quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Dangerous - Capítulo 12 - Tudo Pro Alto


Um mês havia se passado. Ou quase isso.
Não sei dizer corretamente, pois não sou de contar o tempo, e sim os acontecimentos que ocorre.
Como eu tinha previsto, aquela primeira semana foi somente uma maré de azar, que assim como as outras que se fizeram presentes na minha vida, passou e levou consigo tudo aquilo de ruim que tinha trazido pra mim. As coisas tinham melhorado, e eu estava realmente feliz.
O único vestígio dá corrida que insistiam em permanecer em mim, foi as cicatrizes, mais eram poucas, eu já não usava a tipóia, já poderia me movimentar livremente. Com isso eu resolvi explorar mais o lugar em que morava, pois eu não morava sozinha. Estávamos em época de temporada, vinha muita gente de fora, a pousada estava lotada de pessoas de varias nacionalidades, e como eu sabia o alemão, minha língua de origem, o inglês e o francês, eu ajudava meus pais como podia. Como o combinado eu comprei a parte na sociedade do Bruno, e agora éramos parceiros até de trabalho.
Como chefe meu trabalho se reduzia a quase nada, e quase sempre era a noite que eu precisava estar lá, então eu aproveitava pra fica no Quiosque dos meus pais, que era na praia. E também aproveitava, ora a vista que era espetacular, ora pra dá uma fugida e aproveitar a água.
Não vou mentir, eu ainda me lembrava com clareza das palavras ditas por ele no telefone aquele dia, como se eu tivesse um disco riscado tocando no fundo da minha cabeça que só sabia repetir aquilo, era até bom, pois assim demoraria pra mim esquecer.
Devo acrescenta que B. não cumpriu, vamos dizer assim sua parte. Ele sequer precisou aparecer na boate para que Bruno acertasse as contas com ele, foi um dia depois mesmo, eu tentei impedir, mais homem é homem, não tente parar um quando eles estão com raiva. E minha tentativa foi inútil.

– Até que enfim né mãe! – Falei assim que ela tinha me ajudado a colocar a roupa – Acho que vou ligar para o Bru...
Meu celular tocou.
– Deve ser ele – minha mãe disse – então já vou indo – me deu um beijo na testa e saiu. Peguei rapidamente o celular atendendo-o.
– Oi coração – Atendi alegremente, com um sorriso bobo no rosto, que se desfez assim que eu percebi que não era ele que falava do outro lado.
– Ah.. – Disse confusa – Aqui é a Fab...
– Dispenso apresentações – A cortei rapidamente.
– Só queria avisa... – Disse rudemente – que o seu amado amiguinho – esbanjou ironia – saiu daqui direto para casa do famoso Bill Kaulitz – ela dizia o nome dele, como se ele fosse um rei ou algo do tipo.
– Fazer o que lá?! – Disse com uma ponta de histeria na voz, querendo ignorar o alerta que minha mente imitia sobre o que ele provavelmente foi fazer.
– Não sei – Falou grosseira – Mais SE meu amor, se meter em confusão por causa de você, nós vamos conversa mais de perto entendeu? – Ela disse de forma bem ameaçadora, porém, eu simplesmente olhei a unha entediada com sua ameaça de quinta.
Limpei a garganta.
– Olha aqui você... – comecei ríspida – se você vim com essas suas ameaçazinhas novamente pro meu lado, eu mesma farei o favor de te mostra o caminho do inferno, com uma passagem só de ida, então cala essa sua boca, e se foda vadia.
Desliguei na sua cara, não há dando chance de resposta. Porem agora eu tinha um problema. Onde o desgraçado morava? O que eu mais fiz nesses minutos foi pensar, porém, eu rodava em círculos dentro da minha mente, tentando achar um caminho aonde eu pudesse começar, mais nada vinha a minha cabeça...
– Jeferson! – praticamente gritei seu nome, levando rapidamente minhas mãos ao telefone o discando rapidamente. Chamava, um toque, dois toques, e nada dele atender – vamos Jeff...- eu andava em círculos pelo quarto, com uma mão na testa.
Até que no quarto toque ele atendeu.
– Jeferson falando
– Eu sei né, ou você acha que eu sou algum tipo de retardada que não sei ler o nome da pessoa que estou ligando? – Eu estava tão nervosa que descontei tudo em cima do Jeff, e ele não tinha nada a ver com que estava acontecendo – Desculpa...
