sábado, 29 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 32 - Tarde demais

(Contado pela 3º pessoa)

      John tocou a campainha da casa de Kate, e foi recebido pela mesma, que o tratou educadamente.

           - John? – pergunta Kate, surpresa. – O que faz aqui?
           - Só vim porque precisava. – disse ele.
           - Não entendi.
           - O Tom pediu que eu lhe entregasse isso. – disse ele, entregando as duas coisas.
           - O que é isso?
           - A medalha da sorte dele, e uma carta.
           - Será que ele nunca irá desistir?!
           - Pelo contrário. Ele já desistiu.
           - Como assim?
           - Neste momento o Tom está a caminho do aeroporto. Ele decidiu ir embora pra Itália.
           - O quê?
           - Ele não quer que você sofra mais, e por isso está partindo.
           - É brincadeira, não é?
           - Não. Se não acredita, vá até o aeroporto. O vôo dele sai as 13h30.
           - Eu não vou até lá!
           - Tanto faz. Bem, eu já fiz o que ele me pediu – ele coçou a cabeça -, então já vou indo.

      Kate fechou a porta, e se deparou com o Bill.

           - Quem era? – pergunta ele.
           - Ninguém. – responde Kate.
           - E o que são essas coisas em sua mão?
           - Acho que deve ter sido o carteiro. – ela disfarçou. - Eu vou pegar a pipoca.

      Enquanto isso, no aeroporto...

           - Amanda, o que faz aqui? – pergunta Tom.
           - O John me ligou avisando que está indo embora. – respondeu ela.
           - Pois é, estou mesmo.
           - Por favor, Tom, não vá.
           - Eu preciso ir.
           - Mas... mas e eu? E nós?
           - Não existe “nós”. E você ficará bem.
           - Então me deixe ir junto.

      Ele sorriu ironicamente.

           - Ficaremos bem melhores, separados. – disse ele.
           - Eu te amo, Tom. – disse ela.
           - Não ama não. Você só ama a si mesma, e quer um conselho? Mude. Eu sei que ai dentro existe uma garota legal.
           - Você me faz ser essa garota.
           - Não precisa de mim para se tornar uma boa pessoa.

      Ela o abraçou fortemente, ficando daquele jeito por alguns instantes. Tom acariciou seus cabelos, e lhe deu um beijo no rosto.

           - É melhor você ir. – disse ele. – Não gosto de despedidas.
           - Vou sentir sua falta. – disse Amanda, enxugando o rosto.

      Com um aperto no coração, Amanda deixou o aeroporto a pedido dele, que não queria ter que se despedir, mesmo não gostando tanto dela.

      Enquanto isso, na casa de Kate... Ela colocou a carta em cima do balcão. Estava em dúvida se abria ou não. Mas a curiosidade falou mais alto. Antes de pegar a vasilha de pipoca, ela abriu o envelope e começou a ler a carta.

           “Querida Kate.

      Esta é a história da primeira e última vez que me apaixonei. Ela é linda, complicada. Fascinante garota que habita minha alma. Tenho quase certeza que não irá me perdoar, então eu vou dizer isso enquanto ainda dá tempo. Assim que você e eu começamos a nos conhecer, eu passei a sentir uma coisa diferente. Tudo que eu fiz foi maluco, egoísta e errado. Eu sei. Mas o amor às vezes nos deixa cego. E tudo que eu consegui, foi te machucar Kate. E esse não sou eu. Não sou eu mesmo! E algum dia eu espero poder te mostrar isso.

      Alguma coisa tinha que ser feita, e por isso estou partindo. Eu espero mesmo que me perdoe, e que eu possa estar com você. Mas se eu não estiver... não é porque eu não amo você, porque eu te amo. E não é porque eu não sinto a sua falta, porque eu já sinto a sua falta. Só significa que ainda não chegou a hora, e que essa história ainda não acabou.

      Se a gente estiver junto ou não, você sempre vai ser a mulher da minha vida. O único homem que vou sempre invejar, vai ser aquele que tem o seu coração, porque eu sempre acreditarei que é meu destino ser esse homem. Se a gente nunca mais se ver de novo, e você estiver por ai andando e... sentir uma certa... presença ao seu lado. Serei eu. Te amando aonde quer que eu esteja.

Tom Kaulitz.”

      Kate terminou de ler a carta, derramando lágrimas. Mas sabia que não poderia fazer mais nada. Enquanto enxugava seu rosto, ela se vira, e vê Bill.

           - Porque não vai até lá? – pergunta Bill.
           - Do que está falando?
           - Eu ouvi quando o John disse que o Tom está indo embora pra Itália.

      Ela ficou em silêncio, terminando de limpar seu rosto.

           - Deveria impedir isso. – disse ele.
           - Não...
           - Não engane a si mesma, Kate. Eu sei que você gosta do Tom. Sempre soube disso. E me sinto triste ao vê-la assim.
           - Eu não posso, Bill.
           - Não só pode, como deve! Pra quê continuar sofrendo? Vá atrás dele! Diga que ainda o ama!
           - Se o nosso destino fosse ficarmos junto, eu já o teria perdoado.
           - Que tipo de baboseira é essa? Acha mesmo que foi o destino quem quis isso?
           - Acho. O destino se revelou. E talvez se eu tivesse perdoado, seria como tentar moldar e ajeitar o destino, e isso não seria muito bom.
           - Vamos supor que ajeitar e modelar o destino, seja na verdade o seu destino.
           - Como assim?
           - O destino é a ponte que você constrói até a pessoa amada, Kate.

      Kate ficou pensando por alguns instantes.

           - Claro, mas se for destinado a ser, vai ser não é? – disse ela.
           - Ahh Kate. Eu tenho certeza que o destino de vocês dois é ficar juntos. É a sua felicidade! Lute por ela!

      Bill se aproximou, e deu um forte abraço na Kate, que largou tudo, e seguiu em direção ao aeroporto. Com certeza ela não chegaria a tempo, então no caminho, ela começou a acenar para os táxis que passavam. Mas nenhum deles parava. Revoltada com aquilo, Kate decidiu se colocar no meio da rua até que um deles parasse.

           - Ficou maluca garota? Tá querendo morrer? – disse o motorista.
           - Desculpa, mas era o único jeito de você parar. Pode me levar ao aeroporto?
           - Entra ai.

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(Contado pela Kate)

      Pedi que o motorista dirigisse mais rápido, e ele estava indo o mais rápido possivel, mas não estava sendo suficiente. Estava faltando pelo menos três ruas até o aeroporto, e estava formado um gigantesco engarrafamento. Olhei no relógio, e era 13h20. Fiquei desesperada sem saber o que fazer, e acabei pedindo ao motorista que buzinasse.

           - Buzinar não resolverá nada! – disse ele.
           - O vôo sai as 13h30! Eu preciso chegar antes!
           - E a senhorita por acaso acha que eu sou Deus pra ficar fazendo milagres?

      Ele estava tão desesperado quanto eu. Não havia mais nada a fazer, a não ser pagar a conta, e ir correndo. Foi o que eu fiz. Sai do carro, e comecei a correr por entre aquela multidão de carros, até conseguir chegar ao aeroporto, ofegante.

      Atravessei as portas, exatamente às 13h29, e os aviões daqui não costumam atrasar, só se houvesse algum tipo de imprevisto, coisa que eu acho muito difícil, e seria muita sorte. Pelo visto, cheguei tarde demais.

Postado Por: Grasiele

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