terça-feira, 12 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 58



 Corri para casa a tempo e conseguir almoçar com minha tia e Monica. Cheguei em casa empurrando a porta a toda velocidade assustando Monica sentada na sala.

Monica: Nossa, vai tira o pai da forca?
Mila: Vim correndo, já comeram?
Monica: Huuum, veio correndo né? Se atrasou, né?
Mila: Na verdade quase não consigo voltar.
Monica: Matou as saudades?
Me sentei empolgada no sofá, eu não conseguia conter o sorriso.
Mila: Ele ta se entregando Monica, cara, como eu odeio ele, sabe aquela raiva que você sente seus pelos se arrepiarem, te da calafrios ao olhar pra aquela cara de safado dele.
Monica: Pera ai, você ja trocando as bolas, esses arrepios e calafrios a gente sente quando ama não quando odeia, ta?
Mila: Haa, você entendeu. A minha cabeça vive nessa confusão o tempo todo, é tão fácil despreza lo quando estou longe, mas quando estou perto, Deus, ele é tão irresistível, o cheiro da pele dele, o jeito que me olha.
Monica: Ta, mas e o orgulho?
Mila: Não sei onde foi parar, mas quando penso no quanto idiota eu sou, é que me da raiva e eu só quero ir pra longe dele.

Minha tia apareceu na sala segurando nossos pratos na mão e enterompendo nossa conversa. Nós paramos de falar e sorrimos sem graça para ela.
Angela: Meninas, se importam de comer aqui, a mesa da cozinha ta ocupada com a minha bagunça de livros.
Mila: Não tia, tudo bem.
Ela voltou para cozinha nos deixando sozinhas novamente.
Monica: E o Peter?
Mila: O que tem ele?
Monica: Não vai mais falar com ele?
Mila: Eu estava pensando em ir ainda hoje falar com ele. Eu não guardei raiva dele depois daquele dia. As vezes eu me sinto tão culpada quanto, eu...
Monica: Culpada porque?
Mila: Não sei, as vezes fico pensando, porque eu não consigo ter um namorado normal, sem todo esse estresse, com uma vida calma, saindo para ir ao cinema, uma noite romântica, entende? Mas não, sempre é toda essa turbulência, com dois garotos cheios de ódio por minha causa, e brigando.
Monica: Pois é, o problema é com você, você não gosta de relacionamentos sérios e pegajosos Mila, ta reclamando do que?
Mila: Eu sei disso, mas não podia me trazer menos problemas.

Algumas coisas realmente não pareciam fazer sentido, não sei o que havia de errado comigo para despertar tanto conflito entre as pessoas que eu gostava, não sei era meu jeito frio de lidar com algumas coisas. Tom havia me dito uma vez que não conseguia sentir que eu pertencia a ele, que eu parecia sempre escorrer por entre seus dedos. Porque isso?

A noite, depois de descansar no meu quarto, na minha cama, depois de tanto tempo longe, pensei que deveria ir até a casa de Peter dizer um "oi", ele deveria estar chateado por eu ter viajado e não ter dito nada, eu de alguma forma tambem sentia falta dele, eu ainda acreditava que por trás daquele garoto que fazia de tudo para me tirar do sério, havia um garoto legal, aquele Peter do inicio, que não me perseguia nem se metia na minha vida. Por isso eu acreditava que tudo isso era somente minha culpa, antes de admitir estar apaixonado por mim, Peter era legal.

As 7 da noite avisei minha tia que iria até a casa de Peter fazer uma visita, eu havia chegado hoje e não tinha falado com ele.
Fui até la e bati na porta, eu estava tensa, um pouco envergonhada por ir até la, eu raramente o havia procurado por querer somente falar com ele, sempre tinha algo por trás.
Peter abriu a porta sorrindo, mas não para mim, ele estava rindo de algo antes de me ver, quando me viu parada na porta visivelmente ficou com seu corpo todo tenso, logo eu vi que ele não estava sozinho, havia uma garota, que assim como ele ria da alguma coisa, sentada no sofá.
Eu olhei novamente para ele esperando ele dizer algo, mas ele só disse meu nome.
Peter: Mila?
Mila: Oi!
Peter: Quanto tempo.

