terça-feira, 12 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 74

Quando cheguei na entrada, ele já se preparava para abrir a porta, eu quase cai para trás ao ver que era Peter que batia na porta xingando Tom de todos os nomes. Vendo Tom abrir a porta eu já sabia o que aconteceria a seguir.
Assim que ele abriu a porta os dois caíram para o lado de fora se espancando feito loucos. E eu, desesperada por estar sozinha enquanto eles brigava, corri tentando impedir que eles se matassem la fora.
Peter caído no chão tentava chutar Tom que estava por cima lhe dando socos em todos os lugares que Peter não conseguia defender. Depois foi a vez de Peter cair por cima de Tom depois de lhe dar um empurrão, Tom bateu com as costas no chão mas conseguiu chutar Peter.
Mila: PAREM, PAREM.
Eu tentei me jogar em cima dos dois que se embolavam no chão feito cão e gato brigando.
Tom: VEM AQUI SEU DESGRAÇADO, ME BATE.
Mila: Tom, SOLTA ELE AGORA.
Peter: Vai fugir seu babaca, vem vem.
Mila: PAREM OU VÃO FICAR OS DOIS SE ESTAPEANDO E EU VOU EMBORA.

Eu empurrei Tom para um lado e Peter para o outro ficando no meio dos dois. A casa do estúdio por sorte era um pouco isolada das outras casas, ou então toda a vizinhança já estaria aqui.
Mila: Peter, mas que raios você esta fazendo aqui?
Peter: Eu que te pergunto QUE RAIOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?
Tom: Ela não te deve satisfação, SEU MERDA.
Mila: Sim eu devo Tom, eu sou namorada dele.
Eu me virei para Peter agora sentindo o peso do que eu havia feito, a única coisa que eu poderia fazer era pedir desculpas.
Mila: Peter como você soube que eu estava aqui?
Peter: Eu segui você, vi a hora que você saiu. E não acreditei quando vi que você estava com ele. Fiquei aqui fora durante todo esse tempo sabendo que você estava ai dentro com ele....você ta nua por debaixo dessa camisa?
Eu olhei para baixo sem saber o que dizer, ele virou de costas colocando as mãos na cabeça.
Mila: Peter, de desculpa mas...
Peter: Eu sabia, eu sabia que isso iria acontecer. Hoje quando vi em TODOS os lugares falando sobre o tal show em Köln. Sabia, eu já devia imaginar que você não iria ficar longe desse idiota por muito tempo.
Tom: Não me chama de idiota seu babaca, se sabia porque foi atrás dela?
Tom veio vindo em direção a Peter com o dedo apontado para sua cara. Eu coloquei a mão em seu peito impedindo que ele continuasse.
Peter: Eu fui porque ela me queria tambem seu idiota, ela foi pra cama comigo porque quis.
Mila: PETER.
Agora eu não conseguia segurar Tom que voou em Peter determinado a espanca lo, e eu novamente me joguei em cima de Tom tentando segura lo de alguma forma, mas era quase impossível quando ele estava com raiva.
Mila: AGORA CHEGA.
Empurrei Peter com toda força em uma direção e Tom em outra. Peter caiu no chão batendo as costas na terra e Tom chegou quase a cair.
Quando olhei para Peter novamente ele estava quase chorando, aquilo me atingiu de uma forma que achei que jamais atingiria, eu o havia magoado terrivelmente.
Peter: Você disse que iria comigo, que ficaríamos juntos na Austria no nosso apartamento.
Tom prestava a atenção em tudo que ele falava, concerteza surpreso por ouvir tais promessas que eu havia feito a Peter.
Mila: Me desculpa Peter, mas eu sei que isso nunca iria dar certo, eu queria me acostumar com a idéia mas eu não conseguia.
Agora eu que chorava sem parar realmente sentindo muito por ter feito o que eu fiz, tudo poderia ter sido diferente se Peter não fosse apaixonado por mim, eu teria um amigo.
Peter: Mas você queria, não queria?
Mila: Eu não tinha outra opção Peter, acho que foi isso. Me desculpe mas eu não vou com você.
Peter: Ta dizendo que escolhe ele?
Mila: Não, eu não vou escolher ninguem. Vai embora Peter.
Eu não conseguia para de chorar e antes de continuar pedindo mais desculpas e sem saber o que dizer, eu entrei novamente para o estúdio deixando Peter la fora. Tom veio logo atrás de mim fechando porta, eu fui andando apressada em direção a outra sala onde minhas roupas estavam.
Tom: Mila...Mila, olha pra mim, Mila, vem ca.
Tom me segurou pelo braço olhando nos meus olhos, eu sem a mínima vontade de encara lo, olhei para baixo.
Tom: É isso mesmo que eu ouvi? Você não vai mais com ele? Me diz..
Mila: Sim, eu não vou mais com ele, mas não vou ficar Tom, eu disse que não escolheria ninguem, e não vou. Não mudei o que eu havia dito a você a alguns minutos na cama.