– Porra mulher! – Exclamou dando uma risadinha – Tudo bem, mais o que aconteceu pra você estar nessa calma toda? – Perguntou todo sarcástico.
– Preciso da sua ajuda... – Disse olhando o relógio no meu pulso, vendo o ponteiro do relógio indo cada vez mais rápido a cada batida do meu coração – Droga... é o seguinte preciso do endereço da casa do Kaulitz sei que você me ajudar nisso e rápido – Implorei agoniada.
– Mais eu não sei! – Suspirou do outro lado – Faz seguinte, na favela de Los Angeles é que eles não moram, provavelmente eles devem morar lá pro lado do Vila Square, aonde só moram famosos, vai indo pra lá, que eu já te ligo mandando o endereço
– Ok – Falei rápido desligando o telefone.
Peguei as chaves do carro, e sai apressada, esbarrando sem querer em grupo de pessoas, tive sorte de não esbarrar em um dos meus pais, pois eu teria que mentir sobre meu destino, pois a maioria das coisas eu omito deles, não quero ver eles preocupados, com problemas meus.
O problema era que eu sabia muito pouco sobre as ruas de Los Angeles, mais se o bairro era famoso eu iria conseguir achar facilmente. Quase chegando ao bairro Jeff me ligou.
– E ai? – Perguntei ansiosa.
– Ele mora na entrada do bairro, no final da rua XV de Novembro, portão branco, uma casa bem fechada muito fácil de achar – Explicou. – E não se meta em confusão – Avisou-me.
– Pode deixar – Menti – E obrigado – Agradeci, mandando um beijo antes de desliga.
E como ele disse, sua casa era bem fácil de achar, levando o fato de que Bill e Bruno estavam se matando, tinha dois seguranças, mais o Tom. Que quando viu seu irmão levando um soco bem dado, se intrometeu e deu um de volta no B.
– Filha de uma mãe!
Parei o carro de mansinho, vendo o Kaulitz mais velho de trás, cheguei de mansinho e dei um chute em sua canela, o fazendo fraquejar. Com o grito dele, todos pararam o que estavam fazendo e olharam pra mim.
– Vaca... – Tom disse puto, acariciando sua perna.
– O que você faz aqui Roky? – Bruno perguntou exaltado.
– Eu é que te pergunto! – Retruquei.
– Eu vou te processa, aguarde meus advogados! – O Kaulitz mais novo nos interrompeu, anunciando o que faria, cuspindo em seguida o sangue que se encontrava em sua boca – Eu tenho testemunhas – Apontou os dois seguranças.
A minha vontade nesse momento era deixar Bruno se ferrar, pois eu pedi, ou melhor, o mandei fica na dele. E caso Bill fizesse isso mesmo, ele ganharia, pois quem foi causa encrenca foi ele. Mais meu instinto protetor infelizmente falou mais alto. Fazendo-me interferir na briga, a favor dele.
– Bill – O chamei. Não falei brava, nem rude, nem nada, falei calmamente, acariciando as têmporas – Vamos conversar – pedi educadamente.
Ele me olhou daquele jeito debochado, como se dissesse '' Eu tenho tudo sobre controle''. Nesse meio tempo os seguranças já tinha ido embora, e Tom apenas acariciava sua perna sussurrando '' vai ficar roxo... ''. Bruno me olhava com uma indignação bem visível. O fato era que eu e ele, tínhamos um acordo, '' ambos não se meteriam no problema do outro '', claro que na hora, esse acordo era a ultima coisa que pensávamos, mesmo não o seguindo a risca, ele ainda existia. E Bruno fazia questão de ressaltar.
– Temos um acordo não temos? – Pergunto arqueando as sobrancelhas.
– Não quer conversa Rokytizinha – Bill falou cínico, se aproveitando da situação, vendo que isso não agradava em nada Bruno. Esse só o olhou com um olhar mortal, avançando um passo em direção a Bill, que não se intimido com os punhos fechados de B.
Antes que ele fizesse outra merda, eu o impedi de ir lá e socar a cara do desgraçado.
