terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 22


E Mateus chorou no ombro do pai.

Laíssa apareceu na porta da cozinha, apenas de calcinha, com os seios cobertos com as mãos e os olhos marejados, Tom abraçado ao filho, ergueu seu olhar e por alguns segundos olhou a esposa, uma emoção sem nome vibrou entre eles como uma cor­rente elétrica, sem dizer nada, ele se virou e subiu com Mateus para o quarto.

O meu revólver esta apontado pra sua cabeça e o teu para a minha.”

Seu celular voltou a tocar, ela o olhou antes de silenciá-lo, viu o número no visor e pensou mil vezes antes de atender. Na verdade, não teve vontade de atender e dessa vez nãoera Mônica.


...


Laíssa pegou sua calça branca strech jogada no chão da cozinha, usou para cobrir os seios, subiu as escadas apenas de calcinha e devagar entrou em seu quarto.

Vestiu uma camisola, Diego estava dormindo na grande cama de casal, em passos leves foi ao quarto dos filhos, onde Tom dormia na mesma cama que Mateus, o filho mantinha os bracinhos em volta do pescoço do pai, como se tivesse com medo que ele partisse.

Abafando um suspiro, seguiu para o quarto de hóspede onde deitou e tentou dormir, não conseguiu, seus pensamentos voaram para a cozinha minutos atrás, abraçou o travesseiro e rolou mais quatrocentas e oitenta e três vezes na cama, antes de pegar no sono profundo.

Na manhã seguinte, acordou antes que todos, Tom não havia se levantado ainda para trabalhar, preferiu não acordá-lo, deixou um bilhete e seguiu para o supermercado.

Estava com uma dor de cabeça infernal.

Pegou o Nescau e o colocou no carrinho, o último item da lista, passou os olhos rapidamente em um caixa livre, passou as compras, pagou e quando estava seguindo para o estacionamento foi fechada por um outro carrinho.
–Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
–Matt? - seus carrinhos estavam grudados um ao outro.
–Ao seu dispor. – ele sorriu tirando os óculos escuros. – É a segunda vez que bate no meu carro, senhora.
–Oi! – ela estava realmente surpresa em vê-lo. – O que faz aqui?
–Tentei te ligar ontem a noite. – ele respondeu dando um passo se aproximando de Laíssa.
–Desculpe, com a correria da operação de Diego, acho que a bateria acabou e esqueci de carregá-la.
–Fico aliviado que seja apenas isso. – ele a olhou dentro dos seus olhos, como se quisesse pega-la em alguma mentira. – pensei que não quisesse mais falar comigo.
–Não. – ela sorriu sem graça desviando os olhos dos dele. – Não, foi a bateria mesmo.
–Já terminou? – ele olhou para as compras embaladas nas sacolas - vou te ajudar a colocar no carro e podemos tomar um café.
–Matt, eu preciso ir para casa e...
–Tom esta em casa, ele pode olhar as crianças por alguns minutinhos. – ele deixou o seu carrinho vazio e pegou o dela levando-o para perto do carro da morena.
–Como sabe que Tom ainda esta em casa?

Silêncio e mais silêncio.

–Por que seu filho esta doente e bons pais não vão trabalhar quando os filhos estão doentes. – Ele sorriu e tirou a chave da mão da morena destrancando a Eco Sport - eu deduzi!

Ela olhou para Matt, aquela conversa tinha que acontecer mais cedo ou mais tarde, antes que ele saísse machucado. Laíssa tinha muito carinho por ele, não queria vê-lo sofrer, não por ela.

–Eu vou, mas não posso demorar. – ela concordou deixando-o ajudar a colocar as comprar no porta-malas do carro. Depois seguiram para a mesma cafeteria que foram da primeira vez em que se viram.

Matt escolheu uma mesa no fundo, isolada de todas as outras. Fez os pedidos e só depois que eles chegaram, ele a olhou por alguns segundos, dizendo por fim:

– Você está diferente, Laíssa.
–Diferente?
– Menos tensa, mais livre. Mais feliz.

Ela desviou seu olhar do dele. Matt tinha uma enorme perspicácia em avaliar seu estado de espírito. Ele era perigoso. Sabia como chegar e à hora certa em chegar.

