quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Dangerous - Capítulo 14 - Prazer, Richard


Segunda, terça, quarta, quinta, sexta.
Uma semana. Duas semanas.
O tempo passou.
Parecia que quanto mais o final de ano se aproximava, mais o tempo passava rápido, não havia uma explicação, e eu achava que aquilo só estava acontecendo comigo. Se antes a pousada estava cheia, agora estava infestava de gente por todo lado, pensei em ir pra um hotel e liberar o quarto pra uso, mais meus pais foram totalmente contra. Mais porque ir a um hotel quando seu amigo tem um apartamento que cabe você e mais uma família de cinco filhos?
Simples, além da namoradinha dele não gostar de mim e vice-versa, eles estavam em uma lua de mel antecipada, era tanto agarramento que estava me dando nojo. Mais me deixava feliz, afinal não posso pensar só em mim.
Mais o que eu estou falando afinal? Depois do acordo com o filho da puta do Bill, eu andava também sumida e meio desorientada, nós tínhamos agora uma amizade típica daqueles filmes americanos. Mais eu tinha que concordar, a amizade tinha lá seus benefícios.
O lado mais positivo de tudo isso é que não estamos brigando, isso não é ótimo? Ao invés de brigar fazemos algo melhor, que dá prazer aos dois, não importa aonde, mais na maioria das vezes era na boate, Bill era um cliente Vip. Ou nos encontrávamos no final no meu expediente. O que me deixava em uma saia justa com o B. de vez em quando.
Estamos sempre a ponto de sermos pegos ou flagrados. Escondi e afastei o máximo que pude Bruno de uma banca ou noticia relacionado a famosos nos primeiros dias. Não que minha cara estivesse escancarada na capa da revista, mais alguns detalhes não iria passar despercebido ao meu amigo.
Isso me rendeu uma grande dor de cabeça para mim e para o Bill, seu irmão se divertia as nossas custas, ele ainda tinha magoas do pequeno incidente na casa dele aquele dia.
Com esses meus encontros freqüentes com Bill, que ia desde de ligações eróticas a noite até encontros picantes por ai a fora, eu me esbarrei com Aline, que estava triste e abatida, mais ainda assim do lado do Tom. Eles estavam juntos, mais ainda assim distante, longe, não sei por que ainda estão nisso, algo que não há nome para definir.
Mais o que Aline sentia tinha, nome e sobrenome acompanhado de um estava completamente apaixonada. Mais ela negou.
– O apaixonado, nunca admite que esteja apaixonado, isso serve para os viciados, não que no seu caso seja diferente, a única diferença em você é que seu vicio anda por ai – Disse a ela em uma de nossas conversas.
Ela voltará a falar comigo, e eu parei de querer abrir seus olhos, afinal é errando quebrando a cara que a gente aprende a fazer a coisa certa.
Afinal se a pessoa que a gente ama, nos trás mais lagrimas do que sorriso, ela não é merecedora no nosso amor. Uma hora ela iria perceber isso, e acordar dessa ilusão que a própria mente dela projetou que um dia seu amor por ele vai ser correspondido.
Balancei a cabeça, era tanta coisa acontecendo, e provavelmente uma delas iria sair do meu controle. Girei os calcanhares assim que ouvi a porta se abrir atrás de mim, fazendo barulho lá de baixo entra por breves segundos dentro da sala.
– Não vai descer? – Perguntou, sentando folgadamente na cadeira.
– Estou indo já.
– É melhor você ir mesmo, sua amiga está dando um show à parte – Informou.
– Como assim dando um show a parte? – Perguntei franzindo a testa em total confusão.
– Sua amiga Aline está lá embaixo tomando todas e cantando pra quem quiser ouvir – Disse em um tom entediado, revirando os olhos em seguida.
– Você sabe o por quê? – Voltei insistir.
– Eu lá tenho cara de psicólogo? – Devolveu arqueando uma sobrancelha.
Bufei. Bruno quando queria sabia ser desinteressado com o próximo. Levantei-me da cadeira emburrada, indo a passos firmes até a saída. Mas B. fez um comentário que me fez grudar os pés no chão.
– Você anda estranha... Sumida! É! – Falou consigo mesmo – Sumida seria a palavra certa.
Anos de experiência me ensinaram a agir em uma situação como essa. Soltei ainda de costas um sorrisinho travesso, e me virei contra atacando seu comentário, que estava explícito que ele queria tirar alguma informação que eu não iria dar.
– Não andei sumida, andei ocupada – Justifiquei com uma respostas simples, mas ele pareceu não se contentar com essas meras palavras.
– Com o quê? Exemplos?
Um passo em falso meu, e ele me pegaria na mentira.
– Oras é fim de ano! Festas, casa lotada, amigo secreto, aniversários – Ele balançou a cabeça. Convenceu-se – E você já falou com o Doutor Der...
– Vai deixar a Aline espantar os clientes?! – Me interrompeu em uma expressão incrédula
Eu estava tão preocupada em mentir, que me esqueci dela. Merda.
Na curva da escada já dava pra ver sua silhueta dançante na pista de centro, os marmanjos se aproveitavam dela
– Vem Aline – Peguei em um dos seus braços enquanto no outro ela tentava equilibrar um copo de bebida, que assim que me afastei de lá tirei de sua mão, depositando em qualquer lugar que ficasse longe dela.
Enquanto subíamos as escadas, eu lhe interrogava perguntando o porque da bebedeira, mas ela mais chorava do que respondia.
– Ele-ele-ele ta-tava lá... – Me olhou com aqueles olhos verdes totalmente sem vida. Soluçava tanto que mal conseguia formar uma frase direito.
– Toma – Entreguei um copo de água com açúcar – Isso vai te ajudar a se acalma.
Ela se sentou e tomou tudo, e de repente contraiu a cara.
– Desculpa – Pediu toda sem jeito, limpando a boca com as mangas de sua camisa.
– Rock eu já vou ind- – B.parou e não gostou do que viu – Ah merda! Caralho! Porra Aline não podia ter feito isso na puta que pariu?!
Peguei-a pelos ombros ignorando o comentário dele.
– Vou leva - lá pra minha casa.
– Agora que estrago o já está feito? – Disse aborrecido.
– Bruno!
– Tá, vai com deus... Thau!
Nós deu espaço e nos saímos.