– Sim, vamos conversar, e sem apelidos – Avisei, perdendo pouco a pouco paciência que me restava. Virei-me para o Bruno que me olhava chateado. – Hey – passei a mão sobre seu rosto. – Vai ficar tudo bem...
– Não vai – Discordou, contorcendo a cara em uma careta – Estou te esperando aqui fora.
E assim que o Bruno deu alguns passos se afastando, ele fez questão de provocar.
– Vai, vai rápido, não é homem o suficiente pra me enfrenta né? – Bill riu alegremente – Não honra o que tem entre as pernas – Continuo provocando.
Dessa vez eu iria deixar Bruno avançar sobre ele, mais ao contrario do que eu pensei, meu amigo não se deixou levar pela provocação. Voltou alguns passos e parou novamente do meu lado, encarando Bill.
– Você que é homem né Bill? Homem é aquele que na hora que a pessoa que ama está presta a pular do precipício e você vai lá dá o empurrão né? – Disse, e o sorriso no rosto de Bill já não era mais visível atrás da mascara de ódio que ele estava – Ou melhor, machuca a pessoa da pior forma, ou mais um exemplo liga pra ela somente pra satisfazer seu ego, qual delas te faz mais homem e te faz honra o que você tem no meio das pernas?! – Bruno encarou Bill esperando uma resposta que nunca seria dada – Se for pra ser homem igual você, tenho o orgulho de dizer que sou feliz em não ser.
Eu fiquei estática diante das palavras dele, eu sabia que aquilo não era pra mim, mesmo assim não pude deixar de me sentir estranha. E quando olhei para o lado novamente, ele já não estava, atravessava a rua, limpando sangue em seu rosto com a manha da camisa.
– Acho melhor você ir Rokety – Falou de um jeito frio, sem vida.
– Mas nós não íamos....
– Acho melhor você ir – Me interrompeu, repetindo novamente a frase, engrossando mais a voz.

Não sei dizer o que aconteceu direito naquele dia que fez Bill se distanciar de mim, não que eu quisesse ele grudado em mim. Mais o silencio era mais doloroso que suas palavras. Pois nelas ele expunha o que sentia, o silencio só me trazia o vácuo.
Na boate ele fazia questão de traçar caminhos diferentes do meu, visando sempre não se esbarrar comigo. Algumas vezes, raras, os nossos olhares se encontravam, porém, eram rápidos demais, caso eu piscasse perderia o ocorrido.
Apesar de ter meu número e eu o dele, nunca ouve ligações de ambas as partes, varias vezes passei horas olhando número pensando em ligar, e esclarecer tudo, mais a minha vontade não era tão grande quanto minha coragem.
E sem permissão, mais uma vez a solidão se fazia de companhia pra mim, Bruno de alguma forma me abandonou, pois agora ele tinha a namorada dele, e ela fazia questão de não dividi-lo comigo. Eu a odiava, minha vontade era de passar minhas unhas naquela cara deslavada dela. Mais se meu amigo estava feliz, quem era eu pra estragar ela? Eu já tinha ocupado ele demais com meus problemas, agora eu teria que agüentar e resolver tudo sozinha.
Apesar dos meus avisos, Aline ainda continuava se encontrando com o Kaulitz. Várias vezes ela pergunto da onde eu tinha tanta certeza de que ele não prestava, e por medo de perde sua amizade, eu só falava: sexto sentido de amiga.
Mais essa não era a única pergunta que ela me fez sobre eles, a sua curiosidade nos primeiros dias era quase insuportável. Afinal ela queria saber da onde que eu os conhecia, parecia àquelas crianças na fase do por que. Tudo tinha que ter um porque no meio.
E por achar que não era tão digna da minha amizade como Bruno, ela fez o que eu temia. Se afastou. Só que aos pouquinhos, e quando eu vi, ela já não se fazia mais presente na minha vida.
Eu estava literalmente sozinha.
E quando eu estava sozinha eu só sabia fazer uma coisa: Pensar.
Pensava que se talvez eu tivesse colocado uma vírgula, eu poderia mudar toda aquela porcaria que eu fiz. E que seu pudesse comprar qualquer coisa, eu compraria uma segunda chance.
Mais acho que se eu pudesse voltar, eu faria tudo de novo, acabaria cometendo os mesmo erros de antes, iria insistir nas mesmas coisas, pois eu sou tão idiota que não sou nem capaz de pensar sem me punir pelos meus próprios pensamentos, eu não sou nem capaz de encarar a realidade sozinha sem me machucar, e me perder no caminho.