Ele queria parecer formal comigo, como se não quisesse mostrar para a garota, que eu nem sabia quem era, que eu não era muito importante.
Mila: Eeeu...cheguei hoje de viagem e...queria falar com você.

Percebi que a menina ouvia com atenção nossa conversa, Peter olhou algumas vezes para trás enquanto falava comigo.
Peter: Quer falar comigo agora? - Ele falou sem jeito.
Mila: Haam, tudo bem se você ta ocupado, eu volto outra hora.
Eu me virei para ir embora.
Peter:Julia espera um pouco, eu já volto.
Ele fechou a porta e veio atrás de mim, eu já estava abrindo o portão que dava para rua quando ele me segurou.
Peter: Hey Mila, porque você não disse que iria viajar?
Mila: Nossa, agora não esta fingindo me não me conhece direito?
Peter: Desculpa, eu só não esperava que você aparecesse assim de repente.
Mila: Ela é..sua namorada?
Peter: Hahaha, a qual é Mila, a gente só ta saindo, não estou namorando ninguém.
Mila: Que bom.
Peter: Ficou com ciumes?
Mila: Não vem não ta, quem sou eu pra sentir ciumes.
Ele fez cara de desgosto, ainda queria que eu fosse algo mais?
Peter: Porque viajou sem dizer nada?
Mila: Eu ainda estava com raiva de você.
Peter: Você já me desculpou, por que se não, eu peço desculpas de novo.
Eu olhei para ele intrigada com esse novo Peter, ou antigo Peter. Ele voltava a me despertar aquela sensação boa de conforto que tinha no inicio.
Mila: Eu já desculpei, não precisa pedir desculpas novamente.
ficamos em silencio, rindo um para outro, envergonhados com não sei la o que.
Peter: Então, ta tudo bem? Digo, tudo bem?
Mila: Ta falando do que?
Peter: Da sua vida amorosa.
Mila: É, vai indo.
Peter: Que bom.
Mila: Nossa, você me perguntando sobre isso, é de se estranhar.
Peter: Você escolheu ele, não foi? O que eu posso fazer.

Essa aparente indiferença do Peter estava me incomodando, até mais do que eu esperava. Eu queria tanto que ele me deixasse em paz, que não podia acreditar que agora, deseja o contrario, pior, eu estava com ciumes dele com a tal garota.
Mila: Eu não quero que você se afaste de mim, eu..ainda quero sua amizade.
Peter: Só a minha amizade?
Mila: Ha Peter, qual é!
Peter: Eu to brincando.

A mãe de Peter gritou la de dentro, depois abriu a porta procurando por Peter.
Anne: Ha oi Mila, você esta ai? Como foi de viagem?
Mila: Foi tudo bem, obrigada por perguntar.
Anne: Imagina.
Peter: O que foi mãe?
Anne: Meu filho, sua amiga ta sozinha aqui, não seja mau educado.
Ele passou a mão pela cabeça bagunçando o cabelo, eu abaixei a cabeça envergonhada.
Peter: Ja to indo mãe.
A mãe de Peter voltou para dentro deixando a porta aberta.
Mila: Melhor você entrar.
Peter: Eu queria conversar com você, saber como foi a viagem.
Mila: Ha claro, a gente se fala depois.
Peter: Passa aqui amanha.

Eu concordei com a cabeça depois sai pelo portão, Peter ficou me olhando da porta, depois entrou tambem. Não tinha como eu me odiar mais por isso, eu havia maltratado tanto o coitado do Peter, que quando ele finalmente encontrava outro alguem pra ficar, eu ficava aqui com esse ciume besta. E vendo ele assim, atencioso, carinhoso e legal comigo me fazia sentir falta dele. Tom viajaria para longe essa semana, talvez fosse uma oportunidade de ficar mais próxima do meu amigo Peter.

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