Foi um esforço leva - lá da boate a minha casa. Ainda mais que ela parecia ter o dobro de seu peso. Tentei não chamar atenção pra não acordar ninguém, mais foi em vão, meus pais acordaram, minha mãe veio rapidamente ajudar, fez um chá pra Aline não acordar tão mal no outro dia. Enquanto minha mãe fazia isso, eu já ajudava ela que mal conseguia parar de pé, e isso não ajudou na hora de lhe dar um banho,fora que ela não parava de reclamar da temperatura da água e dizer que odiava Tom. Eu não falava nada, também o odiava.
Odiava os dois.



– Vai fazer algo de especial?
Finalmente domingo, e apesar de ser cedo eu estava bem disposta conversava com minha mãe sobre preparativos, pois uma data especial estava se aproximando, e eu tinha varias idéias em mente.
– Especial? Não! Fantástico!
Minha mãe riu da minha empolgação.
– Anda mais alegre, antes estava tão preocupada, triste, o que aconteceu? – Me olhou atentamente.
– Resolvi uns problemas que estavam me incomodando a uns tempos já – Dei de ombros. Não era mentira só não entrei em detalhes sobre qual seria o problema.
– E o Bruno não vi mais esse menino!
– Namorando, chato, arrumando problema, idiota, doentinho, fofo...
Fiz o que há muito tempo não fazia: conversava civilizadamente com alguém.




