terça-feira, 12 de julho de 2011

Nós Dois - Capítulo 67

Mila, Mila, o que você esta planejando? Eu sabia que tudo havia mudado, que a decisão que nós havíamos tomado era definitiva, dolorosa, mas tentando que fosse assim. Tinha que ter sido de repente como foi, porque se planejassemos não teria dado certo. Mas agora eu percebia que só conseguiria me afastar dele indo para longe. Meu objetivo agora em ir para a Austria era somente isso.

Uma semana depois estava eu ligando para Monica decidindo fazer mais uma cagada na minha vida.

- Oi Mila.
Mila: Oi, Monica, eu tenho que inventar uma grande mentira para poder ir pra Köln com você.
- Haaaaa, você vai? Eu sabia, eu sabia.
Mila: Escuta, não faz festa ou eu mudo de ideia. Eu não vou precisar mentir somente para o Peter, mas para a minha tia tambem.
- Huuuu, ok. A gente pode inventar muita coisa, por exemplo que a gente vai para uma feira de moda que tem la.
Mila: Feira de moda? - Falei um pouco desacreditada.
- Sim, la vende roupas super barato, eu já fui varias vezes com a minha mãe. A gente pode ir de trêm, minha mão não precisa ir junto.
Mila: Ta, feira de moda.
- Isso, desculpa arrumada.
Mila: Ai cara, não sei.
- Mila, eu sei que você quer mesmo isso, que você acha que vocês nunca vão dar certo, e o melhor é se afastar. Mas o que eu to vendo é que isso tem sido mais doloroso pra você do ficar com ele. Vai até la e descobre o que tu quer, fica de frente pra ele e decida se.
Mila: Monica, eu não vou conseguir ficar de frente pra ele em um show case, a não ser que eu fique na primeira fila colada na grade babando feito aquelas doidas.
- Você ele não precisa te ver, só saber que você ta la, despertar a paixão, entende.
Mila: Meu Deus, que brega.


E eu voltava a ser incosequente por causa dele. Mas somente de imaginar seu sorriso quando olhava pra mim eu sentia que poderia fazer tudo isso, mentir fugir com a maior facilidade. Eu era completamente loca por ele, e somente a pouco tempo eu havia entendido que ele tambem era por mim, que a armadura e o escudo haviam falhado, ou deixados de lado propositalmente. Eu sei o quanto feria seu orgulho dizer que sentia por mim, e somente por mim, essa paixão, mas mesmo que tenha dito somente uma vez que me ama, ele havia feito para que eu ouvisse, e soubesse. Era por isso que iria até la, para olhar para ele e saber que era verdade.

Eu falei para minha exatamente o que Monica havia me dito para dizer, e o mesmo a Peter. Eu pensava que talvez se ligasse para ele seria mais fácil, ou se esperasse ele aparecer com o carro pelo bairro, mas ele não apareceu mais, passei algumas vezes em frente ao estúdio durante essas semanas e não vi nenhum carro estacionado na porta, muito menos o dele.

No dia, eu e Monica sairíamos bem cedo para pegar um bom lugar na fila, não para ficarmos na frente, mas para podermos escolher um bom lugar para ficar, eu não queria que ele vesse minha cara no meio do povo. Quando eu saia pelo portão com uma mochila para esperar Monica passar com a mãe de carro para me pegar, Peter apareceu para se despedir.

Mila: Noossa, acordou tão cedo para me ver sair?
Peter: Mas é claro.
Eu o abracei pela cintura encostando minha cabeça em seu peito, ele me beijou na carinhomente na testa, me senti incomodada em estar mentindo para ele, ele fazia de tudo para me agradar e não me chatear com ciumes, e era assim que eu retribuía.
Eu me afastei de seu peito e lhe dei um beijo.
Peter: Vê se não vai deixar a Monica te levar para o mau caminho, viu?
Mila: Ham? Porque?
Ela já estava levando, mas pelo caminho que ele não podia imaginar qual era.
Peter: Não vai gastar tudo em roupas e sapatos.
Mila: Haha, eu só vou comprar o que eu achar que devo ok?

Ou seja nada, porque eu passaria longe de uma feira ou qualquer loja de roupas. Merda, eu teria de comprar alguma coisa antes de voltar. Monica tambem.
Quase as sete da manha, Monica chegou com a mãe dela de carro, ela nos levaria até a estação para pegarmos o trem até Köln.

Chegamos em Köln quase que uma hora e meia depois. Pegamos um taxi até a arena que aconteceria um show case. Eu me arrepiei ao estar de frente ao local, era uma sensacão nova envolvando o Tom, eu nunca havia ido a um show da banda, ou estado em qualquer manifestação com fans como essa, ouve uma ou duas, mas nada agradáveis.
Monica saiu andando na minha frente procurando o numero do portão em que deveríamos entrar. Já tinha uma fila enorme a nossa frente.

Monica: Droga, a gente devia ter saído de madrugada.
Mila: Ta loca? Não mesmo, eu nem queria vir, ainda mais acordar de madrugada para fazer isso. E ainda bem que tem essa fila enorme, porque eu não quero ficar na frente e você sabe disso.
Monica: Mas tem a sessão de autógrafos, acho que a gente te uma senha por ordem de chegada pra isso tambem.
Mila: Mas o que importa ser a ultima ou a primeira a pegar uma droga de autografo, ele vai ver a sua cara de qualquer forma.

Dessa ultima vez eu falei em um tom um pouco mais alto, algumas meninas perto da grade encostadas na fila nos olharam.
Monica: Ok, você sabe que eu não quero um autografo, e você concordou em vir pelo o que disse a você.
Mila: Sim, e eu estou aqui.
Monica: Ta aqui tentando dar uma de durona mas doida pra ver ele.
Mila: Affe merda, eu poderia ter deixado meu orgulho de lado e ter ligado em vez de pegar um trem e vir até aqui.
Monica: Claro que não, se você ligasse seria obvio que você foi atrás dele, você vindo aqui poe a duvida se foi mesmo por ele ou não que você esta aqui, porque eu estou com você e sou fan tambem. E.. tambem tenho minha participação no CD. Então tenho direito.
Mila: Ha claro, tinha me esquecido disso.

Eu bufei e cruzei os braços. Fiquei olhando para as dezenas de fans que ainda chegavam do outro lado da arena, com bandeiras e maquiadas, de vestidos curtos e cabelos pintados.
Pensando no que Monica dizia, era mesmo menos obvio eu vir até aqui, porque um encontro frente a frente com ele aqui seria pouco provável.
Com o passar das horas eu ia percebendo o quanto estava ansiosa por isso, meu nervosismo crescia.
Faltando alguns minutos para a abertura dos portões as fans já começavam a se levantar e a cantar empolgadas.
Eu não fazia ideia do que pretendia vindo até aqui, eu queria sim saber era forte o suficiente para deixa lo, mas o que eu sabia era que vindo aqui eu estava na verdade tentando testa lo, saber se se importava ainda comigo, se assim como eu viria atrás de mim quando tivesse oportunidade, assim como eu estou fazendo agora.
A fila começou a andar, os portões haviam sido abertos. Monica me olhou sorrindo esperando que mostrasse algum entusiasmo por isso. Eu estava tensa e não conseguia nem sorrir de nervoso, eu estava fazendo era uma enorme cagada, isso sim.

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