Porque a verdade era que minha vida era um grande, enorme, poço de mentiras e promiscuidade. Eu mentia tanto para as pessoas que me amavam, que por muitas vezes eu acabava por acreditar na mesma. Talvez por que eu espero que um dia ela fosse verdade.
Mentia para meus pais, dizendo que estava tudo bem, quando na verdade eu estava desmoronando por dentro. Sempre foi assim, sempre vai ser. Eu nunca falava a verdade por medo, fraqueza, vergonha.
Eu poderia resumir minha vida em algumas palavras: Sexo, dinheiro, popularidade, bebidas, mentiras, mutilações e drogas. Sim, se droga não era exclusividade só do Bill, começamos juntos, começamos muitas coisas juntos. Porém não terminamos varias delas. Hoje eu poderia riscar duas coisas dessa lista: a popularidade e as drogas.
Eu realmente não sei o que espera do futuro. Na verdade ele me assusta.
Acho que a pergunta certa seria: O que eu espero do futuro?
Que um dia por ventura minha relação com Bill mudasse? Melhorasse? Ou que simplesmente de uma hora para outra nós nos déssemos bem de uma vez por todas? Ou que ficássemos de alguma maneira juntos? Se não deu certo antes, agora é que não vai dar. Nem eu, nem ele nasceu para serlegal ou bonzinho, vivíamos e vivemos de aparências. Essa é a realidade.
Hoje, mais madura, eu tento fazer algo certo, concertar os erros do passado, fazer alguma escolha certa, algo que valesse a pena, alguma coisa que faça com que alguém um dia se orgulhe de mim. Mais em compensação, estou aqui, deitada na minha cama, no meio dos lençóis, revivendo minha vida. É por isso que não gosto de ficar sozinha, quando vejo já estou lembrando, me punindo, e pensando que tudo podia ser diferente, quando na verdade nada vai mudar.



Estacionei o carro, sentindo meu corpo indo pra frente com a freada que eu dei quando parei meu carro na frente do hospital. Sai apressada, ajeitando a bolsa em meu ombro. Passei pelo corredor indo direto no balcão aonde se encontrava a recepcionista.
– Moça – Disse com a voz a falha. Pois eu não sabia o que tinha acontecido de verdade, quando ela me disse que ele estava mal, eu soube sair da cama as pressas e vim o mais rápido possível – Um amigo meu ele tá aqui o nome dele é Bruno Coller – Falei dando uma pausa para respira.
– Espera um minuto – Pediu um pouco assustada pelo modo que eu cheguei. Deslizou rapidamente os dedos pelo teclado, procurando com os olhos o nome dele – Corredor 2, sala 245.
– Obrigado – Agradeci, indo para o corredor indicado, passando rapidamente os olhos pelos números indicados, até chegar ao que eu queria.
Faltando uma porta pra chega no quarto dele, ela saiu de nariz todo empinado, com uma expressão de nojo na cara, passando as mãos pela perna.
– Que nojo.
– É nojento pra você ficar no hospital com seu amor? – Debochei, mais minha voz era dura,ameaçadora.
Ela se virou rapidamente me olhando assustada, desfazendo sua cara de nojo, forçando de imediato uma triste.
– Não, não – Desconversou rapidamente, com a voz melosa – Estou dizendo que é um nojo um hospital desse porte, não saber diagnosticar de imediato o que meu amorzinho tem. – Se justificou.
Não disse nada. Por enquanto, eu ainda ia ter um papo com ela, por hora eu tinha coisas mais importantes pra fazer. Girei a maçaneta da porta, entrando no quarto, vendo o medico conversar com o Bruno.
– Só de vez em quando, coisa normal – Respondeu a uma pergunta que o medico fez.
Bruno olhou de relance pra mim, e com um aceno com a cabeça pedi pra que ele progredisse com as respostas. Pelo que pude notar e ouvir, B. havia tendo algumas tonturas, dores de cabeça, e hoje um desmaio. O que para mim e o medico, era preocupante, já pra ele, coisa normal, estresse do trabalho.
– Ok Senhor Coller, vamos fazer exames, e isso não é stress – Alertou o medico, que se chama Deris, antes de sair da sala e nos deixar a sos.
