terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 19 - Sagrada


Nossos olhares se prenderam, o dele havia um ponto de interrogação, sua testa estava franzida e seus lábios entreabertos como se quisesse falar ou perguntar algo. Nada foi dito, por segundos.
–Bill! - Era algo para ser dito em voz baixa, mas que saiu de meus lábios, quase que como um grito.
Ele não se moveu, nem um centímetro.
Fui eu que dei três passos e coloquei meu joelho na cama e ainda com meus olhos presos aos deles, me deitei ao seu lado, no travesseiro sem tocá-lo.
Nossos corpos deitados na mesma cama, de lado, lado a lado.
A face de Bill estava próxima a minha, sua respiração batendo de leve em meu rosto. As batidas de nossos corações era o único som naquele quarto.
Então, ele suspirou profundamente e baixou seus olhos, como se não pudesse falar e me encarar ao mesmo tempo.
– Pensei que não voltaria mais. – Bill mantinha os olhos fora dos meus. – Já ia partir e pensei que não nos veríamos por...
–Bill eu...
–Por que voltou? – Ele perguntou interrompendo-me novamente.
Seu olhar fixou nos meus enquanto eu esperava pela próxima atitude dele, que não veio. Então foi a minha vez de respirar fundo e começar a falar.
– Gostei do jeito que tratou Dean. – sorri sem jeito - Eu gosto muito dele, fomos criados juntos, somos muitos parecidos e nossas famílias eram muito amigas. - A face de Bill não mostrou nenhuma reação – Todos esses dias em que estive com ele foram como voltar a minha infância, como se eu pudesse me livrar de preocupações, tristezas e lembranças ruins, estar com ele é como ser criança outra vez.
Ao ouvir minha última frase, Bill piscou como se quisesse afastar o brilho que as lágrimas formavam em seus olhos cor de mel, seu olhar era profundo e seu rosto permanecia com uma expressão dolorida.
– Entendo! – Foi a única palavra que ele murmurou.
Eu o fitei por um longo minuto, ele estava realmente sentido e triste pela minha proximidade com Dean, mesmo que eu gastasse toda minha saliva dizendo que nada aconteceria entre nós, aquilo não conseguiria tirar aquela expressão de angustia e dor dos olhos dele.
Bill permanecia calado, com os olhos presos ao meu, eles eram pesados e estavam molhados e era visivelmente como se ele lutava para não deixar nada, sentimento nenhum, ser liberado.

–Ele é muito importante para mim - Eu continuei - Mas ele é apenas um amigo, meu melhor amigo.
– O que vocês fizeram? Onde foram?
– Nós fomos ao parque, fizemos picknick, e depois visitamos alguns pontos turísticos de Hamburgo. – eu respondi sincera - Nada demais.
– Nada demais? – ele sorriu fraco – Isso é tudo que eu sempre desejei fazer com você Kate, mas infelizmente nunca poderei.
– Bill eu... – ele me desarmou ao falar aquelas palavras - Eu sei que não podemos fazer por enquanto, eu sei que se pudesse você o faria e hoje eu sei o quanto isso dói mais em você, do que em mim. – Pela primeira vez tentei uma aproximação de nossos corpos – Mas se isso te consola, eu pensei em você o tempo inteiro enquanto estive em todos esses lugares.
– Pensar em mim é suficiente?
– Não, nunca é, mas quando eu não tenho você por perto, meus pensamentos são meu único consolo. – Eu toquei seu rosto com as pontas dos meus dedos.
–Não! – ele me olhou com uma pontada de raiva, afastando seu rosto do meu toque – Eu quero ser muito mais do que isso para você, Kate! – Bill franziu a testa – Quero sua confiança, seu respeito, quero você... Sem reserva, sem exceções...
– E você tem. - eu disse séria – Porque de uma forma ou de outra eu estou sempre aqui para você.
Houve um longo silêncio entre nós.
– Eu sei. – Bill murmurou – E isso para mim significa muito.
– Então... Não vamos mais brigar, ou pensar no passado, vamos só seguir enfrente a partir de agora.
– Você está certa, vamos deixar isso para trás. – Bill tomou meu rosto entre as mãos - Por que se eu passar por tudo isso novamente, não sobrevivo...Não sem você!
– Nem eu. - Eu murmurei quando ele se moveu roçando seus lábios nos meus, que já estavam entreabertos para recebê-lo. – Dean pode me trazer de volta a infância, mas não posso viver em uma época que já passou. – Eu mordi meus lábios proibindo-os de tremer – Agora quero viver o meu presente, pois é a partir dele que meu futuro começará a ser escrito. – eu passei meu nariz no dele - E eu já fiz minha escolha, quero que você permaneça comigo. – Beijei-o de leve – Quero você comigo, ao meu lado, no meu presente e no meu futuro.
Bill sorriu feliz.
– Apenas duas coisas eu realmente quis na minha vida. – Bill sussurrou
– Ser o famoso Bill Kaulitz – Eu sabia uma - E a outra?
–Você!
Ele deslizou suas mãos ao longo das minhas costas me apertando trazendo-me para junto de seu corpo, me envolvendo em um abraço apertado.
– Vamos esquecer tudo isso. – ele disse me segurando pela cintura puxando-me para cima de seu corpo - Venha comigo para Milão.


