terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 17


Posso ajudar? Pelo menos cuidar de você, se chegar a sangrar?

–Não, obrigad... Esta em São Paulo? – Laíssa perguntou olhando para o relógio de parede.

Sim!


Pode me fazer um favor?

Todos que quiser.

–Esteja aqui em casa em um segundo, por favor!




E Laíssa finalizou a ligação, segura do seu próximo passo.

...


–Estamos aqui há uma hora.
–Ela esta atrasada. – Laíssa disse sem olhar para Matt - ela teria que sair às 17 horas do expediente.
–Por que estamos esperando ess... – Matt parou de falar quando Laíssa arregalou seus olhos, ele se virou seguindo o olhar da morena deparou-se com a bela moça sorridente saindo do edifício passando a mão na barriga.
–É verdade. – foi a única coisa que ela sussurrou.
–É isso mesmo que estou pensando?
–Não sei... – Laíssa ainda seguia Raquel com os olhos marejados - Eu vou lá e falar com ela. Quero saber se o filho que essa... Essa vagabunda, ladrona de felicidade... vadia... está esperando é de Tom - ela apertou a maçaneta do carro para abri-la - eu vou acabar com ela.
–Não. – Matt segurou seu braço.
–Vou. – ela puxou seu braço com força.
–Não. – ele repetiu - Vai bater boca com uma grávida? Quem merece umas boas porradas é seu marido, ele devia ter segurado o pau dentro das calças em seu respeito e de seus filhos. O filho da puta dessa história toda é Tom. Se tem uma pessoa culpada nisso tudo, não é essa moça.

Aquilo havia sido duro de ouvir.

–Desculpe. – Matt disse quando viu as lágrimas nascerem nos olhos de Laíssa - Mas, é o que penso, essa mulher é tão vitima quanto você. – ele voltou a segurar o seu braço, agora com menos pressão. – Pense bem, vai se rebaixar para a amante de seu marido? É isso que pretende? Não. Não vou deixar que se rebaixe tanto por um homem que não te merece.

As lágrimas brilharam mais intensas nos olhos de Laíssa.

– Odeio... Odeio com todas minhas forças, esse cretino, filho da puta... Eu vou acabar com ele... Vou levá-lo para o inferno, esse lugar maldito que me jogou. – ela socou o painel do carro de Matt.

–Não, não vou permitir que chore, não na minha frente! – ele colocou seu braço em seu ombro e a trouxe para perto de seu corpo. - Vou te levar para minha casa.

–Não... não posso... Vou para minha casa e...

–Não, não vou deixar. – ele ergueu o rosto de Laíssa com o polegar - Ligue para sua mãe diga que você vai chegar um pouco mais tarde.
–Não!
–Sim, são apenas algumas horas... olha o seu estado, querida. – ele contornou o caminho de uma lágrima com a ponta do dedo - Ficar em casa sozinha só vai piorar. Fique comigo, cuidarei de você até que se acalme. – ele remexeu na bolsa dela e tirou o celular da bolsa oferecendo a Laíssa. – Venha para casa comigo e só por essas horas, esqueça esse maldito homem.


...


Mais tarde, naquela noite, na casa de Matt, sentaram-se no degrau mais alto da varanda dos fundos, ele tomava vinho, ela apenas suco de laranja, pois iria dirigir e não queria beber nada alcoólico, os dois as­sistiam as nuvens que desfilavam diante da lua.
Da parte de dentro da casa, vinha o som de John Mayer, e de longe, o uivo de um cão. O perfume forte do mar enchia o ar, Laíssa respirou fundo, sabendo que sempre associaria o aroma àquela noite e aquele homem.
Matt pareceu ler seus pensamentos. Passou um braço ao redor dela e sorriu quando Laíssa encostou-se nele e colocou a cabeça em seu ombro.
–Foi um péssimo dia. - Matt disse baixo em seu ouvido.
– Foi - ela concordou, tomando um gole de suco. - Você foi incrível, nunca me esquecerei de tudo que fez por mim.
– Não fiz nada. — ele respondeu o tom leve e provocante.

