terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reparação - Capítulo 25


–Tom... - Grossas lágrimas caíram de seus olhos vermelhos e ela soluçou. – Te amo e estou feliz por esse filho... Estou feliz por nós... Muito feliz de verdade!

Tom sorriu com os olhos rasos d’água, ela se aproximou e afogou seus cabelos negros, depois em seus lábios, sentou em seu colo e o beijou com paixão e desespero, Laíssa se deixou chorar sendo amparada pelo marido. Lágrimas de felicidades, finalmente, substituíram as de tristeza, incertezas e de medo.

Ainda ficaram alguns minutos um nos braços do outros, depois tomaram banho e seguiram para o laboratório, já com o resultado em mãos, contaram para os filhos, para Miranda, Jörg e Bill, que felizes saíram para jantar num restaurante perto do parque do Ibirapuera, pediram champagne e quando as taças foram preenchidas e erguidas para o grande brinde, uma voz fez com que todos os rostos parassem e a olhassem para o lado:

– Ora... Ora... Estão brindando e não vão me convidar?

Todos se entreolharam, os olhos de Tom se arregalaram, Laíssa sentiu que ele pularia no pescoço de Mônica. A morena ia se levantar para pedir delicadamente que a amiga se retirasse, mas Miranda a segurou pelo braço, segurando-a na mesa e levantou-se erguendo o queixo e se aproximando da amiga de sua filha.

–Posso me sentar, amiga? – Mônica ignorou Miranda e com um sorriso falso perguntou a Laíssa.

–Se gosta dos seus dentes, nos deixe em paz. - Miranda nem deixou a filha responder.

– Devo ficar com medo? - Mônica usou a ironia.- O que pode fazer é não se meter no que não te diz respeito e ir embora. - respondeu Miranda.

–Olha só! Que mal criada essa senhora. – Mônica disse debochada.

–Você não viu nada. – Foi à vez de Miranda devolver o sorriso debochado – Sou uma senhora, educada e que odeia cenas indesejadas, mas juro se você não esconder esses dentes, der meia volta e sair de perto da minha filha e da família dela, você vai precisar de um cirurgião plástico e de um dentista muito bom.

– Esta me ameaçando? – Mônica deu um passo atrás quando Miranda deu um passo à frente, enfrentando-a.

Laíssa assistia calada a troca de farpas entre as duas, tentou levantar para mandar Mônica ir embora, Tom a segurou e manteve sua mão presa fortemente por debaixo da mesa. Impedido-a. Bill distraia os gêmeos junto com Jörg, Miranda era tão centrada, que estava escorraçando Mônica e os presentes, as pessoas das outras mesas não perceberam o momento indelicado.

–Não. – Miranda respondeu franzindo a testa. - Isso é um fato. Vá embora antes do seu silicone virar novas amídalas.

–Esta de acordo com o que seu genro fez? – Mônica estava realmente a fim de estragar a noite da família.

–Sim, estou de acordo com o que o meu genro fez. – Miranda olhou para Tom, séria. – Estou de acordo que ele coloque vagabundas vingativas e mentirosas em seu devido lugar.

Então foi à vez de Mônica olhar para Tom e depois seu olhar correu para Laíssa, que a encarou sem demonstrar nenhuma fraqueza, deixando claro que estava do lado da mãe e do marido. Que aquela cena da amiga era desnecessária.
–Vou embora não por que esta mandando. - Mônica voltou para Miranda, já nervosa e visivelmente fora dela.

–Não me importo com o motivo, apenas suma de nossas vidas, sua vaquinha invejosa e traiçoeira. - A mãe de Laíssa olhou para a porta, onde era a saída e finalizou a conversa, ainda discreta. – Vá, agora!

–Não acredito que esta compactuando com essa sujeirada toda. – Mônica tentou sua última cartada, se dirigindo para Laíssa. – Como pode ser tão idiota? Como pode permitir ser passada para trás e ainda continuar sentada, como uma... uma...

Algo que ninguém esperava aconteceu, Miranda segurou o braço de Mônica e praticamente a carregou para a saída do restaurante, chegando até porta, a empurrou para fora do restaurante.

Mônica se desequilibrou e caiu na calçada, demorou alguns segundos para olhar para cima, para os olhos de Miranda com os olhos cheios de água, pegou sua bolsa que estava um pouco distante, no chão e com a pouca dignidade que ainda sobrara, levantou-se e foi embora, sem olhar para trás.

–Mãe, não devia ter feito isso. – Laíssa disse a mãe quando ela sentou a mesa, respirou feliz, colocando o guardanapo no colo e sorrindo aliviada.