Ele me olhava espantado, parecia querer adivinhar o que eu tinha em mente e dizer antes que eu o atingisse com o que pretendia.
Tom: Vai voltar para o Brasil?
Mila: Não, eu vou para os Estados Unidos, vou terminar meu ultimo ano la e depois vou para faculdade.
Tom: Quando você decidiu isso? Porque não me falou NADA?
Mila: Eu não te devo satisfação do meus planos.
Eu falava com meu peito explodindo de dor, tentando parecer fria, agora, não sei como eu conseguia agir com a cabeça, mas eu estava conseguindo. Pegando minhas roupas enquanto ele de pé me olhava assustado.
Tom: É assim que você resolve as coisas? Fugindo? Me deixando de mãos e pés atados?
Mila: Fugir? Não era o que você sempre quis? Foi o que sempre me disse.

Eu tirei a blusa dele que eu havia vestido antes ficando nua. De repente comecei a chorar sem controle, toda pressão no meu peito saia sem que eu conseguisse controlar.
Ele me pegou no colo me jogando em cima de uma caixa preta que ficava encostada na parede. Me sentando, ele entrou no meio das minhas pernas me beijando feito um loco, como se implorasse para eu ficar. me segurando pelo rosto, ele beijava minha boca meus olhos, meu rosto, meu pescoço. Tentei fechar minhas pernas quando percebi o que ele pretendia, mas ele começou a forçar.
Mila: Tom, não, para, para. - Eu gritei.
Tom: Abre as pernas, abre.
Ele tentava agressivamente abrir minhas pernas com as mãos, mas meu choro o estava incomodando, via a expressão de dor no rosto dele diante do que fazia, como se estivesse me violentando, aos poucos ele perdia as forças.
Eu ainda puxava minhas pernas, mas de repente com força ele abriu se enfiando no meio delas.
Mila: Não para, eu não quero.
Falei gritando, mas ele me penetrou me ignorando. Meu choro se intensificou me fazendo parar de lutar. Com ele entre minhas pernas e me machucando ao meter com toda raiva que tinha, eu encostei meu rosto em seu ombro o molhando com minhas lágrimas, ele gemia tentando provocar o mesmo em mim mas eu não correspondia a nenhum de seus estímulos.
Tom: GEME PORRA.
Ele gritou me apertando contra ele e me assustando, eu me encolhi juntamente com meus braços sem me movimentar mais. Ele diminuiu a velocidade parando aos poucos com sua força bruta. Eu ainda engolia o choro quando ele parou ficando em silêncio que foi quebrado pelos socos que ele deu em cima da caixa ao lado de minha coxa.
Sem olhar para mim ele saiu do meio das minhas pernas não terminando o que havia começado.
Tom: Vai embora.
Eu ainda continuava em choque em cima da caixa, com as pernas encolhidas olhando para ele. Eu o amava tanto que eu sabia que a partir desse momento eu sofreferia como jamais sofreria novamente na minha vida. Ele não me encarava, mas eu sabia exatamente o porque, porque quanto mais eu olhava para ele mais me dava vontade de mandar tudo para o inferno e viver essa paixão doentia.
Tom: VAI EMBORA.
Ele gritou ainda sem olhar para mim. Eu me levantei correndo da caixa, voltando a chorar enquanto catava minhas coisas do chão. Ele andava de um lado para o outro com os punhos apertados, e ainda sem olhar para mim.
Enquanto eu ainda passava pela porta o som de coisas voando e se quebrando me assustaram. Ele deu um grito de ódio e depois se calou.

