terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 4


–Isso é o que você pensa. - ele disse abrindo a porta do guarda roupa abrindo uma caixa escondida no fundo da gaveta, uma caixa mediana e preta. – Se não vai falar por bem...
–O que vai fazer? - Laíssa sabia exatamente o que ele guardava naquela caixa, seus olhos arregalaram com medo quando ele se virou. Sua respiração falhou e ela se encolheu na enorme cama. Seus olhos brilharam em lágrimas – Tom, nós não precisamos disso.



Mas infelizmente, era tarde demais...


–Não toque em mim! – Laíssa gritou tentando sair da cama – Não!
Ela esbravejou quando Tom a segurou pelo tornozelo e a puxou, subindo na cama e cobrindo o corpo da esposa com o dele, segurando seu braço e o esticando, depois fazendo o mesmo processo com o outro.
Laíssa estava deitada na cama, com os braços abertos e os pulsos algemados na cabeceira da cama.
–Seu filho da puta! – ela gritou olhando para as algemas frias que prendiam seus pulsos. – Eu odeio você!
–Agora vai me contar onde estava. – ele disse sorrindo sádico.
–Quantas vezes você me contou que estava com a Raquel? - ela continuou a provocar.
–Eu não estou indo mais no contador. Nem a vejo mais. –Tom se defendeu.
–Oh...coitadinha da Raquelzinha, deve estar com muita saudade de você. – ela fez bico e fingiu voz de choro.
–Não suporto mais isso! — ele disse enfurecido, subindo por cima do corpo da esposa. — Nada que eu faça ou fale vai mudar a idéia que faz de mim?
–Mas meu amor, eu mudei minha idéia sobre você! — ela disse sorrindo sarcástica - - Sempre pensei que fosse um homem decente, agora sei que você não presta, que é um desgraçado mentiroso e que não vale nada!
–Pare Laíssa! — ele gritou alterado. – Vou mostrar o quanto não presto.
Tom apertou-a contra seu corpo, beijando-a com paixão enquanto ela lutava. Ele mergulhou a língua em sua boca e ela sentiu uma onda de desejo percorrendo seu corpo. Sentiu suas mãos grandes e fortes aperta-lhe a cintura, esfregando seu corpo no dela.
Laíssa tentou chutá-lo, mas não conseguiu. Seus pulsos doíam enquanto se debatia e tentava afastá-lo.
– Eu odeio você! — ela disse parando de lutar. – eu odeio quando me beija ou me toca.
–Mentirosa. – ele gemeu em seu ouvido passando a língua em seu pescoço e depois segurando os seios fortemente com as mãos - Você também me quer, tanto quanto eu te quero.
–Isso é violação. – ela disse a ele.
–Desde quando preciso te violentar? – ele olhou para ela com desejo - Em toda minha vida nunca conheci uma mulher tão fogosa como você!
–Nem a Raquel? – Laíssa provocou.
–Pare com isso! - ele ficou mais furioso ao ouvir o nome da outra mulher - Não me provoque mais ou vou acabar agindo de um modo que nós dois vamos nos arrepender depois!
–Então me solte e caia fora daqui! - ela o desafiou aos berros - Por que não age como homem e vai embora? - A morena o olhou com raiva e para piorar a situação falou: - Nada impede que vá para os braços de sua querida Raquel!
–Pare de mencionar este nome? Que inferno!
–Raquel, Raquel, Raquel! - ela gritava o nome da amante, até perder o fôlego.
–Laíssa! – o grito dele calou-a.

Um brilho de dor passou pelos olhos dele. Tom segurou na gola da camiseta de Laíssa e com um único puxão a rasgou, o mesmo destino teve seu sutiã branco de algodão.

Com a respiração entrecortada, seus seios subiam e desciam e mesmo com ódio do marido, os bicos endureceram, fazendo Tom salivar e acariciá-los com as pontas dos dedos, Laíssa fechou os olhos de prazer e quando voltou seu olhar para o marido, ele desceu seu corpo contra o dela e murmurou perto de seu rosto:

–Esqueça essa mulher.... O que importa é apenas você e nada mais.

As palavras sussurradas por ele foi como um fósforo acesso num rio de águas inflamável.

E o que aconteceu a seguir foi menos amor e mais uma batalha, uma fome gigantesca a ser saciada entre o casal. Uma guerra para ver quem excitava mais o outro.