Ficamos nos encarando por longos minutos até que ele se pronuncia.
– Não fumei, não bebi nem me droguei, e faz dois dias que não faço sexo – Se defendeu.
– Sua vida sexual não me interessa – Rebati.
– Achei que se importasse com minha saúde! – Exclamou franzindo o cenho.
– Falou certo, sua saúde, não suas fodas com aquela arrombada. – Falei, largando minha bolsa na cômoda ao lado, e me sentando ao seu lado na cama – O que aconteceu?
Ele bufou ao meu lado.
– Nada – Respondeu sem dar importância ao que eu disse.
– Nada? – Repeti incrédula – Quer dizer que por um nada, você desmaia, vem pro hospital, está aqui, e ainda por cima o medico te mandou fazer uma bateria de exames? Tem certeza que é nada?– O olhei furiosa e um tanto indignada.
– Para de drama! – Se levantou – Fernandis estava certa isso não é nada, se eu não tivesse desmaiado nem teria vindo aqui.
– Claro que a puta estava no meio! Pra ela você morto, é melhor do que vivo interesseira – Aumentei a voz me levantando também.
– Ela tem nome! E não é interesseira! – Aumento a voz também, sobrepondo sobre a minha. – Você sai com o Bill, faz um monte de merda, e quando você namoro ele, se é que podemos dizer assim – Revirou os olhos debochado – eu te dei maior apoio, mesmo ele não valendo o chão que pisava, nem por isso eu o xingava. – Finalizou, passando a mão pelo rosto.
– Não preciso ninguém me ajudando a xinga ele, eu faço isso sozinha – Respondi, abaixando o tom de voz. Pois eu sabia admiti que ele estivesse certo. – Mas poxa vida Bruno, custava ela incentiva você a vim em um medico?
– Já não estou aqui? Pronto acabou já era, agora vamos para de piti.
– Tudo bem – Concordei contra gosto.
Voltamos abraçados a nos sentar.
– Você precisa ir pra boate, hoje é Halloween , a boate está lotada, pelo menos um de nos precisa estar lá – E quando eu pensei em retrucar – Somos sócios não amigos.
– Mas... – Choraminguei. Querendo no fundo fica ali com ele, pois nela eu não confiava.
– Trabalho é trabalho, vida pessoal é vida pessoal, não podemos misturá-los – Me cortou, mostrando seu lado responsável e maduro.
– Porque você não é assim responsável com sua saúde? – Perguntei indignada.
– E porque você ainda está aqui? – Devolveu, arqueando a sobrancelha.
– Porque eu quero – Lhe mostrei a língua. Ele sorriu.
– Hey, se divirta, afinal nem tudo é trabalho – Piscou pra mim marotamente.
Mesmo eu não querendo, eu tive que ir, mais sem antes dar um abraço apertado nele. Andei pelo mesmo corredor que vim, olhando em volta pra ver de encontrava a vadia, na frente do Bruno eu até poderia fingir que aceitei mais por trás eu queria matá-la. Aposto que ela só fez isso pro meu amigo morre e ela fica com o dinheiro dele.
Apesar da minha louca vontade de descarrega minha fúria nela, eu não a encontrei. Mais eu não esqueceria.



Foi difícil entra no estacionamento para a boate, havia muitos carros e pessoas lá fora, todas com uma fantasia diferente, eu simples, de jeans, blusa xadrez e um salto. Afinal eu não estava ali para me divertir, e sim para cuida que tudo desse certo.
Abri a porta que dizia '' Somente para funcionários autorizados '' passei cumprimentando os funcionários que eu já conhecia. Fui ao escritório pegando os papeis que indicava a programação para hoje.
Virei-me, o escritório tinha uma vista panorâmica, no qual dava uma visão privilegiada na festa que acontecia. Dei uma ultima olhada no meu visual e desci. Passando de pouco a pouco pelas áreas Vips, geralmente dávamos mais atenção a elas, pois era mais bem paga. Tudo estava certinho, só faltava o pequeno Show de musicas eletrônico, que tinha participação de David Guetta.
Resolvi aproveitar, me divertir, desci as escadas, indo até o bar.
– O que seria pra Senhorita Francis? – Disse Adam, um dos garçons, se escorando no balcão.