Preocupada. Além dessa palavra outras mais poderiam me descrever o meu estado agora. Ele passou mal de novo, pior que foi assim do nada, segundo os funcionários ele estava acompanhando o ensaio da apresentação de final de ano do Cassino que iria ser a par da boate, aonde haveria diversidades de jogos de azar.
Mais como assim Cassino?
Ultimamente era tanta coisa que alguma coisa iria sair do lugar, ou eu iria esquecer, a algum tempo estávamos investido nisso, um Cassino, Bruno estava vendo longe nos seus negócios, ele disse que só a boate estava enjoativo. Queríamos inaugurar ela agora nessa semana, pra estar todos sabendo para o final de ano, B. e eu nos desdobrávamos em vários pra dar conta de supervisionar tudo, nada, conforme meu amigo poderia dar errado no dia da estréia. Deve se de nota que ele usou isso pra seu pequeno mal-estar. Stress.
E assim como íamos lidar com mais dinheiro a segurança iria ser redobrada, a sala de vídeo sofreu uma grande mudança e todos que trabalhariam conosco deveriam usar ponto eletrônico. Como Bruno já tinha essa ideia a algum tempo antes de eu vir pra cá, ele se adiantou em aprender a manusear uma arma. O que mais me deixava indignada é que ele era cuidadoso com seu patrimônio e com sua saúde desleixava.
A correria era demais por toda boate e cassino, os últimos retoques eram dados. Não consegui me encontrar com o Kaulitz, ele estava apurado com o lançamento de seu aplicativo BTK, e cansada do jeito que eu estava a única coisa que eu sabia fazer depois de sair – tarde da noite – da boate era dormir. Os funcionários se duplicaram e era uma luta pra saber os nomes de todos.
Daríamos uma grande festa de inauguração, a parte de convites ficou comigo, chamei nossos sócios e algumas pessoas da Elite, chamei também Jeff que apesar de sua agenda lotada, segundo ele, viria nos prestigiar, mais não iria vir igual a um pingüim, e Aline que já bem melhor, mais iria ao lançamento do aplicativo dos Kaulitz, e meus pais tinham que cuidar da pousada.
Chamei Bill mais por coincidência ou não, a estréia de seu aplicativo seria no mesmo dia que o da gente.
Palco, luzes, dançarinas, figurinos, Buffet, convidados. Todos devidamente checados. Ia dar tudo certo.
– Toma coloca isso e só tira pra dormir! – Me entregou o que eu poderia descrever ser do tamanho de uma ervilha, só que um pouquinho maior.
– Já?
– Já sim! Agora coloca isso antes que eu mesmo envie isso no seu ouvido.
– A sutileza manda lembranças – Disse enquanto enfiava o ponto no meu ouvido.



Só havia uma coisa que poderia ofusca o brilho do Cassino aquela noite.
O Gloss da namorada do Bruno.
Eu não sou do tipo que rapara nesse tipo de coisa, mais no caso dela era involuntário. Jeferson chegou a franzir o cenho, aquilo estava ridículo. Jeferson passou a mão por minha cintura e fomos até o encontro de Bruno e companhia.
– Rokety te liberei 2 horas antes que era pra você chegar mais cedo, não em cima da hora – Deu um sorriso forçado.
Como resposta mostrei o dedo. E olhei pra Fernandis.
– Gloss.?
– Sim, gostou?
– Não, achei só que você tinha caído de boca numa bacia de óleo de cozinha.
– Ou beijado uma coxinha... – Jeferson deixou escapar e fico todo sem jeito.
– Ah, vai se fude vocês dois vem amor.
– Credo que estressado – Murmurou Jeff.
– Aram, vem vou te mostrar a instalação.
– Velho eu vou ficar pobre de tanto joga nessa porra!
Conforme as pessoas iam chegando eu e Bruno como anfitriões as recepcionava, dando sempre boas vindas, e indicando os possíveis lugares de acomodação.
Uma das coisas que estavam me deixando agoniada, não era nem o fato do Bruno querer discursar lá na frente e sim o cabelo dele que parecia ter saído de uma ventania. Cheguei perto dele e pra avisa mais ele se antecipou e falou antes.
– Merda estou com fome!
– Falando em merda, seu cabelo tá uma bosta – Disse de canto boca.
– Falando em bosta sua maquiagem tá uma merda – Devolveu.
– Falando em merda seu cabelo tá uma bosta!
E assim continuamos até um pigarro chamar nossa discussão madura.
– Velho vocês dois são muitos retardados – Jeferson balançou a cabeça.
Assim que estava todos sentados e servidos, Bruno foi fazer o que eu mais temia, falar.
– Senhoras e Senhores e com grande alegria que hoje com ajuda da minha amiga e sócia Rokety Francis que inauguramos nosso Cassino que vai ficar a par da boate que todos vocês conhecem – Pensando bem ele não se saiu mal – Aproveitem e comam bastante que de graça é só hoje, obrigada.
Simultaneamente eu e Jeff batemos a mão na testa, ele não falou aquilo.