Laíssa soltou um suspiro e tomou mais um gole do liquido.

– Preciso ir para casa. Estou bem, Matt, juro. Você foi muito gentil oferecendo-me o ombro.
–Queria lhe oferecer muito mais que o meu ombro e você sabe muito bem disso.
–O ombro foi suficiente por hora. – Laíssa sorriu envergonhada.
– Mas você não vai chorar nele, não é? – ele acariciou o rosto de Laíssa com carinho.
– Esse filho não pode ser de Tom.

–E se for?
–Quero acreditar que não seja.
–Esqueça-o, pelo menos nesse momento. – ele sussurrou em seu ouvido – Pode fazer isso?

Ela não respondeu, apenas inclinou a cabeça para trás, encostando a cabeça na perna de Matt e olhou para a lua que brilhava no céu escuro, fechou os olhos e ouviu dessa vez o barulho das ondas, aquilo trazia tanta tranquilidade.

–Você fica perfeita sob a luz do luar... Adoraria vê-la nua apenas com a lua te banhando. – ele disse rouco – Eu poderia ter levar para um passeio muito agradável até ela.

– Por que faz isso? - sua a voz saiu quase num sussurro.
–O quê? - Ele tomou um gole do vinho.
– Fala comigo como se estivesse tentando me seduzir... sempre.
– E estou tentando... sempre - ele afirmou com segurança. - Não mantive segredo em nenhum momento sobre esse fato. Eu quero você. Quero estar dentro de você, meu maior desejo é ouvir meu nome saindo de seus lábios. – ele aproximou sua boca do ouvido dela arrepiando seus pêlos da nuca e disse num gemido rouco. - Fica comigo essa noite.
–Matt...

–Deixe eu te mostrar o quanto eu quero e desejo você.

–Preciso ir embora... já são quase nove horas. – Laíssa se levantou e fechou os olhos passando a mão na têmpora.

– Tudo bem? – Matt perguntou segurando-a pela cintura.

– Você que bebe e eu que fico zonza. – ela disse sorrindo, com os olhos fechados. – Vou ao toalete e depois vou embora.

–E se eu não deixar você ir embora? – ele segurou sua cintura e a trouxe para junto de seu corpo, forçando sua excitação nela. – E se eu te pegar no colo, levar você até a minha cama e te mostrar como uma mulher realmente merece ser tratada.

–Por que faz isso? – sua voz saiu fraca.

–Eu já disse, mas direi quantas vezes forem necessárias. – ele a apertou mais em seu corpo – Quero você mais do que já quis qualquer coisa nesse mundo. - Matt esfregava a ponta de seu nariz no rosto e depois no pescoço de Laíssa, fazendo tudo girar em sua volta, as mãos enormes e ágeis dele já estavam por debaixo do vestido curto e quando ela sentiu o polegar dele no elástico da calcinha. - Não tem idéia de quando te desejo – os dedos passearam pela minúscula peça - Quão desesperadamente desejo te tocar e fazê-la gritar o meu nome enquanto te levo ao orgasmo mais intenso de sua vida. - o polegar de Matt atravessou a barreira tocando o ponto mais sensível e quente do corpo de Laíssa, fazendo-a soltar um pequeno gemido entrecortado.

–Também me quer, eu posso sentir – ele murmurou movendo seu polegar.

–Matt...

–Não diga nada, apenas sinta. – seu polegar ficou mais exigente, fazendo-a gemer mais uma vez.

–Matt... eu...

Antes de dizer algo, tudo ficou estranho dentro do corpo de Laíssa e antes de desabar, ela recuou e cambaleou, quase caindo.

– Preciso... eu preciso... - Ela arrumou sua roupa com dificuldade e entrou na casa deixando-o sozinho, sem entender absolutamente nada.

– Matt? – Laíssa apareceu na porta da casa, depois de vinte minutos com o rosto pálido e com gostas de suor em sua testa. – Eu...

– Laíssa?

– O banheiro... - ele a tomou nos braços e a carregou até o banheiro, não havia tempo a perder.

