terça-feira, 12 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 62

A terça a noite, depois de jantar com minha tia na sala vendo novela. Fui para o meu quarto ver tv. Eu apaguei vendo tv, e fui acordar quase meia noite com meu celular tocando. Pensei que fosse meu despertador, dei um pulo da cama que quasa fui parar no chão.
Mila: Merda, merda.
Olhei no visor, e era Tom me ligando.
Mila: Putz, não acredito que ele ta ligando da África do Sul.
Esperei um pouco repirando fundo para não parecer entusiasmada, nem que escondia alguma coisa.

Mila: Alo.
- Oi, te acordei?
Mila: Me acordou.
- Desculpa, e não to conseguindo dormir, eu to congelando nessa merda, ta muito frio aqui.
Mila: Ta sozinho?
- Claro que eu to sozinho, só tem um esquilo em um quadro de frente pra mim me encarando.
Mila: Hahahaha.
- Sério, não ri, eu tive de tomar banho no quarto do Bill, porque aqui ta sem agua quente, meu cobertor não ta aquecendo, eu vou acordar todo azul amanha.
Mila: Huuuum, aqui ta tão quentinho, deve ta uns 25 graus.
- Porra, não fala isso, aqui deve ta uns 10 abaixo de zero.
Mila: Nossa, eu não queria estar mesmo no seu lugar.
- Mas podia estar aqui comigo, essa cama esquentaria em segundos.
Mila: Huum, seria bom.
- Ok, eu vou te deixar dormir.
Mila: Não, éééé...
- Fala!
Mila: Huum, nada. - Ele riu no telefone.
- Ia dizer que me ama, não é? Eu sei.
Mila: Haha, e você iria dizer o que?
- Eu não falaria "Eu tambem te amo", por que isso eu já falei muito por ai.
Mila: Oh meu Deus, eu tenho tanta pena dessas garotas com quem você já saiu.
- Porque? Elas tiveram otimo sexo comigo.
Mila: Haha, concerteza elas não queriam só isso de você, queriam algo mais.
- Eu não dou meu carro pra ninguem, jamais.
Mila: Deixa de ser ridículo, eu não to falando disso.
- Hahaha, ok. - Eu bufei no telefone, ele adorava se fazer de idiota.
Mila: E eu quero o que de você?
- Me diz o que quer de mim, porque eu ainda não sei.
Pensei em dizer algo mais profundo, ou até romântico para ver se ele dizia algo tambem, mas achei melhor não.
Mila: Eu quero seu pau entrando e saindo, aqui, agora. - Ele riu.
- Agora você pegou pesado.
Mila: Ta, agora eu vou dormir.
- Hey hey hey, você me acende e agora corre?
Mila: Se você precisa de alguem pra te aquecer pega algum bichinho ai pra dormir colado, você ta na Africa, né? Tem um monte de bichos por ai.
- Não, não, eu amo os animais, mas não a ponto de dar esse tipo de carinho pra eles.
Mila: Cara, sério, o que de interessante você vê em uma garota inexperiente como eu?
- Sabe que pela primeira vez isso não faz a mínima diferença.
Mila: Quer dizer que eu não me comparo as outras meninas com quem você já saiu?
- Concerteza não.
Mila: Porque não?
- Para de me perguntar essas coisas.
Mila: Affe, é tão difícil.
- Não complica as coisas ta Mila, eu já faça muito mais do que poderia.
Mila: Para de agir como se estar ainda comigo fosse um favor, se não gosta não me procura mais.
- Não seja ridícula, eu faço porque eu quero, não é um favor a você, e porque seria?
Mila: Não sei, você age o tempo todo como se alguem te obrigasse a gostar de mim.
- Acha que se eu pudesse escolher entre gostar de você e não gostar eu faria o que?
Mila: O mesmo que eu.
- Sim, eu preferiria nunca ter...nunca...
Mila: Se apaixonado?
- Você não é o tipo de garota que eu deveria me apaixonar, eu só penso em você todo tempo, e não deveria ser assim.
Mila: E porque não.
Agora ele estava irritado comigo.
- Porque eu odeio essa condição idiota de se rastejar por alguem...ok, encerrou o assunto, você tem aula amanha, vai dormir.
Mila: Adeus.

