terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 11


– Você cheira a... A algo que me deixa completamente fora de mim. - sussurrou tão próximo de sua boca que ela conseguia sentir o sopro da respiração em seus lábios, e quase sentir seu gosto.

Laíssa não entendia o que lhe ocorria naquele instante, nunca havia estado com outro homem e aquilo era tudo muito novo para ela.

Os dedos de Matt deslizaram para as costas de Laíssa e sua língua estava poucos centímetros de um de seus mamilos, quando Matt ia lambê-lo, uma batida forte na porta do escritório, os assustaram, fazendo seus corpos se separarem como se dessem choque.

–Matt? – uma voz feminina estava do outro lado da porta - O fornecedor chegou!
–Já estou indo Érika! – ele disse olhando fixamente para Laíssa.
–Tudo bem, vou apresentando a nova linha na sala de reuniões. – a voz abafada voltou a falar.
–Obrigado. – ele disse ainda com os olhos fixos nos seios desnudos dela.

Laíssa se virou e arrumou sua roupa, olhou para Matt e com a voz trêmula murmurou:
–Nos vemos na segunda.
Abriu a porta tremendo e passou pela assistente de Matt como um tiro saindo da loja, sem olhar para trás, cinco minutos depois parou no acostamento, desligou o carro e respirando com dificuldade tentou se acalmar e colocar os pensamentos em ordem.

Mesmo sabendo que o marido não era nenhum santo e merecia tal atitude dela, sentia-se suja, corrompida e culpada. Fechou os olhos por alguns segundos e apenas deixou-se sossegar seu coração.

Depois, mais calma seguiu para a escola dos filhos, e antes de ir para casa, passou em uma loja e comprou alguns vestidos e lingerie, comprou também três pares de sapatos e quando chegou à sua casa viu o carro do marido estacionado na garagem.

Os meninos correram para o braço do pai e depois para o do tio, Tom quando viu a esposa se aproximar com várias sacolas, andou até ela para ajudar e perguntou sorrindo:

–Tarde produtiva?
–Muito. – ela disse séria.
–O que tem nessas sacolas? – ele perguntou a ela.
–Sapatos, vestidos e roupas íntimas – os olhos de Tom brilharam quando Laíssa citou a roupas intimas. –Vou entrar e preparar o jantar.
–Não precisa, Bill trouxe comida japonesa.
–Tudo bem, vou levar tudo isso para cima.
–Eu ajudo.
–Não precisa, olhe os meninos! – ela ordenou.
–Bill dá uma olhadinha nos meninos. – Tom falou pegando as sacolas das mãos de Laíssa.
Subiram as escadas juntos, Laíssa entrou no quarto primeiro, colocou as sacolas em cima da cama e quando se virou para o marido, ele estava com uma calcinha nova, da cor vermelha na mão, era tão minúscula que se perdia em suas mãos enormes.

–Espero que saiba com quem usar isso. – ele ergueu a peça.
–Não se preocupe. - Laíssa disse séria, fazendo com que a testa de Tom se enrugasse.
–Não faça isso. – ele pediu.
–Não estou fazendo nada. – ela continuou séria e caminhou para o banheiro, foi seguida pelo marido.
–Não vire as costas e saia andando enquanto estivermos conversando.
–Como? Assim? – ela se virou, dando as costas ao marido para deixar o toalete.
– Laíssa! – Tom chamou pela esposa e a alcançou quando estava na porta, com força espalmou e fechou a porta, segurando-a pela cintura, empurrou-a contra ela, com brutalidade.
–Não! – Ela disse quando o marido apertou seu corpo contra o dela, procurando com fome sua boca, beijando-a com raiva. - Pare Tom! - a ordem foi abafada pela língua exigente de Tom entrando em sua boca.
Suas mãos entraram por baixo da saia de Laíssa e em um único movimento, ele arrancou a pequena peça e a ergueu contra a porta, obrigando-a a enlaçar a cintura de Tom com as pernas, ela arqueou seu corpo contra a porta, en­terrando as mãos em sua nuca e oferecendo-lhe os seios nus ao marido, sem conseguir mais se conter, suplicou a ele:
–Tom... Por favor
Sem precisar pedir uma segunda vez, ele a penetrou, o grito de Laíssa atravessou todo o corpo de Tom. Ele só conseguia devorar os lábios entre abertos dela, sem nenhuma gentileza.
Os gemidos incessantes e profundos ecoavam dentro do toalete.
– Tom...
–Diga... Diga eu quero ouvir...
–Forte... Mais forte...

E ele foi mais fundo e mais forte.

Laíssa mordeu o ombro de Tom com força e entrou em desespero para não gritar quando atingiu o clímax, ele jogou a cabeça para trás e aumentou o ritmo e com um gemido rouco investiu mais duas vezes dentro dela, apertando-a em seus braços chegando ao seu limite.