Era o fim de tudo, era o fim de nós dois, eu ia embora determinada a não voltar mais. A forma como ele havia gritado comigo havia me ajudado a fugir dali. Com eu coração apertado como nunca esteve antes eu corri para casa descalça. Tudo voltava a minha cabeça novamente, o inicio da minha paixão, o inicio da loucura que havia sido todos esses meses. Decidida a seguir em frente não suportando a dor que tudo isso me trazia, eu deveria saber que ser tocada por ele era perigoso, deveria saber desde o inicio que, eu ficaria contaminada com a sua determinação, seu olhar decidido que passavam pra sua pele. Como um imã ele me puxava, e me puxava, e sempre dizendo para mim mesma que eu iria embora um dia, era apenas para me convencer que eu tinha o controle, mas eu nem sabia o que controle significava. Agora eu não voltaria atrás porque para o nosso bem, isso seria a melhor coisa a se fazer.

Entrei em casa que ainda estava silenciosa, fui para o meu quarto, me sentia perdida, com o punho fechado eu batia em meu peito tentando atingir Tom. De todos os momentos insanos que passamos juntos os momentos em que estávamos abraçados e riamos de alguma coisa eram o que mais me doiam lembrar, era quando eu imaginava o que nós poderíamos ser no futuro, mas sei la porque eu achava isso tão impossível de acontecer.
Eu não queria atingi lo mais, não queria ter Peter por perto ou pensar em qualquer outro que pudesse estar em seu lugar, eu queria que ele soubesse que eu o amava, o bastante para ir embora.

Um dia, uma semana, um mês. Eu estava pronta para ir para a América. Minha tia conseguido uma bolsa em uma escola para mim e em uma republica de estudantes, onde moraria até o meio do ano que vem.
Havia sido com ela que eu havia planejado essa mudança, e ela havia me apoiado. Monica havia gostado da idéia de fazer sua faculdade la tambem, e no próximo ano, depois de terminar o ultimo ano na Alemanha, ela iria para la.
Eu havia me afundado nessa ideia, chegando a planejar até meus dias e horas, era o que ocupava minha cabeça.
O CD, Humanoid, aquele em que estive tantas vezes envolvida indiretamente nas gravações havia sido lançado. Monica me ligou surtando no dia do lançamento falando que acabava de ouvir Geisterfahrer, fiquei muito feliz por ela, mas não falamos nada alem disso. Ela nunca mais falou no nome do Tom, e eu a agradecia por isso.
Ele, seu rosto agora passava em todos os lugares da Alemanha, em entrevistas, videos de estúdio, e jornais de tv.
Falando sobre a viagem de promoção até a França, e outras varias entrevistas. Uma delas eu parei para assistir. Uma que havia acontecido na mesma época da gravação do video clip na Africa. O entrevistador falava sobre amor e coisas relacionadas. Bill intorrompia Tom quando ele começava a falar dizendo que Tom havia mudado muito e que começava pensar no amor de uma forma diferente. Começava? Ok. Eu sei que ele não falaria nem um décimo em uma entrevista.

Mas foi em um vídeo qualquer deles em um estúdio que eu soube do que ele falava. Tom tocava um piano, a visão mais perfeita que eu já havia tido dele, uma musica linda. Ele de repente fala de uma garota nua de frente para o espelho. Eu imediatamente me lembrei do dia em que ele veio até a casa da minha tia pela primeira vez, e depois de dispensar Peter na porta e voltarmos para o quarto, me despi novamente ficando nua o encarando através do espelho. Eu soube que era disso que ele falava.

