terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sempre Sua! - Capítulo 16 - Como irmãos...


Oi - eu também sorri e olhando para a caixa em sua mão, disse. - Que caixa linda.
– Você gostou? É para o meu namorado! – ela respondeu e sorriu – Tenho certeza que ele vai amar tanto a caixa, quanto o que tem dentro.

Ela olhou para caixa fechando seu sorriso, descendo do elevador, despedindo-se friamente.
Por incrível que pareça naquele instante meu coração apertou e aquela sensação de plenitude, alegria e de bem estar, havia sumido...



..



Estacionei o carro na frente da casa da minha tia, depois de vinte minutos, desci, meus olhos correram para a casa da piscina, meus pêlos se ouriçaram, com certeza nunca eu a olharia da mesma forma depois da noite que passei com Bill.
Eu simplesmente sorri.
Quando atravessei o corredor e me aproximei da porta ouvi os sorrisos e a voz alta de tia Abby e de outra pessoa, como a porta estava entreaberta eu apenas a empurrei e entrei.
Os sons das risadas vinham da sala de jantar então eu coloquei minha bolsa no sofá e me dirigi até lá, quando eu entrei não pude acreditar.
– Dean? – sorri para ele – O que faz aqui?
– Esta vendo tia Abby eu não disse que ela não ia gostar da surpresa. – ele disse rindo olhando para minha tia e se levantando. – Vou ficar uns dias aqui na Alemanha.
– Isso é ótimo – eu disse – Lógico que eu gostei da surpresa. – fui até ele e o abracei com carinho – Na verdade eu fiquei muito feliz mesmo.
Dean beijou o topo da minha cabeça e ainda me manteve presa em seus braços por alguns minutos, depois que me soltou, puxou a cadeira perto de minha tia e eu sentei.
– O que houve? – Eu perguntei a Dean pegando uma torrada.
– Eu tinha alguns dias de férias, conversei com o meu pai e aqui estou. – ele sorriu daquela forma incrível - Quero fazer algumas loucuras e achei que como fui embora muito novo e você conhece muito bem a Alemanha pode me ajudar com isso.
–Eu?
–Sim, quero que seja o meu guia.
Minha tia me olhou divertida e eu me virei para Dean.
– Eu... Tudo bem – disse sorrindo sem graça – posso fazer isso.
“Será que posso mesmo?”
Então, vamos! – ele disse limpando a boca no guardanapo e levantando da mesa.
– Mas, eu nem tomei café ainda.
– Venha! – Dean disse segurando meu cotovelo - vou te levar a um lugar e podemos fazer isso de uma maneira mais prazerosa.
– Que...
– Tchau Tia Abby! –ele disse me puxando para fora da sala de jantar.
– Tchau crianças! – Tia Abby me olhou, feliz.
Peguei minha bolsa em cima do sofá e saímos da casa, quando chegamos perto do carro ele parou e me olhou estendendo o braço abrindo a mão.
–Dê-me a chave!
–A chave?
–Sim, se é uma surpresa eu tenho que dirigir. - ele me olhou – Devolvi o carro a tarde e não aluguei outro.
Eu lhe dei a chave e ele abriu o carro, dei a volta abrindo a porta do passageiro sentando-me no banco. E ele o ligou.
– Pronta? - me olhou, sorrindo mostrando seus dentes brancos alinhados e perfeitos.
– Acho que não! – eu sorri quando ele deu a partida.


....

– Dean? - eu perguntei olhando para ele, incrédula – Como você consegue?
Olhei para a fachada do café que os pais dele sempre nos traziam de domingo à tarde para tomar o melhor milk-shake da Alemanha. Nada havia mudado.
– Venha! – ele pegou minha mão e abriu a porta tocando o sininho da mesma maneira que fazia há dez anos atrás. – Lembro que passávamos nessa porta mil vezes para esse sino tocar.
–Você passava! – eu disse entrando na cafeteria – Você era terrível.
–Ainda sou! – ele disse abrindo a porta e fechando-a várias vezes para que o sino tocasse incessantemente, chamando a atenção de todos que estavam no local.
–Pare! – eu disse pegando em seu braço puxando-o para a mesa.
–A mesma medrosa de sempre. – ele me olhou, sério – queria ver você fazendo algo fora dos padrões.
Baixei meus olhos, lembrando da cena dentro da casa da piscina, da forma que me entreguei ao Bill, da maneira que ousei e deixei que ele ousasse enquanto fazíamos amor. Dos gestos e palavras que dissemos um ao outro no calor do momento.
– Pare de pensar. – ele disse estalando os dedos me trazendo de volta para a realidade.
A garçonete se aproximou e fizemos o nosso pedido.
–Queria que esses dias que estivesse comigo você parasse de pensar nisso.
Nisso?
– Sim, nisso que te faz enrugar a testa e ficar pensativa demais.
Ele pegou minhas mãos que estavam em cima da mesa e as segurou firme.
– Esqueça isso, por mim!
– Impossível! – eu o olhei – Mas, prometo que não enrugarei mais a testa.
Sorrimos e tomamos nosso milk-shake. Quando saímos da cafeteria, a pé fomos à catedral de Hamburgo, onde sentamos na escadaria e ficamos conversando por horas. Depois, quase anoitecendo visitamos o Stadtpark e já à noite, jantamos num pequeno restaurante e então à uma hora da manhã o levei para o hotel.