–Alguém tinha que falar umas verdades para essa cobra peçonhenta.

–Mas eu devia ter pedido a ela que...

–Não! – Miranda disse interrompendo a filha – Chega desse assunto, vamos brindar! – Ela levantou a taça. – E quando descobrir tudo o que ela fez, vai achar que ainda fui boazinha demais com ela.

– Existe algo que não sei. – Laíssa olhou para Tom, mas perguntou a mãe.

–Sim! Mas esqueça! - Miranda sorriu para a filha sem mentir – Esse é o seu momento, esqueça essa mulher. Ela já trouxe transtorno suficiente e outra... A hora dela esta chegando e quero estar no camarote e aplaudir de pé.

– Chega de Mônica! – foi à vez de Tom erguer sua taça, sendo imitado por Bill, Jörg e Miranda.

Laíssa ergueu sua taça e tentou esquecer. Afastou Mônica e incertezas de sua mente, o marido pediu para o garçom trazer uma torta alemã, a preferida da esposa e dos filhos e finalizou o jantar com chave de ouro esbanjando amor e caricias na barriga da amada.

Jörg deixou Miranda em sua casa e depois seguiu com Bill para a sua. Tom seguiu com sua família para a casa, ajudando Laíssa a colocar os filhos na cama e depois fez um chá de maracujá para a esposa que já estava na cama.

–Vai me mimar. – Laíssa bebeu o chá devagar, olhando os movimentos do marido que tirava a roupa e ficava apenas de boxer, depois abriu a porta de seu closet e pegou um hidratante para pele e sentou na beirada da cama, deixando cair um pouco do creme nas mãos e pegou um dos pés dela e massageou-o. – Hum... Acho que estou gostando de todo essa atenção.

Tom subiu a massagem para as pernas e viu a morena deixar a xícara vazia no criado mudo. Deitando na cama a mercê das caricias do marido que foi deslizando as mãos para cima, fazendo-a fechar os olhos e gemer.

–Você tem toda minha atenção, minha vida. – Tom sussurrou invadindo a intimidade dela com um dedo.

Laíssa gemeu alto e se deixou levar para outra dimensão, a noite terminou cheia de paixão, cheia de promessas e juras. Tom declarou todo seu amor a ela, e a morena não se intimidou e se entregou as mãos, a língua, a boca e ao amor do marido.

...


No outro dia, Laíssa andava nas nuvens. Ela estava mais leve, mais feliz e mais grávida do que nunca, com enjoos e uma ânsia leve, que não tirou a sensação de paz dentro da sua casa e principalmente da sua vida.

Esperava um telefonema de Mônica ou mesmo de Matt, mas nem um dos dois deu notícias.

Já havia colocado os filhos na cama e quando se preparava para subir para o quarto e se deitar. A maçaneta da porta mexeu, Laíssa ouviu o barulho da chave e depois a porta sendo aberta, Tom entrou, ela se virou e parou no segundo degrau da escada e o olhou. Ele parecia cansado.

–Parece cansado. – ela sorriu para o marido – Chegou tarde. Já passa das onze da noite.
–Sim, estou cansado... Muito, mas por uma boa causa. – ele colocou a chave na pequena mesa de vidro. - Tirei o resto da semana de folga... Na verdade, vou tirar um mês de férias.
–Esta falando sério? – Laíssa perguntou não acreditando, Tom havia faltado poucas vezes de seus compromissos, se afastar da loja era uma coisa que ele fazia raramente, quase nunca. Era tão bem sucedido em sua vida profissional talvez por esse “defeito”. – Está louco em abandonar tudo.

– É possível que eu esteja. – Tom respondeu sorrindo. Laíssa não estava pronta para aquilo, de modo nenhum. - Como está a mais linda mamãe?

– Melhor agora com essa notícia das suas férias.

– Venha cá... Foi um dia duro na loja, e eu preciso muito de um beijo de boas-vindas da minha mulher gostosinha. - Tom abriu os braços.

Ela correu para os braços dele, pulando em seu colo e o abraçando com as pernas, comprimindo os lábios contra os dele num beijo urgente, essencial, antes de mergulhar a cabeça em seu peito, em busca de conforto, de calor, de uma solução para seu desejo.

–Você está usando alguma coisa por baixo desse hobby? - ele perguntou com a voz carregada de segundas intenções, acariciando-lhe os cabelos, ainda com ela enroscada em sua cintura.

Ele lhe deu um beijo no canto da boca.