Sua mão segurou suas nádegas, erguendo-a da cama e sem nenhuma preliminar, ele a penetrou.

Tom a invadiu com força, intensamente, com todo o poder e o acúmulo de frustração e fome em cada in­vestida. O membro acertando todos os lugares certos e sensíveis do corpo de Laíssa, fazendo-a gritar, arquear as costas e jogar a cabeça de um lado para outro em um frenesi incontrolável.

–Solte-me... – ela murmurou

Os movimentos dos quadris aumentaram.

–Ainda não...

Tom respondeu beijando os lábios inchados e molhados da esposa, deslizando as mãos pelo corpo suado de Laíssa, segurando-a pelo quadril e mo­veu-a para cima e para baixo, por todo o seu comprimen­to, em investidas poderosas e curtas.

–Tom...

–Quer que eu pare? - ele gemeu em seu ouvido.

–Não... Apenas solte-me...

Ele soltou as algemas.

Suas unhas arranharam suas costas e suas pernas enlaçaram a cintura do marido, Tom gemeu de dor quando os dentes dela cravaram-se em seu ombro.


Ele investiu violentamente contra o corpo dela apenas mais uma vez.


Houve um grito... Dois!

Tom a agarrou e puxou-a para seus braços, beijou-a pro­fundamente, enquanto sugava para si, os últimos gemidos de prazer, agonia e satisfação da mulher.

Ela sentiu-o se afastar. Então, voltou à realidade. Sua respiração pesada e as batidas rápidas de seu coração ecoavam tão altas que teve a impressão que Tom as ouvia. Sentiu o corpo estremecer, saciado e entor­pecido.

Mas, além disso, muito mais que isso, sentiu um vazio dentro de si.

–Estou tão envergonhada. – ela cobriu o rosto com as mãos tentando segurar o choro – isso não podia ter acontecido, não depois de tudo o que me fez.

Com o olhar marejado, Tom a olhou e com um tom de voz baixo disse:

–Venha aqui... - puxou-a para perto, encaixando o corpo grande no dela. - Este é o juramento de um homem que nunca se sentiu tão arrependido. Eu juro a você que jamais te magoarei outra vez. - ele segurou as lágrimas - perdi a cabeça, não devia ter feito isso... Me perdoa.

Seria fácil perdoar e tentar esquecer todo esse sofrimento? - Como eu queria! – Laíssa pensou ainda sentindo-se tão envergonhada que não conseguia encará-lo.

–Eu te amo e você é única mulher a quem eu já disse isso. – ele disse com a voz embargada pela tristeza – É a única que eu já amei em toda minha vida e preciso que entenda...

–Não! - Ela não queria ouvir nada, acreditara nele uma vez e não queria sofrer mais. - Não fale mais de amor. O que acabou de acontecer não tem nada a ver com amor. – ela enxugou as lágrimas levantando da cama – e da próxima vez que você usar essa droga de algemas em mim, eu te coloco fora dessa casa e ainda abro um B.O de violência doméstica contra você.

–Por favor...

– Vá para o inferno! – ela o cortou com raiva - Quantas vezes terei de dizer isso até que você comece a queimar nele?


Laíssa seguiu nua até o banheiro, entrou e sem olhar para Tom, bateu a porta.

Ligou o chuveiro, escorregou o corpo até o chão frio, abraçando-se, olhando para as marcas das algemas em seus pulsos, o utensílio era usado em noites quentes e regado a muito amor e sedução, tanto nela, como nele e agora... Tudo estava desmoronando.

Sem conseguir segurar as lágrimas, chorou. Nunca se sentiu tão pequena, impotente e infeliz em toda sua vida e o pior de tudo, era que ela o amava... Amava demais.

Depois de um longo banho, enrolou-se na toalha e ao passar pelo espelho do banheiro parou. Viu seu rosto pálido, olheiras de dor e os cabelos bagunçados. Estava horrível. Devagar abriu a porta e ele não estava mais no quarto.

Pegou outra toalha e quando estava enxugando os cabelos, ouviu vozes.

Andou até a janela, afastou a cortina e quando viu o carro parado dentro do seu quintal, seu coração acelerou, correu para o guarda-roupa, vestiu uma roupa qualquer e desceu as escadas quase tropeçando em seu desespero.

Quando chegou à sala, era tarde demais, tudo já estava perdido...

Postado por: Grasiele

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