– Estou aqui com você, querida. - disse, segurando-a enquanto a morena se curvava sobre o vaso sanitário. – Esta tudo bem.

Ela estava muito mal, mas se sentiria melhor assim que o estômago se livrasse daquilo que estava preso em sua garganta. Ela vomitou por minutos, sua cabeça doía e cada vez se sentia pior. Quando terminou, Matt lhe deu água e secou-lhe o rosto. Depois, carregou-a até o quarto, sentando-a na beira da cama.

Laíssa tremia de frio, estava ensopada de suor e batia os dentes.

–Deus, o que esta acontecendo. – ela olhou para Matt e sua imagem estava embaçada. – Sono... acho que estou com muito sono... Tenho muito sono.

–Deite um pouco. – ela ouviu a voz dele ao fundo.

–Não posso... meus filhos...

– Durma querida.

– Não, estou péssima. Meu estômago e minha cabeça doem. – ela gemeu ao sentir tudo girar. – e esse maldito sono...

– Deixe-me ajudá-la a trocar essa roupa molhada. Vou trazer algo que vai fazer com que se sinta melhor.

– Não, tenho que ir embora.

– Desse jeito, não! - beijou-a na testa, foi até o seu armário e deu uma busca por lá. Encontrou uma camisa longa, de flanela, em uma das gavetas, e a trouxe.

Com a ajuda de Matt, ela tirou suas roupas e vestiu a blusa.

– Querida. Precisa descansar. - A cor começara a voltar ao rosto dela, mas os olhos permaneciam fechados. - vou ajudá-la.

Laíssa apenas balbuciava palavras desconexas.

Matt manteve os olhos fixos no rosto de Laíssa, era tão bonita! Nunca sentirá tanta paixão ou desejo ao olhar para uma garota. Quando ela deitou e deixou o par de pernas morenas a mostra, ele engoliu a seco, ele a queria e a teria, não importava o que tinha que fazer.

Ele faria.

Matt se despiu, ficando apenas com a boxer preta, andou até a cama, deitou ao lado de Laíssa, beijou seu ombro, olhou para ela dormindo, ficou maravilhado por tê-la exatamente daquela forma. Numa cama. Ele corria seus dedos pelo rosto delicado dela.


–Você é minha... - Matt a abraçou, deitou sua cabeça no travesseiro e suspirou triunfante antes de dormir. - ... Só minha!

...


Na manhã seguinte, Laíssa acordou assustada, com a cabeça pesada e o sol batendo em seus olhos, ouvia o barulho irritante do aspirador de pó em algum lugar da casa.


–Onde estou? - Pulou da cama e andou até a porta, abrindo-a.


Desceu as escadas devagar. Quando chegou à sala uma senhora, sorriu , desligou o aspirador e a cumprimentou como se ela já fosse um integrante querido da família.

–Bom dia.


–Bom dia. – Laíssa respondeu - Onde esta Matt?

–Foi trabalhar. Fiz café para você - disse ela ainda sorrindo - Você está mesmo com cara de quem está precisando.

–Obrigado, vou pegar apenas um café. Minha cabeça ainda dói bastante.

–Vou te dar um remédio.

–Obrigada. – Laíssa sorriu e de relance viu seu celular sobre a mesa, caminhou até ele. -Alguém desligou meu celular.

–Desculpe, fui eu. - a senhora disse com um copo de água e um comprimido na mão. – Pensei que fosse de Matt e desliguei, estava tocando incansavelmente, pensei que ele tinha esquecido e desliguei.

Laíssa o ligou e quando viu que havia vinte e nove ligações perdidas, lembrou-se que havia dormido e não havia ligado para a mãe, que devia estar preocupada com ela.

– Que droga. – ela ligou para casa e ninguém atendeu depois para o celular da mãe e também ninguém atendeu. – Que cagada que eu fiz - no exato momento que desligou a ligação, o aparelho tocou e ela atendeu rapidamente.

– Alô? O que? Oh meu Deus ... Estou indo... Estou indo o mais depressa possível.

Postado por: Grasiele

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