terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 14

 Antes de entrar, viu a cortina da sala se mexer, era Tom, com certeza, tinha visto os dois dentro do carro.

Pegou sua chave na bolsa, deslizando-a pela fechadura sentindo um frio na espinha, sem saber se era medo ou culpa, ela apertou a testa na madeira grossa da porta, abriu-a e entrando na casa.

–Oi. – ele a comprimentou quando a viu entrando na sala com o rosto cheio de culpa.
–Não me avisou que vinha visitar os meninos? – ela perguntou sem devolver o cumprimento.
–Desde quando preciso avisar que vou visitar meus filhos? – ele estava encostado na parede, com os braços cruzados na altura do peito.
–Desde que saiu dessa casa!
–Não vou avisar porra alguma. Essa casa ainda é minha e venho visitar meus filhos quando bem entender.
–Não estamos mais juntos.
–Foda-se! - ele disse irritado.
–Dá para parar de falar palavrão dentro da minha casa?
–Nossa casa, essa merd... Essa casa ainda é minha e espero que nunca esqueça disso.
–Você falando tão sutilmente, como vou esquecer. – ela foi sarcástica.
–Quem é o infeliz?
–Que?
– Quem é esse homem que te trouxe? - exigiu, entre os dentes. - Eu tenho certeza que deu em cima de você!
–Esta com ciúmes? - ela arqueou uma sobrancelha, divertida.
–Preciso estar? – ele disse sério, ignorando o tom de sarcasmo da esposa.
–Não, até por que a pessoa não confiável neste casamento é você. - ela o lembrou com sarcasmo - Não eu!
–Quem é esse babaca que eu vou matar de tanto...
– Pare de ser primitivo! – ela o interrompeu subindo o tom de voz - Ele apenas me deu uma carona, meu carro esta na oficina.
–Vi quando ele te acariciou. – Droga, ele havia visto! – E não faça essa cara de culpada.
–Não sou culpada de nada, ele apenas...
–Ele te tocou e se eu não estivesse aqui, com certeza, teria entrado com ele e o levado para nossa cama, não é?
–Pra que ir tão longe? – ela o provocou – O sofá é muito confortável.
–Porra, você realmente quer me ver acabado. – ele disse transtornado – Quem é esse filho da puta?

Laíssa riu, porque tudo era irreal. Como Tom ousava exigir uma explicação depois de tudo o que havia feito.
Ela não respondeu e seguiu para cozinha, assoviando debochada.
–Cadê os meninos? – ela perguntou pegando um copo no armário, abrindo a geladeira, pegando uma garrafa com a´gua despejando o líquido no copo.
–Sua mãe esta com eles no Ibirapuera. - ele a olhou – Ia dar tempo suficiente para uma rapidinha com o amante na nossa cama, eu atrapalhei!
– Corta o sarcasmo. Isso faz você parecer um idiota ainda maior.
–O que esse homem representa para você? – ele a segurou forte pelo cotovelo e a sacudiu com raiva.
Livrando-se com dificuldade de seus dedos, ela não resistiu, pousou as palmas sobre o tampo da mesa e o olhou com dureza.
– Puro sexo! – mentiu querendo machuca-lo. - Sou muito boa nisso, se você bem lembra quando ainda...

A mesa não foi um obstáculo.

Tom a rodeou antes que Laíssa pudesse dizer mais uma palavra. Em um segundo, ela se viu deitada de costas sobre a mesa fria, com ele por cima de seu corpo, e no segundo seguinte, experimentava um tipo diferente de sensação. Aquela que envolvia o toque de Tom, seu peso em seu corpo, seu rosto sério e fora de controle.

– Repita isso, desta posição - Tom ordenou com os olhos cheios de raiva.
– Solte-me, seu idiota! – Laíssa exigiu aos berros.

Em desespero, a morena começou a empurrar-lhe os ombros, mas a única coisa que se moveu foram seus próprios punhos, escorregando no tecido do paletó. Laíssa pode sentir o calor dele e sua enorme exitação entre suas pernas.

– Repita, Laíssa! – ele berrou louco de ciúmes.
– É.apenas.sexo! – ela disse soletrando as palavras, talvez para doer mais dentro da alma de Tom.
–Eu vou matar esse filho da puta. - Uma névoa escura explodiu dentro dele. – Desgraçado!

Com movimentos rápidos, girou-a e a pegou no colo, andou com ela até a sala, ela se debatia entre seus braços e o xingava, tentando se livrar da fúria do marido.

Tom a jogou com violência sobre o braço de um dos sofás e tirou o paletó. Quando abaixou o zíper da calça com uma mão, ela tentou levantar e chutá-lo entre as pernas.


–Com ele você briga assim, como uma leoa? – ele perguntou segurando as pernas de Laíssa.

–Não, com ele eu sempre tomo a iniciativa.

Os olhos de Tom se arregalaram. Era o que faltava para tudo explodir dentro dele.

Tom ficou louco, furioso e cego de ciúmes.

Posicionando-se entre as pernas de Laíssa, com dificuldade a segurou enquanto ela se debatia e quando ele arrancou a minúscula calcinha e empurrou violentamente para dentro dela, ela gritou.

Ele não se moveu.

Eles se olharam por um instante.

E quando ela envolveu sua cintura com as pernas morenas e mordeu seu queixo, com a barba rala, mal feita. O prazer explodiu entre eles. O alívio tão intenso que os deixaram imersos de seus corpos. Ela o desequilibrava e ele entrava nela áspero, empurrando, buscando puni-la por cada palavra de provocação.

