi xingado e humilhado
–Gostaria de ver a cara dessas pessoas hoje.
–Eu queria socá-las! – Tom não escondeu sua raiva.
–Acho que o sucesso de vocês os atinge muito mais que agressão física.
–Bill sofreu muito.
–E o seu pai, Tom? – Eu perguntei receosa.
–Não o vejo, Bill também não.
–Ele tentou se aproximar?
– Sim, mas não deixamos. – Tom falava com a voz baixa e sempre olhando para Bill ao meu lado na cama, talvez com medo que o irmão ouvisse a conversa. - Gordon é nosso pai.
–O que sua mãe fala sobre Isso?
–Nada! – Ele sorriu triste - Sofreu demais para ter uma opinião formada. - Pude ver em Tom as velhas mágoas transparecerem em seu rosto e a luta que ele travava para controlá-las. – Ele não aceitava Bill.
–Eu não sabia disso.
–Ninguém sabia, ouvíamos meu pai xingá-lo para minha mãe de coisas... de coisas... Ele era tão injusto com Bill.
Percebi que Tom estava com lágrimas nos olhos então com um nó na garganta olhei para televisão e decidi finalizar o assunto. Bill nunca havia me dito nada sobre o pai, nem que era hostilizado pelo mesmo. Foquei-me na televisão, mas não conseguia prestar atenção. Olhei para Bill deitado ao meu lado e afaguei seus cabelos mais uma vez dando um pequeno beijo em seus lábios.
– Kate, desculpa se fiz algo contra você – Tom me surpreendeu, falando num tom de voz calmo, passando as costas da mão nos olhos, para secar as lágrimas.
– Está tudo bem Tom, não precisa...
– Sinto-me um idiota. – ele tentou sorrir
–Não se sinta, mas se te faz ficar melhor eu aceito suas desculpas.
–Obrigado, Kate! – dessa vez e ele conseguiu sorrir, uma risada muito bonita, nunca havia visto sorrir daquela forma, não para mim.
–Acho que tiramos as luvas de boxes e agora que estamos do mesmo lado, podemos ser amigos, finalmente.
– Podemos ser amigos, Kate.
Aquele era o Tom, com uma pequena frase seguida de um sorriso meio garoto e meio conquistador, já era demais para ele, então sorri e nesse momento a campainha tocou. Levantei-me, atendi a porta, peguei a comida e fechei a porta.
Eu e Tom jantamos juntos, sozinhos e durante a refeição conversamos de muitas coisas, inclusive mulheres, percebi um lado divertido nele, um lado protetor, um homem, que como o irmão, mesmo tão novo, almejava batalhar por sua carreira e pelo o sucesso da banda.
–Essa comida é ótima! – Tom disse levando outra garfada a boca
–Não disse! – eu brinquei - Eu poderia passar horas tentando convencer vocês a não comerem mais carne. – Esses legumes são formidáveis.
– É tão bom quanto a minha lasanha? – Tom perguntou fazendo uma careta.
– Você quer provar o meu?
–Hum...Talvez ! - Ele se debruçou na mesa abrindo a boca enquanto eu colocava a comida dentro dela. – Não é tão ruim, talvez eu queira seguir suas dicas.
– Se você seguir podemos influenciar o Bill. – eu disse sorrindo. – Vocês amam os animais, só precisam aprender a respeitá-los.

Terminamos o nosso jantar, e ele fumou um cigarro mesmo eu pedindo, quase implorando para ele não fumar na minha frente, nem Tom e nem Bill me atendia sobre esse vicio.
– Vou embora, quer que eu o chame e o leve para sua suíte?
–Não, deixe-o aqui – eu disse baixo para não acordá-lo.
Tom sorriu abrindo a porta do quarto e antes de partir disse:
–Não comente sobre o que eu disse sobre o nosso pai.
–Tudo bem! – eu apenas disse com os lábios num meio sorriso.
Quando Tom partiu. Fui até o banheiro tirei minha roupa colocando minha camisola, escovei meus dentes e deitei ao lado de Bill que permanecia dormindo, com cuidado tirei seu tênis e seu jeans, ele se mexeu e acabou acordando, assustado.
– Cadê o Tom? – ele perguntou com a voz sonolenta.
–Já foi!
–Eu dormi demais.
–Não, tente descansar mais um pouco! - Eu deitei e o abracei pela cintura. – Fique comigo essa noite, eu quero acordar nos seus braços amanhã.
–Pedindo dessa forma, como posso recusar? – Ele sussurrou perto do meu rosto fazendo-me arrepiar.
–Você esta cansado. – eu disse
–Nunca pra você.
Com toda a suavidade, a boca de Bill desceu e cobriu a minha. Senti seus dedos se entrelaçar em meu cabelo e o movimento cada vez mais irrequieto de seu corpo me deixava louca, a medida que o beijo se aprofundava ele me envolvia mais em seus braços.
Soltando um pequeno gemido ele levantou a cabeça traçando o contorno dos meus lábios com a ponta do dedo e em seguida, sorriu... Bill sorriu da forma que eu mais adorava e me perdia, completamente, sempre.
Eu já estava entregue. Entregue a Bill.

Os lábios de Bill desceram desenhando uma trilha de beijos pelo meu pescoço, passando a língua devagar e dando pequenas mordidas fazendo-me respirar com dificuldade.
–Eu adoro quando faz desse jeito...
Eu gemi arqueando minhas costas e fechando meus olhos.
– E assim? – Bill murmurou em meu ouvido e lambeu o lóbulo da minha orelha. – Você gosta?
–Cada milímetro do meu corpo... Adora... Tudo isso que faz comigo...
Bill se aninhou sobre meu corpo, mostrando-me o quanto estava adorando tudo aquilo.
–Isso é golpe baixo. – eu gemi alto quando Bill escorregou a mão entre minhas coxas e a acariciou depois deslizou sua mão por dentro de minha camisola tocando meu seio, seu polegar roçou de leve o meu mamilo deixando-me zonza e submersa aos carinhos que ele me fazia.
–Esse é o meu lado... Mau!
–Mostre-me mais dele... Por favor...




...


Cheguei a Los Angeles no penúltimo dia de agosto. Hollywood estava no seu auge. Há poucos dias antes do Video Music Awards, os hotéis perto dos estúdios Paramount Pictures, onde aconteceria a cerimônia, estavam todos movimentados e lotados, Bill não havia chegado, mas havia ligado e já estava desembarcando.
–O seu sorvete senhorita! – O atendente me trouxe de volta a terra.
Eu peguei meu sorvete e me sentei em uma pequena mesa na calçada, levei a colher na grande bola e quando coloquei a primeira colherada na boca, foquei na pequena figura que falava com alguns seguranças na porta do Hotel que eu estava e que a banda iria se hospedar.
Tirei meus óculos e tive a certeza que era ela. Mas, o que ela fazia ali?

Postado por: Grasiele

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