terça-feira, 12 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 63

No posto de gasolina Peter tentou me convencer a ficar no carro porque eu estava de meias, ele saiu do carro achando que tinha me convencido a ficar, mas eu fui atrás dele até a lojinha.
Ele quando me viu indo atrás ficou rindo.
Mila: O que foi? Eu não estou descalça, estou de meias.
O posto estava vazio, só havia umas duas pessoas na lojinha, e mais ninguem. Peter foi até a geladeira e pegou refrigerante e leite.
Mila: Oooo, acabou o leitinho foi?
Peter:Ta rindo do que? Você ta parecendo uma criança com essa sainha e de meias.
Mila: Huuum, sem graça.

Eu me virei em direção a porta rindo, Peter veio logo atrás de mim em direção ao caixa. Eu parei perto da porta de vidro para esperar Peter, quando por distracção me virei para as bombas de gasolina e vi Tom, eu fiquei completamente paralisada ao perceber que ele não estava sozinho, fora do carro encostada na lateral do Audi havia uma garota, ela observava entusiasmada Tom encher o tanque, ele olhava para bomba prestando atenção no que fazia, enquanto ela, que vestia mini saia tão curta que parecia mais um biquini, se esfregava no Audi olhando pra ele.

Passou tanta coisa pela minha cabeça, que eu pensava não estar vendo aquilo, era inacreditável ver que ele havia voltado de viagem, provavelmente hoje ou ontem, e havia procurado alguma outra garota, e não veio falar comigo. Era inacreditável essa situação, meu sangue fervia queimando minha pele, meu rosto ficou tão quente, que eu conseguia sentir minhas bochechas ardendo.

Eu abri a porta calmamente e fui andando até la, determinada a fazer o que tinha que fazer, esqueci Peter, que estava de descalça, e que uma confusão em um posto de gasolina envolvendo Tom poderia não acabar bem.
Tom estava distraído, eu passei por uma das bombas e fui direto na garota, ela só me viu quando eu a agarrei pela cabeça e a joguei com toda força em direção ao chão. Seu cabelo voou na mesma velocidade que a agarrei, ela caiu com as mãos apoiadas no chão e gritou, foi quando Tom olhou para ver o que acontecia, nunca vi uma feição com tanta surpresa e espanto como via em Tom agora, ele me olhou com os olhos arregalados e ficou paralisado perto da traseira do Audi.

Peter apareceu correndo saindo pela porta de vidro mas não se aproximou, observou de longe primeiro. Tom o viu saindo da lojinha, ele apertou o punho mordendo o labio com os olhos fervendo de odio como deviam estar os meus agora, mas não fez nada.
As lágrimas já rolavam pelo meu rosto queimando minha face, Tom me encarava ainda imóvel, ele sabia o que estava acontecendo e que peso tinha o que ele acabava de fazer.

Tom: O que você ta fazendo aqui? - Ele falou quase engasgado.
Mila: Porque não contava que eu poderia estar aqui? Que idiota que você é.
A menina se levantava do chão e vinha na minha direção, Peter ao perceber, veio correndo de onde estava e não deixou a menina tentar me bater, ele entrou na minha frente e a encarou seriamente.
- Vaca. - Ela falou gritando pra mim.
Mila: Fala isso mais uma vez sua vadia.
Fui cuspindo na direção dela, mas Peter me segurou entimidando a garota com o olhar.

Tom: O que é isso? Você ta andando com esse filho da puta e vem tirar satisfações comigo?
Mila: CALA ESSA BOCA SEU DESGRAÇADO.
A vontade de enche lo de socos tomou conta de mim, eu parti pra cima dele, mesmo sabendo que não conseguiria bater nele, eu tentei, mas não consegui nem me aproximar de seu rosto, ele me segurou pelos pulsos me fazendo parar. Peter me puxou pela cintura fazendo Tom me largar.