– Não vai me contar o que te faz tão diferente? - Ela balançou a cabeça em negativo. - Você sabe que se as coisas fossem diferentes, nós poderíamos viver bons momentos juntos.
– Sim. Mas elas não são diferentes.
– E você não sente muito por isso, sente?
– Matt, eu errei com você. – Ela tinha que falar, tinha que explicar e se desculpar.
– Por quê?
– Por que te fiz acreditar que poderíamos ter um caso.
–Nunca quis ter um caso com você. – ele segurou suas mãos por cima da mesa.
–Não?
–Não. Eu quero me casar com você.

–Eu já sou casada. – ela tentou puxar suas mãos e ele a segurou.

–Seu marido não saiu de casa? – Ele perguntou sorrindo com um ar estranho, apertando mais seus dedos nos dela. – Eu lambi suas feridas, esqueceu?
–Não. E agradeço por você ter feito isso. – ela puxou suas mãos e as colocou no colo, embaixo da mesa. - Esse foi o meu erro com você. Exatamente esse e me sinto mal por isso. Fiz você acreditar que ficaria com você.
– Eu amo você. – ele se declarou. - Desde primeiro instante que coloquei os olhos em você.
– Sinto muito, Matt. Mas não posso continuar te enganando, gosto muito de você e...
–Não quero apenas que goste de mim, Laíssa. - Ele socou a mesa e ela se assustou, Laíssa olhou para os lados e percebeu que todos haviam parado de conversar e prestavam atenção nos dois.
– Sinto muito. Eu realmente sinto muito! – ela disse assustada.
– Não, me desculpa. – ele fechou os olhos tentando se acalmar - Eu que sinto muito pela cena. – ele passou as mãos pelos cabelos e bufou impaciente. – Perdão.
– Tudo bem.
–Pretende perdoar o seu marido? – ele perguntou sorvendo um gole de café, voltando a falar baixo e ponderado como se nada tivesse acontecido.
– Meus filhos estão sofrendo muito.
– Coitadinhos. - Matt sorriu e por mais que ele se esforçou para parecer sincero, não conseguiu. - Fico contente. Falo sério, espero que seja muito feliz e que o seu marido aproveite essa nova oportunidade.
– Faremos de tudo o que for possível para que isso aconteça, pelo bem dos nossos filhos.
–Amigos? - ele estendeu a mão a ela.
–Claro! – ela apertou a mão de Matt.

Ela que se levantou primeiro, seguiu até onde ele estava sentando, deu um abraço e um beijo no rosto, se despedindo e saindo da cafeteria.

Chegou em casa, depois de quinze minutos, Tom estava na cozinha, apenas de boxer preta brigando com uma panela que o havia queimado. Ela parou na porta e ficou observando a cena.

– Onde esteve? – Ele perguntou seco quando a viu parada, totalmente diferente do homem apaixonado da noite anterior.
–Fui ao mercado. – ela respondeu sem ironia, sem deboche, sem ser cínica, colocando as compras em cima da mesa.
–Demorou muito. – Tom mantinha a voz dura. – Não demora dessa forma quando...
–Hoje não, Tom! - Ela o cortou levantando a mão e massageando a têmpora – Desculpe-me se demorei ok? Agora vou cuidar dos meninos.
–Já cuidei do café da manhã deles, estão brincando na sala de jogos. Diego esta deitado no sofá. – Tom explicou guardando as garras – Vou ficar em casa hoje, não vou mandar Mateus para o colégio.
– Obrigado por ficar em casa e ajudar.
–Os filhos também são meus. - Ele disse fitando-a demoradamente.
–Sim, eles são. – ela disse num fio de voz, sem forças para brigar ou dizer alguma piadinha para ofendê-lo.
–Você esta bem? – O marido perguntou estranhando a atitude pacífica da esposa.
–Um pouco de dor de cabeça.
–Por que não vai se deitar? – Tom chegou mais perto ao vê-la tão pálida. – Eu cuido da casa hoje.
–Não sei.
–Vá e deixe-me provar que ainda sou um bom marido.
–Vou me deitar, não para que prove algo e sim por que minha cabeça dói. – Ela se virou bruscamente e sua cabeça deu uma pontada forte.
–Lala... – ele a segurou pelo braço com cuidado ao vê-la cambalear.
–Estou bem, é apenas enxaqueca.
– Só a cabeça dói? – ele perguntou com carinho a segurando pelo braço. – Venha aqui.
–Posso andar. – ela tentou afastá-lo.
– Está branca feito papel. – ele a segurou mais forte pelo braço - Vem aqui e deixe-me cuidar de você!