Os dias se passavam e nenhum era igual ao outro com Dean, íamos a lugares que mesmo eu morando na Alemanha nunca havia visitado como no Museu Kunsthalle.
Sai muito cedo de casa e só retornava depois que levá-lo ao seu hotel, sempre de madrugada. Praticamente, durante os cinco dias em que Dean ficou na Alemanha, fizemos todas as refeições juntos.
E eu adorava.
Bill me ligou todos os cinco dias, alguns deles falávamos apenas por segundos.
– Bom show!
– Queria que estivesse aqui na Itália.
– Pra que? – eu disse olhando para Dean que tomava seu café dentro da cafeteria – Com certeza, não poderíamos estar junto nesse exato momento, já que eu não o acompanho nos shows.
– Mas, eu queria que estivesse aqui do mesmo jeito.
Falamos por mais alguns segundos e Bill desligou para a concentração antes de subir ao palco. Guardei meu celular na bolsa e entrei para terminar o meu café.
– Daria qualquer coisa para saber quem...
– Dean lembra aquela sorveteria pequena naquele bairro distante, podemos ir até lá? – eu disse o interrompendo pegando em seu braço e o levando para fora da cafeteria – Lembra daquele sorvete napolitano? - eu disse entrando no carro - Nunca mais tomei e hoje o dia está propício para ele.

Ele sorriu sentando no banco do passageiro, não tentou puxar mais assunto, sabia que eu não contaria mais nada sobre as ligações que recebia e que sempre me distanciaria para atendê-las.
Com certeza, quando estivesse com Bill eu falaria desses dias que estive com Dean, não poderia esconder nada dele. Mas, apenas contaria quando estivéssemos um de frente ao outro.

Fomos até a sorveteria, ficamos sentados por quase três horas conversando e sorrindo, deixamos o lugar já à noite, dirigi até o meu prédio, pois como estávamos exaustos decidimos jantar em meu apartamento.

– Posso ver nossas antigas casas daqui. – Dean disse observando Hamburgo da janela da sala.

– É foi por isso que eu escolhi este apartamento. – disse tirando meus sapatos colocando-os no canto do sofá e sentando-me.


– O que vamos fazer agora? – ele me perguntou. – Você está cansada?

– Um pouco. – eu disse vendo-o sentar ao meu lado. – O que esta pensando em fazer agora?

Ele me olhou sério por longos minutos. Seus pensamentos pareciam estar longe, mas não me atrevi a perguntar.

– Eu não sei, também estou cansado, acho que vou voltar para o hotel.

– Não. – Fique aqui, vamos pedir pizza, chocolate e ver um filme bem chato.

– Um filme chato? – ele fez uma careta.

– Sim, porque se ele for chato, nós vamos ficar conversando o tempo todo, e eu sinto falta disso.

– Ah eu me lembro dessa parte, você me fazia olhar os piores filmes de romance.

– E você não ficava quieto um minuto. – eu o lembrei.

– Irritar você era o meu esporte favorito. – ele riu, me fazendo sorrir também.

Peguei o telefone, pedi uma pizza, e depois nos jogamos no chão da sala para assistir ao filme, ele estava deitado ao meu lado com a cabeça apoiada numa enorme almofada e eu estava sentada, fazendo com ele, o que eu mais gostava quando éramos crianças.

– Não acredito que eu deixava você me maquiar. – ele disse com os olhos fechados.

– Ainda deixa. – eu disse – Não tinha amigas, apenas você e sempre gostei de maquiagem - eu fechei o lápis preto - E só passei um lápis em seus olhos com um pouco de sombra.

– Talvez eu esteja um pouco bêbado.

– Você atacou meu mine bar.

