terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 7


– Laíssa! - Mônica atirou-se nos seus braços e depois se afastou para vê-la melhor. – Pensei que estaria arrasada pela traição, mas estou vendo que esta bem. - Laíssa não respondeu, continuava parada na porta da sala - E Tom ainda esta morando aqui? - a amiga entrou na grande casa e gritou com a esposa de Tom. - Não colocou aquele filho da mãe traidor para fora de casa?
– Mônica, você veio até a minha casa para falar do Tom? - a morena perguntou.
–Sim - ela disse insolente - Por favor, coloque esse traidor para fora, depois peça uma pensão bem gorda, se ele pode manter amantes, ele não vai negar uma boa vida a você e aos gêmeos. Ele não vale nada, não é pra você. Tom Kaulitz não te merece.

Pela primeira vez, as críticas de Mônica a Tom a irritou.

–Você não pode dizer isso, mal conhece meu marido.
– Oh, não? – a amiga riu debochada.
–O que quer dizer com isso, Mônica?
–Todo mundo sempre soube da fama dele.
–Ele era solteiro. - ela defendeu o marido - Depois que nós casamos nunca mais deu motivo para desconfiar de sua fidelidade.
–Depois que você ficou grávida e ele foi obrigado a casar com você? – Mônica disse a amiga fazendo-a corar, a amiga nunca tinha sido tão dura com ela. – ele tem uma amante, meu amor!
–Você só o viu uma vez perto dela. Será que isso o faz um traidor? – Laíssa perguntou a Mônica.
–Quer ir até o prédio onde ela mora e perguntar ao porteiro quantas vezes Tom esteve lá?

Aquilo foi uma facada.

Laíssa olhou para a amiga e sentiu seus olhos encherem d’água.

–No apartamento dela? - a morena com dificuldade perguntou - Como sabe?

–Todos no prédio onde meu namorado trabalha, onde fica a contabilidade do seu fiel marido, sabem.


Mais facadas em suas costas.


– Ele continua com essas visitas? – Laíssa perguntou com a voz trêmula.


–Depois que eu te contei, não. – Mônica acendeu um cigarro - mas isso não o torna um santo.

Laíssa não escutou mais nada que Mônica falou, em sua mente só aparecia Tom no apartamento, na cama de Raquel. Rolando com ela, beijando-a e ... A náusea a sufocou.

Mônica e ela conversaram por mais meia hora, depois Laíssa negou um almoço com a desculpa que teria que pegar os gêmeos mais cedo e foi direto para o seu quarto, onde pegou a bolsa e seguiu para a escola de seus filhos.
Quando chegou em casa, os filhos almoçaram e deitaram um em cada cama.

–Esta triste, mamãe? - Diego perguntou passando a pequena mão no rosto de Laíssa.

–Não, meu bem. – ela tentou dar seu maior sorriso.

–Seus olhos estão tristes. – o pequeno insistiu.

–Como posso ficar triste com dois filhos tão maravilhosos - sua voz ficou embargada.

–Eu amo você. – ele disse – E o papai também, eu quero que fiquemos juntos PARA SEMPRE!


Os lábios de Laíssa ficaram trêmulos e ela teve que mordê-los para controlá-los e não conseguiu dizer mais nada.


Saiu do quarto, quando os dois tiravam um cochilo.

Seguiu para o seu e deitou em sua cama, a que dividia com Tom.

Sentiu o seu cheiro, um aroma de homem, que ela tanto amava.

E ali, ela chorou, chorou por tudo o que ela havia acreditado e que ele havia destruído.

Por um momento teve vontade de ir até a loja de instrumentos e quebrar tudo o que tinha dentro dela, inclusive a cara do marido.

Mas, não foi.


Naquela noite, Tom trouxe duas dúzias de tulipas, suas flores favoritas, que ela teve vontade de enfiar uma a uma em um lugar impróprio... Mas respirou fundo e não disse nada.


Laíssa não agradeceu, não trocou uma palavra, se quer subiu para o seu quarto, se acomodou no sofá e dormiu sozinha com as palavras de Mônica latejando em sua mente.

“Depois que você ficou grávida e ele foi obrigado a casar com você...”

Depois daquele dia, Laíssa passou a ignorar Tom, completamente.


...


E os dias foram passando, como todas as manhã, nos dias da semana, Laíssa acordava sozinha na cama, era Tom que passou a dormir no sofá, não que ela pedisse, por que não falava com ele, Tom apenas deitava no sofá, antes que a esposa.
Primeiro sentou na cama, depois se levantou e quando estava seguindo para o banheiro, parou e fixou seus olhos na imagem que refletia no espelho.

Ficou triste em se dar conta de que, apesar de ter um corpo bonito, o rosto era infantil não combinava com a mulher que gostaria de ser. Usava o mesmo cabelo comprido desde que tinha quinze anos, e suas roupas eram sempre juvenis!

Por isso que todos pensavam que ela não tinha mais de vinte anos e talvez por isso não a respeitavam como adulta, mãe e esposa. A solução era mudar uma apenas. Mudar tudo, mudar da menina, para a mulher.

Levou os filhos para a escola, seguiu para Rua Oscar freire, para se dar alguns mimos, muito mais que merecidos. Depois de andar e comprar muito, ela entrou na imensa sala com muitos pacotes nas mãos.

–Laíssa do céu, o que você fez? - sua mãe exclamou com as mãos no rosto, quando viu a nova imagem da filha.
–O que achou? - Laíssa perguntou dando uma volta para a mãe dar uma boa olhada em seu novo visual.