Tom a ergueu no colo, fez com que ela encostasse a cabeça em seu ombro nu, subindo as escadas com ela nos braços colocando-a com cuidado na cama de casal e a cobriu com uma colcha leve, colocou a mão na testa da esposa para ver se estava com febre, mas não estava.

–Não há necessidade disso. – Ela estava incomodada com a proximidade de Tom. – Posso me cuidar sozinha.
–Laíssa, por favor, basta fechar os olhos e descansar. – Disse Tom fechando as cortinas, deixando o quarto escuro.
– Os gêmeos? – ela perguntou já com os olhos fechados.
–Shhh - Ele passou os lábios no rosto da esposa - Seja uma boa menina e me obedeça. - Seus lábios se tocaram de leve.

Laíssa não respondeu ou brigou por causa do beijo, estava muito fraca, Tom ainda permaneceu ao seu lado, pegou uma mecha de cabelo, enrolou nos dedos e depois a cheirou. Deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto, encostando a porta.

...

Bem mais tarde, Tom entrou no quarto de casal e observou Laíssa dormindo. Eram quase onze horas da noite. Já havia colocado os dois filhos cada um em sua cama. A sexta feira tinha sido corrida, mas para não dar trabalho e deixar a esposa descansar, fez tudo sozinho, sem incomodá-la.
Por causa do paracetamol ela havia apagado o dia inteiro, estava preocupado com aquela dor de cabeça, Laíssa quase nunca ficava doente, era forte feito uma rocha. Seus olhos correram pelo corpo moreno e bem feito estirado na cama. Ele havia tirado sua calça jeans e estava apenas de regata azul clara e uma calcinha branca.

Ela ficava linda a cada dia. Ela o fascinava a cada semana. Ela o hipnotizava a cada mês.

Ele a amava a cada ano.

Ela estava além de todos os seus limites. Por várias vezes tentou sair daquela casa, ir embora da sua vida, mas a verdade era que o seu amor e devoção por aquela mulher era excessivamente exagerada.

Seu corpo, seu coração e sua mente estavam numa constante batalha, a qual estava completamente destruído. Não queria perder Laíssa, por que simplesmente não viveria sem ela nem só um segundo e não tinha problema algum em admitir essa sua fraqueza, era convicto que um dia sem ela, seu seus toques, sem seus beijos, sem seu amor... Ele não iria muito longe, morreria antes.

Ele passou os olhos pelo corpo da esposa novamente.

Por Deus, existia alguém mais deliciosa no mundo?

O sobe-e-desce do peito, a respiração intensa, os cabeços castanhos jogados no travesseiro, a boca linda e carnuda entre aberta que ornava com o restante de seu rosto bem desenhado. O aroma adocicado que lhe entrava pelas narinas e o deixava tão embriagado.


Ela se mexeu, deixando os seios quase desnudos.

Naquele momento, cada grama de testosterona foi encaminhada para sua virilha. Seu membro inchou contra seu jeans e sua boca secou. Estava duro, na beirada da cama, cobiçando e quase babando no corpo de sua esposa.

Que grande merda, ia gozar nas calças como um pivete virgem!

Essa abstinência de Laíssa em sua veia e em todas as suas células, não estava lhe fazendo bem. Tom andou até a cama e a cobriu, apagou a luz do abajur, foi até seu lado da cama, despiu-se e não soube quantos segundos ou minutos ficou velando o sono dela.

Ainda dormindo, ela se mexeu novamente e aconchegou-se ao calor e conforto do corpo dele. Ele a enlaçou pela cintura, abraçando-a e lhe deu um leve beijo em sua boca.

E ali seguia mais uma noite de insônia e tentativa frustrada para controlar suas cabeças.


***

O brilho do sol passava pelas cortinas entreabertas, irradiando luz pelo quarto. Laíssa olhou para o lado da cama, viu o travesseiro de Tom amassado, com a sua marca ainda nele, o pegou inspirando aquele perfume de loção pós-barba, o cheiro era delicioso.