Tom: Conseguiu o que queria não foi Peter? - Ele me olhou de cima baixo reparando que eu estava descalça.
Peter: Eu não precisei fazer nada, meu querido, você fez sozinho, te agradeço.
Mila: Dessa vagabunda pelo menos você sabe o nome, seu idiota?
A garota continuava encolhida do outro lado do Audi sem dizer nada.
E Tom continuava sem ação, o que era até estranho, talvez por ter sido pego tão de surpresa nem em Peter ele tinha ameaçado bater, ele tinha total conciencia da gravidade do que tinha feito, e que eu não o perdoaria por nada.
Eu me larguei de Peter e fui na direção de Tom com o dedo em sua cara.
Mila: Você nunca mais olha na minha cara, ESQUECE QUE EU EXISTO.

Ele bateu a mão na minha tirando de sua cara o dedo que eu apontava, me segurou pelo braço e me jogou contra o Audi batendo minhas costas no vidro da porta. Peter ameaçou intervir novamente mas não fez nada.
Tom: Quem você pensa que é pra apontar o dedo na minha cara? O que ta fazendo junto dele aqui, você pode me responder isso?
Mila: Não me toca, não encosta essas suas mãos sujas em mim.
Eu queimava tanto de ódio que não me interessava nada do que eu e Peter podíamos ter feito ou não, ele não sabia o que nós dois havíamos feito, o que me doía é ter lo visto com essa garota, quando eu ainda nem ao menos sabia que ele havia voltado.

Eu o empurrei não respondendo, ele se afastou quase batendo contra bomba de gasolina, e eu então fui na direção de Peter. O que me passava na cabeça agora era que eu havia sido mais idiota do que imaginava, ele podia ter fingido todo tempo que era apaixonado por mim, que se importava, era tudo fingimento, ou uma brincadeira dele, por isso era sempre escondido, por isso ele nunca me assumiria como namorada. Meu peito doía tanto que quase me derrubava no chão, sem forças para continuar gritando com ele.

Passei por Peter indo em direção ao carro. Peter veio logo atrás de mim andando calmamente, ele quem havia sido vitorioso agora, sem precisar fazer absolutamente nada, eu ainda conseguia pensar nisso, no quanto ele havia sido verdadeiro comigo todo tempo, e estado comigo quando chorei por Tom.

Entrei no carro tentando não olhar pela janela, pois Tom ainda me olhava, parado perto do carro imóvel. Talvez estivesse sendo sincero, talvez algo estivesse doendo nele tambem, mas não me interessava. Eu abaixei a cabeça e comecei a chorar sem controle dentro do carro.
Peter se sentou ao meu lado, sério, sem dizer nenhuma palavra, mas eu podia sentir o quanto ele estava sofrendo por me ver chorando por outro.

Peter: Desculpa, mas eu não podia imaginar que ele estaria aqui.
Mila: Não Peter, eu não estou te culpando, eu sei que você não sabia. E mesmo que soubesse e tivesse feito de propósito, seria bom pra mim ver o que eu vi agora.
Peter: Só não queria que você pensasse isso.
Mila: Me desculpa por ter feito isso, mas eu precisava, eu..eu vou esquece lo, eu prometo.
Peter: Mila, Mila, você não tem de me prometer nada.
Mila: O problema Peter é que eu não sei se quero...não sei se quero tira lo de dentro de mim, eu não quero te magoar mais do que já magoei, mas eu não sei o que fazer.
Peter: Vem comigo pra Áustria, a gente pode ficar na casa da minha tia como eu disse, sem problemas, depois eu arrumo um emprego e eu alugo alguma coisa.
Mila: Eu não sei o que fazer, não sei.
Dobrei as pernas colocando as em cima do banco e encostando a testa nos meus joelhos. Eu poderia fazer qualquer coisa, qualquer coisa para me afastar dele.

Peter: Pensa.
Ele falou tirando os olhos da pista e me encarando.
Ele me deixou no portão da casa da minha tia, mas não disse nada.
Mila: Tchau. - Eu lhe dei um beijo na boca, ele correspondeu sem jeito não esperando que eu o beijasse agora.
Peter: Tchau Mila.

Fui até a varanda, olhando pela janela, vi que minha tia já havia voltado. Mas eu não queria de forma alguma entrar em casa agora, me sentei pelo lado de fora, tentando esvaziar minha cabeça. Pensei que deveria ir falar com Monica, eu poderia ir la bem rápido e voltar antes das dez. Se minha tia reclamasse, eu poderia falar que havia voltado para casa, mas ela não estava, então fui para casa de Monica.

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