Tom empurrou para frente, determinado que ela tomasse tudo dele. Seus dedos estavam cravados na cintura da esposa. Seu corpo tremia com a força de suas estocadas, ele agarrou seus quadris, puxando-a de volta ao seu encontro.

–Tom... ah... Forte... bem forte!

Ela mordeu os lábios e gemeu mais uma dezena de vezes o nome dele. Queria mordê-lo, beijá-lo e tomá-lo. Tomá-lo duro. Reivindicar a sua boca, seu corpo, seu coração... Queria tudo dele... Tudo!

Tom fechou os olhos e mordeu o grito de prazer que saia dos lábios da esposa. Invadindo profundamente dentro de seu corpo bem desenhando. Nunca tinha se sentido tão primitivo, tão certo, tão absolutamente satisfatório. Suas pernas tremiam e ameaçavam desabar. Ele se inclinou em seu corpo, ofegante e a beijou com desejo.

Quando suas bocas separaram, lentamente, recuperou a consciência. Seu corpo quente e doce tremia abaixo dele, o corpo dela apertava o dele. Ela mexia sua cintura e arqueava, fazendo-o ir mais fundo.

O som da respiração ofegante de ambos, o ranger do couro do sofá. A quentura dos lábios dele, o toque da língua e o movimento rápido e animalesco dos quadris contra sua feminilidade.

Em segundos, veio a libertação. De Ambos. Foi tão depressa que Laíssa se assustou. Confusa, desorientada, permaneceu deitada ali, enquanto Tom se afastava devagar do sofá.

Diabos! - O que ele havia feito?


– Oh céus, Laíssa! - ele sussurrou passando as mãos no rosto suado. – Lala, me desculpe. Eu sinto muito.

Tom encontrou os olhos da esposa e estava com muito medo do que veria neles. Ele a machucou, foi rude e violento. Ele se sentia mal. Arrumou suas calças e passou suas mãos em suas tranças e depois em sua testa para secar o suor mais uma vez.

– Sinto muito. Nunca quis te machucar. Estou arrependido e envergonhado das minhas atitudes. – ele se aproximou com os olhos cheios de lágrimas e ela o olhou, por pouco não o abraçou e disse que estava tudo bem.

– Você não me machucou. - disse ela suavemente. – Eu...

Ela queria dizer que tinha desejado aquilo, que tinha sido maravilhoso estar novamente em seus braços. Que tinha sido umas das relações mais intensas que eles haviam vivido. Que tinha sido maravilhoso e que ela o amava.

Sim. Sim. Sim e mil vezes sim. Ela o amava. Muito. Demais. Ela sabia que estava fazendo tudo errado. Sabia que não devia entregar seu corpo a ele... Mas seu coração a traia toda vez que Tom respirava perto dela. Era como uma droga, que por mais que ela quisesse e sabia que precisava ficar longe, não conseguia.

Ela não conseguia.

–Isso tem que parar. – ele disse passando as mãos tremulas nos olhos, sua cabeça doia malditamente – eu nunca estive tão fora de mim em toda minha vida. Peço desculpas por ter agido feito um animal irracional.

–Desculpas aceitas, mas quero que saiba...

–Você tirou a sua aliança. – ele a interrompeu bruscamente. – Você esta sem a maldita aliança!

Ela olhou para sua mão, focou a marca branca em seu dedo anelar, depois olhou para mãos grandes de Tom, e a dele ainda estava lá, dourada e brilhante, mostrando como ela estava sendo realmente... Infantil?

Quando ela abriu a boca para falar, ele colocou um dedo sobre seus lábios inchados pelos seus beijos violentos.

–Chega! – ele se afastou desnorteado e depois de alguns segundos em silêncio, continuou:

– Se quiser um homem novo, estou deixando seu caminho livre, a partir de hoje, quando for pegar os meninos, espero fora da sua casa ou os levo para o hotel.
– Tom...
– Vou embora, amanhã passo e pego os meninos para jantarmos fora.
–Fique e os espere. – ela disse se levantando e arrumando suas roupas amassadas.
–Não, acho melhor não. – ele pegou seu paletó e o vestiu.
–Tom...
– Amanhã eu ligo a hora que estiver chegando, se preferir pode pedir para Miranda esperar com eles no jardim, não me importarei.

E dando as costas para Laíssa, ele se foi.

Pensou seriamente em correr atrás dele para dizer que não era nada daquilo que ela havia dito, que com Matt não era sexo, que ela havia dito aquilo somente para provocá-lo.

Quando deu o primeiro passo para fora da casa, o telefone tocou.

Olhou para o Maserati que saia de sua garagem e para o aparelho que tocava. O barulho dos pneus do carro de Tom cantou e saiu em alta velocidade ao mesmo tempo que o telefone parou de tocar.

Depois de um minuto, foi o seu celular que tocou.

– Alô? - ela atendeu.
Oi, Laíssa. - Era uma voz feminina. – Que vozinha triste é essa?
– Mônica?
Sim, sou eu!

“Oh não! Lá vem mais bomba” - Laíssa pensou em desligar a ligação - “Onde havia um buraco gigante na terra, quando eu preciso de um para me esconder?”

–Oi, Mônica! - ela respirou e atendeu a amiga. - Qual é a fofoca do dia envolvendo o meu marido?

Postado por: Grasiele

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