– Você estava olhando aquele filme chato, o que eu poderia fazer?

– Fique quieto – eu disse passando o dedo de leve em suas pálpebras.

– Eu devo estar lindo. – ele continuava com os olhos fechados.

– Você sempre foi. – eu o olhei, sorrindo entregando o espelho para ele se olhar.

– Já posso vencer a miss Alemanha. – ele sorriu olhando-se no espelho – Sabe com quem estou parecendo?

– Sua tia Flora? - eu falei lembrando-me como a tia de Dean gostava de usar a maquiagem até para ir à padaria.

–Não! – ele abaixou o espelho - Bill Kaulitz!

Meu sorriso se fechou e eu o olhei por uns instantes sem conseguir dizer nada.

–Melhor você lavar o rosto. – Disse levantando rapidamente depois de segundos.

–Nossa, parecer com Bill Kaulitz é tão ruim assim?

– O toalete é a segunda porta a direita.


Ele se levantou e foi lavar o rosto, desliguei a televisão e caminhei até o aparelho de som e ainda com os dedos trêmulos procurei algo para ouvirmos, escolhendo um cd colocando-o dentro do espaço apertando o play.


– Música Country aqui? – ele disse quando voltou para sala.

– Algumas pessoas gostam. – eu disse virando-me e cruzando os braços.

– Isso inclui você?

– Talvez. – Falei tentando sorrir.

– Talvez você também goste de dançar? - Dean se aproximou, tocando em meus braços fazendo-me descruzá-los, segurando meus pulsos. – Dance comigo.

– Eu não sei. – nunca havia dançado na minha vida, nem com Bill. – Eu nunca dancei com ninguém.

– Então... Eu vou ensinar a você. – ele acariciou meus pulsos e me trouxe de encontro a seu corpo. – apenas feche os olhos, eu te levo. – colocou sua mão na minha nuca e me deitou em seu peito, tocando seus lábios em minha testa. – E... Esqueça-o... Só por essa noite... Esqueça-o!

Senti seus braços me enlaçarem fortes e seguros, ele respirou fundo e soltou o ar devagar, iniciando os passos leves e pequenos me levando com ele ao som da música, o enlacei pelo pescoço fechando meus olhos deixando Dean me embalar de um lado para o outro e por um segundo soprou a canção em meu ouvido.

Você vai pegar a minha mão, sussurrar as mais doces palavras e se você ficar triste eu te farei rir...



Ao término da música minha face estava apertada em seu ombro, nossos corpos estavam fundidos, suas mãos estavam abertas em minhas costas alisando-as, seus dedos deslizavam me acariciando, abri os olhos e me afastei, olhando-o.

Dean abriu seus olhos também e nossos olhos se encontraram, mantivemos nossos olhares unidos até ele descer seus olhos azuis para meus lábios, seus dedos apertaram minha cintura, e dei um passo para trás.



– Acho melhor eu ir embora. – ele disse sem se mexer. – Amanhã à tarde volto para Los Angeles. – Ele falou seguindo em direção a janela, virando de costas.
– Não entendo por que você não pode dormir aqui no quarto de hóspede.
– Não sei – ele disse ainda de costas para mim – Melhor não!
Eu andei até ele e o abracei pela cintura.
– Faço uma pipoca, aquela com muita manteiga que você gosta.
– Kate...
– Quantas vezes dormimos um na casa do outro? – eu perguntei a ele – Fique em nome dos velhos tempos, como se fossemos irmãos novamente.

Dean baixou a cabeça, sorriu balançando-a negativamente, tocando minhas mãos em sua cintura com as suas e virando-me de frente para ele abraçou-me com carinho.
– Tudo bem, eu fico... Como irmãos novamente – depois me soltou - Eu fico só essa noite, pela pipoca.

– Ótimo! – eu disse - Vou para o banho e já venho fazer a sua pipoca.


...


Dean estava deitado no sofá, assistindo televisão, quando ouviu o celular de Kate tocar dentro da bolsa por mais de quatro vezes, ele olhou para a mesma, mas achou muita audácia abri-la e mexer para atendê-lo.
Voltou seus olhos para a televisão e depois de um minuto o telefone da casa de Kate começou a tocar incessantemente: uma, duas e na terceira vez Dean estendeu a mão e preocupado que fosse tia Abby, o atendeu.
–Alô?
–Quem é? - A voz do outro lado perguntou.
– É o Dean... Quer dizer é da casa da Kate.
–Dean... E Kate onde esta?
– No banho. – Dean respondeu.
– Kate esta aonde?

Postado por: Grasiele

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