Ele havia deitado naquela cama, com ela.

Então, aquela impressão dele enrolado em seu corpo, não tinha sido apenas um sonho bom.

–Gosta do meu cheiro, bela adormecida?

Laíssa se virou e seu coração saltou no peito, jogou o travesseiro longe, ele entrou no quarto com uma bandeja nas mãos, vestindo um jeans e uma camiseta creme e descalço.

– Guten tag!
– Bom dia – ela o respondeu em português e perguntou ainda sonolenta. - Que horas são?
–Onze da manhã – ele murmurou.
–Dormi apenas algumas horas, meu corpo está tão relaxado que tenho a impressão que dormi vinte e quatro horas.
–E dormiu! - Tom sorriu – São onze horas do Sábado.
–Por que não me acordou? – ela se sentou na cama assustada.
– Fiquei tentado, mas você dorme tão gostosinho que fiquei com dó. - Ele a olhou com um sorriso que a deixou zonza - Passou a dor de cabeça? - Laíssa respondeu apenas com um aceno positivo de cabeça - Coma antes que esfrie.
–O que é isso?
–Almoço.
–Marina veio hoje?
–Não, eu fiz o seu almoço.

– Ai minha barriga?! – ela colocou os dois braços na barriga, fingindo que ela doía. Laíssa sorriu. O corpo de Tom reagiu de pronto aquele som delicioso. Ficou olhando fascinado para os lá­bios da esposa.

Laíssa olhou para a bandeja, com o prato de sopa e um copo com suco de laranja, provou um gole com muito cuidado e começou a tomar pequenas colheradas de sopas, estava com gosto de nada com coisa alguma, mas jamais falaria a ele e o ofenderia na sua tentativa de agradá-la.

– Os meninos? – ela perguntou quando bebia um gole de suco.
–Di, tomou sua medicação e esta junto com Mateus assistindo Madagascar.
–De novo? – ela sorriu ao lembrar a obsessão dos filhos por esse filme, toda semana eles tinham que assistir pelo menos 3 vezes.
–Sim, eu sei as falas de cor – Tom deu um riso escancarado tão bonito que ela sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha.
–Tom, a partir de segunda eu vou voltar a procurar emprego.
–Essa merda de novo? – O sorriso morreu em seus lábios, dando lugar a uma expressão fria, seus olhos procuraram os dela.
– Não sou uma criança boba perdida no mundo, já disse que não gosto quando me vê dessa maneira.
– Não é boba. – ele bufou - Ok... Às vezes você é. Mas confesso que é o meu ciúme doentio, a criança egoísta aqui sou eu. E não tenho vergonha de admitir que não gosto de caras de escritórios voando em cima de você como abutres mortos de fome.
–Dou-me o respeito, sou casada. – ela se defendeu.
–Você é? – Tom perguntou arqueando uma sobrancelha. Eles se entreolharam.
Os pêlos de Laíssa se arrepiaram, seus seios endureceram instantaneamente. Um calor invadiu-lhe entre as coxas e para disfarçar, disse:
– Esta falando por você. Homens infiéis de escritórios.
–Se você diz... – ele pegou uma pêra da bandeja e ofereceu a ela – Coma uma fruta. – Estava nítido, o assunto para ele tinha sido finalizado ali.

Não, pra ela!

–Tom, eu quero trabalhar. – ela gemeu voltando a colocar as mãos na testa.

– Coma a pêra e depois falamos disso! - respondeu em voz mansa, embora a tensão fosse visível em seu timbre de voz.

–Tom...

Tom segurou-lhe a nuca, puxou-a para junto de si. Mordeu a pêra com raiva e pressionou os lábios nos dela. Chocou brutalmente os dentes em sua boca delicada. A morena não ofereceu resistência. Nem queria oferecer. Mesmo quando ele mergulhou o pedaço de fruta dentro de sua boca, e quando se afastou ele sussurrou:

–Coma a maldita fruta ou eu...
–Tudo bem... Eu como! - Ela disse tentando recuperar a sua respiração e engolindo o pedaço da pêra que ele havia passado para sua boca através do beijo.
– Consegue me tirar do sério! – Ele fazendo um movimento com as mãos perto de seu pescoço, como se fosse apertá-los. – Por que tudo o que falo tem que me retrucar.
Ele respirou com dificuldade, ela se mexeu na cama, mordendo a pêra, lambendo os lábios, passando a língua para limpar o suco da fruta. Aquele gesto simplesmente levou Tom à loucura.