Tom encostou sua testa contra a dela, ainda mergulhado em suas profundezas. As costas suadas dela estavam arqueadas para trás, oferecendo-se toda a ele.

Cego e completamente fora de si, ele disse:

– Amo você Lala. – sua respiração ainda estava ofegante.
Ela apenas o olhou.
–Você nunca mais disse que me ama. – ele disse a ela em um tom sofrido.
Laíssa continuou em silêncio, olhando para o marido.
–Quero te contar o que aconteceu com a Raq...
–Não importa. – Laíssa se mexeu e desceu da cintura de Tom, virando o rosto.
Tom puxou o rosto dela novamente na direção do seu, com uma suavidade que a surpreendeu, a ponto de fazer com que ela abrisse seus olhos e se afogasse nas profunde­zas doces dos olhos dele, quando ele murmurou:
– Acha que pode fingir que isso não tem importância?
Laíssa não respondeu nada e depois de um longo silêncio, ela disse:
–Vou tomar um banho rápido. – ela disse segurando a porta, dando a entender que queria que ele saísse.

Tom a olhou, abriu a porta e saiu furioso.

Laíssa ficou ainda parada encostada na parede fria do banheiro, sentia o calor do corpo e o sabor da boca dele na sua. Por mais que sentia desejo por Matt, nada chegava aos pés do que sentia por Tom. O que sentia pelo marido era algo inexplicável e surreal, algo além do desejo, muito mais forte que sexo, era amor... Um amor tão imenso que era capaz de... perdoar?


...


Depois de quinze minutos ela desceu, percebeu que ele também havia tomado um banho e vestia apenas um short, se olharam, mas não disseram nada. Não deixaram que Bill ou as crianças notassem algo de errado entre eles.

Naquela noite, ficaram acordados, um em cada ponta da cama, se martirizando, até conseguirem pegar no sono. E na manhã seguinte de sábado, foi que Laíssa lhe deu a notícia sobre o novo emprego.

– Você não me disse nada sobre estar procurando um emprego. – ele a olhou curioso.
– Mas eu não estava procurando.
– Não? Então, como conseguiu? – Tom perguntou sério.

–Estava na loja ontem comprando um biquini, tinha uma vaga de promoter, eu a preenchi, fiz a entrevista e o dono gostou de mim.
–Hum – tom fez uma careta – Tenho certeza que ele realmente gostou de você.
–Pensa que todos são como você? -Laíssa olhou para o marido – Eu vou fazer isso.
–Boa sorte, então. – foi somente que Tom disse.
– Você não se importa, não é? – Laíssa perguntou
– Está pedindo a minha permissão? – Tom voltou com outra pergunta.
–Não, mas queria sua opinião.
–Se isso vai te fazer feliz, me faz feliz também. – Tom disse por fim, não muito feliz.

O restante do fim de semana, não disseram mais nada sobre o trabalho de Laíssa.

No domingo a tarde, Laíssa havia saido do banho e estava com a toalha em volta do corpo passando hidratante no corpo, quando a porta do banheiro abriu e Tom entrou, apenas de cueca box preta.
– O que está fazendo aqui? - perguntou, em tom repreensivo.
–Eu ainda moro aqui, não?
–Estou usando, devia ter batido.
–Nunca bati.
–Mas agora devia bater. – ela respondeu ríspida.
–Esse é o papel da nova Laíssa, a independente trabalhadora? – Tom disse sarcástico.
–Não! – ela se aproximou – quero que pegue suas malas, hoje, depois que os meninos dormirem e saia dessa casa.
–Mas...
–Sem “mas”... Saia hoje! - ela caminhou para fora do banheiro, mas antes de sair ela se virou e disse – Essa, sim, é a nova Laíssa!

E deixou Tom sozinho no banheiro.

Depois disso, evitou esbarrar nele ou ter qualquer tipo de conversa com ele, a noite ela seguiu com os filhos para o quarto e juntou as camas deitando no meio com eles, já era quase onze horas, quando a porta abriu e Tom entrou, deixou a mala, do lado de fora e caminhou para as camas, deu um longo beijo em cada um dos filhos.
Laíssa continou fingindo que dormia e agradeceu pelo quarto estar escuro, assim ele não podia ver suas lágrimas brotando em seus olhos, segurou a respiração quando sentiu os dedos dele roçando-lhe a face e quando a porta se fechou, ela desabou chorando feito uma criança fraca e desamparada.

Com dificuldade e desolada andou até a janela, viu as luzes traseiras do carro de Tom sumirem em uma curva, até desaparecerem do alcance da sua visão embaçada pelas lágrimas. Encostou a testa no vidro e sentiu seu coração fisgar.

Aquilo seria muito mais difícil do que ela havia imaginado.

Postado por: Grasiele

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