Xxx




Cinco dias depois

Milão - Último dia da turnê Européia - Zimmer 483


O camarim estava lotado. Havia tantos fotógrafos e repórter, todos gritando o seu nome, o caos estava formado, eles se espremiam e se cotovelavam para uma foto e uma declaração da banda, por ser o mais falante e o líder da banda, Bill era o mais requisitado.
Faltavam duas horas para o show em Milão, a casa estava lotada, a banda era sucesso absoluto no País, tudo o que Bill almejava estava acontecendo, o sucesso a cada dia era maior, cada dia um País novo os queriam para um concerto, uma entrevista ou uma sessão de foto e mesmo sabendo que todo esse sucesso me tiraria mais dele, eu estava feliz.
Feliz por Bill e pela banda.
–Bill, com o fim da turnê, quais os próximos planos da banda.
A pergunta do jornalista me trouxe de volta a realidade.
–Estamos seguindo para os Estados Unidos para uma sucessão de shows, onde ficaremos por dois ou três meses.
–Bill? Bill? - Vários jornalistas chamaram seu nome ao mesmo tempo.

De repente, seus olhos amendoados encontraram com os meus, um flash o obrigou a piscar várias vezes, logo que os abriu novamente capturou novamente meu rosto entre as dezenas de pessoas, eu sabia exatamente o que ele estava pensando naquele exato momento, e para confortá-lo, pisquei para ele com os dois olhos, como sempre fazíamos um com o outro, e sorri.

Lógico que estaria ao seu lado nessa nova turnê pelos Estados Unidos.

Bill imediatamente abriu um gigantesco sorriso, entendendo o meu recado, desviou os olhos dos meus, e abraçou Tom para outra foto. As perguntas eram feitas e ele as respondia rindo, falante e muito feliz.
Deixei o camarim, pois a cada momento ele ficava mais cheio. Segui para o corredor, David passou por mim sorrindo entrando no camarim, o ouvi gritar que a impressa teria que se retirar por que a banda teria que se concentrar para o início do show.
–Pegue suas coisas é hora do show! – David disse rapidamente para mim.
Coloquei a mão dentro de minha bolsa e peguei a pequena caixa vermelha que me foi entregue por um mensageiro do hotel, peguei-a nas mãos e fechando meus olhos senti meus pêlos se arrepiarem do mesmo modo quando abri no momento que a recebi.

