terça-feira, 12 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 65

Seus braços me envolviam agarrando minha cintura enlouquecido pelo prazer que meu corpo lhe dava, ele ainda gemia baixo. No beco escuro somente uma luz fraca vindo da rua iluminava nossas silhuetas.
Eu empurrei suas mãos que ainda me seguravam e tentei me afastar, mesmo não havendo espaço entre ele e a parede, eu o empurrei. Ele se afastou levantando a calça e a fechando.
Ele viu raiva nos meus olhos, raiva que passou para os olhos dele. Depressa ele me encostou novamente contra parede me encarando. Quase bati minha cabeça na parede, ele me segurou não deixando que eu me machucasse.

Tom: Você conseguiu o que queria, agora vai embora? Porque cruzou o meu caminho?
Mila: Vamos parar de culpar um ao outro, tudo que fizemos foi inconsequente, mas agora eu quero fazer a coisa certa.
Tom: E fazer a coisa certa é ir para a Áustria com o filho da puta do Peter?
Mila: Vem aqui.
Eu o puxei pela blusa encostando seus lábios nos meus, ele fechou os olhos respirando seu halito quente na minha boca.
Mila: Eu sou completamente apaixonada por você. - Ele me olhou com brilho nos olhos.
Tom: Fala isso de novo.
Mila: Eu sou apaixonada por você, mas você não vê futuro para nós dois, e você sabe disso. Você gosta de mim mas não quer gostar.
Tom: O que você quer que eu faça? Me diz, porque a única coisa que eu consigo fazer é ir atrás de você ou de qualquer outra que consiga tirar você da minha cabeça.
Mila: Você faz isso porque gostar desse joguinho, é pra se vingar de mim.
Tom: Não, nunca foi, desde a primeira vez foi pra tentar mostrar pra mim, que eu ainda era o mesmo, que você não mudaria quem eu era, eu juro que tentei, mas enquanto em trepava com elas, era em você que eu pensava.
Mila: Para de dizer isso, por favor.

Eu ainda não acreditava que havíamos chegado a esse ponto, trocando declarações de amor em um beco escuro, eu descalça, ele todo encapuzado como costumava andar se disfarçando.
Tom: Eu quero você, eu quero só pra mim.
Nos abraçamos novamente, ele encostou sua boca no meu pescoço e me apertou forte com os braços em volta da minha cintura.
Mila: Eu quero te dizer uma coisa, mas não quero que você responda, não agora.
Tom: Fala.
Mila: Eu te amo.
Falei em seu ouvido ainda abraçada com ele, senti seu rosto colar mais junto ao meu, e como eu havia pedido, ele não respondeu.
Tom: Você diz isso porque tem certeza que não vai me ver mais.
Ele agora voltava a me olhar, tive uma vontade insuportável de chorar agora, estava a ponto de dizer, que não, que nunca iria embora, e que gostaria de sofrer pelo resto da vida por ama lo.
Mila: Não quero que você pense isso, porque não posso dizer que nunca mais irei te ver.
Tom: Eu vou atrás de você.

O que mais doía agora, era que sabíamos que era uma despedida, ele dizia que viria atrás de mim, mas não poderia fazer isso, e eu dizia que iria vê lo novamente, mas não, não tão cedo.
Se dicessemos Adeus, tenho certeza que amanha eu estaria nas suas mãos novamente.
Mila: Faz um favor pra mim, cuida da sua banda, da sua vida.
Tom: Ga..
Mila: Não fale de outras garotas, não fale que...você sabe.
Eu olhava fundo nos seus olhos, e via quase lágrimas rolarem. Ele se aproximou para me beijar mas eu o segurei pelo rosto.
Mila: Não.
Eu falei sem encara lo, me soltei de seus braços, mas ele ainda resistia em me deixar ir.
Tom: Mila, Mila, não, não faz isso.
Sem olhar pra ele eu me soltei e fui andando pelo beco escuro em direção a luz que vinha da rua.
Tom: MILA.
Ele gritou com toda a altura rompendo os silêncio da rua tranquila, mas eu não me virei, nem ele saiu do lugar de onde estava. Eu já chorava de soluçar antes de chegar na calçada e virar voltando pra casa. Vim lentamente o caminho que eu antes havia corrido.

Cheguei em casa entrando pela porta e indo direto para escada subir para o meu quarto. Minha tia me chamou da sala, mas não dei ouvidos. Me joguei na cama para deramar o resto das lágrimas. Haviam se passado meses desde a nossa primeira vez, desde o nosso primeiro beijo dentro do carro, era tudo tão fresco na minha memoria. Eu sei que enlouqueceria longe dele, mas perto eu enlouqueceria mais.
Meu telefone que estava no meu bolso ainda vibrou, uma mensagem havia chegado. Quando vi que era ele, me voltava tudo novamente, a vontade sair correndo enquanto ainda dava tempo.
Eu abri e estava escrito, como uma resposta.

- Eu tambem...
- Amei cada segundo com você.


Era a resposta que eu estava imaginando? A aquilo que eu havia dito não exigindo uma resposta de volta? Sim era. Cai de costas na cama novamente lendo e relendo o que ele havia escrito. E chorava tudo que já havia chorado novamente, não querendo nunca deixar de sentir o que eu sentia por ele. A coisa mais maluca que e mais intensa que já havia me acontecido tinha que ficar guardada agora. Mas eu seria pra sempre dele, não importa quantos viessem depois lutando por um espaço aqui dentro, não pegaria um pedaço de mim, somente migalhas.

Na manha seguinte acordei e fui direto para o banheiro, olhei no espelho e meu rosto estava muito inchado. Abri a torneira e abaixei minha cabeça para deixar a agua cair sobre meu rosto, molhando meu cabelo tambem. Minha cabeça doía tanto por ter chorado horas ontem a noite.

Até o final da semana eu e Peter já estávamos namorando, sério. Com cuidado ele veio me perguntar seu eu gostaria de namorar com ele, e eu aceitei. Ele não me perguntou mais sobre o Tom, e depois de ter ouvido da minha boca que havia acabado, ele acreditou, apesar de eu ter dito outras varias vezes, ele sabia que agora era diferente.
No final da semana eu já estava mais calma, sem um pouco daquela agonia diária que eu sentia. Eu sabia que ele estaria com outra, nos braços de qualquer garota, e apesar de doer muito ainda, como sempre doeu, havia algo que me deixava tranquila, era de mim que ele gostava.

Com o termino das gravações o CD, os canais e sites por todo lugar voltavam a falar da banda, do clip que estrearia em breve. Tudo começava a voltar na minha cabeça, todo o tempo em que ele frequentava constantemente o bairro onde minha tinha morava e o estúdio ficava. E como tudo começou entre nós dois. O dia em que eu entediada e sem entender porque minha vida havia mudado tanto, peguei os patins da minha tia e fui andar pelo bairro. Sem imaginar o que descobriria quando segui seu Cadillac pela primeira vez e o quanto aquilo mudaria minha vida.
Eu não conseguia pensar que tudo aquilo ficaria no passado, já que ele ainda estava vivo dentro de mim, era mais como um coisa adiada, interrompida, não sei quando poderíamos estar juntos de novo.

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