terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 6


– Mais uma vez você me surpreendeu – Matt disse com um sorriso imenso nos lábios.
–Por que? - ela baixou os olhos, tímida.
–Você em plena segunda- feira aqui comigo na praia. - ele a olhou tentando tirar lhe o real motivo daquela visita. – Está linda, toda arrumada não parece que era esse o lugar que esperava passar o dia, aconteceu algo com o seu mar...
–Podemos não falar nisso. – Laíssa o cortou, olhando admirada a imensa praia deserta que cercava a casa de Matt – Não iamos nadar?
Ela levantou da enorme pedra que estavam sentados, tirando a toalha que envolvia o seu corpo. Matt sorriu, ela retribuiu o sorriso com uma careta, ele pegou-lhe a mão e correram em direção ao mar.


Depois de duas horas, nadando e conversando, voltaram para casa, Matt fez um almoço rápido e enquanto comiam, Laíssa perguntou:
– Você não trabalha?
– Sim. – ele respondeu simplesmente.
Os olhos dele correram pelo colo molhado de Laíssa.
– Mas venho a praia sempre que posso, tenho uma loja de roupas de surf, aqui na baixada.
–Loja?
–Sim.
–Meu marido tem algumas lojas de instrumentos musicais.
–Eu, por enquanto, tenho apenas uma e estou satisfeito com ela.

Laíssa sorriu passando os olhos nas tatuagens de Matt demorando em uma especificamente.
–A caveira a incomoda? – ele perguntou.
–Não... é que...
–Seu marido não tem?
–Tom não curte tatuagem.

Matt passou os dedos na caveira com asas e os olhos da morena seguiu a trilha, por pouco não babou. Vendo que ele a olhava com cara de boba, Laíssa disfarçou, levando as mãos aos cabelos sem graça:

–Meu cabelo deve estar horrível molhado! - Ela o soltou, ajeitou-o cabelo com as mãos e os prendeu novamente. Matt se aproximou e tocou o rosto de Laíssa.

– Não está, não. Você está muito bem. – os dedos de Matt correram devagar pelo rosto da morena passando a ponta no pescoço dela num gesto suave.
– Adoro o seu rosto, sua boca... Acho que adoro você inteira. - ele se aproximou e seu corpo tocou o dela, sussurrando perto de seu ouvido:
– Sabe que não parei de pensar em você durante esses dias? - Ele revelou e em seguida, inclinou a cabeça, Laíssa sentiu o hálito quente, ele a beijaria.
–Matt... - Com o coração batendo descompassa­do, ela temeu que pudesse estar à beira de um ataque de pânico - Aquele relógio está certo? - ela perguntou se afastando ele com a respiração ofegante.

–Sim, esta certo. – ele respondeu sorrindo, certo que ela estava fugindo dele.

–Preciso ir para casa. – pegou sua bolsa e seguiu para o banheiro, vestiu-se correndo, nem sequer fechando o zíper do vestido. Arrumou os cabelos de qualquer jeito, jogou o biquíni e toalha na sacola e abriu a porta desesperada. Matt estava encostado no portão e quando a viu, perguntou:
– Já?
– Sim, desculpe por ter que correr. Não tinha noção da hora.
– Fez as pazes com o seu marido?
– Mais uma vez obrigado pelo dia. – Laíssa disse, não respondendo a pergunta de Matt – Gostei muito do nosso dia.
– Gostei muito, também. – ele a beijou no rosto, lentamente, fazendo-a fechar os olhos quando seus lábios úmidos tocaram o canto da sua boca.

Ela mais uma vez, afastou-se com fraqueza nas pernas, unindo forças caminhou com passos rápidos até o Eco Sport, dando a partida e seguindo para a cidade de volta a sua vida real e problematica.


Vida problemática mas que era só dela, e não ia compartilhar com mais ninguém , principalmente com Matt.




....



Chegou em casa antes das quatro da tarde, e quando entrou sua mãe estava na sala brincando com os gêmeos, ela se aproximou, e se sentou junto aos três.

– Laíssa, acha que isso que esta fazendo vai amenizar a sua dor?
–Não estou fazendo nada.
–Se Tom desconfiar.
–Mãe, você não sabe de nada – ela disse brava, depois ao notar o tom de voz que usará com a mãe, suspirou e segurou sua mão – Desculpa, estou cansada. Se quiser pode ir, eu assumo daqui, obrigada mais uma vez.
–Vocês vão se divorciar?
–Não sei, mãe ... eu realmente não sei. – ela balançou a cabeça tentando afastar as lágrimas - Esta tudo tão confuso na minha mente.
–Cuidado com Mônica. - Sua mãe lhe asvertiu, lhe deu um beijo na testa e em cada uma das bochechas dos netos e foi embora.

Laíssa ainda ficou um bom tempo sentada no chão da sala brincando com seus filhos, pensando no furacão que havia passado em sua vida e nas consequências que havia deixado.