– Rokety – O corrigi – Um Uísque duplo e sem gelo.
– Ok
– Sempre exagerada – Sua voz soou do meu lado – Uma Vodka com energético pra mim. Curtindo? – Perguntou, se inclinando na minha direção.
– Está sem companhia pra vim puxar papo comigo? – O encarei confusa. – E cadê sua fantasia?
Ele estava vestido como eu, normal.
– Vim fantasiado de mim mesmo. – Sorriu, enquanto nós pegávamos nossas bebidas.
– Sua fantasia só não está perfeita por um detalhe – Comentei, bebendo um gole da minha bebida sendo acompanhada por ele.
– Que detalhe? – Arqueou a sobrancelha.
– O nariz de palhaço – Respondi, não podendo deixar de rir da minha própria piada, vendo sua expressão se forma em desgosto.
– Palhaça – Esbravejou.
– Senhorita Francis – Claire me chamou, e eu não pude deixar de revirar os olhos.
– Rokety – Voltei a corrigir – O que foi minha linda? – Sorri simpática.
– David chegou, só queria avisa, daqui a pouco ele sobe – Avisou.
– Ok
Depois dessa bebida outras se sucederam, tais como: Dry Martini, Uisque,, Sex On The Beach, Vodkas e energéticos, e Bill me acompanho em todas. Assim como eu, ele não estava com vontade de brigar.
Ou estávamos bêbados demais para sustentar uma briga decente.
Não sei dizer em que momento David Guetta entrou, só sei que a musica era boa, e já se passava das 02:00 das manhã. Eu não fazia ideia do motivo pelo qual eu estava rindo, mais eu estava e como estava. Eu estava tão leve, que podia me comparar uma pena.

Bill ingeriu em um gole só a grande quantidade de Whisky e energético que havia em seu copo, puxou-me pelo braço em um movimento um tanto desengonçado, se embolando com as próprios pés, na tentativa de me trazer junto com ele, meio tonta,e ainda sorrindo, consegui forçar meus olhos e ler seus lábios que diziam ‘'vem comigo'’. Sem reação, e sem ter nada a perder eu joguei tudo pro alto o segui para a pista de dança. Bill começou a se movimentar em minha frente e, devagarzinho, deixei a meu corpo seguir o ritmo do seu,começando assim a me movimentar também.
Deixei –me por um instante de ser persuadida pelos seus movimentos parando e ouvindo a batida da musica.Captei o ritmo da música em questão de segundos e, com o corpo próximo ao dele, segui seus movimentos em uma dança um tanto sensual, porém desengonsada, não conseguiamos sustentar nem nossos corpos, quem dirá uma dança.
Mas mesmo assim,nós dois fazíamos questão de manter contato visual; seus olhos naquele momento não lembravam nada o Bill de uns dias atrás, me deixando atordoada com o moreno a minha frente que trajava calças escuras com listras xadrez finas e muitíssimo apertada, com sua jaqueta aberta deixando a mostra parte do peitoral,que era muito visível com sua blusa branca transparente, os cabelos levemente bagunçados e os olhos completamente negros. Lindo, gostoso, e só meu, só por essa noite.
E com a aproximação deixei involuntariamente um sorriso pervertido escapar dos lábios e Bill respondeu aproximando,se é que possível, ainda mais seu corpo contra o meu. Foi a vez de Bill sorrir de maneira nada inocente, olhando diretamente pra mim, lambendo os lábios.. Aquilo era pra ser somente uma dança desengonçada entre dois bêbados que queriam se divertir na noite de Halloween, mas parece que para ambas as partes isso já não era mais o real motivo de dançarmos tão próximos naquele momento. Queríamos mais, sempre mais.
Bill aumentou o ritmo com que nossos corpos se moviam de acordo com a melodia dançante da música e junto, aumentou a intensidade do seu olhar sobre mim, e eu retribui sem demora, seu olhar demonstrava interesse, desejo, vontade, assim como os meus sobre ele.
Eu estava ficando excitada somente com a sua aproximação. E podia apostar todas as minhas fichas que ele também estava.