–Porque não tenta descobrir por si próprio? - Ela deu um sorriso malicioso. – Aposto que vai gostar do que descobrirá. - sussurrou ela, movendo-se sinuosamente contra o corpo forte e o ouvindo gemer, enquanto a detinha com as mãos fortes em seus quadris. - Vamos subir, as crianças estão dormindo, vamos fazer amor...

Ela o beijou na boca, descendo do seu colo e tirando a camisa de Tom de dentro da calça, e esfregando as pontas dos dedos no membro, já ereto dele. Ela abriu a camisa com tanta força que os botões voaram pela sala de estar.

– Laíssa! - exclamou Tom, gemendo. – Calma, o nosso bebê!

– A gravidez parece ter afetado meus hormônios - sussurrou ela beijando o queixo quadrado do marido - Porque tudo o que consigo pensar é em estar nua em cima de você.

– Não sei se devemos.

– Devemos. – ela beijou o peito de Tom devagar. – Estou queimando.

– Eu percebi. – Tom a segurou pelos ombros quando ela tirou seu membro para fora da calça, massageando-o devagar. - Pelo amor de Deus, pare! — ofegou ele quase enlouquecendo de desejo - Quer me matar?

–Eu quero você, Tom! Estou nua por baixo desse roupão, na verdade meus seios estão tão sensíveis que não posso colocar nada que os aperte... Veja! - ela pegou as mãos grandes dele e colocou nos seios.

–Preciso ir devagar... Antes que eu exploda e te deite no chão da sala e...

–Tom... me ame... No chão da sala... Em pé... Não importa apenas me ame. – ela aumentou os movimentos de suas mãos no membro dele, ele fechou os olhos e jogou a cabeça para trás.

Intimamente, Laíssa sabia que estava agindo como uma desesperada, mas não podia se controlar. Queria e amava Tom demais. Ela se ajoelhou na frente do marido e suas mãos juntaram-se aos lábios nas carícias, e os dedos encontraram todo tipo de zonas erógenas para atormentar Tom fisicamente.

Seus lábios corriam por todo membro de Tom, ele enfiou os dedos nos cabelos da esposa e apertou forte.

Satisfeita ao ouvi-lo gemer, ela sentiu que Tom estava próximo do seu limite. Por um segundo, imaginou que ele estava prestes a tentar detê-la. Mas ele não fez aquilo. Com voz grave e trêmula, Tom limitou-se a murmurar algo em alemão, fazendo-a erguer momentaneamente a cabeça para encará-lo.

– Quer que eu pare? - ela ronronou.


Tom fez um movimento com a cabeça em negativo e riu com um tom grave e sexy, e então Laíssa continuou com aquele tormento delicioso. Alguns instantes depois, ela não conseguia nem sequer encarar o marido, estava completamente fora de controle.

Mas não queria que ele finalizasse então se levantou e tirou o hobby ficando nua na frente dele.

Excitada, ela se aproximou e se esfregou nele, Laíssa segurou a ponta da língua de Tom com os dentes e sugou-a inteira, não querendo que ele parasse. Apenas quando sua cabeça começou a girar ela o soltou, para que ambos pudessem respirar.

– Você está fazendo jogo sujo, sabia? - Tom murmurou, segurando-a pela cintura. - Tudo bem. - ele gemeu segurando em sua cabeça. - Esta noite, vamos subir para o nosso quarto, na nossa cama. E então, faremos o amor mais suave e doce que jamais fizemos em nossas vidas.

– Sim... - Os olhos cor de mel encontraram os dela, ardendo de desejo. - Eu preciso disso... Preciso de você. - continuou ela em tom de voz rouco, enquanto lhe sustentava o olhar. - Será como a nossa primeira vez...

– Porque agora não quero mais segredos. - As mãos longas pousaram no ventre liso de Laíssa, acariciando-o enquanto ele a beijava, maravilhado. - Eu a recompensarei pelo sofrimento. Juro.

Laíssa correspondeu ao beijo com igual ardor.


– Ambos temos que nos recompensar, meu querido - sussurrou ela, sorrindo contra os lábios quentes. - E estou ansiosa por fazê-lo.

Tom conseguiu soltar uma risada rouca antes de ceder à tentação da boca macia.


Pegou a esposa e a levou para o quarto no colo e a levou para o quarto.

...

– Isso que é vida - Laíssa murmurou, ajeitando o corpo na banheira cheia de espuma depois do ato de amor mais perfeito de toda sua vida.


A morena lembrou-se de que fazia tempo que não ficava a sós em uma banheira com Tom. Era adorável. Relaxante e ao mesmo tempo excitante. Apenas os pés dos dois se tocavam naquele momento, e eles não podiam ver muito o corpo um do outro. Mas saber que estavam nus por baixo daquela espuma era bem estimulante.