Ele a olhou e tentou não pular sobre ela, rasgar toda sua roupa e fazer amor com ela do modo que ele desejava. Duro e rápido.

–Por que me olha assim? – ela perguntou mordendo outro pedaço da fruta.

– Olha o que faz comigo, droga! - Laíssa desceu os olhos e viu a mão dele sobre o volume no jeans.

– Não estou fazendo nada e pare de me olhar desse jeito – Ele chegou mais perto e ela cobriu a blusa com os braços de medo. - Não quero que rasgue minha roupa!
–Não seria nada mal. – ele passou a ponta do dedo na linha de seu queixo, forçando-a a erguer a cabeça.
–Toda roupa que rasgar terá que comprar outra. – ela o desafiou.
– Quantas calcinhas já rasguei e no outro dia comprava duas ou mais para repor? - Ela abriu a boca, mas não respondeu. Foram inúmeras. - Gosto de rasgá-las e depois sentir o seu cheiro umedecido nelas. – Ele passou o dedo no tecido branco de sua calcinha - Aposto que se eu rasgá-la nesse momento estará molhada.

O quarto ficou pequeno e quente. Laíssa fechou as pernas num impulso.

–E-estou melhor. - Ela necessitava sair dali ou ficaria louca. – vou sair da cama e ver os meninos.
–Fique quieta nessa cama. – Ele ordenou.
–Estou melhor! - Ela disse jogando as pernas para fora da cama.
– Lala, se não me obedecer vou te algemar, é isso que quer? – Seus olhos se encontraram. - Eu vou adorar te prender e dar uns belos tapas nesse seu traseiro redondo e delicioso.

–Você só pensa em sexo. – ela resmungou trazendo as pernas para dentro da cama.

–Só penso, mas confesso que ultimamente não to fazendo o suficiente e isso esta realmente me deixando enlouquecido. De verdade! - ele desviou o olhar para os lábios da esposa. - vê-la com essa blusa... – depois desceu mais os olhos - Com os bicos dos seios implorando para serem lambidos até que grite para que eu a coma.

O corpo dela entrou em erupção.

Explodiria.

– Eu preciso...
–Eu cuidarei de tudo o que você precisar. - Ele a interrompeu alisando o seu rosto com o dorso da mão.
– Já disse para parar de me olhar assim? - Conseguiu dizer.
– Ah, se eu pudesse! - Ele suspirou languidamente descendo o olhar pelos seus seios, sua barriga e depois entre suas pernas. - Mas vendo essas pernas perfeitas, roliças e nuas...
–Pare com isso. – ela tentou empurrá-lo. Queria lhe pedir que não se aproxi­masse tanto, o marido tinha sempre aquele efeito perturbador so­bre ela. Fazia-a ficar sem fôlego. – Queria tomar um banho, esta quente demais aqui. – ela disse sentindo-se sufocada.
–Espere vou colocar a banheira para encher com o óleo que você gosta assim se sentirá muito mais fresca.

E se sentiu mesmo.

Seu corpo estava imerso por espuma, quando ele entrou no banheiro com uma taça de sorvete com calda de chocolate na mão, sentando-se na beirada da banheira correndo os olhos famintos pelo seu corpo.

– Você esta me mimando – ela brincou ao pegar a taça da mão dele.

– Com esse óleo perfumado em seu corpo, eu queria fazer muito mais que mimá-la. – Olhou para os seios dela debaixo da espuma, passando a língua nos lábios.

–Esta com a língua afiada hoje. - Céus, ela queria aquela língua nela!

–Só hoje? – Ele sorriu de novo daquele jeito arrasador. Aquele sorriso que mexia com o coração das mulheres, todas elas, sem importar a idade. Não existia uma única pobre coitada que recebia aquele sorriso e fosse capaz de ficar indiferente.

Ela sorriu com ele, e de repente, ao mesmo tempo, os dois se olharam e ficaram sérios.