Desliguei na cara dele e joguei o celular na cabeceira da cama, soquei minha cabeça com força contra o travesseiro e fiquei a olhar para o teto bufando de raiva. Essa resistência dele em dizer as coisas claramente me dava nos nervos, algumas vezes ele chegava quase a se ajoelhar ao me dizer o que sentia, somente em determinados momentos, mas outras vezes era tão difícil que parecia ser um sacrifício.
Nessas horas que eu percebia o quanto seria difícil ter algum tipo de relação séria com ele, tudo começava de uma maneira tão agradável, com beijos e caricias, essa parecia ser a única maneira dele demonstrar que gostava de mim, mas quando esse carinho passava para palavras, ele fugia feito diabo foge da cruz.

Passada minha primeira semana de aula, e todo aquele nervosismo dos primeiros dias, eu estava mais tranquila, continuava me vendo em um beco se saída, com a minha decisão suspensa, empurrando com a barriga.

Sexta feira a noite depois de jantar, quase as 8 da noite, fui dar uma volta com meus patins. Era o que eu fazia quando precisava pensar, sem Peter, sem Monica e sem pensar em encontrar Tom pelo bairro, andei pelas ruas que me levavam até o estúdio.
Me aproximando do estúdio, percebi que havia pessoas na porta, na calçada perto da cerca de madeira, concerteza eram fans.
Tentei fazer como sempre, passar o mais afastada possível e nem se quer olhar para elas. Ainda um pouco de longe, vi que elas conversavam em uma rodinha e apontavam para varias direções. Mudei de calçada e continuei andando
Não olhei para elas ao me aproximar mas elas me viram, e quando eu passava do outro lado uma delas me chamou, eu fingi não ouvir, mas ela insistiu me fazendo parar e olhar para trás.

- Hey, garota, você fala inglês?
Eu fiz que sim com a cabeça, não devia ter feito isso. Continuei parada até uma delas se aproximar de mim, sendo seguida pelas outras vieram até mim.
- Você é fan do Tokio Hotel?
Mila: Huum, não.
- Você mora por aqui? - Ela me olhou de cima a baixo ao perguntar.
Mila: Moro.
- Então você provavelmente deve saber se eles estão frequentando o estúdio, não?
- Concerteza eles devem vir hoje Marion. - A outra garota falou.
Mila: Eles nem estão na Alemanha.
- Como você sabe? - Ela olharam pra mim com a sobrancelha levantada, só podiam ser Francesas.
Mila: Não interessa como eu sei.
- Olha como você fala, idiota.
Mila: Olha aqui você, porque não voltam pra casa dos papais e mamães de vocês em vez de ficarem perseguindo um bando de garotos que cagam e andam pra vocês? Uma de vocês já apanhou, e foi bem feito.
Eu virei as costas e sai andando, não correndo, com meus patins.
- Vai a merda sua comedora de shucrutz.
Mila: Comedora de Schucrutz não, porque não sou alemã, mas boa apreciadora da salsicha alemã concerteza.
Respondi já um pouco afastada.
- Então engula a salsicha sua vadia.
Sem me virar levantei meu dedo do meio e continuei andando. Meu Deus, como eram mau educadas e psicoticas, me lembrando do soco que Tom havia dado naquela vez na garota no posto, eu pensava que havia sido bem merecido, quase fiz o mesmo agora.
Chegando perto de casa, Peter estava saindo com o carro do portão da sua casa. Eu parei ao lado de sua janela.
Mila: Ta indo pra onde?
Peter: Até o posto, quer vir?
Mila: Huuum, me espera? Vou avisar minha tia.
Peter: Ok, vai la.

Deixei o patins na varanda e tentei entrar em casa, a porta estava trancada, eu então toquei a campanhia e esperei minha tia vir abrir, mas ela parecia ter saído. Toquei algumas vezes, mas ela ainda não aparecia.
Mila: Ai caramba, será que ela saiu? Tiaaaaaaaaaaa.
Gritei para que ela pudesse me ouvir da janela de cima, mas ela não respondeu.
Mila: Caramba, ela saiu mesmo. Ha dane se.
Deixei os patins na varanda e fui andando de meias pela calçada até o carro de Peter. Abri a porta e entrei.
Peter: Ta loca? Vai descalça até o posto?
Mila: Minha tia não ta em casa, e de patins não né.
Peter: Ai ai, ta bom, você não precisa sair do carro mesmo.

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