A mulher que saíra de casa cedo era completamente diferente da que chegará cinco horas depois. O cabelo que sempre fora quase na cintura, estava cortado um pouco abaixo dos ombros e repicado nas laterais. O rosto recebera uma maquiagem tão natural que era quase impossível saber o que havia de diferente.

Não, estava tudo diferente.

Laíssa saíra vestida com calça jeans e tênis. Voltara com um vestido preto, muito curto e que deixava as belas pernas da filha à mostra e sapatos de salto alto extremamente sexys.
–É melhor termos uma bebida bem forte para quando Tom chegar, ele vai precisar e muito.

Era tudo o que Laíssa precisava ouvir.

– Nossa mamãe você esta linda! — Mateus entrou na sala e estancou assim que viu o novo estilo da morena.
–Só por que você falou isso vai ganhar um presente, vai chamar seu irmão.

Diego entrou na sala com Mateus e sorriu ao ver a mãe diferente, Laíssa presenteou os filhos e quando estavam abrindo o último pacote, a porta da sala se abriu e Tom entrou.

O barulho na sala parou, Laíssa e Tom se olharam e a mãe de Laíssa, se apressou em pegar os netos pelas mãozinhas e deixá-los a sós.
Tom ainda permanecia parado na entrada da porta, estancado olhando para a nova esposa.
Laíssa começou a ficar nervosa ao perceber o sorriso que se desenhava nos lábios do marido, o mesmo sorriso de anos atrás, quando ele a vira no bar que ele tocava.
– Esta realmente... Uau. –Tom disse, sem ainda se mover - Vai sair?
– E se eu for sair o que vai dizer? - ela perguntou levantando o queixo desafiando o marido.
–Vou ter que matar alguém. – ele respondeu secamente - vai sair com alguém? – Tom repetiu a pergunta.

– Pra que quer saber? – Laíssa disse seca e de mau humor - Não me lembro de perguntar com quem você almoça, janta ou faz seus happy hours.

–Vai começar. – Tom revirou os olhos – a semana passada e essa foram um inferno, até quando vai continuar agindo dessa forma?
–Quantas vezes você foi ao apartamento da Raquel?

Ela perguntou assim. Curta e grossa.

–Quem te contou? – Tom perguntou com o rosto pálido, confirmando assim que o que Mônica havia falado era a pura verdade.

–Seu miserável... Filho da puta... Desgraçado... - Laíssa avançou em Tom e lhe deferiu vários socos em seu peito – eu odeio você!
– As vezes que eu fui ela nunca estava no apartamento. – Tom respondeu, segurando pelos pulsos da esposa tentando se defender.

Ela se desvencilhou e andou ela sala, nervosa e respirando com dificuldade.

–Eu não nunca me encontrei com ela fora do escritório. – Tom disse quase inaudível.
–Você acha que sou idiota? – ela pegou um cinzeiro de vidro que estava sobre a mesa e tacou nele.
–Pare com essa mania de atirar coisas, um dia ainda vai rachar minha cabeça!
–Esse dia será o mais feliz da minha vida. – a esposa gritou.
– Quem te contou? Mônica! - ele sorriu triste - Raquel não estava no apartamento quando estive lá e você tem que acreditar em mim.
–Nunca mais eu acredito em você! - ela disse limpando as lágrimas com as costas das mãos. – o que foi fazer no apartamento dela, sem ela lá? Uma Faxina?
–A Raquel não...
–Não quero ouvir mais nada... Nada! – Laíssa colocou as mãos nas orelhas e quando foi sair da sala Tom entrou na sua frente, obrigando-a a parar e olhá-lo. – Quero que saia dessa casa ainda hoje.
–Não grite os meninos vão escutar.
–Que escutem! - Laíssa berrou - Quero contar a eles o cafajeste que o pai é!
–Não sou... Eu já pedi para ficar longe da Monica.
–Por que ela pode contar os seus podres? – Laíssa estava fora de controle.
–Não tenho podres.
–Não, tem casos extraconjugais.
–Eu vou matar a Mônica. Que inferno ela esta transformando a nossa vida.
–Você, seu idiota que transformou nossa vida nesse inferno! - Laíssa deu um tapa no ombro de Tom.
–Eu já pedi desculpas a você e já lhe disse...
–Dá para vocês dois pararem? – a mãe de Laíssa apareceu na porta e os olhou brava. – Tirei os meninos do banho, eles podem ouvir. Parem já com essa gritaria respeitem seus filhos!

–Desculpa Miranda. – Tom falou baixando o tom de voz.

A mãe de Laíssa saiu da sala e o silêncio pairou sobre eles.

–Quando cheguei você estava pronta para sair – Tom perguntou a ela – Aonde ia vestida assim?

Laíssa apenas sorriu de forma maliciosa.

–Aonde eu vou! - ela o corrigiu, sorrindo.

– Diga-me apenas o nome dele? - O sorriso da esposa irritou-o - Com que você vem se encontrando? – ele deu dois longos passos alcançando-a e segurando em seus braços com força exigindo:

–Quero que me conte agora.

– Pare de agir como um lorde feudal.

Seus dedos apertaram em seus braços finos e Tom a trouxe para perto, seus corpos se encontraram brutalmente, e ele falou entre os dentes, sem um pingo de paciência:

–Existe outro homem, Laíssa?

Postado por: Grasiele

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