Bill calmamente, contornou minha cintura com seu braço direito. Deslizando suas mãos por de dentro da minha blusa subindo vagarosamente até meus seios, os acariciando por cima do sutiã. Soltei um longo suspiro e fechei os olhos, ainda mais quando o senti depositar um beijo calmo na curva do meu pescoço, sumindo definitivamente com qualquer dúvida minha sobre quais eram suas intenções. Apoiei minha cabeça sobre seu ombro e, com certa dificuldade, voltei a olhá-lo.

Ele desceu suas mãos, voltando a apertar minha cintura, roçando de leve nossos narizes, me fazendo perceber como, com simples gestos fazim nossas respirações se acelerar. Nossas bocas estavam uma encostada na outra, como em um pedido para que um de nós cedesse e começasse o beijo.
Enquanto eu aproveitava nosso pequenos joguinhos de sedução aqui fora, por dentro minha mente travava uma guerra, entre o certo e o errado, o que me faz bem agora e depois me deixa mal. Apesar de que querer com todas as forças continua, minha mente e meu corpo fez o que julgo ser o certo pra mim naquele momento. E num ato um tanto idiota, coloquei minha mão sobre seu peito na tentativa falha de afastá-lo, mas por que eu estava tentando fazer isso? Eu o queria, mas minha consciência dizia não.
Apertei os olhos balançando a cabeça, tentando expulsos todos esses pensamentos. E que se foda, amanha é amanha, e hoje eu só terei uma chance de fazer o que eu quero.
Voltei a realidade o encarando.
Bill sorriu pra um tanto malicioso, e entrelaçou seus dedos no meu, retirando devagarzinho minha mão dali, procurando rapidamente a outra para fazer o mesmo.
Num movimento delicado, ele as colocou para trás de minhas costas, abraçando meu corpo . Tudo estava girando e misturado.
– Eu não quero, e nem posso contra você – Sussurrou de olhos fechados, apertando mais ainda meu corpo sobre o seu. – porque eu simplesmente não resisto a você.
– Idem. – Respondi.
Estávamos tão grudados um no outro, prestando a atenção só no que nos convia, que se a terceira guerra mundial estourasse lá fora, não nós importaríamos
. Ergui-me nas pontas dos pés, passando a língua demoradamente sobre seus lábios, Bill foi mais longe, selando finalmente sua boca na minha num selinho demorado. Separamos-nos rindo, feito duas crianças, sendo pegas fazendo o que não devia, cessando os risos quando chocamos nossa boca uma contra a outra. Estremeci de leve ao sentir seu percing gelado entra em contato com minha pele quente. Soltamos nossas mãos, para que pudéssemos nos tocar, as minhas foram desde de seus peitoral até seu pescoço, e Bill me apertava mais minha cintura, mordendo meu lábio inferior, me fazendo arfar com o ato.
Eu já não tinha o mínimo controle sobre minhas ações. Mas tinha noção do que estava fazendo e com quem estava fazendo. Comecei a recobrar os sentidos lentamente e Bill afastou os seus lábios do meu, depositando um selinho carinho e delicado sobre eles.
– Acho bom pararmos por aqui – suspirei, dando um passo pra trás. Ele concordo com a cabeça. Parecíamos dois adolescentes, curtindo a vida adoidada sem se importar com o amanha e as futuras conseqüências, mas devo confessar que fazer isso é bom.
Sem conseguirmos mais ir contra nosso próprio corpo, paramos. Andando a meio a multidão eufórica, subimos os degraus que levava a uma das áreas reservada. Joguei-me no grande sofá de couro preto sentindo o chão sobre meus pés girar. Eu estava muito bêbada. Joguei a cabeça pra trás e senti os olhos pesarem. Quero minha mãe, pensei.
– Vai desistir já? – Perguntou ao meu lado, tomando um gole de alguma coisa.
– Alguma sugestão... Idéia? – perguntei, e Bill deixou um riso baixo escapar, deixando de lado sua bebida, e se espreguiçando pro meu lado e fitando intensamente.
– Sabe... - passou as maos sobre meu rosto, enquanto aproximava sua boca do meu pescoço, depositando pequenos beijos – Eu tenho um plano muitíssimo maligno – sussurrou em meu ouvido,
– Qual é esse plano muitíssimo maligno?
– Se eu te contar não será mais um plano, um plano muitíssimo maligno.

Disse antes de tomar meus lábios para si novamente.

Postado por: Grasiele

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