Final de Setembro eu fui embora, e tudo que havia acontecido durante o tempo que fiquei na Alemanha ficava somente aqui dentro, trancado, como um segredo. Mas como sempre, voltando ao meu velho habito de insistir no sofrimento, eu acompanhava tudo que saia dele na media. Olhava para seus olhos nas fotos e entrevistas pensando se ele já poderia ter me esquecido. Para ele seria muito mais fácil, claro, não teria que ver minha cara em todos jornais e revistas do mundo.

Um ano depois eu estava bem, Monica e eu estávamos felizes nos Estados Unidos, eu havia começado minha faculdade de biologia e Monica veterinária. Ela estava namorando um americano super engraçado, feito ela, sair com os dois era super divertido. Eu havia namorado um garoto alguns meses depois por insistência de Monica, mas não durou muito, eu ainda tinha sérios problemas em ter um relacionamento sério.

Minha mãe e eu nos falávamos sempre, ela estava tão orgulhosa por eu estar indo tão bem na faculdade, nós havíamos deixado o passado no passado, isso era bom, e eu estava ficando boa em esquecer o passado.
Minha tia me ligava sempre, tão entusiasmada por eu estar no Estados Unidos, ela me ligava sempre para perguntar sobre tudo.
Hoje quando eu chegava do shopping com Monica, ela me ligou. Eram oito da noite. Depois de me perguntar mil coisas e eu dizer tudo que tinha feito no dia, como ir ao shopping comprar um vestido com Monica, ela parou tendo cautela ao falar.

- Mila, é o seguinte, eu não sei se o que eu fiz foi certo, mas eu achei que você não se importaria, depois de tanto tempo..
Mila: Hum...o que você fez tia?
- Aquele garoto...
Mila: Peter?
- Não, o outro, o da banda.
Meu coração começou a dar pulos fora de controle, eu já estava louca para saber o que raios ela tinha feito, já imaginando mil coisas.
Mila: O que tem ele? - Falei quase engasgando.
- Qual o nome dele mesmo?
Eu engoli seco pro ser obrigada a dizer.
Mila: To...Tom, tia.
- Isso, desculpa, mas eu dei seu endereço para ele.
Mila: O QUE?
Monica: O que foi? O que foi?
- Ele apareceu aqui em casa, nesse Domingo agora, foi gentil falando comigo, disse que iria se mudar para os Estados Unidos e me pediu seu endereço.
Eu começava a ter colapsos nervosos agora, COMO ASSIM IRIA SE MUDAR PRA CA?
Mila: Tia..tia..tia. Ele..ele pediu meu endereço...eeeee a senhora deu?
-Dei, não deveria?
Mila: Porque ele vai vir pra ca? Se mudar? Como assim? Isso é impossível?
Monica: Pera ai, ela ta falando que o Tom vai se mudar pra ca?
- Desculpa, mas eu sei que você gostou muito dele, você me disse que vocês eram amigos agora.

É eu havia dito para não ter de dar explicações do porque do rompimento e outras coisas.
Mila: Ok, ok, tudo bem tia, tudo bem. Você não fez mau. Me diz, o que mais ele falou?
- Huuum, ele somente disse que iria se mudar para os USA e que queria entrar em contato com você.
Mila: Ele não pediu meu telefone?
- Haam, não, somente o endereço.

Pronto, ele queria aparecer aqui de surpresa. Mas porque se mudaria para os Estados Unidos? Eu não poderia chegar a acreditar que isso tinha alguma coisa haver comigo.
Mila: Ok, tia, tudo bem, você não fez mau.

Depois de me despedir desliguei o telefone ainda em choque. Monica ficou me olhando e me sacudindo para ver se eu acordava do transe.
Monica: Mila, Mila, o que você vai fazer?
Mila: Eu não sei.

Um ano, um ano depois, e agora que eu sabia que ele viria para perto de mim, parecia que apenas uma semana havia se passado. Aquilo que eu tentava manter guardado e escondido era encontrado por ele novamente.

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