–Sabe... Eu sinto falta. – ela disse colocando a taça de sorvete no banco ao seu lado.
–É... Do que?

Ela baixou os olhos, ele sabia exatamente do que ela sentia falta.

–Seus dedos, mãos, língua... Da gente na cama.

–Gosto do sexo aqui... Na banheira. – ele desceu seus olhos para o meio de suas pernas – Na verdade, sinto falta do sexo em todos os lugares. – Tom baixou o corpo e seus dedos tocaram a água. – Gosto do sexo na mesa do meu escritório, no chão da sala, na pia da cozinha, em cima da máquina de lavar roupa, no capô do carro, em pé na varanda. – os dedos de Tom tocaram os joelhos dela. – Na verdade, o lugar quase não importa quando o corpo que tenho em minhas mãos é o seu. – Sua mão correu pelas suas pernas - amo seu corpo, seu gemido, como se contorce quando goza... - Ela fechou os olhos quando sentiu os dedos tocarem sua intimidade - adoro quando geme dizendo o meu nome.

Laíssa se mexeu na banheira, abrindo as pernas para os dedos hábeis dele.

Dois deles entraram nela, enquanto o polegar massageava seu clitóris devagar, sem pressa, como uma doce e deliciosa tortura. Ela abriu mais as pernas, e em recompensa ele acelerou os movimentos do polegar, fazendo-a segurar as bordas da banheira.
–Oh... Tom...
–O que foi?
–Quero mais um dedo. – ela pediu num gemido rouco e baixo.

Com um sorriso malicioso, ele a atendeu.

– Sempre exigente. – ele harmonizou os dedos dentro dela e o polegar, fazendo-a jogar a cabeça para trás e levantar as pernas e as colocar na borda da banheira. – Venha Lala... Me ajude!

Ela arqueou os quadris, indo de encontro aos seus dedos. A cada investida, ela estremecia e gemia de prazer. Laíssa explodiu num orgasmo violento soltando um grito abafado, chamando pelo marido.

Ele ergueu os olhos para vê-la mordendo o lábio inferior com força, retirou a mão da água e se aproximou, os olhos dela ainda estavam fechados, mas ela sabia que Tom estava muito perto.

– Obrigada, Tom. - Ela murmurou abrindo os olhos.
– Pelo quê? – ele perguntou confuso com um leve sorriso nos lábios.
– Por cuidar dos meninos e da casa. - Ela disse sincera prendendo o olhar do marido ao seu. - Por se importar comigo e por isso que acabou de acontecer aqui.

Tom não pode deixar de sorrir, inclinando-se mais roçou levemente os lábios nos dela e sus­surrou:

– Eu sempre me importei. - Essas quatro palavras ditas por Tom fizeram com que o silêncio caísse entre os dois. O principal som naquele momento era das batidas rápidas e descompassada dos corações. Uma lágrima solitária rolou no rosto dela. - Me importo por que eu te amo, Lala.

Laíssa abriu a boca com total surpresa pela revelação inesperada. As lágrimas que ela derramara a princípio pare­ciam pequenas se fossem comparadas ao lago que se formara nos grandes olhos castanhos que brilhavam ainda fixos ao marido. Tom percebeu sua confusão de sentimentos e percorreu com o indicador o caminho das lágrimas que desciam até os lábios, arrematando o gesto com um beijo leve e suave.

– Quero que seja minha esposa novamente. - ele começou a acariciar-lhe as faces com os lábios e o canto da boca. – Quero que seja minha, só minha... Como antes. – Tom estava desesperado – Não sei mais o que dizer ou fazer para que entenda que não posso mais viver sem você. – Ele a segurou pelos ombros firmemente. – Quero você ao meu lado novamente, não suporto mais um dia longe de você e dos nossos filhos. – Durante um momento só houve silêncio, então Tom suspirou e disse - O jogo acabou Laíssa, agora!

–Oh, Deus Tom... Sim... E... Eu quero... Mas... - ela colocou as mãos na boca para abafar o choro. Suas palavras se afo­garam em soluços. - E Raquel?
–Você acredita realmente que tive alguma coisa com essa mulher? - a pergunta era carregada de dor e angustia.

– E... Você teve?

E ali estava á pergunta de um milhão de reais.

Postado por: Grasiele

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