Sabe amorzinho hoje à noite nós vamos fazer uma estréia lá em casa né?
Eu não estava ouvindo aquilo.
Uhum – Ela gemeu.
Qual vai ser a fantasia de hoje? – Perguntou e dava pra ouvir que ele a beijava.
Posso ser a Chapeuzinho e você o lobo muito mal.
Que safada. Eu queria rir, mais estava muito bom aquela conversa. Jeferson estava do meu lado, e se segurava.
Oh sim...
Mais eu resolvi interromper.
– Bruno você sabe que os funcionários e os seguranças estão ouvindo essa pouca vergonha sua né?
Assim que falei o estrondo do outro lado foi bem audível, e o risos de quase todos os funcionarios foram ouvido pelo meu ponto.
– O Bruno borá fazer uma parceria?
Rimos.
Calem a boca eu não achei graça caralho!
– Bruno como assim todo mundo tava escutando?!
– Pelo menos tiro um pouco daquele Gloss – Comentei com Jeferson.
Fui ao banheiro e demorei um pouco e retoquei a maquiagem, fumei, e logo voltei, mais estava tudo estranho e diferente, tudo estava silencioso, não que não tivesse musica, mais as pessoas não faziam seus movimentos como antes.
Volta pra onde você está!
E antes que eu pudesse perguntar o porquê, ele estava no centro do palco, com aquele sorriso diabólico. Jeferson estava poucos metros na minha frente, a sala estava tomada por homens, Bruno estava do outro lado do salão mirando ele que parecia se divertir.
– Eu não fui convidado, mas acho que não preciso né? – Falou no microfone e olhou diretamente para o Bruno, como se aquilo explicasse tudo. Nas extremidades do Cassino, notavam-se vários homens de preto com uma mascara de palhaço, mais ele fazia questão de mostrar o seu rosto.
– O Halloween já passou palhaço – Bruno se pronunciou não deixando de fazer piada.
Calma Bruno – Sussurrei.
Mas isso não o afetou. Eu sabia aonde ele poderia ir, até aonde ia o limite de sua paciência. Recuei um passo para trás, mais senti algo gélido em minhas costas.
– O dono da festa pediu pra mim te dar um tratamento especial – Um dos capangas dele sussurrou no meu ouvido.
Estremeci olhando todos os convidados assustados. Droga.
– Oh não me convidou pra festa de Halloween, e nem pra estréia de seu cassino – Suspirou numa falsa tristeza – Péssimo irmão você heim? Mais não se preocupe eu não fiquei magoado – Voltou à atenção a platéia que assistia tudo sem entender, deu um sorriso sádido e continuou – Prazer me chamo Richard e vim roubar o dinheiro de vocês.
Fazendo em seguida uma reverencia a todos nós telespectadores que esperávamos agoniados para o próximo espetáculo que viria a seguir.

Postado por: Grasiele

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