Tom chegou duas horas depois, quando ela estava dando o jantar para os filhos, ele primeiro beijou os filhos e depois a olhou e vendo que ela o ignorava falou:

–Desculpe por hoje.
–Sem problema. - Ela respondeu sem olhar para o marido, indiferente.
– Gosto quando esta vestida assim , com vestidos curtos, lembro da primeira vez que te conheci, parece que o tempo não passou, que sempre terá dezesete anos.
–Mas ele passou. - quando ergueu o rosto e o olhou, viu a expressão de surpresa de Tom.
–Você esta queimada?
– Sim, fui ao parque, passei o dia fora - Laíssa teve vontade de acrescentar “com outro homem”. Pois tinha vonta-de de machuca-lo, mas acabou achando que usar Matt como uma arma barata para atacar o marido, seria uma tática suja, em vez disso, apenas disse:

–Estava com a Monica.
–Não quero meus filhos perto daquela víbora.
–Eles não foram conosco. –Depois que respondeu, percebeu a grande burrada que havia feito.
–Você foi sozinha? - ele perguntou, baixando o olhar para o decote em "V" do vestido que ela usava e lançando um olhar significativo na junção dos seios exuberantes – Não quero que saia sozinha... Ou será que vou precisar algemá-la na cabeceira da cama?
–Tente e verá o que te acontecerá. – Os olhos castanhos de Laíssa brilharam em tom desa­fiador.

– Por que saiu sozinha com aquela mulher? – Tom a segurou no pulso e a virou bruscamente, encostando os corpos. – Não quero que a veja mais.

– Se apertar os meus pulsos mais um pouco , vou acertar o brinquedinho da Raquel com tanta força, que ela vai ter que arrumar outro amante. – ela disse com a voz firme erguendo a cabeça para enfrentá-lo.

Tom soltou um longo suspiro. Estava pres­tes a perder a paciência com Laíssa novamente. Não podia fazer isso agora. Afrouxou seus dedos dos pulsos finos dela e a soltou.

Nada respondeu, o silêncio pairou sobre o ambiente, seus olhares se cruzaram soltando faíscas, ela sentiu seu corpo tremer de nervoso, andou até a sala de estar, pegou os filhos e subiu as escadas, sem olhar para trás.

Colocou cada em sua cama e ligou a enorme tv de LCD em um desenho.


Ele entrou no quarto, quando ela estava cobrindo os filhos, ajudando-a na tarefa e seguiu para o banheiro, saiu depois de longos minutos com apenas uma toalha enrolada na cintura.

Laíssa ao ver o marido vestido daquela forma, tentou desviar os olhos, mas seu corpo já respondia da pior forma possível, seu olhar voltou para a toalha e fechando os olhos virou rapidamente, dando as costas para ele.

Ele tinha tudo perfeito: ombros largos, peito musculoso, músculos do abdômen definidos e pele bronzeada. Não havia excesso de pêlos pelo corpo. Braços e pernas fortes, com adoráveis coxas musculosas e um membro mais do que adequado e... delicioso entre elas.


Parou de pensar e de respirar quando sentiu o colchão se mover. Tom se deitou na cama. Sentiu sua respiração quente em seu pescoço, ela bem que podia se levantar e deitar no quarto de hospede, ou mesmo manda-lo para fora do quarto.

Mas não teve forças e se odiou por isso.

Não demorou nem um segundo para Laíssa sentir o corpo quente e nu de Tom tocar no seu. Ela se enrijeceu ao primeiro contato, porém como sempre uma onda de desejo a invadiu, fazendo-a tremer ao sentir a mão dele acariciar suas costas, sua cintura e depois seus seios.

–Tom...

– Por favor, não me mande embora... Hoje não. – ele gemeu mordendo o pescoço dela com luxúria e desespero - Preciso muito de você...

O estômago de Laíssa se contraiu e uma pequena onda de calor invadiu seu baixo-ventre, então virou de frente para Tom e encaixou seu corpo no dele.

Na verdade, por mais que ela queria resistir, ela sabia... Seu corpo, sua mente e principalmente o seu coração sabia, que o amava mais do que ela mesma.



Tom era o único que ela realmente: amava, queria e precisava.


–Eu preciso de você, da sua boca, da sua pele, do seu coração... Eu preciso que volte a me amar.

A primeira investida foi dura.


As respirações se misturavam, enquanto ele se movia freneticamente, deixando-a enlouquecida e quando arqueou as costas numa resposta prazerosa, soube que estava perdida.


A investida continuou dura.


E ela gritou, numa mistura de amor louco e insano, um desejo tão grande que se comparava a uma dor alucinante.

Tom engoliu cada grito de prazer de Laíssa, alimentando suas convulsões até os últimos movimentos dentro dela, os dentes da esposa mordendo-lhe a carne, loucamente fora de si.


Ele gemeu alto ao sentir as mordidas da esposa, colocou as mãos em torno da sua cintura, debaixo dela, completando sua exploração, acariciando-a, penetrando-a várias vezes até levá-los a um orgasmo inacreditável.

Os dois explodindo num rugido de satisfação total.


–Lala... sou louco por você... Perdidamente... Enlouquecido... Meu amor...


Tom gemeu e desabou contra o corpo suado da morena, e como há tempos não faziam, dormiram juntos, perdidos um nos braços do outro.



Pela manhã, eles fizeram amor novamente e Laíssa chegou à conclusão de que, por mais que quisesse, não tinha mais controle sobre o próprio corpo. Bastava ele tocá-la para que ela não resistisse.


Estava tão ferida e confusa emocionalmente que tinha vontade de gritar. Aquilo a assustava e muito. Ainda não sabia como faria para seguir sua vida no momento em que tivesse que se separar definitivamente de Tom.

Se é que essa separação fosse realmente acontecer.

Bom, se Laíssa estava em dúvida sobre essa questão, no dia seguinte, sua forma de pensar mudou.

Completamente...

Postado por: Grasiele

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