– Tom... - ela disse, possuída por uma súbita determinação de encontrar mais respostas sobre os mistérios envolvendo Mônica.

– Sim, qual é o problema? - Tom indagou já sabendo o que a esposa perguntaria.

Laíssa engoliu em seco.

– Você disse que não haveria mais segredos entre nós.
– Sim. – ele respondeu seguro de si.

–Tom...

–Hum...

–Nunca teve nada com Raquel, não é?
–Nunca. Mônica mentiu o tempo.
–Por quê?

–Por que você tem algo que ela almeja muito e nunca vai ter.

–Como sabe disso? – Laíssa voltou a perguntar. – ela sempre te olhou com desprezo, sempre teceu os piores comentários contra você, o ódio nela chegava a ser palpável.

– Ela se oferecia todas as vezes que ficávamos sozinhos. Até quando você estava no hospital tendo os nossos filhos ela me ofereceu o que você não podia me dar naquele momento, algo quente e gostoso... E não era leite materno!

–Mônica deu em cima de você?

–Não. Ela se jogava mesmo, sem pudor e sem vergonha. Sua mãe e Bill presenciou muitas dessas cenas embaraçosas.

–Mas ela sempre foi muito bem resolvida com os namorados que ela tinha, sempre disse que era feliz e sexualmente satisfeita com eles.

–Mentira. – Tom se levantou, saiu da banheira, pegou uma toalha e estendeu para Laíssa que não se mexeu olhando para a água, imóvel. - se eles a satisfaziam por que ela se atirava em cima de mim.

– Nunca percebi nada. – Laíssa olhou para o Tom – ela sempre foi maravilhosa, atenciosa, uma grande amiga em qual eu confiei e amei por muito tempo. Uma irmã que eu nunca tive... ela... ela sempre esteve ali quando precisei dela.

Os olhos de Laíssa brilharam em lágrimas,como se a ficha tivesse realmente caindo. Tom se abaixou e acariciou o rosto molhado da esposa.

– Mônica foi a única amiga que me sobrou.

–Ela afastou todas suas outras amigas, não por você, e sim por ela! -Tom passou o dedo numa lágrima que rolava no rosto da esposa. - Ela não queria nenhuma outra amiga dando em cima de mim e conseguiu te isolar de todas elas e posso te garantir que nenhuma delas me atacou ou faltou com o respeito, sabiam que eu te amava demais e jamais daria atenção a elas.

Tom ergueu Laíssa da banheira e a envolveu com a toalha.


– O meu limite acabou quando ela foi ao meu escritório há menos de cinco meses, usando um casaco de pele enorme e com mais nada por baixo.

–Por que não me disse sobre isso? - Laíssa parou e olhou para o marido sem entender.

– Por que nessa mesma noite ela ligou aqui em casa falando sobre Raquel e você já deu a sentença contra mim.

–Mesmo assim...

–Você idolatrava essa mulher. Era Deus no céu e Mônica na terra, você beijava o chão que ela pisava, parecia que era exercia um tipo de hipnose sobre você. - Tom a abraçou e a sentou na cama - Acreditaria em mim se eu contasse a verdade? – Tom perguntou sem hesitar. - As vezes parecia que a amava muito mais que eu. Parecia que tudo o que essa mulher falava era lei... E era, por que olha o inferno que ela fez em nossas vidas. - Ele bejou-a nos lábios - Você tinha que abrir os olhos, você tinha que perceber e a sua ficha tinha que cair... Sozinha. Por que se alguém contasse tinha a possibilidade de achar que estavamos mentindo ou exagerando.


– Deus... O que eu fiz? – Laíssa olhou para Tom, envergonhada de ter sido tola, tão manipulada e tão cega em relação a amiga. – Burra... Como eu fui uma burra, idiota e cega... Eu... eu até o acusei de ser pai do filho da Raquel... Tom o que eu te fiz passar todos esses meses!

–O bebê já tem um pai... E pelo que eu sei, tem uma tia também.

–Uma tia?

–Sim. - Tom respondeu - Mônica é a tia do bebê. O irmão da Mônica, João, é o namorado de Raquel e o pai da criança que ela espera.

–Como é que é? – Laíssa se levantou da cama num movimento brusco – Tom, esta dizendo que Mônica sabia que essa criança não.... Filha de uma puta... Juro, eu vou matá-la com minhas próprias mãos e não esperarei nem mais um minuto para acabar com ela.

–Laíssa, calma!

– Calma? – Laíssa olhou para Tom com ódio - Essa mulher não sabe o monstro que ela criou dentro de mim! Você vem ou não comigo?

Postado por: Grasiele

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