– Kate?
–Sim!
–Entrega para a senhorita.
Assinei a nota, peguei o pequeno embrulho, fechei a porta e sentei na cama para desfazer o laço. Quando tirei a pequena tampa da caixa, meus lábios se abriram em um imenso sorriso.
Dentro da caixa havia uma rosa amarela com pontas laranja, do mesmo modelo do jardim do David Jost e mais ao fundo uma credencial para o backstage do último show da turnê européia.
Aguardo ansioso por você!
Era a única coisa que ele tinha escrito no bilhete.


– Vamos Kate! – Natalie segurou meu braço e seguimos para atrás do palco, dez minutos depois a movimentação aumentou entre a produção da casa. Gritos, correria e luzes coloridas tomaram conta do ambiente.

Tom, Gustav e Georg já se posicionavam em seus lugares para o início do show.

As luzes foram apagadas, a voz anunciando Tokio Hotel soou pela casa enlouquecendo os fãs, os gritos eram ensurdecedores, ouvi a guitarra do Tom, olhei para o lado, Bill estava vindo para subir ao palco ao lado de David, o olhei discretamente, o vi mudar de lugar com David e quando passou por mim, tocou minha mão rapidamente me entregando um pequeno papel, o toque foi tão rápido que ele caiu no chão, me abaixei e o peguei segurando em minha mão.
Bill estava no topo do palco, quando recebeu o sinal para entrar no palco, baixou a cabeça, me olhou por um segundo, fechou os olhos e seguiu para o lugar que era dele por mérito e por merecimento, em cima do palco, sendo aclamado por seus fãs, como um Deus!
O chão trepidou e os gritos duplicaram quando os fãs ouviram Bill cantar a primeira frase de Übers Ende der Welt, olhei assustada para Natalie e ela sorriu dizendo antes de se afastar:
–Fique tranqüila, nada vai desabar!
Eu não tinha tanta certeza disso, nunca tinha ficado atrás do palco, sempre que a banda se dirigia para o palco, eu sempre tinha que ir para o hotel, mas naquela noite como David havia me dado uma credencial da produção da casa de espetáculo, e para falar a verdade, ninguém se quer olhou para ela, era tanta correria em volta dos meninos, que ninguém se importava em olhar se pelo menos a foto dela era realmente minha.
Apenas os seguranças da casa, olhavam para ela e depois sorriam para mim, me aproximei do palco e somente ali que abri o pequeno papel que Bill havia me entregado ao esbarrar em mim, antes de subir no palco.
Eu o desembrulhei e li:
Du wirst für mich immer heilig sein

Sim, tudo aquilo para nós era SAGRADO.

Decidimos não lutar ou ficar nos perguntando como e quando eu seria apresentada ao mundo. Decidimos nos dar um novo começo, sem previsões futuras ou lembranças do passado. Sabíamos que o sentimento que crescia dentro de nós, além de sagrado, era algo permanente e independentemente do mundo me conhecer, estávamos juntos, unidos e apaixonados.
Afinal, eu tinha que acreditar, tinha de ter fé naquilo que eu sabia que era a mais pura verdade. Bill era o homem da minha vida, eu o amava e não conseguiria viver longe dele.



x.x

O show estava se encerrando, David informou que eu devia ir embora antes de Bill sair do palco, eu atendi como sempre. Um táxi me levou ao hotel, subi para o meu quarto, e tomei um banho demorado, não vesti nada além de um pijama, sabia que depois do show ele teria mais compromissos com produtores, gravadora, repórteres e seus fãs.
Então, liguei a TV e me enfiei embaixo da cama, eu ainda sentia meus ouvidos zunirem, a voz dele dentro da minha mente, era tudo tão louco e ao mesmo tempo tão bom. A cada dia eu ocupava mais espaço dentro da vida de Bill.
Apaguei a luz do abajur, arrumei-me no travesseiro zapeando os canais de televisão, parei em um filme qualquer e o assisti, quando ele estava no fim, ouvi uma batida na porta.
Levantei-me e fui até ela e a abri com um sorriso nos lábios.
– Você? Aqui?

Postado por: Grasiele

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